Confiança das empresas e consumidores estabiliza em dezembro, apesar da Ómicron
A evolução dos preços condiciona a confiança das empresas e dos consumidores, numa altura em que a taxa de inflação atinge máximos na Zona Euro.
Após uma queda expressiva em novembro, tanto os cidadãos como os empresários mantiveram a sua confiança na evolução da economia portuguesa, apesar da evolução da variante Ómicron. A confiança aumentou na indústria e na construção, mas encolheu no comércio e serviços, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta terça-feira.
Os indicadores de confiança tinham caído “de forma significa” em novembro, tendo estabilizado em dezembro. Porém, é de notar que a recolha da informação por parte do INE ocorreu antes de dia 23, portanto é prévia ao aumento expressivo do número de casos diários em Portugal (e noutros países) devido à Ómicron.
“O indicador de confiança dos consumidores estabilizou em dezembro, após ter diminuído nos dois meses anteriores, de forma significativa em novembro”, revela o INE, acrescentando que “o indicador de clima económico também estabilizou em dezembro, tendo vindo a apresentar um comportamento irregular desde julho”.
Por setores, o indicador de confiança aumentou em dezembro no caso da indústria transformadora e na construção e obras públicas, mas diminuiu “ligeiramente” no comércio e serviços.
Na União Europeia e na Zona Euro, os indicadores de confiança dos consumidores tinham registado uma nova queda em dezembro.
Preços condicionam confiança de empresários e consumidores
A evolução dos preços continua a ser um dos fatores que mais pesa na avaliação dos empresários e consumidores, dada a recente evolução ascendente da taxa de inflação na Zona Euro e em Portugal, assim como noutras economias.
“O saldo das opiniões sobre a evolução passada dos preços aumentou nos últimos três meses, de forma ténue em dezembro, atingindo o valor máximo desde abril de 2012“, detalha o gabinete de estatísticas, referindo, porém, que “o saldo das perspetivas relativas à evolução futura dos preços diminuiu em dezembro, após os aumentos observados nos três meses anteriores, que conduziram ao valor máximo dos últimos dez anos registado em novembro”.
No caso das empresas, as expectativas em relação aos preços de venda estão em alta. No caso das empresas da construção e obras públicas, está no valor máximo da série. Na indústria transformadora está em máximos de outubro de 1990 e no comércio em máximos de 2003. No caso dos serviços houve uma diminuição em dezembro, após ter atingido máximos de 2005 no mês anterior.
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