NATO força acordo para aumentar gastos na defesa para segurar apoio dos EUA

Oposição de Espanha a comprometer-se com um investimento de 5% na defesa veio levantar dúvidas sobre um entendimento em torno desta meta, que vai implicar um orçamento inédito no setor.

Os 32 Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) reúnem-se dentro de dois dias, em Haia, para debater um novo pacto, que vai forçar os países a fazer um investimento inédito no setor da defesa. O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, quer que os líderes concordem com gastos militares equivalentes a 5% do produto interno bruto (PIB), mas nem todos estão dispostos a um esforço tão grande, com impacto na vida das suas populações e nas suas economias, o que poderá forçar a Aliança Atlântica a ser criativa para propor um esquema compatível com os orçamentos europeus e que permita a Donald Trump — que exige um esforço maior dos europeus — a cantar vitória, mantendo o seu apoio transatlântico.

Os Países Baixos serão palco nos dias 24 e 25 de junho de uma das reuniões mais importantes na história recente da NATO. O encontro será mais curto — está marcado um jantar social na terça-feira e uma sessão de trabalho de apenas cerca de três horas na quarta — para evitar que Donald Trump saia mais cedo, como aconteceu na reunião do G7. Com o mundo a enfrentar vários conflitos, da guerra na Europa, ao Médio Oriente, todos os países reconhecem que é inevitável reforçar (muito) o investimento no setor da defesa, dotando a Europa de capacidade para se defender numa situação de conflito.

Vou propor um plano de investimento global que totalizará 5% do PIB [produto interno bruto] em investimento na defesa: 3,5% do PIB para gastos puros com Defesa com base nos custos globais para atingir os novos objetivos de capacidade que os ministros acabaram de acordar e 1,5% do PIB anual em investimentos relacionados com a defesa e a segurança, como infraestruturas e indústria”, detalhou Mark Rutte, numa conferência de imprensa após uma reunião dos ministros da Defesa da Aliança Atlântica, no início do mês.

Com os EUA a ameaçarem bater com a porta, caso os aliados não se comprometam com um investimento de 5% na defesa, a organização tudo vai fazer para que os países, que ainda não cumprem o atual objetivo de 2% em gastos com o setor — Portugal pretende atingir esse objetivo já este ano — , aceitem esta meta, que vai implicar investimentos de milhares de milhões de euros. A questão é como e até quando. E saber se a resposta a estas perguntas vai conseguir convencer os mais relutantes, como Espanha, que já disse que “atingir esse nível de despesa implicaria desaceleração económica, pressões inflacionistas e cortes em serviços públicos“, adiantou o primeiro-ministro Pedro Sánchez, numa carta, onde considera esse objetivo “incomportável” para o país.

Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol, rejeita a meta de 5% de investimento na defesa.Lusa

Espanha não é o único país com dificuldades para chegar ao target proposto. Países como Bélgica, Canadá, França e Itália também terão dificuldades em mais que duplicar os gastos de 2% para 5%

No caso de Portugal, o primeiro-ministro Luís Montenegro colocou a defesa na lista de “eixos prioritários” para o período entre 2025 e 2029, propondo-se antecipar a meta de atingir 2% do PIB em investimentos no setor já este ano e propondo-se a apoiar as indústrias de defesa, para atrair investimento que vai ser direcionado para o setor a nível nacional e europeu.

A nova realidade impõe um reforço dos pilares da defesa e segurança que justifica a antecipação do cumprimento de compromissos assumidos com a NATO e os nossos Aliados, atingindo 2% do PIB em investimentos na Defesa Nacional já 2025”, detalha o programa do Governo.

O Executivo assume o compromisso de “alcançar 2% do PIB em investimento na Defesa Nacional já em 2025, antecipando a meta de 2029, com 20% do investimento destinado a bens, infraestruturas e equipamentos, em linha com os compromissos NATO”.

Apresentação e debate do Programa​ do XXV Governo Constitucional - 17JUN25

Luís Montenegro ainda não se pronunciou sobre o objetivo de 5%, mas o chefe do Governo tem garantido que Portugal vai cumprir os compromissos assumidos no âmbito da NATO. No entanto, antes de rumar a Haia, o primeiro-ministro português reuniu-se com os principais partidos da oposição, Chega e PS. Apesar de ambos concordarem com o reforço do investimento na defesa, o secretário-geral dos socialistas alertou que este investimento não deve prejudicar o Estado Social nem a “sustentabilidade das finanças públicas” e pediu uma “leitura mais precisa” sobre o impacto económico deste investimento ao Governo.

