Boris Johnson recusa demitir-se no caso ‘Partygate’

Boris Johnson afastou a hipótese de demitir-se face ao caso ‘Partygate’, referindo que irá continuar a fazer o seu trabalho, e anunciou a criação de um gabinete dedicado ao primeiro-ministro.

Boris Johnson afastou a hipótese da sua demissão e reafirmou que irá continuar a fazer o seu trabalho, disse esta segunda-feira o primeiro-ministro após a publicação do relatório do inquérito às festas de Downing Street, em declarações ao parlamento britânico.

Depois de iniciar a sua sessão em parlamento com um novo pedido de desculpa pelo caso Partygate, o primeiro-ministro britânico referiu que não devem ser retiradas deduções precipitadas. Em resposta ao relatório de 12 páginas conduzido pelo inquérito interno de Sue Gray, Johnson acrescentou ainda que irá colocar em prática as medidas recomendadas.

“Podem confiar que o governo irá cumprir [as medidas recomendadas], e podem confiar em nós”, disse Boris Johnson à oposição. Como parte das medidas referidas pelo relatório de Sue Gray, Johnson anunciou a criação de um gabinete dedicado ao primeiro-ministro, admitiu a necessidade da revisão do código de conduta da função pública, e prometeu mais medidas para um melhor funcionamento do Governo, e da sua ligação ao Parlamento.

O relatório da investigação ‘Partygate’ concluiu que as festas de Downing Street não deveriam ter acontecido, e embora não faça referência a nomes além do gabinete e equipa do primeiro-ministro, o documento refere ser “inadmissível” o uso de álcool no setor público. O inquérito interno de Sue Gray regista ainda uma “cultura de medo” instalada nas pessoas entrevistadas. O relatório identificou um sentimento de oposição às festas por parte das pessoas envolvidas, embora reconheça que as mesmas não as tenham denunciado por medo.

O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, já condenou a posição do líder britânico e acusou-o de ser “um homem sem vergonha” por não se demitir do cargo, acrescentando que Johnson, e todos os envolvidos no escândalo, estão a desgastar o “laço de confiança entre o Governo e o público”.

O primeiro-ministro britânico admitiu, no dia 12 de janeiro, ter participado durante 25 minutos numa festa de jardim em Downing Street, a sua residência oficial, em maio de 2020 durante um confinamento geral. Johnson alegou julgar tratar-se de um evento de trabalho. A confissão surgiu após a divulgação de um email pela estação televisiva ITV News onde Martin Reynolds, um dos assessores de Johnson, enviou um convite a mais de uma centena de pessoas, onde se pode ler “traga a sua bebida”. A Polícia Metropolitana de Londres já está a investigar o caso.

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