Seguradora belga Integrale será finalmente liquidada

  • ECO Seguros
  • 27 Janeiro 2022

Descapitalizada, a seguradora de Vida esteve um ano sob tutela do banco central belga. Agora, objeto de liquidação definitiva, alguns aforradores arriscam não reaver dinheiro.

A seguradora Integrale, companhia com sede em Liége, transferiu uma carteira de contratos de seguros de Vida, cosseguro e resseguro para a Monument Assurance Belgium, em dezembro de 2021, segundo nota da empresa referindo-se a produtos e fundos designados “Perspetive” e “Mypension.be,” cuja informação já se encontra carregada na página eletrónica da Monument.

Devido a dificuldades financeiras e insuficiência de liquidez, a Integrale SA ainda esteve para ser vendida, mas foi colocada em 2020 sob administração provisória do Banque Nationale de Belgique, que mandatou um colégio tripartido, composto por representantes das sociedades KPMG, Stibbe e Act-Unity, para gerir a tutela da empresa. Cerca de um ano depois, conforme refere despacho assinado pelo governador do banco central, Pierre Wunsch, a missão do colégio de administradores cessou a 17 de dezembro de 2021, depois de ficar definida a cessão dos restos da Integrale à Monument Assurance, orientação que se terá cumprido com a referida transferência de carteira e ativos subjacentes.

Entretanto, entre 15 e 21 de dezembro de 2021 sucederam alguns factos de mercado. Primeiro, um pedido de suspensão da negociação de instrumentos financeiros da Integrale cotados na Euronext Brussels. Segundo, a negociação dos papéis foi reposta, conforme anúncio do regulador federal de mercados financeiros da Bélgica.

Outro aviso datado de 7 de janeiro último, emitido pela Autoriteit voor Financielle Dienstein em Markten (regulador belga de serviços e mercados financeiros, que é FSMA na sigla anglo-saxónica), confirma que a totalidade dos créditos hipotecários da Integrale SA foi cedida à Monument Assurance, baseada em Bruxelas.

Dias depois, uma reunião extraordinária dos acionistas da companhia (a Nethys, subsidiária da Enodia, detinha 70% da seguradora até a momento do colapso), decidiu que será nomeado um administrador liquidatário para o ato final.

A anunciada transferência de ativos para a Monument, subsidiária da Monument Re, supõe que fica salvaguardada a proteção de pensões complementares de reforma e investimentos de 170 mil beneficiários, incluindo funcionários públicos das comunas (unidades administrativas comparáveis a municípios), empregados de grandes empresas industriais e os empregos de cerca de uma centena de trabalhadores da própria seguradora.

A liquidação definitiva da Integrale, aparentemente por gestão imprudente na atividade de investimento, ainda pode deixar certos credores sem o seu quinhão. Muitos que investiram nos valores cotados arriscam não ter o seu dinheiro de volta. Da empresa já resta quase nada. Um representante de eventuais lesados afirmou: “O banco central falhou enquanto autoridade de controlo.”

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