OCDE. Portugueses que perderam trabalho na pandemia foram os que tiveram menos dificuldades financeiras
Cerca de 55% das famílias portuguesas onde alguém perdeu o trabalho durante a pandemia registaram dificuldades financeiras. É menos do que a média da OCDE.
Os portugueses que ficaram sem trabalho na pandemia foram os que reportaram menos dificuldades financeiras, entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Foram cerca de 55% as pessoas nesta situação, uma percentagem abaixo da média da OCDE, que chega quase aos 70%.
Assim, pouco mais de metade das famílias portugueses onde pelo menos uma pessoa perdeu o emprego tiveram que tomar medidas como deixar de pagar uma despesa normal, assumir dívidas adicionais ou pediram ajuda a uma instituição de caridade ou sem fins lucrativos porque não tinham dinheiro, de acordo com um relatório da OCDE divulgado esta quinta-feira.
No extremo oposto da tabela encontram-se países como a Turquia e o México, onde cerca de 90% das pessoas sem emprego enfrentaram dificuldades financeiras.
A proporção de pessoas com dificuldades financeiras cai ainda mais quando estão em causa famílias onde não houve perda de emprego. Portugal acaba por não se destacar tanto, mas fica ainda assim abaixo da média. Foram cerca de 20% as pessoas que reportaram dificuldades mesmo empregadas, percentagem que se aproximou dos 30% na média da OCDE.
É de recordar que o Governo avançou com apoios extraordinários para as empresas durante a pandemia, tendo em vista a manutenção de postos de trabalho. Vários empregadores recorreram a estes esquemas, nomeadamente o lay-off simplificado, que permitia aos trabalhadores continuarem a receber uma parte do salário mesmo com o contrato “suspenso”.
Para além disso, foram também estabelecidas medidas como as moratórias de crédito, que permitiram adiar o pagamento de prestações.
A OCDE destaca também que a pandemia exacerbou as desigualdades, sendo que em 25 países, entre setembro e outubro de 2020, aqueles que perderam o emprego durante a pandemia tinham mais do dobro de probabilidade de registar dificuldades financeiras do que aqueles que mantiveram o posto de trabalho.
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