Risco de morte com vacinação completa é até seis vezes menor
O risco de morte nas pessoas com a vacinação completa foi, em dezembro, três a seis vezes menor em relação às não vacinadas ou sem o esquema completo, avança a análise de risco da pandemia.
O risco de morte nas pessoas com a vacinação completa contra a Covid-19 foi, em dezembro, três a seis vezes menor em relação às não vacinadas ou sem o esquema completo, avança a análise de risco da pandemia.
Segundo as “linhas vermelhas” da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), em dezembro, ocorreram 171 óbitos (46%) em pessoas com esquema vacinal completo, 32 (9%) em pessoas com dose de reforço e 168 (45%) em pessoas não vacinadas ou com vacinação incompleta.
Em Portugal, mais de 8,7 milhões de pessoas têm a vacinação primária completa e cerca de 3,6 milhões já receberam a dose de reforço.
“O risco de morte para os casos diagnosticados em dezembro, medido através da letalidade por estado vacinal, foi três a seis vezes menor nas pessoas com vacinação completa em relação às pessoas não vacinadas ou com esquema incompleto”, adianta o relatório hoje divulgado.
De acordo com as “linhas vermelhas”, nos idosos com 80 e mais anos, a dose de reforço reduz o risco de morte por Covid-19 quase seis vezes em relação a quem tem esquema vacinal completo e mais de 18 vezes em relação aos não vacinados ou com esquema incompleto.
O relatório adianta ainda que, em novembro, os casos com esquema vacinal completo “parecem apresentar um risco de hospitalização aproximadamente duas a cinco vezes inferior aos casos não vacinados”.
O risco de internamento no grupo etário dos 80 ou mais anos para as pessoas com um esquema vacinal completo foi menos de metade relativamente aos casos sem um esquema vacinal completo.
Mortalidade aumenta 25% numa semana
A mortalidade por Covid-19 aumentou 25% numa semana, estando agora nos 25,5 óbitos por um milhão de habitantes, valor acima do limiar definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças, alerta a análise de risco da pandemia.
“A 12 de janeiro, a mortalidade específica por covid-19 registou um valor de 25,5 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, o que corresponde a um aumento de 25% relativamente ao último relatório”, indicam as “linhas vermelhas” da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Segundo o relatório, este valor da mortalidade pode indicar “uma inversão da tendência estável que se vinha a verificar, dado que se observa um aumento progressivo no número de óbitos diários na última semana”.
Relativamente ao número de pessoas com Covid-19 internadas nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), as autoridades de saúde revelam que se registou uma tendência estável, correspondendo a 64% do valor crítico definido de 255 camas ocupadas.
Segundo a DGS e o INSA, o grupo etário com maior número de casos de Covid-19 internados em UCI é o dos 60 aos 79 anos, mas verificando-se uma tendência estável desde as últimas semanas de novembro.
As “linhas vermelhas” adiantam ainda que a fração de testes com resultado positivo nos últimos sete dias foi de 14,0%, quando tinha sido de 10,6% na semana anterior, valor que se encontra acima do limiar dos 4% e com tendência crescente.
O total de testes de despiste da Covid-19 realizados nos últimos sete dias foi de mais de 1,6 milhões.
A análise de risco da pandemia avança também que o número de infeções por SARS-CoV-2, por 100 mil habitantes acumulado nos últimos 14 dias, foi de 4.036 casos, com tendência fortemente crescente a nível nacional e em todas as regiões do país.
“Há uma tendência crescente da incidência cumulativa a 14 dias em todos os grupos etários. O grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada correspondeu aos indivíduos entre os 20 e 29 anos, com 6.811 casos por 100 mil habitantes”, referem as “linhas vermelhas”.
Já o índice de transmissibilidade (Rt) está nos 1,19 a nível nacional, com a região Norte a apresentar o valor mais elevado neste indicador (1,23).
“A análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade muito elevada, com tendência crescente a nível nacional. A pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são elevados”, conclui o documento.
Dado o rápido aumento de casos, mesmo tendo em consideração a “provável menor gravidade da variante Ómicron, é expectável um aumento de pressão sobre todo o sistema de saúde e na mortalidade, o que faz com que a análise de risco recomende a manutenção de todas as medidas de proteção individual e a intensificação da vacinação de reforço.
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