Costa ataca Rio por abrir a porta à prisão perpétua

António Costa aponta o dedo a Rui Rio por ter admitido o regresso da prisão perpétua em Portugal, ainda que num modelo com revisão da pena, no debate com André Ventura.

O candidato do PS ataca o candidato do PSD por ter admitido no debate com o candidato do Chega a hipótese de haver prisão perpétua em Portugal, ainda que num modelo com revisão da pena, como existe noutros países europeus. Para António Costa a possibilidade do regresso da pena pertétua, cujo fim “nem a ditadura pôs em causa”, seria ultrapassar as “linhas vermelhas” da democracia.

Ontem assistimos com surpresa, em direto e ao vivo, o doutor Rui Rio, por conveniência ou necessidade eleitoral, a dispor-se a considerar com André Ventura diferentes modalidades para restabelecer a pena de prisão perpétua“, reage António Costa num vídeo divulgado pelo PS esta terça-feira, em reação ao debate entre Rui Rio e André Ventura esta segunda-feira à noite na SIC.

Recordando que Portugal foi o primeiro país do mundo a acabar com a pena de morte, o secretário-geral do PS afirma que “Portugal tem uma longa tradição humanista assente na ideia de que todo o ser humano é capaz de mudar” e que os “valores do humanismo que inspiram a nossa sociedade não são transacionáveis” pelo que o “combate ao populismo exige linhas vermelhas inultrapassáveis”.

A resposta de Rui Rio não tardou. No Twitter, o candidato social-democrata a primeiro-ministro reagiu com o seu tom habitual: “O PS diz que eu estou nos braços do Chega e o Chega diz que eu estou nos braços do PS. É a vantagem de estar ao centro. Somos muito abraçados“, escreveu Rio na sua conta. Na sua mensagem, Costa diz que “um político responsável tem sempre os seus princípios e os valores ao centro”.

Além disso, horas antes, tinha partilhado uma publicação de Ricardo Baptista Leite, cabeça de lista do PSD por Lisboa, para se afastar do Chega: “Rui Rio é claro: não quer o poder a qualquer preço. Não vamos ceder nos princípios”, garante o deputado social-democrata, argumentando que “votar no Chega ajuda a manter o PS no poder” pelo que o voto útil no PSD “é a única alternativa para mudar o país”.

Mas não é essa a interpretação que o PS faz do debate entre PSD e Chega. Já antes da reação de Costa, José Luís Carneiro dizia à Lusa que Rio tinha cedido ao populismo, atravessando “uma fronteira daquilo que é aceitável, em face dos nossos valores constitucionais“. “Nos Açores fizeram-no às escondidas, hoje foi às claras… Não pode dar o dito por não dito”, afirmou o cabeça de lista do PS por Braga.

No debate, Rio disse ser “impossível” fazer uma coligação com um “partido instável” como o Chega e ensaiou a sua estratégia caso vença as eleições de 30 de janeiro: caso haja uma moção de censura ao seu Governo, encosta o Chega à parede para este decidir ser quer um Governo PSD ou um Governo PS. “Apresento o meu programa de Governo. O que o Chega tem de fazer é confrontar o programa do PSD com o programa do PS e ver qual quer derrotar”, explicou.

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