Teerão ameaça alvos norte-americanos no Médio Oriente. EUA pedem “vigilância redobrada” aos cidadãos em todo o mundo

  • Lusa
  • 23 Junho 2025

Porta-voz das forças armadas iranianas antecipa "operações poderosas e orientadas". Departamento de Estado aconselha cidadãos norte-americanos de todo o mundo a "exercerem vigilância redobrada".

O Irão voltou esta segunda-feira a ameaçar os Estados Unidos da América com uma ação militar em resposta ao ataque norte-americano sem precedentes contra as instalações nucleares iranianas.

O porta-voz das Forças Armadas iranianas, Ebrahim Zolfaghari disse que o “ato hostil” dos Estados Unidos vai alargar o âmbito dos alvos legítimos do Irão, provocando o prolongamento da guerra na região do Médio Oriente.

“Os combatentes do Islão vão infligir consequências pesadas e imprevisíveis através de operações poderosas e orientadas”, acrescentou o mesmo porta-voz numa mensagem difundida pela televisão estatal iraniana.

Anteriormente, um conselheiro do ayatollah Ali Khamenei, o líder supremo do Irão, afirmou que os Estados Unidos já não têm lugar no Médio Oriente e que devem esperar “consequências irreparáveis” na sequência do ataque de sábado à noite.

Ali Akbar Velayati, citado pela agência oficial Irna, avisou que as bases militares utilizadas pelas forças norte-americanas para lançar ataques contra as instalações nucleares iranianas podem vir a ser consideradas “alvos legítimos”.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instou Teerão a pôr fim ao conflito após o ataque surpresa realizado no sábado à noite com bombardeiros estratégicos B-2.

Os ataques visaram uma instalação subterrânea de enriquecimento de urânio em Fordo, bem como instalações em Isfahan e Natanz, onde a extensão dos danos ainda não foi avaliada.

Os acontecimentos do fim de semana aumentaram os receios de um encerramento do Estreito de Ormuz, ao largo da costa do Irão, por onde é transportado quase 20% do petróleo mundial. Esta segunda-feira, os preços do petróleo subiram quase 6%.

EUA pedem “vigilância redobrada” aos cidadãos em todo o mundo

As autoridades norte-americanas pediram aos seus cidadãos “vigilância redobrada” em todo o mundo, após os seus bombardeamentos contra instalações nucleares iranianas, que podem levar a retaliações do regime da República Islâmica.

Num aviso divulgado na noite de domingo nos Estados Unidos (madrugada de hoje em Lisboa), o Departamento de Estado “aconselha os cidadãos norte-americanos de todo o mundo a exercerem vigilância redobrada”.

A diplomacia de Washington aponta, em concreto, “o potencial para protestos contra cidadãos e interesses norte-americanos no estrangeiro”.

O aviso refere que o conflito lançado por Israel, em 13 de junho, contra o Irão resultou em interrupções nas viagens e no encerramento temporário do espaço aéreo em todo o Médio Oriente, e aconselha os seus cidadãos a que tenham “mais cautela”.

No domingo, os Estados Unidos ordenaram a retirada de famílias e funcionários não essenciais da sua embaixada em Beirute, “devido ao clima volátil e imprevisível na região”, segundo um comunicado da sua representação na capital libanesa.

Washington mantém também um alerta oficial desaconselhando todas as viagens para o Líbano, onde o grupo xiita Hezbollah, aliado de Teerão, condenou o ataque “bárbaro e traiçoeiro” norte-americano contra instalações nucleares iranianas, advertindo que pode arrastar a região e o mundo inteiro para uma “espiral desconhecida”, a menos que haja “ação internacional de dissuasão”.

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Mario Picazo lança um aviso sobre as alterações climáticas no eForum 2025: “Temos de nos adaptar porque queremos salvar vidas e salvar economias”

  • Servimedia
  • 23 Junho 2025

Sublinhou a urgência de agir contra este fenómeno e salientou que “os verões serão cada vez mais difíceis de suportar” nos próximos anos, dizendo que “não é tempo de esperar, é tempo de transformar".

O meteorologista e divulgador da ciência Mario Picazo abriu a primeira sessão do eForum eMallorca Experience 2025 com uma mensagem clara e contundente sobre as alterações climáticas: “Temos de nos adaptar porque queremos salvar vidas e economias”.

Picazo analisou os principais indicadores científicos que alertam para o aquecimento do Mediterrâneo e para o impacto crescente dos fenómenos climáticos extremos. Sublinhou a necessidade de aplicar políticas de mitigação a curto prazo e abordou a forma como a adaptação deve ser acompanhada por mudanças nos modelos urbanos, no consumo de energia, na gestão do turismo e na utilização responsável dos recursos. “Temos de agir no quotidiano: a energia que utilizamos, os hábitos que mantemos e a forma como abordamos a digitalização sem custos ambientais excessivos”, afirmou.

A sessão de abertura foi moderada por María García de la Fuente, presidente da Associação de Jornalistas de Informação Ambiental, que sublinhou a importância do jornalismo especializado na luta contra as alterações climáticas: “Não basta dar o microfone a qualquer pessoa. Não basta dar o microfone a qualquer pessoa. Precisamos de informação correta para tomar decisões responsáveis.

Álvaro Rodríguez, representante do The Climate Reality Project em Espanha, fez um discurso forte, no qual sublinhou que “todos os dias enviamos 175 milhões de toneladas de CO₂ para a atmosfera” e que “as alterações climáticas não são ideologia ou economia, são física”. Por conseguinte, apelou a uma ação urgente e decisiva para mitigar os efeitos das alterações climáticas.

O Professor Enrique Morán, da Universidade das Ilhas Baleares, analisou a situação dos aquíferos nas Ilhas Baleares e a ameaça de desertificação, sublinhando que “a pressão urbana e turística está a reduzir a capacidade do solo para sustentar a vida” e que 75% da água utilizada na ilha provém de aquíferos em estado preocupante.

