Costa avisa que geringonça não é uma “solução estável”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Janeiro 2022

António Costa afirmou que, neste momento, não sente confiança que uma renovação da geringonça com BE e PCP no período pós-eleitoral seja uma solução estável.

O primeiro-ministro e candidato pelo PS às eleições legislativas não tem confiança que uma renovação da geringonça com o Bloco de Esquerda e o PCP após 30 de janeiro, mesmo com maioria de esquerda no Parlamento, seja garantia de estabilidade para o país.

“Não há mortes definitivas a não ser a própria morte. […] Agora, neste momento, eu não sinto confiança para dizer que essa é uma solução estável“, afirmou António Costa, quando questionado se considerava que a geringonça chegou ao fim, no debate com o candidato do PCP, transmitido esta terça-feira à noite na TVI.

Confessando ter “muita pena” e “dificuldade em compreender” porque é que a geringonça – “a solução interpartidária mais estável que o país já viu até agora” – foi interrompida, António Costa realçou que, nas circunstâncias atuais, é uma solução que “não dá confianças” e, nesse sentido, apela a uma solução “segura e certa”.

O chefe de Governo sublinhou ainda que honrou a sua palavra e se manteve fiel à solução política criada em 2015, diante de um líder da oposição (Rui Rio) que, ao longo dos últimos dois anos, várias vezes se mostrou disponível para negociar.

Ao contrário de Costa, o secretário-geral do PCP disse que “não faria vaticínios antes dos resultados eleitorais”, acrescentando que “as convergências são sempre importantes”, ainda que dependam dos “conteúdos”. A postura do PCP, garantiu, continua a ser “construtiva”, pois o partido continua “a querer soluções para o país”.

Para Jerónimo de Sousa, a posição do candidato socialista durante o debate foi “defensista”, ao procurar individualizar os progressos conseguidos quando “muitos foram com resistência do PS até ao fim”. “A campanha [eleitoral] com certeza vai abrir as portas ao esclarecimento”, rematou o líder dos comunistas.

Ainda assim, Jerónimo discordou da líder do BE, que esta terça-feira apelidou Costa de “obstáculo”. “É uma expressão infeliz”, considerou o secretário-geral do PCP, explicando que na sua relação pessoal com o primeiro-ministro “não houve nenhum problema significativo”, apenas na relação política, já que no Parlamento houve “sempre maiorias PS/PSD para derrotar propostas do PCP”.

(Notícia atualizada às 22h37)

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