Netflix quer cobrar mais a quem tenta pagar mensalidade a meias

Depois de aumentar os preços nos EUA e Canadá, a Netflix vai agora apertar o controlo para detetar utilizadores que partilhem acesso à conta com pessoas fora de casa, avançou esta sexta-feira o The Wall Street Journal (acesso condicionado).

Antes da medida afetar a generalidade dos países, ainda será testada nas próximas semanas no Chile, Costa Rica e Peru. Ou seja, os aderentes ao serviço poderão adicionar subcontas de até duas pessoas fora da sua residência, mas por um custo adicional, avançou Chengyi Long, diretora de inovação de produtos da Netflix. Na Costa Rica, o valor adicional será de 2,99 dólares, sendo cobrado o equivalente local no Chile e no Peru.

Em março de 2021, a Netflix já tinha apertado as medidas de segurança ao solicitar que alguns dos seus utilizadores verificassem a sua identidade através de uma mensagem de texto.

“Embora estes [planos familiares] tenham sido bastante populares, eles criaram também alguma confusão sobre quando e como a Netflix pode ser partilhada”, disse Chengyi Long. “Como resultado, as contas estão a ser partilhadas entre famílias, afetando a nossa capacidade de investir em novas séries e filmes”, acrescentou.

Atualmente, é tecnicamente possível partilhar uma conta Netflix com terceiros fora do agregado, uma prática comum mesmo em Portugal. Mas é contra as regras da plataforma.

Em janeiro, a empresa projetou um aumento de 2,5 milhões de subscritores para o primeiro trimestre do ano, um aumento reduzido face aos 4 milhões registados em período homólogo do ano anterior. Já no último trimestre de 2021, a Netflix também ficou abaixo dos 8,5 milhões novos subscritores inicialmente projetados, tendo atingido apenas 8,3 milhões.

Na origem destes resultados está uma crescente concorrência por parte de serviços como HBO+ ou Disney+, bem como constrangimentos causados pela pandemia.