Poucas Mulheres no topo dos seguros, bastante mais como diretoras

  • ECO Seguros
  • 7 Março 2022

Um em cada três cargos de direção de 1ª linha em empresas de seguros são ocupados por mulheres revela um estudo da Informa D&B. Em cargos de topo o setor está muito abaixo da média nacional.

Teresa Cardoso de Menezes, diretora geral da Informa D&B: “A igualdade de género é um dos objetivos de desenvolvimento sustentável que as Nações Unidas atribuíram às empresas, exigindo-lhes um sério compromisso com a mudança”.

As mulheres já ocupam um terço dos lugares de direção de 1º nível nas empresas de seguros em Portugal revelam dados do estudo ‘A Diversidade de Género nas Empresas em Portugal’, agora apresentado pela Informa D&B, que conclui ser a representação feminina bastante minoritária nos cargos de topo e de liderança no setor.

Em Portugal, não existem grandes diferenças de género na população ativa, afirma a Informa D&B, salientando que, apesar desse facto, estas diferenças são muito notórias nos cargos de gestão, direção e liderança. “Apesar da evolução registada nos últimos anos e do facto das mulheres corresponderem a cerca de 60% de todos os licenciados, a sua representação nestes cargos está ainda muito longe da paridade”, conclui a Informa D&B.

O estudo abrangeu as empresas ativas públicas ou privadas com pelo menos um gestor ou diretor executivo a 31 dezembro de 2021 e procurou encontrar diferenças de género em três níveis de responsabilidade hierárquica. ECOseguros solicitou ainda à Informa D&B um foco no setor segurador em comparação com a média nacional.

Diversidade de género nas empresas de seguros vs. média das empresas nacionais

Assim, em cargos de direção executiva, considerados como direções de 1ª linha, o estudo revelou que o setor segurador conta com 32,7% de mulheres enquanto o conjunto das empresas portuguesas se fica por 28,3%. Em cargos de gestão, respeitantes a órgãos de gestão, administração e gerência, as empresas de seguros apenas contam com 14,8% de mulheres muito abaixo dos 29,7% de média nacional. Finalmente, nos cargos de liderança, que considera funções de primeiro gestor como Presidente do Conselho de Administração e Gerente, o setor segurador conta com apenas 12,7% de mulheres enquanto o conjunto das empresas portuguesas já atinge 26,8%.

“A igualdade de género é um dos objetivos de desenvolvimento sustentável que as Nações Unidas atribuíram às empresas, exigindo-lhes um sério compromisso com a mudança”, comenta Teresa Cardoso de Menezes, diretora geral da Informa D&B, “com o conhecimento que temos do tecido empresarial, queremos contribuir para esta mudança, mostrando as realizações das empresas que caminham nesse sentido”, conclui.

Em relação à totalidade das empresas, conclusões extraídas do estudo pela Informa D&B indicam:

  • No universo das empresas comerciais em Portugal, as mulheres representam 41,5% de um total de cerca de 2,8 milhões de empregos, valor que recuou 1% desde 2019;
  • Nos cargos de direção, cargos de gestão e cargos de liderança, a situação da participação feminina praticamente não mostra evolução face a 2019, com a representação de mulheres nestes cargos a registar, respetivamente, 28,3% (+0,1%), 29,7% (-0,2%) e 26,8% (+0,2%);
  • Em 2021, nas quase 40 mil empresas criadas em Portugal, 27% têm liderança feminina, valor 1% superior ao de 2019;
  • As presidências dos Conselhos de Administração das sociedades anónimas são ocupadas por mulheres em apenas 16,4% dos casos, que corresponde aos mesmos valores registados em 2019. Os cargos de Direção Geral são ocupados por mulheres em 13,1% dos casos, mais 1,7% que em 2019;
  • Nas empresas cotadas, a representação de mulheres nos conselhos de administração é de 22,6%, apesar da lei de 2017 que prevê a representação equilibrada entre mulheres e homens nos órgãos de administração e de fiscalização das entidades do setor público empresarial e das empresas cotadas em bolsa. Estes valores da representação feminina, ainda que não atinjam sequer um quarto da representação, traduzem uma evolução positiva, já que há 10 anos, em 2011, era de apenas 5,7%;
  • A representatividade de mulheres em cargos de gestão é menor nas empresas de maior dimensão e cresce à medida que as empresas diminuem de dimensão. Nas grandes empresas, apenas 19% dos cargos de gestão são ocupados por mulheres, enquanto nas microempresas esse valor é de 31%;
  • Serviços gerais, Alojamento e restauração e Retalho são os 3 setores com maior percentagem de emprego feminino, todos com mais de 50%, e são também aqueles onde há mais mulheres a ocupar cargos de gestão. Ainda assim, nos Serviços gerais os cargos de gestão feminina não chegam aos 50% e nos outros 2 setores é de apenas um terço;
  • Construção, Tecnologias de informação e comunicação e Energias e ambiente são os setores onde a presença de homens em cargos de gestão é maior, com 82% em todos eles. Construção (89%), Transportes (80%) e Energia e ambiente (76%) são os setores onde é maior a representação masculina no emprego;
  • Nos cargos de direção executiva das empresas, apenas a direção de Qualidade/Técnica e a direção de Recursos Humanos têm as mulheres em maioria, respetivamente com 59% e 57%. No extremo oposto, há áreas diretivas com uma representação feminina muito inferior à masculina, como são os casos das direções Comercial, Operações/Produção, Geral e Sistemas de Informação, onde a presença de mulheres é sempre inferior a 20%;
  • A representação feminina em cargos de direção executiva evoluiu positivamente na maioria das áreas, sendo, no entanto, uma evolução lenta e que deixa a situação bastante distante da paridade;
  • Quando estão à frente das empresas, as mulheres revelam maior atenção à diversidade de género. Nas empresas com liderança feminina, apenas 23% das equipas de gestão são exclusivamente femininas e 77% são equipas mistas. Nas empresas lideradas por homens, mais de metade (52%) das equipas de gestão são compostas exclusivamente por homens.

A Informa D&B identifica-se como líder em Portugal e Espanha na oferta de informação e conhecimento sobre o tecido empresarial. A empresa refere que a informação por si produzida é utilizada em Portugal por 95% das entidades bancárias, 45% das grandes empresas e 21% das PME, servindo mais de 450 mil utilizadores, que consultam anualmente mais de três milhões de relatórios sobre empresas, através das marcas Informa e Einforma.

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