Presidente do CDS diz que secretário de Estado vive “noutro planeta”
"O senhor secretário de Estado talvez tenha levado a internacionalização longe de mais e provavelmente esteve a viver noutro planeta nestes últimos dois anos”, ironiza Francisco Rodrigues dos Santos.
O presidente do CDS-PP ironizou esta quinta-feira que o secretário de Estado da Internacionalização deve ter vivido “noutro planeta” nos últimos dois anos, defendendo que a pandemia de covid-19 “foi uma desgraça que se abateu” em Portugal.
“Eu acho que o senhor secretário de Estado talvez tenha levado a internacionalização longe de mais e provavelmente esteve a viver noutro planeta nestes últimos dois anos”, afirmou.
Francisco Rodrigues dos Santos falava aos jornalistas no Porto, à margem de uma ação de campanha com o candidato independente apoiado pelo CDS, Rui Moreira, que lidera atualmente o município.
Num comentário às declarações de Eurico Brilhante Dias sobre a marca Portugal ter ganho com a Covid-19, o líder do CDS-PP salientou que “a pandemia foi uma desgraça que se abateu” em Portugal “ao nível do número de mortes, das empresas que fecharam, do desemprego que gerou, da pobreza, e até na dificuldade no acesso a cuidados de saúde”.
“Talvez, pergunto eu, o senhor secretário de Estado queria dizer que a pandemia foi uma coisa boa para o PS, porque aumentou a pobreza, tornou as pessoas mais dependentes do Estado e dos seus subsídios, engordou o aparelho do Estado e ainda permitiu ao Governo controlar, na medida do possível, a comunicação social”, salientou.
O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante, disse esta quinta-feira, durante o salão de vestuário e têxtil Première Visio, em Paris, que o interesse por Portugal nos mercados internacionais continuou em tempos de covid-19 e a forma como país lidou com a pandemia favoreceu a imagem do país.
Questionado pelos jornalistas sobre o desempenho da marca ‘Made in Portugal’, o governante afirmou: “Vou dizer uma coisa que talvez não seja politicamente correta. Nós ganhámos com a covid-19. E ganhámos porquê? Porque Portugal foi um país que, tendo as suas dificuldades, enfrentou a covid-19 com bastante êxito”.
“Faleceram pessoas e muitas pessoas passaram muito mal, mas Portugal mostrou-se um país muito organizado, que enfrentou uma realidade muito disruptiva com sucesso. Rapidamente em 2020 fomos das primeiras economias a reabrir e a mostrar que a economia estava aberta e isso teve um efeito positivo sobre a marca Portugal”, declarou o secretário de Estado.
Questionado no Porto sobre a nova fase do desconfinamento anunciada no final da reunião do Conselho de Ministros, o presidente do CDS-PP defendeu que as medidas no âmbito da pandemia já deviam ter sido aliviadas “há pelo menos dois meses” e acusou o Governo de guardar “o rebuçadozinho” para o período eleitoral.
“Agora a duas semanas do início de outubro é que anuncia o fim da pandemia. Isto é uma coisa que já devia ter sido feita há pelo menos dois meses, mas não aconteceu porque o Governo estava a guardar este rebuçadozinho para dar aos portugueses, fazendo-se de pai natal antecipado para com isso eleitoralmente ter alguns ganhos”, frisou.
Francisco Rodrigues dos Santos considerou que não o fez antes “por taticismo eleitoral”.
Reiterando a ideia de que “António Costa decidiu ser um pai natal antecipado no mês de setembro”, o centrista acusou o PS de “colocar o eleitoralismo à frente da vida dos portugueses, daqueles que estão a sofrer com estas medidas restritivas” e criticou que “vale tudo para tentar ganhar eleições”.
O primeiro-ministro recusou as críticas por anunciar o alívio de restrições por causa da covid-19 a três dias das eleições autárquicas, contrapondo que as medidas agora anunciadas foram calendarizadas em 29 de julho.
Na conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros em que foram aprovadas as medidas da terceira fase do plano do Governo de alívio de restrições, António Costa invocou direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e alegou que as medidas restritivas por causa da covid-19 “só se justificam na estrita medida que são necessárias, adequadas e proporcionais à gravidade da situação”.
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