COP26: Seguradores europeus reclamam medidas dos Governos
A associação das associações europeias que reúne vontades de 3900 seguradoras dizem como vão intervir e investir e o que os Estados devem fazer. É uma voz que representa ativos de 10 biliões de euros.
A Insurance Europe (IE), associação europeia das associações de seguradores de 37 países, acaba de definir “o apoio aos objetivos do Acordo de Paris e do Acordo Verde Europeu, bem como os objetivos ambiciosos da Europa de reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa em 55% até 2030 e de alcançar uma economia líquida zero até 2050”, diz a IE em comunicado.
A APS – Associação Portuguesa de Seguradores foi igualmente subscritora do documento apresentado na COP26, em Glasgow. “O tema das alterações climáticas e da transição para uma economia verde e descarbonizada é um tema prioritário, constituindo um duplo desafio para as empresas de seguros, na sua tripla qualidade de gestores de riscos, investidores institucionais e subscritores de riscos”, afirma a APS.
Para a Insurance Europe, presidida por Andreas Brandstetter, líder da seguradora austríaca Uniqa, a indústria desempenha um papel importante tanto na mitigação dos piores cenários de alterações climáticas como na ajuda aos cidadãos e empresas, de modo a serem enfrentados e existirem adaptações aos impactos das mudanças que não podem ser evitados.
Segundo a IE, as seguradoras podem intervir através de:
- Capacidade de assumir e diversificar os riscos em nome dos clientes e de lhes fornecer o apoio financeiro de que necessitam para fazer face às consequências das alterações climáticas;
- Conhecimento e experiência em gestão de risco para ajudar os clientes e o setor público a construir uma consciência de risco, reduzindo a exposição e aumentar a resiliência aos impactos das alterações climáticas, incluindo uma abordagem de “construir melhor” após os eventuais danos ocorridos;
- Capacidade de investir na transformação da sustentabilidade, uma vez que são os maiores grupos de investidores institucionais na Europa, com mais de 10 biliões de euros em ativos.
A IE afirma ser preciso que “os governos tomem medidas”, referindo que “são muitas as seguradoras em toda a Europa que já estão a tomar medidas e que estão dispostas a contribuir com mais”, mas, para desempenharem plenamente o seu papel, precisam que os Estados “libertem o potencial significativo do setor”.
Para associação europeia das seguradoras, cujos investimentos vão desde Dívida pública a imobiliário e a ações e obrigações de empresas privadas, num valor equivalente a 59% do PIB de União Europeia, as medidas governamentais passam por:
- Compromisso de investir em medidas de adaptação e prevenção, que terão um enorme impacto no que é passível de ser segurado no futuro;
- Incentivar e apoiar projetos públicos, empresariais e de infraestruturas mais sustentáveis em que as seguradoras possam investir. Por exemplo, seguindo e aplicando de forma consistente o princípio do “poluidor-pagador” a nível internacional, através de mais “crowding-in” de capital privado, por meio de parcerias público-privadas e de um melhor equilíbrio do risco de crédito associado a projetos de infraestruturas;
- Regulamentação, incluindo a regulamentação prudencial, que apoia – e certamente não dificulta – o papel da indústria seguradora;
- Políticas para assegurar que a transição aconteça de uma forma justa;
- Mais parcerias público-privadas, como as existentes, que demonstraram que a partilha de conhecimentos e experiência entre os principais interessados na área da resiliência climática podem fazer a diferença;
- A criação de uma base de dados europeia ESG para que os investidores tenham acesso de forma eficiente aos dados comparáveis e fiáveis de que necessitam para um investimento sustentável.
A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) representa Portugal na Insurance Europe.
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