Munich Re faz 1ª divulgação alinhada com Taxonomia UE e quer 3,3 mil milhões de lucro em 2022

  • ECO Seguros
  • 24 Março 2022

Reconhecendo que mais de metade do negocio não Vida é elegível para aplicação do Regulamento UE, 45% das atividades (re)seguradas não contribuem para o processo de adaptação à transição climática.

No relatório financeiro em que publica indicadores 2021, a Munich Re incluiu um primeiro exercício de reporte público das responsabilidades e investimentos elegíveis (ou alinhados) com os critérios da Taxonomia europeia para as finanças sustentáveis.

Neste primeiro reporte de sempre por parte do grupo (re)segurador germânico na ótica do Regulamento europeu, a companhia assume que apenas os negócios de não-Vida são relevantes para a abordagem. Partindo deste pressuposto, a Munich Re revela que, em termos do negócio (volume bruto de prémios emitidos do ramo não-Vida), cerca de 55% da receita abrange linhas de negócios elegíveis para aplicação da taxonomia, detalha um documento da companhia.

De um total de 37,3 mil milhões de euros de prémios não Vida (onde se incluem acidentes trabalho; marítimo; aviação e transporte; seguro automóvel além de responsabilidade civil obrigatória; incêndio e outros danos em coisas e bens), cerca de 45% da receita respeita a atividades que não contribuem para o processo adaptativo de transição climática ou refere-se a linhas de negócio não explicitamente relacionadas com riscos de alterações e perigos climáticos.

Quanto aos investimentos e recordando que a Taxonomia exclui obrigações soberanas (dívida pública), investimentos similares e outros ativos equivalentes, a Munich Re adianta que, de um total de 152,8 mil milhões de euros (deduzidos de dívida pública), 91% dos investimentos (da sua carteira) não é elegível para a aplicação do regulamento, e explica: uma parte por não apresentar exposição ao nível da União Europeia; outra parcela por representar exposição a entidades europeias que ainda não publicaram os respetivos dados de taxonomia (grande parte só o fará no reporte relativo a 2022); e outra ainda, porque, tratando-se de investimentos elegíveis para a taxonomia não levanta problemas.

Em consequência, nos 9% restantes, os investimentos referem-se a ativos florestais, imobiliário, empréstimos hipotecários a particulares. De qualquer modo, a resseguradora assume que os investimentos sujeitos à taxonomia deverão apresentar, em 2023, um valor superior ao estimado para 2021. De resto, a Munich Re também antecipa que, em 2023, o negócio não Vida alinhado com os critérios da sustentabilidade climática terá volume de prémios “claramente inferior” ao valor elegível para aplicação da Taxonomia.

Volume de prémios recorde em 2021

Maior do mundo em volume de prémios de resseguro, a companhia fixou em 2021 recorde perto de 60 mil milhões de euros em prémios e quer 3,3 mil milhões de euros de lucros em 2022, dois dígitos de crescimento. O grupo encerrou 2021 com lucros de 2,93 mil milhões de euros, acima do objetivo (2,8 mil milhões) e a beneficiar sobretudo do desempenho alcançado no último trimestre do ano (871 milhões), período em que quadruplicou o resultado líquido de um ano antes.

Salientando excelente arranque para cumprimento de metas do programa estratégico, Joachim Wenning, chair da Munich Re, afirmou: “o nosso plano estratégico Ambition 2025 teve muito bom início e já está a acelerar. Impulsionados por este momentum, estamos determinados em aproveitar o ambiente favorável do mercado para aumentar o lucro até 3,3 mil milhões de euros em 2022.”

Para a Ergo, subsidiária integral de seguros do grupo germânico, a estimativa antecipada aponta para 18,5 mil milhões em receita de prémios (18,2 mil milhões em 2021), com rácio combinado de 92% no negócio internacional (não Vida) e lucro consolidado a rondar 600 milhões de euros, praticamente estabilizado face ao conseguido em 2021.

O resultado de 2021 representou incremento superior a 140% face ao ano anterior e a companhia cresceu 8,5% em volume bruto de prémios, atingindo 59,57 mil milhões de euros, um recorde na história da Münchener Rück, realçou num comunicado. Salientando que as previsões apresentadas estão condicionadas por incerteza considerável, o grupo germânico espera que o seu negócio ressegurador alcance 42,5 mil milhões em prémios (rácio combinado de 94% no resseguro P&C) e lucro a rondar 2,7 mil milhões de euros.

 

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