Costa sobre crescimento do PIB: “Não citei INE, são as previsões”. Previsão do Governo era superior
"Não citei INE nenhum, disse quais são as previsões que existem e com que estamos a trabalhar", clarificou Costa, depois de dizer que o PIB cresceu 4,6% em 2021. Previsão do Governo era de 4,8%.
António Costa esclareceu esta quarta-feira que o crescimento de 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 que referiu na terça-feira é uma previsão do Governo e não os números oficiais do Instituto Nacional de Estatística (INE). “Não citei INE nenhum, disse quais são as previsões que existem e com que estamos a trabalhar”, sublinhou, em declarações aos jornalistas numa ação de campanha transmitidas pela CNN Portugal.
O secretário-geral do PS e primeiro-ministro indicou, na terça-feira, que a economia portuguesa cresceu 4,6%, no ano passado, recuperando, assim, após a quebra de 8,4% registada em 2020 por causa da crise pandémica. “Apesar da pandemia, o país no ano passado já cresceu 4,6%. Voltou a convergir com a União Europeia”, disse, em declarações aos jornalistas numa arruada em Coimbra.
Com esta revelação, António Costa parecia ter antecipado a divulgação oficial do valor por parte do INE, que está agendada para dia 31 de janeiro, pelo que ficou em dúvida se os tais 4,6% seriam uma previsão atualizada do Ministério das Finanças ou mesmo os números do gabinete de estatística, sendo importante notar que a prática de informar previamente o Executivo foi abandonada há vários anos.
Esta quarta-feira, o primeiro-ministro veio clarificar a questão, dizendo que o crescimento referido é somente a previsão do Governo. A confirmar-se a projeção do Ministério das Finanças, o PIB terá crescido menos 0,2 pontos percentuais do que anteriormente previsto pelo Governo e pelo Banco de Portugal.
Questionado pelo ECO, o Ministério das Finanças não comenta se reviu em baixa a previsão do PIB para 2021, confirmando apenas que o INE não envia previamente informação. Porém, ainda na semana passada o ministro das Finanças, João Leão, reiterava a meta de crescimento de 4,8% no ano passado, afastando a possibilidade de uma revisão em baixo por causa da Ómicron.
Rui Rio critica Costa por ter usado informação privilegiada na campanha
O líder da oposição não gostou de ver o primeiro-ministro a utilizar uma informação que diz ter tido acesso através do seu cargo.
“O que eu entendo que não é razoável é ele ter acesso a determinados números na qualidade de primeiro-ministro, um acesso sob reserva, e achou que lhe dava jeito para a campanha eleitoral e resolver divulgar como secretário-geral do PS e candidato. Isso é que está mal“, disse Rui Rio em declarações transmitidas pela RTP3.
Contudo, António Costa já referiu que não é informação privilegiada mas uma previsão do Governo e o Instituto Nacional de Estatística (INE) já esclareceu que deixou de enviar informação antecipadamente ao Executivo em funções há vários anos.
Acesso à parte, o problema está no número em si, continuou Rio, argumentando que o número não é “fantástico”, como terá achado o candidato do PS, até por ter ficado “um bocadinho abaixo das projeções do Governo”. “Um crescimento de 4% depois de uma queda de 8%… É óbvio que quando partimos de um nível muito baixo, a taxa de crescimento é evidentemente maior a seguir“, afirmou o social-democrata.
(Notícia atualizada às 17h com mais informação)
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