Pandemia com tendência crescente, mas pressão sobre SNS é reduzida
"A análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade moderada, com tendência crescente a nível nacional", avisam autoridades.
A pandemia está com uma intensidade “moderada, com tendência a crescente a nível nacional”, mas a pressão sobre os serviços de saúde mantém-se reduzida, indica o relatório de Monitorização das Linhas Vermelhas divulgado, esta sexta-feira, pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). Também o impacto na mortalidade continua reduzido.
“A análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade moderada, com tendência crescente a nível nacional. A pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são reduzidos, mas com uma interrupção da tendência decrescente na mortalidade por Covid-19“, salientam as autoridades. E deixam um aviso: o agravamento da crise pandémica em Portugal e na Europa deverá “condicionar um aumento do nível de alerta do sistema de saúde para aumentos de procura de cuidados no próximo mês“.
Em maior detalhe, o número de novos casos de infeção por 100 mil habitantes acumulado nos últimos 13 dias foi de 138 casos, com tendência crescente a nível nacional. Ainda assim, nenhuma região apresentou uma incidência superior ao limiar de 240 casos, sendo o Algarve a zona do país com a incidência mais elevada (229 casos). Em comparação, a região de Lisboa e Vale do Tejo, por exemplo, registou 140 novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
Foi no grupo etário dos 20 ao 29 anos que se registou a incidência cumulativa mais expressiva (198 casos), verificando-se agora uma “tendência globalmente crescente na maioria dos grupos etários“. No entanto, o grupo etário dos indivíduos com 80 ou mais anos — o mais vulnerável — apresentou uma incidência cumulativa de 112 casos por 100 000 habitantes, “o que reflete um risco de infeção inferior ao apresentado pela população em geral, com tendência estável”.
Quanto à transmissibilidade — o chamado R(t) –, o índice já apresenta um valor “igual ou superior a um [está fixado em 1,15], indicando a tendência crescente da incidência de infeções a nível nacional”. A DGS e o INSA estimam que, a manter-se a atual taxa de crescimento, o referido limiar de 240 casos em 14 dias por 100 mil habitantes poderá ser ultrapassado em 15 a 30 dias. “Em comparação com os valores apresentados no último relatório, o valor médio do R(t)
aumentou em todas as regiões do continente: no Norte passou de 1,01 para 1,14, no Centro
passou de 1,06 para 1,21, em Lisboa e Vale do Tejo passou de 1,04 para 1,13, no Alentejo
passou de 0,87 para 1,06, e no Algarve de 1,05 para 1,16″, é explicado ainda no relatório.
Já os internamentos em unidades de cuidados intensivos no continente registam, neste momento, uma tendência estável. Do valor crítico definido de 255 camas ocupadas, 25% estão ocupadas (64 camas), menos quatro pontos percentuais que na semana anterior. Neste momento, o grupo etário com maior número de casos de internados em UCI é o dos 60 aos 79 anos, apresentando uma tendência crescente.
As autoridades avançam, além disso, que a proporção de testes positivos foi de 3,4%, mais 0,6 pontos percentuais do que no último balanço, mas abaixo do limiar definido de 4%. “Observou-se um aumento do número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias”, observam a DGS e o INSA, acrescentando que a proporção de casos confirmados notificados com atraso foi de 4,1%, menos 1,9 pontos percentuais do que na semana passada e abaixo do limiar de 10%.
Quanto aos casos positivos, as autoridades garantem que, nos últimos sete dias, 95% dos infetados foram isolados em menos de 24 horas após a notificação “e, no mesmo período, foram rastreados e isolados, quando necessário, todos os contactos em 97% dos casos”.
À semelhança das últimas semanas, a variante Delta mantém-se dominante em todas as regiões, com uma frequência relativa de 99,7% dos casos avaliados na semana compreendida entre 25 e 31 de outubro.
Face ao agravamento da pandemia, vários países europeus já estão a adotar novas restrições à mobilidade. Em Portugal, a ministra da Saúde, Marta Temido, não descartou um novo confinamento. “Todos os cenários têm de estar em aberto”, disse.
(Notícia atualizada às 20h33)
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