CGD: CDS mantém-se, mas PSD pode sair da comissão
A esquerda continua a atacar PSD e CDS por causa das investidas na comissão de inquérito à CGD. A indignação do PSD pode levar à saída dos sociais-democratas, mas o CDS garante que fica até ao fim.
O PSD vai decidir a sua posição política relativa à comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD, revelou esta quinta-feira o deputado Hugo Soares, no mesmo dia em que José Matos Correia (PSD) se demitiu da presidência deste órgão parlamentar. Mas o CDS não deixou a questão em aberto: João Almeida garantiu que o partido “não abandona os lugares a que tem direito pelo funcionamento normal da democracia”.
No final de uma reunião de mesa e coordenadores da comissão, que decorreu à porta fechada, Hugo Soares revelou que “o PSD comunicou hoje ao vice-presidente [Paulo Trigo Pereira (PS)], que assumiu hoje a liderança dos trabalhos da comissão de inquérito] que vai ponderar qual é a sua posição política futura face a esta comissão”.
“Já ontem [quarta-feira] dissemos que aquilo que estava a acontecer nesta comissão era um atropelo democrático e um boicote ao funcionamento das instituições. Foi isso que se veio a verificar”, sublinhou o deputado social-democrata.
PCP e PS unidos nas críticas
O PS criticou esta quinta-feira o PSD e o CDS-PP devido ao impasse nos trabalhos da comissão de inquérito à gestão da CGD, lamentando o novo incidente provocado pela demissão do presidente deste órgão parlamentar, José Matos Correia. Já o PCP criticou a postura do PSD e do CDS-PP na comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD, considerando que os partidos da oposição ao Governo socialista pretendem tornar os trabalhos num número de circo.
A vontade sobre o apuramento da verdade esbarrou com a vontade de tornar esta comissão num número de circo.
“Lamentamos que tenha sido criado mais um incidente e mais ruído nesta comissão. O PS continua empenhadíssimo e esperamos que o PSD e o CDS façam a sua reflexão rapidamente”, afirmou o deputado João Paulo Correia (PS). Do lado do PCP, Miguel Tiago afirmou que o “PSD e o CDS pretenderam marcar nova reunião para a semana, demonstrando que a vontade sobre o apuramento da verdade esbarrou com a vontade de tornar esta comissão num número de circo”.
Segundo o deputado comunista, o PSD e o CDS-PP “queriam exacerbar os poderes da comissão de inquérito”, ao apresentarem requerimentos para que as comunicações trocadas entre o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) António Domingues fossem usadas na comissão parlamentar, algo que a esquerda (PS, BE e PCP) chumbou formalmente na reunião de quarta-feira. “Como não conseguiram fazer número, introduziram agora nova perturbação que adia novamente o avanço dos trabalhos“, salientou.
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