Seguros pagaram 1 674 euros a cada europeu no 1º ano da pandemia
Portugal compara bem com outros mercados, evidenciando 3º maior crescimento nos seguros de Saúde, mas liderou quebra relativa em prémios Vida, segundo indicadores da federação europeia do setor.
As seguradoras europeias desembolsaram 2,8 mil milhões de euros por dia, em 2020, a indemnizar sinistros e em pagamento benefícios, 3,7% ou 100 milhões de euros por dia a mais do que em 2019. Desta fatura diária, que somou mais de 1 bilião de euros no final do primeiro ano da pandemia (Covid-19), as seguradoras europeias desembolsaram 1 674 euros por cada cliente em 2020, indica estatística da federação europeia de seguro e resseguro (Insurance Europe).
O desembolso (1,01 biliões de euros) repartiu-se em 593 mil milhões por prestações no ramo Vida (benefícios pagos, incluindo resgates), 272 mil milhões de euros por sinistros de não-Vida e 130 mil milhões em despesas de Saúde, revela o relatório “European Insurance in Figures”.
Do outro lado da conta, o volume bruto total de prémios de seguro emitido ascendeu a 1,3 biliões de euros, em declínio de 4% relativamente a 2019 e a decompor-se em 668 mil milhões em prémios e contribuições Vida (-9,6% do que em 2019), 419 mil milhões de euros em não Vida (+2,8%) e 173 mil milhões em seguros Saúde (+3,4%).
Os dados estatísticos da Insurance Europe permitem comparar a posição de Portugal, em 2020, em termos relativos e face a outros mercados:
- Prémios Vida: 1º em quebra anual de receita de prémios (-34,8%), à frente de Espanha (-20,5%) e França (-20%);
- Seguro de Saúde: 3ª maior subida anual (+8,2%), precedido apenas da Roménia (+21,2%) e Grécia (+9,5%);
- Distribuição (ramo Vida): 3º lugar em peso de bancassurance, atrás de Turquia e Malta. Em 2019, o canal bancassurance pesava 77,9% na estrutura da distribuição em Portugal, só precedido de Malta (79,8%);
- Distribuição (ramo não Vida): 5º mercado da UE com maior peso de agentes e corretores. Em Portugal, o canal mediação colocou cerca de 57% dos prémios, com Itália (74%) e Polónia (62%) na frente, seguindo-se Luxemburgo e Alemanha, onde a mediação fez menos de 60% das vendas.
Representando consumo médio de 2 093 euros per capita na Europa, mais de metade para proteção Vida (1,1 mil euros), o índice de densidade de seguros (gasto médio por habitante) variou entre 123 euros/pessoa (na Turquia) e mais de 5 mil euros/habitante em países como Dinamarca, Luxemburgo e Suíça. Outro indicador a mostrar ampla variação no espaço económico europeu é a taxa de penetração de seguros (volume bruto de prémios/pib) que, rondando 7,4% no conjunto da Europa, varia de 1,2% (na Roménia), para um rácio superior a 11%, por exemplo, na Dinamarca.
A Insurance Europe representa 33 associações nacionais que em conjunto pesam mais de 90% da receita total de seguro e resseguro no continente europeu, uma indústria com 922 mil empregos diretos no ano reportado. Como investidor institucional, o total de ativos sob gestão das empresas do setor cresceu 1,6% anual, de 10,4 biliões de euros em 2019 para uma carteira de investimento que totalizou 10 600 000 000 000 euros no primeiro ano da pandemia, indica o documento da setorial europeia.
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