A Diretora de Energia do Ciemat, Mercedes Ballesteros, abordou os desafios da transição energética em Espanha, uma vez que “quase metade da energia consumida no país ainda é de origem fóssil”, e sublinhou que as energias renováveis “não só são a via mais limpa, como também a mais rentável”, mas que é necessário um quadro de políticas estáveis para promover o investimento.

Por seu lado, o presidente da Câmara de Palma, Jaime Martínez, encerrou a conferência reafirmando o compromisso da cidade com uma “cidade verde e inteligente” e sublinhou a importância de iniciativas como a Baía de Inovação Cultural de Palma como motor de inovação e sustentabilidade através da colaboração público-privada.

O eForum 2025 é uma iniciativa organizada pela eMallorca Experience e conta com o apoio da Fundação de Turismo de Maiorca do Consell de Mallorca, atualmente Fundação de Turismo Responsável de Maiorca, bem como de outras entidades importantes, como o Departamento de Empresas, Emprego e Energia, os Portos das Ilhas Baleares e Melchor Mascaró.

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Hoje nas notícias: auditoria, contas públicas e hidrogénio

  • ECO
  • 23 Junho 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A partir de 2027, a PwC deverá substituir a EY como auditora da CGD, enquanto o Santander contratou uma auditora fora das big four. A redução do IRS e o reforço da despesa militar vão pesar 1,7 mil milhões de euros nas contas públicas. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta segunda-feira.

Mudanças na auditoria aos bancos: Caixa quer PwC, Santander contrata BDO

Desde que Paulo Macedo passou a liderar a Caixa Geral de Depósitos em 2017, a auditora responsável pela certificação das contas do banco público tem sido a Ernst & Young. Mas, como as regras dos revisores oficiais de contas impedem uma sociedade de estar mais de 10 anos naquelas funções na mesma empresa, a EY só poderá estar em funções até 2027, ano a partir do qual Paulo Macedo já propôs ao Governo selecionar a PwC para auditora. A PwC, por outro lado, está de saída do Santander, que já selecionou uma nova sociedade revisora oficial de contas para 2026 e 2027: a BDO, a quinta maior empresa mundial no mundo da auditoria.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Novas medidas do Governo pressionam contas em 0,6% do PIB

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, garante que “o país vai ter um excedente orçamental, a menos que aconteça algo absolutamente inesperado, quase ao nível de uma pandemia”. A estimativa do Governo aponta para um excedente de 0,3% do PIB em 2025, mas a descida do IRS em 500 milhões de euros e o reforço do investimento militar para cumprir a meta da NATO já este ano vão pressionar as contas públicas em 0,6% do PIB, cerca de 1,7 mil milhões de euros. A “tábua de salvação” pode ser uma receita extra proveniente de dividendos inesperados do Novobanco.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Projeto de 2,8 mil milhões no hidrogénio arranca em Sines em 2029

O projeto MadoquaPower2X, que visa a produção de hidrogénio renovável (H2) e de amoníaco renovável (NH3), deverá arrancar a produção em 2029, num investimento total de 2,8 mil milhões de euros. O promotor — um consórcio formado pelos portugueses da Madoqua Renewables, os neerlandeses da Power2X e os dinamarqueses da Copenhagen Infrastructure Partners (CIP) — planeia iniciar a construção no início de 2027 para estar concluída no final desse ano. Depois, ao longo de 2028, o projeto estará em fase de comissionamento.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Corrida da banca às garantias do Banco de Fomento para a exportação

O Banco de Fomento enviou 37 mil garantias pré-aprovadas a micro, pequenas e médias empresas, tendo sido descarregadas pelos bancos comerciais quase 200 mil no espaço de apenas 48 horas. Esta tática já tinha sido utilizada para acelerar a execução do BPF Invest EU e agora repete-se com a chegada do BFP Export, uma linha de 2,1 mil milhões de euros, numa primeira fase, com que Portugal procurou dar resposta aos impactos das tarifas anunciadas por Donald Trump.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso indisponível)

Disparam na Segurança Social pedidos para controlar reformas

Desde o início do ano, foram emitidas mais de 375 mil declarações pela Segurança Social com detalhes da carreira contributiva, isto é, com os valores descontados pelos trabalhadores, por mês ou por ano, e por entidade entidade patronal. A Declaração de Extrato da Carreira Contributiva passou a poder ser obtida online, permitindo não só a consulta mas também a impressão de todos os descontos, bem como a entrega do próprio pedido de revisão no caso de o beneficiário detetar falhas de informação. Esta informação é essencial, por exemplo, para a atribuição de prestações sociais ou a fixação do valor da pensão.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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Rossana Gama: “Utilizamos a perfumaria para alertar para a perda da beleza natural e dos seus aromas devido à poluição”

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  • 23 Junho 2025

A country manager do Grupo Boticário Portugal fala do mais recente projeto de consciência ambiental “Extinto”, que recria os aromas de biomas ameaçados pela poluição.

A que cheiram os lugares mais deslumbrantes do mundo? A beleza da floresta asiática de Sundarbans, na Índia, ou da ilha de Madagáscar vai muito além daquilo que a vista pode alcançar ou das texturas que podemos tocar. Está também nos aromas que são possíveis apreciar e que se degradam devido à poluição e à ação humana.

O lixo marinho continua a ser um dos principais problemas ambientais das praias portuguesas. De acordo com o Relatório do Estado do Ambiente 2024, da Agência Portuguesa do Ambiente, o plástico representa 88% dos resíduos encontrados. Este não é um desafio exclusivo de Portugal, repetindo-se em várias partes do mundo, ameaçando a biodiversidade.

Para alertar para a importância de preservar ecossistemas naturais únicos, O Boticário, marca brasileira de cosméticos do Grupo Boticário, lança “Extinto”, um projeto que procura alertar para a urgência da preservação da biodiversidade através do olfato. “Queríamos criar uma experiência que demonstrasse a urgência de mudar os nossos hábitos de consumo e descarte. A mensagem é clara: ou agimos agora, ou a poluição por resíduos sólidos pode fazer desaparecer a beleza e o cheiro original dos lugares mais deslumbrantes do mundo”, explica Rossana Gama, country manager do Grupo Boticário Portugal.

