Situação financeira impede 58% dos portugueses acederem à Saúde privada
Perto de metade dos portugueses beneficia de subsistema ou possui seguro ou plano de Saúde. Entre os que recorrem mais ao privado, a razão principal é a falta de resposta atempada por parte do SNS.
Dois terços, ou 66% dos portugueses inquiridos num estudo da Médis, têm acesso a subsistemas, seguros ou planos de saúde. Para estes, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os privados “têm papéis distintos, sendo usados de forma complementar,” conclui a 2ª parte do projeto “A Saúde dos Portugueses,” estudo desenvolvido pela Médis nos 25 anos da marca do grupo Ageas Portugal.
Os portugueses com idades entre os 18 e 55 anos “são os que mais têm acesso a subsistemas, seguros e planos de saúde,” o mesmo acontecendo com pessoas com rendimento adequado ou acima das necessidades do agregado.
Entre outras conclusões, o estudo da prestadora do grupo Ageas refere que 49% dos inquiridos, possuem um seguro/plano de saúde, 40% subscrevem pelo menos um seguro e 35% têm acesso a um subsistema de saúde. “Ainda assim, 1/3 dos inquiridos não tem acesso a nenhuma destas alternativas, estando a sua gestão da saúde mais dependente do SNS ou dos seus recursos financeiros”.
No acompanhamento da doença, perto de dois terços dos portugueses (64%) admite recorrer essencialmente ao SNS e 31% ao privado. No top 3 dos motivos que os levam a recorrer ao público estão as “questões financeiras” (58%), “concentração da informação clínica” (32%) e “maior confiança nos profissionais de saúde” (26%). Por outro lado, os que admitem recorrer mais ao privado, dizem fazê-lo por ser mais fácil aceder a consultas/tratamentos (66%). O facto de o “serviço público não dar respostas atempadas” (47%) e a convicção de que “o privado é mais indicado para os meus problemas de saúde” (16%) são outros motivos assinalados pelos inquiridos.
Numa escala de valorização de 1 a 10 – em que 1 é a pior avaliação e 10 é a melhor – o acesso aos serviços de saúde surge menos pontuado do que a qualidade (6.8 de média vs. 7 de média), com “26% dos inquiridos a referirem que os acessos, em tempo útil, aos serviços de que necessitam são difíceis. E é aqui, no acesso aos serviços de saúde, que a distinção entre o privado e o público se acentua, com vantagem clara para o privado: 53% dos que tendem a privilegiar o privado em contexto de rotina considerarem o acesso bom ou muito bom, em comparação com os 37% dos indivíduos que que privilegiam o público”.
No que toca à existência de “escolhas e alternativas, 57,5% dos inquiridos considera ter bastantes ou muitas opções de escolha em serviços e recursos de saúde. Esta percentagem aumenta entre quem tem acesso a um subsistema (72%), a um seguro ou plano (59%), ou mesmo a ambos (73%)”, diminuindo junto dos que estão apenas dependentes do SNS (40%).
Da mesma forma, “o peso dos inquiridos que consideram ter poucas opções é bastante maior entre quem habitualmente recorre ao público (31%) face a quem recorre ao privado (15%)”.
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