Exclusivo IBM vai instalar quinto centro tecnológico em Portugal
IBM já está a trabalhar na instalação do quinto Centro de Inovação Tecnológica em Portugal, que se junta aos de Tomar, Viseu, Fundão e Portalegre: "Não é só Lisboa e Porto que têm boas universidades."
A decisão está tomada. A IBM vai mesmo instalar mais um Centro de Inovação Tecnológica em Portugal. O processo encontra-se em estudo e a localização ainda não foi escolhida. Mas, à semelhança dos quatro outros centros que tem no país, as sinergias com o ensino superior vão ser um fator de peso na escolha da empresa.
A informação foi avançada ao ECO pelo novo presidente da IBM Portugal: “Estamos a pensar em expandir mais um”, disse Ricardo Martinho, que assumiu a liderança da multinacional no mercado português no final do ano passado. “Temos em vista isso.”
O plano da IBM está condicionado à evolução da conjuntura, explicou o gestor. “Queremos deixar passar este momento da pandemia, que é um momento difícil e um momento em que a economia também está um pouco descentrada daquilo que é o seu foco”, afirmou. Quando entender que a situação é a adequada, a IBM continuará a “olhar para este tipo de crescimento”.
Foi em 2013 que a empresa instalou em Tomar o seu primeiro centro deste tipo no país, aproveitando as sinergias com o Instituto Politécnico do concelho. Mais de oito anos depois, o centro tomarense tem “cerca de 200 pessoas” a trabalhar, de acordo com números da empresa. Em Viseu, onde a IBM instalou um Centro de Inovação Tecnológica em 2016, foram criados 120 postos de trabalho.
Fundão em 2019 e Portalegre em 2020 foram os dois outros locais escolhidos para a instalação de centros da IBM. A estes junta-se o Centro de Serviços Partilhados em Braga, mas cuja operação é distinta dos restantes quatro.
“Não é só Lisboa ou o Porto que têm boas universidades. Temos aqui uma relação com outro tipo de pessoas e outro tipo de formações que enriquecem as equipas. Depois, queremos ser um catalisador de como funciona o mundo de uma forma melhor, e isso é ajudar também o país, para que tenha centros e uma economia mais dinâmica em áreas mais de interior e menos centrais”, explicou Ricardo Martinho, quando questionado acerca da importância desta descentralização para a empresa.
O responsável não se comprometeu com uma meta para contratações, pois é preciso haver projetos que ocupem as mãos disponíveis. “É uma questão de tamanho e está sempre relacionado com o que são os nossos projetos. Não podemos deixar de pensar que não queremos empregar pessoas para não estarem a fazer nada”, defendeu.
As informações transmitidas por Ricardo Martinho ao ECO representam uma evolução recente no pensamento do gestor, dado que, em novembro de 2021, disse numa entrevista ao Dinheiro Vivo: “Não temos um [novo centro] planeado.” Contudo, já nessa altura o responsável admitia: “Gostava que isso acontecesse.”
Ricardo Martinho lembrou também nessa entrevista que um dos seus antecessores, António Raposo de Lima, tinha prometido ao Presidente da República em 2016 a abertura de um centro de excelência da IBM nas regiões autónomas.
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