Lesões custaram 472 milhões de euros aos clubes das 5 maiores ligas europeias
A Covid-19, que só em Itália afastou dos campos 37% dos jogadores, pesou tanto nos prejuízos como as lesões de Van Dijk, Neymar, Sergio Ramos e Hazard. Em Portugal seriam custos das seguradoras.
As lesões dos futebolistas custaram 472 milhões aos clubes das principais ligas europeias, revela o estudo The 2020/21 European Football Injury Index produzido anualmente pela divisão Sport & Entertainment, do grupo segurador global Howden. Analisando a última época, o estudo refere que só a Covid-19 foi responsável por 48,25 milhões de euros, sendo a série A italiana a mais atingida pelos efeitos da doença com 171 atletas infetados e 14,44 dias em média fora do campo.
Em Portugal, que não foi visado neste estudo, são as seguradoras que respondem pelas lesões dos futebolistas, confirma a Sabseg, corretora com forte presença em riscos desportivos. Fonte da empresa afirmou a ECOseguros que “o seguro Obrigatório dos futebolistas é Acidentes de Trabalho decorrente da lei 27/2011, que estabelece um regime relativo à reparação dos danos emergentes de acidentes de trabalho dos praticantes desportivos profissionais em que o tomador é a entidade patronal e a pessoa segura o atleta”.
Segundo a Sabseg “este regime de seguro Obrigatório de Acidentes de Trabalho só vigora em Portugal e somente a Bélgica tem algumas semelhanças”, acrescentando que “nos restantes países europeus está genericamente englobada no sistema de segurança social/saúde, mas depende muito da legislação de cada pais e tipo de vínculo que o atleta tem com o respetivo clube”.
As 5 ligas analisadas pela Howden foram a English Premier League (EPL), a alemã Bundesliga, Serie A de Itália, a La Liga de Espanha e a francesa Ligue 1 e foram verificados os dias de ausência dos atletas devido a lesões ou doença e multiplicado estes pelo custo diário salarial, sem incluir os custos de tratamento ou reabilitação. Em Portugal a Sabseg refere que para além as indemnizações no que diz respeito a salários, despesas de tratamento e recuperação, as incapacidades futuras, sejam permanentes, parciais ou totais, são da responsabilidade da seguradora normalmente até aos 365 dias após a declaração do sinistro à companhia.
Na época 2020/21, destaca o estudo da Howden, os custos com incapacidades dos jogadores sofreu forte impacto da Covid-19. No entanto, o estudo salienta elevadas perdas para os clubes resultantes de lesões prolongadas de jogadores com salários elevados como Virgil van Dijk do Liverpool, Neymar do PSG e ainda Sergio Ramos e Eden Hazard do Real Madrid.
Em relação a custos totais a EPL teve custos em lesões de 155 milhões de euros e a menos onerada foi a Ligue 1 com 70 milhões. A Covid-19 afetou 494 atletas dos quais 171 (35% do total das 5 ligas) na liga italiana, 20% na francesa 17% na espanhola, 15% na alemã e 14% na inglesa. No entanto, na Serie A a doença afetou 37% dos atletas e o seu custo atingiu 20 milhões de euros, quase um quarto de todos os custos com ausências durante a época. A Bundesliga, com 16,79 dias, foi o campeonato em que em média de dias de afastamento dos atletas foi o maior.
Por clubes, os mais afetados na Bundesliga foram o Bayern de Munique com 76 casos e 15,2 milhões de prejuízos, seguido do Borussia Dortmund, RB Leipzig, Wolsburg e Eintracht Frankfurt. Na La Liga, o Real Madrid foi quem mais sofreu com 68 lesões no valor de 28 milhões de euros. Barcelona, Atlético de Madrid Real Sociedad e Sevilla foram os seguintes. Já em Inglaterra foi o Liverpool que mais sofreu com 53 casos que custaram quase 18 milhões de euros, mas Manchester United, Manchester City e o Leicester City sofreram custos acima de 10 milhões na época.
Em Itália foi a Juventus a mais penalizada enquanto em França foi o Paris Saint Germain, com 78 incapacidades a custarem 34 milhões de euros, de longe o clube europeu mais penalizado com as lesões dos seus atletas.
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