A iniciativa apresenta cinco fragrâncias, não comercializadas, inspiradas em cinco biomas em risco de desaparecer, e reforça o compromisso do Grupo Boticário, considerada uma das empresas mais sustentáveis do mundo pelo índice S&P Global, com a sustentabilidade, no âmbito da sua estratégia ESG.

Nesta entrevista, Rossana Gama explica como surgiu a ideia do projeto, a tecnologia utilizada para captar os aromas e outras iniciativas sustentáveis que a marca O Boticário acaba de lançar em Portugal, como o Boti Recicla, em parceria com a Sociedade Ponto Verde.

Rossana Gama, country manager do Grupo Boticário Portugal
A beleza, e a perfumaria em particular, sempre tiveram uma ligação forte com a natureza. Ligação essa que, hoje, está também marcada pela urgência da preservação. Como é que vê esta dualidade?

Vemos esta dualidade como uma responsabilidade e uma oportunidade. A ligação intrínseca entre a beleza, a perfumaria e a natureza é inegável; a natureza é a nossa maior fonte de inspiração e ingredientes. No entanto, a urgência da preservação é uma realidade que não podemos ignorar. Para O Boticário, esta dualidade traduz-se num compromisso indispensável com a sustentabilidade, que é também um pilar do Grupo Boticário. Não se trata apenas de criar produtos que realcem a beleza, mas de o fazer de forma consciente e responsável, minimizando o nosso impacto e contribuindo ativamente para a conservação. Projetos como o “Extinto” são a materialização desta visão: utilizamos a perfumaria, um sentido tão ligado à memória e à emoção, para alertar para a perda da beleza natural e dos seus aromas devido à poluição aquática. É uma forma de transformar a nossa paixão pela perfumaria numa ferramenta de sensibilização e mudança, sublinhando que a verdadeira beleza só é completa quando é sustentável e respeita o planeta.

Instalação “Extinto” em Lisboa

A iniciativa “Extinto” desdobra-se numa instalação, que poderá visitar até 22 de junho, na LX Factory, em Lisboa, das 11h às 20h, com entrada gratuita. A exposição segue depois para a loja Boticário Lab, no CascaiShopping, onde permanecerá durante mais duas semanas.

O Brasil, o berço do Boticário, é um dos países com maior biodiversidade do mundo. De que forma esta riqueza natural influencia a filosofia da marca e como é transportada para mercados internacionais, como Portugal?

A riqueza natural do Brasil influencia profundamente a filosofia do Boticário, que tem a sustentabilidade no seu ADN. Esta ligação manifesta-se na nossa constante procura por soluções que minimizem o impacto dos resíduos, na inovação estratégica e no compromisso com a conservação da biodiversidade.

Para mercados internacionais como Portugal, esta filosofia é transportada através de iniciativas e projetos que refletem a visão global da marca no que diz respeito à sustentabilidade. O projeto “Extinto” é um exemplo claro, pois, embora tenha tido a sua primeira fragrância inspirada na Baía de Guanabara no Brasil, a sua mensagem de alerta para a poluição e a perda de aromas de ecossistemas ameaçados é universal.

“Extinto” é apresentado como um “alerta sensorial”, com fragrâncias inspiradas em ecossistemas ameaçados. Como surgiu a ideia para o projeto e como selecionaram os cinco biomas representados?

A ideia para o projeto “Extinto” surgiu da nossa preocupação com a crescente perda da beleza e do aroma de ecossistemas preciosos devido à poluição e ao descarte incorreto de resíduos. No Boticário, a procura por soluções que minimizem o impacto dos resíduos é um pilar estratégico da nossa inovação. Há mais de 15 anos, investimos em logística inversa e mobilizamos a sociedade para a reciclagem. No entanto, sentíamos a necessidade de lançar um projeto de maior escala que pudesse gerar um alerta mais contundente e sensorial.

Foi assim que nasceu “Extinto”: uma iniciativa que utiliza o olfato como um poderoso agente de transformação. Queríamos criar uma experiência que demonstrasse a urgência de mudar os nossos hábitos de consumo e descarte. A mensagem é clara: ou agimos agora, ou a poluição por resíduos sólidos pode fazer desaparecer a beleza e o cheiro original dos lugares mais deslumbrantes do mundo. Esta abordagem permitiu-nos dar vida a perfumes que, de outra forma, estariam dissipados, e assim, reforçar o alerta para a preservação da biodiversidade. Os biomas foram selecionados pela sua representatividade em termos de ameaça e pela possibilidade de, através da recriação olfativa, sensibilizar para a urgência de proteger estes ecossistemas únicos antes que o seu cheiro e beleza se percam para sempre.

Os aromas dos ecossistemas ameaçados

Os cinco perfumes, que não serão comercializados, celebram a riqueza olfativa de cinco cantos do mundo:

· O exclusivo Acorde Mata de Guanabara é uma fragrância criada a partir de notas que expressam a frescura das águas e o verde exuberante das florestas. Apresenta um efeito orvalhado e celebra a grandiosidade e a beleza da natureza preservada da Baía de Guanabara. É uma fragrância vegana, com 93% de ingredientes de origem totalmente natural.

· Outra das fragrâncias do Extinto é o Jasmim Sambac. Inspirado na floresta asiática Sundarbans, é um perfume refrescado por davana e manjericão, retratando toda a beleza exótica da Índia.

· Por outro lado, o Madagascar, proveniente da ilha africana, representa a beleza do continente, com as suas paisagens e florestas. Este perfume apresenta uma essência a baunilha, uma vez que é em solo africano, particularmente em Madagascar, que se produzem as melhores baunilhas do mundo.

· Já o East Arnhem, inspirado na Austrália, revela uma fragrância amadeirada, homenageando a exuberante natureza do país, com as suas formações exóticas e lagos rosados. A região é constantemente invadida por resíduos plásticos trazidos pelas correntes, comprovando que não existem fronteiras para o lixo.

