Ramalho confirma reunião com Vieira, mas rejeita preparação para CPI
Presidente executivo do Novobanco confirma reunião com Luís Filipe Vieira, diz que a sua "idoneidade é revista permanentemente" e quer investigação para esclarecer o caso.
“Não houve da parte do Novobanco nenhuma concertação nem nenhuma preparação do senhor Luís Filipe Vieira para efeitos da comissão de inquérito“, garante António Ramalho, depois da notícia avançada esta sexta-feira pela CNN Portugal sobre escutas que indicam que o presidente do Novobanco terá preparado o antigo presidente do Benfica para responder aos deputados sobre as dívidas à instituição que resultaram em perdas e imputadas ao Fundo de Resolução, financiado por fundos públicos. “A idoneidade é revista permanentemente“, afirma em entrevistado na CNN, depois de ser questionado sobre as suas condições para se manter como presidente.
Confirmando a reunião no dia 3 de maio de 2021, antes de Luís Filipe Vieira ir à comissão de inquérito, António Ramalho justifica o encontro numa entrevista à CNN Portugal. “Depois de se ter assistido na comissão de inquérito a um momento particularmente triste que foi a ida de Bernardo Moniz da Maia que, de alguma maneira, demonstrou um desconhecimento total em relação àquilo que parecia que ia“. Neste contexto, revela Ramalho, “houve uma reunião particularmente rápida onde eu não estava sozinho, estava acompanhado pelo diretor que é responsável pela gestão da Promovalor, o Engº Castro Simões, apenas se falou de duas coisas: Primeiro, que o banco disponível a dar toda a informação que fosse necessária para que as pessoas se preparassem adequadamente para responder à comissão de inquérito. E simultaneamente, por amor de Deus, não me façam as cenas de ‘não saber, não conhecer e de não perceber o que é que se passa‘”.
Houve vários grandes clientes que estiveram na comissão de inquérito, como Nuno Vasconcellos ou Gama Leão. Também reuniu com estes devedores?, questionou o jornalista e diretor executivo da CNN, Pedro Santos Guerreiro. “Não, porque todos esses clientes eram de crédito vencido”, justifica o gestor. “Não acontecia o mesmo com a Promovalor, que tinha um processo de reestruturação que herdei integralmente do BES, não dei um tostão de crédito ao senhor Luís Filipe Vieira“.
Depois da notícia da CNN Portugal, a coordenadora do BE, Catarina Martins, questionou a idoneidade do presidente do Novo Banco, enquanto Duarte Pacheco, do PSD, falou numa promiscuidade entre o presidente do Novobanco e o antigo presidente do Benfica, agora arguido no processo ‘Cartão Vermelho’. “A idoneidade é revista permanentemente, e eu também espero que a minha seja revista em permanência”, afirma António Ramalho.
O presidente do Novobanco revela que avisou o Banco de Portugal da entrevista que daria à CNN Portugal para responder sobre este caso. “Simultaneamente, escrevi uma carta ao compliance do banco, como sempre faço em situações como esta, dando nota da minha versão destes factos e dizendo que assim, acho, defendo os interesses do banco“. E Ramalho pede que se investigue tudo para esclarecer o caso.
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