Ryanair pede a Bruxelas que liberte ‘slots’ da TAP antes do verão de 2022
A companhia aérea de baixo custo Ryanair apela à Comissão Europeia para que liberte os cerca de 5% de slots da TAP no aeroporto de Lisboa até ao verão do próximo ano, em vez de adiar para novembro.
A companhia aérea de baixo custo Ryanair apelou esta quarta-feira à comissária europeia para a concorrência, Margrethe Vestager, para que liberte os 18 dos 300 slots da TAP no aeroporto de Lisboa antes do verão, em vez de adiar para novembro do próximo ano. Além disso, a companhia irlandesa critica os apoios estatais de mais de 2,6 mil milhões de euros recentemente aprovados por Bruxelas para a companhia aérea portuguesa.
“A decisão da comissária em adiar esta entrega mínima de 5%, equivalente a 18 slots diários, desde o verão até ao inverno de 2022, prejudica ainda mais a concorrência e as escolhas dos consumidores em Lisboa e irá atrasar a recuperação do Aeroporto da Portela, no decorrer da pandemia”, afirma o CEO do Grupo Ryanair, Michael O’Leary, citado em comunicado.
Para Michael O’Leary, a comissária “errou, claramente”, ao não exigir à TAP a entrega de pelo menos 30% dos seus slots diários em Lisboa, o que equivaleria à redução de 30% da sua frota.
A companhia de voos low-cost indica que, anteriormente, apelou à comissária Vestager para que qualquer auxílio estatal à TAP fosse acompanhado de medidas de concorrência “realistas que reduzissem o domínio dos slots da TAP no Aeroporto de Lisboa”, pois, dessa forma, “seria possível promover a concorrência e o interesse dos consumidores”.
No entanto, durante a negociação do plano de reestruturação da companhia aérea portuguesa com Bruxelas, o Governo português conseguiu reduzir o número de slots que a TAP terá de libertar, ficando acordada a cedência de 18 dos seus 300 slots no aeroporto da capital, o equivalente a 5% das faixas horárias diárias.
O CEO do grupo Ryanair considera, por outro lado, não existir “justificação económica” para a aprovação de mais de 2,6 mil milhões de euros em auxílios estatais à TAP, visto que protege a companhia da concorrência no Aeroporto da Portela. “Este valor equivale a 260 euros por cada homem, mulher e criança em Portugal, para uma companhia aérea que transporta apenas 14 milhões de passageiros por ano”, critica a empresa de Michael O’Leary.
Nesse sentido, a Ryanair apela também à comissária Margrethe Vestager para “parar de conceder auxílios estatais a transportadoras aéreas nacionais sem futuro, e que comece a promover a concorrência e o interesse dos consumidores, acelerando os desinvestimentos significativos de slots o mais cedo possível, mesmo quando as transportadoras aéreas nacionais recebem biliões de euros em auxílios estatais desperdiçados”.
(Notícia atualizada às 18h04)
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