· Por último, a fragrância que destaca a Calábria, imersa em parte pelo mar Mediterrâneo, um dos mais poluídos do mundo, transmite o frescor cítrico que contrasta com a sua estrutura com notas florais e orientais, capturando a essência das verdes paisagens italianas.

 

O projeto utiliza tecnologia headspace para capturar a memória olfativa de ecossistemas antes do impacto da poluição. Pode explicar, de forma simples, como funciona esta tecnologia?

A tecnologia headspace é crucial para o projeto “Extinto”, permitindo-nos resgatar a “memória olfativa” de ecossistemas de forma não invasiva. De um modo simplificado, o processo envolve a utilização de uma agulha retrátil, equipada com um polímero na ponta, que é capaz de “aspirar” e capturar as moléculas aromáticas presentes no ar de um determinado local. Esta amostra é, posteriormente, analisada em laboratório por um cromatógrafo de massa. Este equipamento tem a capacidade de identificar e “ler” todos os compostos aromáticos presentes no momento da recolha. Com base nesta “leitura” detalhada, os nossos perfumistas conseguem recriar fielmente o cheiro original desse local, sem qualquer agressão ao meio ambiente ou às espécies.

O desenvolvimento da primeira fragrância, inspirada na Baía de Guanabara, demorou mais de seis meses. Para as restantes fragrâncias, o processo foi adaptado: selecionámos ingredientes icónicos de cada região, considerando não só o seu perfil olfativo, mas também a sua ligação cultural e biodiversidade local, bem como as particularidades climáticas. Esta abordagem mais ágil permitiu-nos, em cerca de três meses, transformar estas inspirações em aromas que capturam a essência de cada local.

Qual o papel de “Extinto” na estratégia de sustentabilidade do Boticário?

O projeto “Extinto” representa um marco na forma como O Boticário se posiciona e interage com a sociedade em questões ambientais. Longe de ser uma ação isolada, é uma plataforma de sensibilização que se integra na estratégia de sustentabilidade mais abrangente e contínua do Grupo Boticário. O seu propósito é catalisar uma mudança na relação das pessoas com o consumo e com o planeta, apelando à emoção e à consciência. O “Extinto” atua como uma das frentes – educacionais, culturais e sociais – que amplificam o impacto e reforçam o compromisso do Grupo Boticário com a sustentabilidade, e, por extensão, da marca O Boticário.

A estratégia ESG do Grupo Boticário é delineada pelos “Compromissos para o Futuro”, lançados em 2021, que se alinham com a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Estes compromissos, que incluem oito pilares e trinta metas específicas, orientam as nossas ações e são transversalmente incorporados nas decisões de negócio. Esta atuação consistente tem valido reconhecimentos, como o título de uma das empresas mais sustentáveis do mundo pelo índice S&P Global.

A nossa atuação assenta em cinco pilares – Empreendedorismo, Inovação, Inclusão e Diversidade, Liderança Feminina e ESG – e o “Extinto” é um exemplo de como continuamos a desenvolver iniciativas que reforçam estes pilares. Outras iniciativas merecedoras de destaque são o lançamento do Boti Recicla, que oferece aos consumidores a oportunidade de participarem ativamente na reciclagem de embalagens, o Boti Lab, um conceito de loja física com uma abordagem mais sustentável no que diz respeito à inovação, aos materiais utilizados e às suas iniciativas, e o programa Empreendedoras da Beleza, que permite às mulheres desenvolverem competências profissionais e conquistarem novas oportunidades de rendimento.

O programa Boti Recicla acaba de ser lançado em Portugal. Que impacto espera ter com esta iniciativa no contexto da economia circular no setor da beleza? Já existem metas concretas definidas?

Com o Boti Recicla em Portugal, O Boticário procura tornar a reciclagem mais acessível e parte integrante do dia a dia do consumidor. Ao disponibilizar ecopontos nas 61 lojas da marca em todo o país até ao final de 2025, esperamos aumentar significativamente as oportunidades para os consumidores descartarem corretamente as suas embalagens, complementando assim os sistemas municipais de recolha seletiva. O impacto esperado passa por fomentar hábitos mais sustentáveis e promover um ciclo de consumo mais consciente.

No contexto da economia circular no setor da beleza, o Boti Recicla funciona como uma extensão dos ecopontos públicos, focando-se especificamente nas embalagens de O Boticário. Ao oferecer pontos de recolha convenientes nas lojas, a marca contribui para expandir a rede de recolha seletiva, tornando a reciclagem mais próxima e prática para o consumidor. As embalagens recolhidas são encaminhadas para o sistema de reciclagem nacional, através da infraestrutura existente e em parceria com a Sociedade Ponto Verde, que assegura o tratamento responsável dos resíduos. Esta colaboração com a Sociedade Ponto Verde, líder na gestão de resíduos de embalagens em Portugal, reforça o compromisso com a economia circular e simplifica o processo de reciclagem para os consumidores, garantindo que as embalagens recolhidas são devidamente recicladas e valorizadas.

Quanto às metas concretas, o Boti Recicla integra-se na estratégia ESG do Grupo Boticário, que possui compromissos globais para 2030, incluindo a neutralização das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e a minimização do impacto ambiental dos resíduos sólidos. O programa Boti Recicla em Portugal alinha-se com estas diretrizes, reforçando o compromisso do Grupo Boticário com práticas sustentáveis e o desenvolvimento de soluções adaptadas a cada mercado.

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Clara Moura Guedes: “Acho que na liderança é preciso um pouco de loucura”

  • ECO
  • 23 Junho 2025

De uma multinacional de cosmética ao mundo agropecuário: o percurso improvável de Clara Moura Guedes, CEO do Monte do Pasto.

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Quando Clara Moura Guedes chegou ao Monte do Pasto, em 2014, encontrou uma empresa agropecuária em profunda crise, com uma dívida de milhões de euros e uma história recente de instabilidade. Onze anos depois, a realidade do Monte do Pasto é outra: a empresa fatura milhões e exporta 90% da sua produção. O caminho não foi linear, e a forma como Clara Moura Guedes lidera revela muito sobre o seu percurso e sobre a visão que tem para o futuro.

