Pedro Sanchez e Mark Rutte apelam à unidade da Europa
Os primeiros-ministros espanhol e dos Países Baixos reuniram-se por ocasião da celebração da XVI Palestra Memorial Carlos de Antuérpia, em Madrid.
Uma semana depois de Mark Rutte, primeiro-ministro dos Países Baixos, ter frustrado as esperanças do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, de alcançar um acordo europeu sobre energia para enfrentar a crise atual, os dois líderes reuniram-se por ocasião da celebração da XVI Palestra Memorial Carlos de Antuérpia, noticia a Servimedia.
Sob o título “Uma resposta europeia à nova realidade”, a palestra, dada por Mark Rutte no Museu do Prado, em Madrid, incluiu também a participação da empresa de consultoria holandesa Metyis.
O Global Partner & Country Leader da empresa em Espanha, José Antonio Bueno, salientou durante o evento que Espanha precisa da Europa para enfrentar a crise atual e deve posicionar-se como uma peça chave para a União Europeia superar a sua dependência energética. “Espanha tem muita capacidade para regaseificar, armazenar e distribuir gás importado, podemos gerar hidrogénio verde e, claro, o nosso precioso sol pode ser utilizado não só para passar umas boas férias, mas também para gerar energia renovável”, disse o responsável, citado pela Servimedia.
A crise energética foi um dos maiores desafios destacados por Pedro Sánchez e Mark Rutte durante os seus discursos, além de ter sido o foco do último desacordo entre os dois líderes europeus. Durante o seu discurso, o primeiro-ministro espanhol apelou à unidade europeia para enfrentar as “consequências económicas da guerra. A União Europeia é mais forte depois de cada desafio que enfrentamos”, e argumentou que a situação atual é uma oportunidade para repensar os estereótipos e antagonismos que apresentam uma União Europeia dividida entre o norte e o sul com interesses conflituosos. Espanha e os Países Baixos partilham uma história comum e, embora haja diferenças, ambos os países “têm muitos pontos em comum”. Sánchez salientou também que é necessário “mostrar flexibilidade nas principais questões da Europa”.
Por seu lado, o primeiro-ministro dos Países Baixos declarou durante o seu discurso que “as circunstâncias da Europa mudaram e surgiram problemas que eram impensáveis até agora, e como responder a isso será o que nos define”, em referência à guerra na Ucrânia, e salientou que “a Europa tem de formular uma resposta enérgica. As ameaças que temos hoje não vão desaparecer, por isso temos de olhar para o longo prazo e temos de construir uma União Europeia mais forte e uma NATO mais forte”, referiu, citado pela agência de notícias espanhola.
Para o efeito, Mark Rutte referiu-se a três grandes desafios que devem ser enfrentados para o conseguir: o desafio económico, para o qual defendeu investimentos inteligentes e as reformas estruturais propostas pelos fundos de solidariedade Next Generation; a dependência energética da Europa, na qual salientou a necessidade “estratégica” de ligar a Península Ibérica à rede energética europeia e apontou as energias renováveis, em que a Espanha é líder, como resposta a longo prazo; e a necessidade de alcançar uma União Europeia com mais presença e peso na NATO. “Temos de investir mais na defesa e aumentar a nossa capacidade de dissuasão”, afirmou.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Pedro Sanchez e Mark Rutte apelam à unidade da Europa
{{ noCommentsLabel }}