BRANDS' ECO Os edifícios não são eficientes. Qual a solução?

  • BRANDS' ECO
  • 2 Fevereiro 2022

A análise de quantidades massivas de dados e o cumprimento das metas de eficiência energética são alguns dos maiores desafios dos Gestores de Edifícios de comércio e serviços. Qual é a solução?

Os sistemas de automação e controlo de edifícios (SACE) são, por definição, sistemas que englobam todos os produtos, programas informáticos e serviços de engenharia suscetíveis de contribuir para o funcionamento económico, seguro e eficiente de um edifício através de comandos automáticos e de uma gestão manual mais fácil.

Os SACE são desde 2020, por decreto da Presidência do Conselho de Ministros, uma obrigação em todos os edifícios de comércio e serviços com potência nominal global igual ou superior a 290kW. Permitem consolidar numa plataforma de monitorização centralizada todos os sistemas existentes num edifício, centralizando todas as instalações técnicas em, pelo menos, uma interface homem/máquina.

Esta medida surge inserida nas políticas de melhoria do desempenho energético e regulação do Sistema de Certificação Energética de Edifícios, transpondo a Diretiva (UE) 2018/844 e parcialmente a Diretiva (UE) 2019/944.

Nada de novo. Na realidade os SACE existem há várias dezenas de anos, e têm sofrido uma significativa evolução nos últimos tempos, observada essencialmente na conectividade e partilha de dados. Deixou de ser uma ilha dentro do edifício para, através de protocolos standard, permitir a integração com todo o ecossistema. A normalização do uso das redes IP e de dispositivos IoT (internet das coisas) abriu um novo mundo de oportunidades. Conhecemos este novo paradigma como Smart Buildings.

"A forte dependência do fator humano nestes sistemas tão complexos é o maior obstáculo para reduzir de forma efetiva o consumo energético dentro dos edifícios, sem deixar de garantir que estes são locais confortáveis para os seus ocupantes. ”

O SACE continua, não obstante as crescentes funcionalidades, fortemente dependente do Gestor do Edifício, vulgarmente chamado de Facility Manager (FM), para analisar a cada vez maior quantidade de informação disponibilizada, e para aplicar esse conhecimento para uma gestão mais eficiente do seu edifício. O processamento e a análise de quantidades massivas de dados, um cada vez maior conhecimento e formação especializada nos novos sistemas de gestão são requisitos para um FM. Infelizmente, encontrar FMs qualificados e aptos para a correta exploração das novas tecnologias é difícil.

A acrescer a essa complexidade, a obrigatoriedade de descarbonizar o setor constitui um enorme desafio para os gestores de edifícios. Decorrentes da revisão de 2018 da norma EBPD, a aplicação da Norma EN15232 Classe B que obriga à implementação de SACE mais avançados e a definição de novos indicadores como o SRI (Smart Readiness indicator), são os novos desafios.

A forte dependência do fator humano nestes sistemas tão complexos é o maior obstáculo para reduzir de forma efetiva o consumo energético dentro dos edifícios, sem deixar de garantir que estes são locais confortáveis para os seus ocupantes. Em suma, os investimentos nestes sistemas per si não garantem o cumprimento das metas de eficiência energética. Sendo que os edifícios são responsáveis por 40% da energia consumida e por 36% das emissões de gases de carbono, é evidente a urgência da adoção de medidas mais eficazes.

O contributo da Inteligência Artificial

Se a dependência do operador é um obstáculo a uma gestão mais eficiente dos edifícios, resta aplicar novas tecnologias como a Inteligência Artificial para apoiar o FM a otimizar a operação do SACE.

Empresas como a Bandora já tiram partido dessas tecnologias. A Bandora desenvolve um sistema que visa tornar os edifícios autónomos para uma maior eficiência nas suas operações. O BandoraOM é um Facility Manager virtual, que corre sobre qualquer SACE existente. Utilizando tecnologias de Inteligência Artificial e Machine Learning, automatiza a decisão do FM “real”, efetuando em tempo real e em contínuo o micro ajuste das configurações dos sistemas. Deste modo, o AVAC, a iluminação e outros equipamentos, conseguem endereçar as necessidades de conforto dos seus ocupantes com o compromisso da eficiência energética, ao mesmo tempo que oferece ao FM uma visão integrada do comportamento do seu edifício.

Recentemente a Bandora apresentou um Caso de Referência num restaurante de uma cadeia de fast-food, em que foram atingidas reduções efetivas do consumo energético com a aplicação desta solução, sem necessidade de maiores investimentos em novos sistemas de automação ou substituição dos já existentes.

Este projeto tem o número 45299 e é co-financiado pelo FEDER.

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