Licenciada em Administração e Gestão de Empresas, Clara Moura Guedes nunca planeou entrar no setor agrícola. No podcast E Se Corre Bem?, assume que o seu percurso foi feito de desafios inesperados. “Acho que é difícil planear uma vida profissional e as coisas vão acontecendo. Pelo menos comigo foi assim. E os desafios foram surgindo — e eu gosto de desafios”, afirma.

Clara Moura Guedes, CEO da Monte do Pasto é a 35ª convidada do podcast E Se Corre Bem?

Começou por trabalhar na área financeira, mas não se identificou. “Fiquei traumatizada”, conta com humor. Pouco depois, entrou na L’Oréal, onde passou seis anos e ascendeu rapidamente.

Ao longo da conversa, Clara Moura Guedes reflete sobre a instabilidade que hoje marca os percursos profissionais, principalmente entre os mais jovens. “Estava a fazer recrutamento e impressiona-me ver currículos com um ano aqui, dois anos ali. Há pouco retorno nas funções. Acho que os portugueses são mal pagos.” Ainda assim, acredita que é possível criar contextos em que as pessoas se sintam motivadas — e é isso que procura fazer no Monte do Pasto.

"Acho que as mulheres têm um tipo de liderança um bocadinho diferente. Mais intuitiva, com alguma sensibilidade e mais emocional”

Clara Moura Guedes, CEO do Monte do Pasto

Clara Moura Guedes acredita que a gestão faz mais diferença do que o produto. “Quando estava na L’Oréal achava que os produtos eram tudo. Hoje não. Acho que a gestão é que muda uma empresa.” Por isso, assim que chegou, tomou uma decisão simbólica, mas importante: mudou o nome da empresa ao fim de 15 dias. “Achei que mudar o nome marcava uma nova etapa e era esse o meu objetivo.”

Sobre o seu estilo de liderança, diz preferir correr riscos a ficar paralisada. “Acho que na liderança é preciso um pouco de loucura e, sobretudo, estar disposto a correr riscos. Senão, além de não ter graça nenhuma, também será difícil conseguir alguma coisa.”

Enquanto mulher num setor ainda muito masculino, Clara Moura Guedes nota diferenças no estilo de liderança. “Acho que as mulheres têm um tipo de liderança um bocadinho diferente. Mais intuitiva, com alguma sensibilidade e mais emocional.” E considera que ainda faltam mulheres em cargos de decisão.

Quanto ao futuro, Clara Moura Guedes quer aumentar a implantação geográfica da empresa e diversificar os produtos. “Estamos a lançar uma gama de charcutaria de carne bovina, não de porco, que acreditamos que vai ter um potencial enorme nos nossos mercados de exportação.

E se algo não correr como previsto? “Tenta-se ir para outro caminho.”

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, na qual Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

Se preferir, assista aqui:

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Investidores pessimistas afastam-se da Telefónica com a subida da cotação das ações

  • Servimedia
  • 23 Junho 2025

O último a reduzir a sua posição foi a Marshall Wace, que, a 16 de junho, comunicou uma redução de 0,68% para os atuais 0,59%.

A subida da cotação das ações da Telefónica e a estabilidade demonstrada pela empresa desde a chegada de Marc Murtra estão a afastar os investidores pessimistas da sua participação.

De acordo com os dados disponibilizados pela CNMV, a posição da Marshall Wace só é acompanhada pela da BlackRock, que detém 0,73%, o que significa que a telco espanhola é atualmente a empresa com menos posições curtas no seu capital social.

As perspetivas de futuro da empresa, bem como a previsão de uma maior estabilidade financeira sob a presidência de Marc Mutra, levaram a Telefónica a afastar as pressões de baixa e a proteger a ação das apostas especulativas.

As ações da Telefónica fecharam na sexta-feira passada a 4,54 euros por ação e subiram 16% este ano, consolidando-se acima dos 4,5 euros. Além disso, a empresa conta com o apoio de analistas que demonstram uma clara confiança nos seus fundamentos e na sua capacidade de gerar valor de forma sustentada sob a nova direção de Marc Murtra.

87% dos analistas que seguem a empresa recomendam a compra ou a manutenção da ação, considerando-a como uma ação sólida e estável num ambiente global de incerteza, com apenas três recomendações de venda. Esta semana, os analistas do Bankinter reiteraram o seu conselho de compra das ações da Telefónica e aumentaram o seu preço-alvo para as ações da operadora de 4,50 para 5 euros.

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IA: impulsionador de eficiência dos serviços e da experiência do cidadão

  • ECO
  • 23 Junho 2025

Qual o impacto da Inteligência Artificial Generativa nos serviços públicos? As vantagens e desafios da aplicação desta ferramenta neste setor foram apresentadas no quarto episódio do podcast InGov.

A Inteligência Artificial Generativa tem vindo a transformar todos os setores de atividade e o setor público não é exceção. Neste último caso, esta ferramenta pode ser usada para melhorar os serviços prestados aos cidadãos e apoiar a tomada de decisão com base em dados.

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Mas este aprimoramento do funcionamento das administrações públicas através do uso desta tecnologia traz muitas exigências, rigor e cuidados, que foram discutidos no podcast InGov, por Miguel Eiras Antunes, Partner, Líder do Setor Público na Deloitte, e Paulo Maurício, Associate Partner da Deloitte na área de Consultoria e responsável pela oferta de Inteligência Artificial em Portugal, numa conversa moderada por Tiago Freire, Subdiretor ECO.

A inteligência artificial procura replicar capacidades tipicamente humanas — como refletir, comunicar, compreender e estabelecer relações entre temas — e dotar dessas competências sistemas informáticos e dispositivos tecnológicos, como computadores ou telemóveis. Assim, cada profissional poderá contar com um assistente inteligente que o auxilie nas tarefas rotineiras do dia-a-dia”, começou por explicar Paulo Maurício.

