“Não é possível meter tudo em cima da mesa”, diz Temido sobre o OE2022
Em relação à proposta do OE2022, a ministra da Saúde lembra que deve existir "noção da proporcionalidade" e que não é possível pôr tudo em cima da mesa por muito que as reivindicações sejam justas".
Numa altura em que a proposta do Orçamento do Estado para 2022 prevê um reforço da capacidade do SNS em 700 milhões de euros, a ministra da Saúde, Marta Temido, lembra que se trata de um “esforço financeiro que dá prioridade à saúde”, mas que é “conseguido à custa de menor capacidade de investimento em outras áreas que também precisam de investimento”. Marta Temido destaca que é necessário ter “noção da proporcionalidade e que não é possível pôr tudo ao mesmo tempo em cima da mesa por muito que as reivindicações sejam justas”.
“Temos de ter noção da proporcionalidade e de que não é possível pôr tudo ao mesmo tempo em cima da mesa por muito que as reivindicações sejam justas. Há um caminho para fazer, conversas para manter, mas temos de ser razoáveis“, destacou a ministra da Saúde esta segunda-feira, em declarações aos jornalistas.
Marta Temido garante que o Governo está empenhado numa nova ronda de negociações à esquerda tendo em vista a aprovação do Orçamento do Estado para 2022. “Estamos a trabalhar. Todos estão empenhados em que as soluções de uma política de esquerda para o nosso país, para que continue a trabalhar no sentido da coesão social, de um país com mais oportunidades para todos e mais justo, possam prosseguir, e naturalmente que a resposta só pode ser uma da parte de toda a gente que está envolvida nesse processo”, disse Temido, recusando “deitar a toalha ao chão” perante as dificuldades na negociação do OE.
Marta Temido realça que uma das preocupações do Mistério da Saúde passa por “proporcionar melhores condições de trabalho aos profissionais, mas há preocupação com a sustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.
Os profissionais de saúde fizeram um número recorde de horas extras para fazer frente à pandemia. A ministra da Saúde refere que a proposta de OE 2022 prevê uma renumeração suplementar de trabalho extraordinário. “Temos no país limitações na disponibilidade de forçar o trabalho em saúde. Temos falta de profissionais de saúde, concretamente em algumas áreas. Recorremos a trabalho suplementar e aquilo que poderemos fazer é tentar remunerar melhor esse trabalho suplementar“, destaca a ministra da Saúde, numa referência ao facto de os profissionais de saúde terem terem feito 17 milhões de horas extraordinárias entre janeiro e outubro, tal como avançou o Diário de Notícias (acesso pago). Temido realçou que foram “dois anos completamente atípicos no que respeita ao trabalho suplementar”.
Para a ministra da Saúde, “todo o esforço de investimento no Serviço Nacional de Saúde prende-se com melhor acesso”, mas que é necessário “continuar a trabalhar porque ainda não acabaram os desafios e os problemas“, concluí Marta Temido.
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