Sanções: Maiores seguradoras estatais da China avaliam exposição à Rússia

Depois de se opor ao estabelecimento de sanções internacionais contra a Rússia, no quadro da atual agressão militar à Ucrânia, afirmando tratar-se de medidas ineficazes, assumindo também que as relações económicas e comerciais com o agressor internacional são para manter, as autoridades chinesas deram instruções a, pelo menos, duas grandes seguradoras estatais para reverem os respetivos níveis de exposição (de negócios e carteiras de investimento) relativamente à Rússia, Ucrânia e, num dos casos, também à Bielorrússia, noticiou a agência Reuters.

A iniciativa dos reguladores financeiros chineses mostra como a segunda maior economia mundial procura, “atrás das cortinas”, minimizar os riscos a que as próprias instituições ficaram sujeitas, mesmo contrariando o esforço ocidental para travar a guerra contra a Ucrânia e isolar a Rússia do resto do mundo.

A CBIRC – China Banking and Insurance Regulatory Commission é o organismo de supervisão e é diretamente tutelado pelo banco central da República Popular. As instruções dirigidas às supervisionadas têm como objetivo avaliar o impacto das sanções sobre os negócios das seguradoras estatais e conhecer também os planos de contingência que estas companhias definiram para lidar com as consequências dos acontecimentos.

As seguradoras China Life, China Pacific e a People’s Insurance Company Group of China estão entre as maiores do país e gerem ativos de milhares de milhões de dólares. Informação oficial da representação chinesa na Rússia indica a PICC P&C, também estatal, como uma de oito instituições financeiras a operar na federação russa, mas a empresa disse que tem uma exposição pequena.

Outra fonte da agência de notícias internacional referiu que a parcela de investimentos das seguradoras em países estrangeiros é relativamente pequena. Mas, dados de inquérito referente a junho de 2020 indicavam um incremento anual de 38%.