Esta parceria, de acordo com Miguel Eiras Antunes, iria impactar três grandes áreas do setor público, nomeadamente o serviço ao cidadão “porque quem está na linha da frente passaria a ter vários apoios, nomeadamente ao nível de scripts, ao nível de conteúdos, de traduções”; a distribuição de políticas públicas “porque com a IA é possível fazer o tratamento de grandes volumes de dados e dar recomendações de políticas de forma muito mais célere”; e a modernização administrativa, já que a IA iria melhorar “tudo o que está relacionado com compras, a análise de cadernos de encargos, a sistematização de informação, reporting, automatização de processos, etc”.

Miguel Eiras Antunes, Partner, Líder do Setor Público na Deloitte

Contudo, apesar das vantagens, existem também alguns desafios na implementação da Inteligência Artificial no setor público, a começar pelo rigor exigido. “Há três grandes desafios: um é a proteção de dados, onde o escrutínio do setor público tem de ser maior; depois a transparência, de forma a garantir que os algoritmos são transparentes; e a responsabilidade, no que diz respeito a temas relacionados com ética”, disse.

Paulo Maurício considera estas exigências adequadas para o setor público, uma vez que este “deve ser uma referência do ponto de vista ético, regulamentar e do que se deve e não se deve fazer”: “Os princípios da implementação da IA no setor público são os mesmos dos outros setores do ponto de vista de modelos operativos e de regulação, mas a exigência é e deve ser mais alta no setor público, sobretudo na Europa”.

Saúde, educação e smart cities: qual o ponto de situação?

A IA pode ainda ser uma ferramenta de apoio noutros setores como a saúde, a educação e a gestão de cidades. No caso da saúde, Miguel Eiras Antunes ressalvou que este é um setor onde esta ferramenta traria uma “vantagem enorme”, já que tem a capacidade de sumarizar informação, o que seria excelente na análise de relatórios médicos. “Se temos a capacidade de sumarizar esta informação e de dar ao médico um pré-diagnóstico, que obviamente ele pode depois validar, a vantagem é imensa. Também ajuda na triagem de doentes e ainda na telemedicina, que já começa a acontecer, ainda que não em escala”, disse.

Já na educação, Paulo Maurício afirmou que a IA é “mais um passo de transformação em toda a história”: “Naturalmente, a IA vai acelerar, facilitar e contornar o acesso ao processo de ensino atual, mas vai abrir um leque de competências de pensamento critico e de interação que se calhar eram menos trabalhadas. Abre ainda a possibilidade de dar educação a todos, mesmo fora da Europa”.

Paulo Maurício, Associate Partner da Deloitte na área de Consultoria e responsável pela oferta de Inteligência Artificial em Portugal

Apesar de a “revolução da IA” ter começado há mais ou menos dois anos, Miguel Eiras Antunes considera que este tempo já foi suficiente para se perceber o seu impacto. Ainda que na educação e saúde esteja a acontecer de forma gradual, no que diz respeito às cidades, afirma que os resultados se tornam mais visíveis por serem “microcosmos”.

“Os governos centrais, devido à sua complexidade e dimensão, tendem a ser mais burocráticos. A aplicação de IA neste contexto possui um potencial enorme, e já se observam boas práticas implementadas em diversas áreas. Isto não significa necessariamente que a IA esteja mais difundida nas cidades, mas devido à sua natureza, consegue-se observar organismos integrados a funcionarem de forma mais efetiva, permitindo uma visualização mais clara dos resultados e do impacto“, referiu.

Talento e regulação acompanham a mudança?

Para haver resultados é necessário que cada vez mais pessoas se saibam adaptar a esta nova realidade, no entanto, a escassez de talento na área de IA ainda é grande. “Há talento, mas nestas áreas não há suficiente. Na administração pública é igual. Não há pessoas formadas em número suficiente face ao nível de evolução que estamos a assistir diariamente”, garantiu Miguel Eiras Antunes.

Uma das principais soluções para este desafio é o reskilling, que Paulo Maurício considera ser muito mais fácil nesta área pelo facto de a GenAI ter uma linguagem natural: “É preciso que a engenharia transforme e implemente estes temas de IA e aqui existem imensas sinergias que procuram centralizar informação em serviços partilhados ou outros mecanismos para juntar competências e ganhar escala. Aqui o reskilling é uma competência necessária, já que é muito mais acessível porque a IA, no seu núcleo, é comunicação de linguagem natural”.

Para isso, de acordo com Miguel Eiras Antunes, “o setor público tem neste tema da IA três grandes papéis – um deles é adotar; outro é promover; e o terceiro é regular”. A acompanhar este processo, é necessário investimento em inovação e “desenvolvimento de talento para garantir competitividade”.

“É responsabilidade da regulação garantir que as decisões críticas permanecem sob controlo humano. A inteligência artificial deve atuar como um instrumento de apoio — fornecendo dados, analisando cenários e até recomendando opções — mas a decisão final deve caber sempre a uma pessoa. Por isso, uma regulação robusta é essencial para assegurar que a automatização de processos e tarefas ocorre de forma segura, ética e responsável.”, acrescentou Paulo Maurício.

Neste ponto, o Associate Partner, Consultoria AI and Data da Deloitte, destacou o “Projeto Amália”, que tem como objetivo “trazer soberania e controlo sobre a IA portuguesa que vai ser usada pelo governo central, treinada e controlada pelo estado português”: “Se existe uma IA que vai automatizar processos e influenciar a decisão de muita gente, é importante haver um controlo do processo de ensinamento dessa IA. Este princípio torna urgente cada país ter soberania sobre a IA que utiliza”.

A mesma opinião foi partilhada por Miguel Eiras Antunes, que garantiu que os países que não fizessem isto iriam “perder competitividade”. “Não agir não é uma opção. Primeiro é necessário continuar a experimentar, resolvendo problemas reais dos cidadãos e das organizações públicas, assegurando assim maiores graus de confiança e transparência, bem como resultados. Em seguida, é preciso escalar, e garantir investimento”, concluiu.

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A falta de unidade entre os profissionais mutualistas e as divergências parlamentares complicam a transição para o RETA

  • Servimedia
  • 23 Junho 2025

É cada vez mais fraca a reivindicação dos advogados e solicitadores, agrupados no coletivo J2, para que os profissionais das mutualidades possam aderir ao Regime Especial Trabalhadores Independentes.

O processo parlamentar para legislar esta proposta está parado devido à falta de acordo entre os grupos parlamentares.

A possibilidade de escolher entre a Segurança Social ou uma mutualidade privada é um sistema que cerca de dez profissões liberais têm há 30 anos.

A última manifestação, organizada pelo J2 no sábado, em Madrid, contou com a presença de cerca de 500 advogados e solicitadores. Também foi fraca a afluência às manifestações realizadas na quinta-feira diante do Congresso dos Deputados, bem como nas imediações dos tribunais de várias províncias.

A maioria dos mutualistas é a favor da alternatividade e da livre escolha na adesão ao RETA. Os peritos consideram que “só um modelo justo, que não deixe ninguém para trás, baseado na voluntariedade e na capitalização das contribuições para a mutualidade do dia, pode assegurar uma transição coesa que dê um futuro a situações atualmente muito injustas”.

A tramitação no Congresso da passerelle ao RETA suscita grande preocupação pelo risco de quebra do princípio de equidade que deve reger qualquer sistema de pensões. Na quinta-feira, o grupo parlamentar Vox defendeu uma alteração a todo o projeto de lei apresentado pelo PSOE, mas a nova proposta obteve a abstenção ou a rejeição dos restantes grupos parlamentares por razões opostas em alguns casos.

A atual conceção da passerelle pode gerar uma desvantagem comparativa entre os profissionais, premiando as carreiras com menor esforço contributivo e punindo aqueles que cumpriram rigorosamente as suas obrigações.

Perante esta situação, é cada vez menor o apoio à reivindicação da RETA relativa à passerelle, sendo a maioria dos profissionais favorável à manutenção da liberdade de escolha e ao não prejuízo dos atuais e novos membros.

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Iberdrola, Repsol e RIC Energy impulsionam a transição energética nos Estados Unidos

  • Servimedia
  • 23 Junho 2025

O mercado das energias renováveis nos Estados Unidos está a viver um momento de expansão histórica.

Mesmo no contexto político que o país atravessa desde o regresso de Donald Trump ao poder com a sua política tarifária, as empresas espanholas estão a desempenhar um papel de liderança graças à sua “experiência e capacidade técnica”, que se reflete através de modelos de negócio diferenciados.

É o que evidencia uma análise realizada por especialistas do Instituto Coordenadas de Gobernanza y Economía Aplicada (ICGEA), que examina três modelos de referência desta implementação: a Iberdrola, como grande utility verticalmente integrada; a Repsol, como empresa multienergética em expansão renovável; e a RIC Energy, como promotor independente de nova geração, cuja trajetória única lhe permite competir com sucesso num ambiente altamente exigente.

Com uma capacidade instalada de mais de 380 GW em fontes limpas (solar, eólica, hídrica e geotérmica) e mais de 700 mil milhões de dólares em investimentos planeados para a próxima década, os EUA estabeleceram-se como um dos principais pólos de atração para a transição energética global.

Embora operem em escalas muito diferentes, a Iberdrola, a Repsol e a RIC Energy convergem no mesmo objetivo: “contribuir para a transição energética num dos mercados mais competitivos e dinâmicos do mundo”. “A presença espanhola nos Estados Unidos não só demonstra a competitividade das nossas empresas, como também a sua capacidade de adaptação a diferentes modelos regulatórios, financeiros e territoriais”, defende a análise.

O vice-presidente executivo do Instituto Coordenadas, Jesús Sánchez Lambás, afirmou que “os Estados Unidos são o cenário mais exigente e atrativo para a transição energética, e o facto de três empresas espanholas, com modelos tão diferentes, estarem a marcar o caminho, demonstra a maturidade, a capacidade de inovação e a visão internacional do setor espanhol das energias renováveis”.

Sánchez Lambás destacou o caso da RIC Energy como sendo particularmente importante para competir com as grandes empresas tradicionais de energia, uma vez que “evidencia o papel que podem desempenhar os promotores independentes especializados que, graças à sua agilidade, abordagem técnica e capilaridade territorial, podem ter uma influência significativa na implantação de energias renováveis em grande escala. Com um modelo próprio e uma clara vocação colaborativa, conquistou um espaço relevante na cadeia de valor das energias limpas nos Estados Unidos, convertendo-se num exemplo paradigmático do novo ator global espanhol das energias renováveis”.

A Iberdrola atua nos Estados Unidos através da sua filial Avangrid, uma das principais empresas energéticas do país, com mais de 9.700 MW de capacidade renovável instalada (eólica onshore, solar e armazenamento) e operações em mais de 20 estados. A Avangrid também tem uma rede de distribuição que serve mais de 7 milhões de clientes, o que coloca a Iberdrola numa posição única como operador integrado.

Um dos seus marcos mais significativos foi a entrada em funcionamento do Vineyard Wind 1, o primeiro parque eólico offshore de grande escala nos EUA, desenvolvido em parceria com a Copenhagen Infrastructure Partners. Este projeto de 800 MW é uma referência para o desenvolvimento offshore no país. A Iberdrola também está a promover importantes instalações solares, como True North (321 MW) no Texas e Camino Solar (105 MW) na Califórnia.

A Repsol intensificou a sua presença no mercado das energias renováveis dos EUA através de aquisições e alianças estratégicas. Em 2021, adquiriu 40% do promotor Hecate Energy, com uma carteira de mais de 40 GW em energia solar e armazenamento, o que lhe dá um acesso privilegiado ao pipeline de energias renováveis dos EUA.

Em 2024, deu um passo em frente com a venda de 46,3% de uma carteira operacional de 777 MW de projetos solares e de armazenamento à Stonepeak por 340 milhões de dólares, mantendo o controlo operacional. Esta estratégia permite-lhe rodar os ativos e reinvestir em novas oportunidades.

Um dos seus desenvolvimentos mais ambiciosos é o projeto em Hanford Site (Estado de Washington), onde, juntamente com a Hecate, planeia transformar antigas instalações nucleares na maior central solar e de armazenamento do país (até 2 000 MW de capacidade), com um investimento estimado em 4 mil milhões de dólares.

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Portugal vai pedir empréstimos europeus a condições favoráveis para reforçar defesa

  • Lusa
  • 23 Junho 2025

Tal como Polónia, França, Lituânia, Estónia, Roménia, Bulgária, Eslováquia, Grécia e Letónia, também Portugal já manifestou "forte interesse" em recorrer ao pacote de empréstimos SAFE.

Portugal e nove outros países da União Europeia (UE) já manifestaram à Comissão Europeia interesse em recorrer ao programa europeu de 150 mil milhões de euros em empréstimos a condições favoráveis para reforço da defesa.

A informação foi avançada à agência Lusa por fontes europeias, que indicaram que Portugal — assim como Polónia, França, Lituânia, Estónia, Roménia, Bulgária, Eslováquia, Grécia e Letónia — já manifestaram “forte interesse” em obter tais empréstimos.

As mesmas fontes salientaram que ainda não houve uma formalização, dado que o prazo para tal acontecer é final de julho, e que ainda não existem envelopes de alocação.

Em entrevista à agência Lusa publicada no fim de semana, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, admitiu que o Governo poderia recorrer ao programa e defendeu aquisições conjuntas na UE, nomeadamente para venda de um avião militar produzido em Portugal.

“É possível que […] se recorra ao SAFE, embora as condições de financiamento do SAFE, neste momento, não sejam particularmente mais favoráveis do que as condições de financiamento da República [portuguesa], mas estamos a analisar todas as alternativas que existem”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento.

A poucos dias da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) – marcada por fortes tensões geopolíticas no Médio Oriente e na Ucrânia e pela necessidade de aumentar o investimento em segurança -, o governante apontou também que “há um avião militar que é produzido em Portugal e o [Ministério da] Defesa está, neste momento, a desenvolver acordos com outros países para a compra desse avião”.

A ideia seria não só que Portugal beneficiasse destes empréstimos comunitários (iniciativa designada como SAFE), mas que também fizesse parte de projetos europeus, podendo ainda vender equipamentos produzidos no país.

“O que o Ministério da Defesa está a fazer […] é a estabelecer protocolos com outros países para que esses países possam adquirir este avião que é produzido maioritariamente em Portugal”, assinalou Joaquim Miranda Sarmento na entrevista à Lusa.

O ministro das Finanças aludia ao KC-390, um avião bimotor produzido com componentes feitas em Évora e da empresa brasileira Embraer.

É um avião de transporte militar multifacetado para uso tático e logístico, que por ter alcance intercontinental pode ser usado em operações militares, designadamente da NATO.

No final de maio, o Conselho da UE adotou este pacote de 150 mil milhões de euros em empréstimos a condições favoráveis para compras conjuntas que reforcem a defesa comunitária, que os países podem solicitar a Bruxelas até final do ano.

Previsto está que este pacote de empréstimos, designado como SAFE, facilite compras conjuntas de material militar entre os Estados-membros e seja financiado através de dívida conjunta emitida pela UE e depois transferida sob a forma de créditos aos Estados-membros que os solicitarem.

Este novo instrumento europeu de crédito em circunstâncias extraordinárias é uma das medidas do plano de 800 mil milhões de euros para defesa na UE.

Ainda englobado nesse plano europeu estão 650 mil milhões de euros em espaço orçamental que os países podem ter para investir em defesa, após a ativação da cláusula nacional de salvaguarda das regras orçamentais da UE que permite excluir até 1,5% do PIB em gastos militares dos limites do défice. Lisboa já teve ‘luz verde’ de Bruxelas para o fazer.

Os 32 aliados da NATO reúnem-se na terça e quarta-feira em cimeira na cidade holandesa de Haia sob a urgência de gastar mais em defesa.

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Fundação “la Caixa” prevê investir 4.000 milhões de euros até 2030 para promover a transformação social

  • Servimedia
  • 23 Junho 2025

Sob o lema “Acreditar para transformar”, o novo plano tem como missão contribuir para a construção de “uma sociedade melhor e mais justa, que dê mais oportunidades às pessoas que mais precisam”.

O Plano Estratégico 2025-2030 da Fundação “la Caixa” prevê um orçamento anual de 800 milhões de euros até 2030. A entidade centrará a sua atividade em três grandes eixos estratégicos: social, investigação e bolsas de estudo, e cultura. A área social representará cerca de 60% do orçamento anual.

O novo plano prevê um aumento gradual do orçamento anual da Fundação até atingir 800 milhões de euros em 2030. No total, a Fundação deverá investir mais de 4 mil milhões de euros entre 2025 e 2030, com o orçamento a ser distribuído da seguinte forma: social (de 55% para 65%), investigação e bolsas de estudo (de 15% para 25%) e cultura (de 15% para 20%).

Em 2025, a Fundação “la Caixa” dispõe de um orçamento de 655 milhões de euros, o maior da sua história.

O novo Plano Estratégico da Fundação prevê também a conclusão da construção de novas instalações chave que permitirão à Fundação intensificar a sua ação nas próximas décadas, incluindo um centro de referência mundial como o Instituto CaixaResearch de Barcelona e o CaixaForum Málaga.

O Presidente da Fundação “la Caixa”, Isidro Fainé, sublinhou que “a Fundação sempre foi uma entidade independente e posicionou-se da mesma forma: mantendo-se fiel aos seus princípios e à sua vocação de servir a sociedade e as pessoas em situação de maior vulnerabilidade. O novo Plano Estratégico parte dessa mesma essência e adapta-a aos desafios e necessidades do nosso tempo”.

Além disso, Fainé salientou que “o plano define o quadro de ação para que a Fundação e CriteriaCaixa actuem de forma coerente e coordenada para alcançar o seu objetivo comum: o cuidado e o desenvolvimento da sua obra social através de uma gestão adequada dos seus ativos”.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 23 de junho

  • ECO
  • 23 Junho 2025

Ao longo desta segunda-feira, 23 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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