“Compreendemos que, face à emergência que estamos a viver e com que nos estamos a confrontar no espaço europeu, é importante que já neste ano de 2025 o Governo possa fazer um esforço no sentido de se aproximar dos 2% de despesa na área da Defesa Nacional“, defendeu Carlos César.

Portugal e o Canadá foram, aliás, os últimos países a comprometerem-se em atingir 2% do PIB em gastos com a despesa este ano, com todos os membros da Aliança Atlântica a alcançarem o objetivo de 2%, que acordaram em 2014, na sequência da anexação da Crimeia pela Rússia. No ano passado, 22 dos 32 países da NATo atingiram a meta de 2% do PIB na defesa. Croácia, Montenegro, Itália, Portugal, Canadá, Eslovénia, Luxemburgo, Bélgica e Espanha foram os dez que ficaram em “incumprimento”.

Ameaça da Rússia acelera investimento na fronteira

Ao contrário de Espanha que assumiu oficialmente a sua oposição a um esforço tão grande como o que a NATO vai propor no encontro desta semana, os países mais próximos da Rússia, Bielorrússia e Ucrânia concordaram com a meta, incluindo a Alemanha, Noruega, Suécia e os Países Baixos.

“Para os Estados-membros da NATO, é indiscutível que investimentos adicionais consideráveis ​​são necessários para a capacidade de defesa da Europa“, disse, no final da semana passada, porta-voz do governo alemão, Stefan Cornelius, numa conferência de imprensa. O responsável notou, porém, que cabe aos aliados determinar a capacidade de se aproximar dos 5% do PIB exigidos pelos EUA.

Também na sexta-feira, 20 de junho, a Noruega comprometeu-se em aceitar a meta de 5%. O primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, explicou que a meta é dividida em 3,5% para gastos com “defesa clássica”, incluindo pessoal, investimentos, preparação e apoio à Ucrânia, e os 1,5% restantes para “despesas relacionadas à defesa”, incluindo medidas operacionais e industriais.

Jonas Gahr Støre explicou que o país está atualmente a investir 3,2% em defesa, incluindo a ajuda à Ucrânia. As estimativas mais recentes da NATO para 2024 apontavam para um gasto da Noruega de 2,2%. O líder norueguês reiterou que a Noruega enfrenta “a mais séria situação de política de segurança” desde a Segunda Guerra Mundial, e também apontou novos riscos decorrentes da crise no Oriente Médio.

Já o ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, defendeu que ou a NATO muda, porque “o mundo mudou”, ou então “já não tem razão para existir”. “Outrora, o centro do mundo era o Oceano Atlântico, agora, o centro do mundo já não é os Estados Unidos e a União Europeia, é o mundo – tudo o resto com que se deve construir uma relação -, e a NATO tem de mudar para se adaptar à nova realidade, ou já não tem razão para existir”, declarou o ministro italiano, à margem de uma conferência em Pádua.

O recente conflito no Médio Oriente, entre Israel e o Irão, deverá ser outro dos temas em destaque na cimeira, com os Estados Unidos a adiantarem que vão decidir nas próximas duas semanas se entram no conflito.

Já a Ucrânia não deverá estar nas prioridades. Volodymyr Zelensksy, que protagonizou um encontro frio com Donald Trump na Casa Branca, foi convidado para o jantar social de líderes, mas não estará na reunião na quarta-feira.

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EUA entra na guerra com o Irão e bombardeiam centrais nucleares

  • ECO
  • 22 Junho 2025

Os EUA entraram na guerra entre Israel e o Irão, bombardeando três centrais nucleares iranianas, entre as quais Fordow.

Os EUA entraram na guerra entre Israel e o Irão, bombardeando três centrais nucleares iranianas, entre as quais Fordow. Donald Trump confirmou, em publicações nas redes sociais, que os Estados Unidos realizaram um ataque “bem-sucedido” a centrais nucleares no Irão, incluindo Fordow, Natanz e Isfahan.

“Completámos o nosso ataque muito bem-sucedido nos três alvos nucleares no Irão, incluindo Fordow, Natanz e Isfahan. Todos os aviões estão agora fora do espaço aéreo iraniano. Uma carga inteira de bombas foi largada sobre o alvo principal, Fordow. Todos os aviões estão agora em segurança e a caminho de casa. Parabéns aos grandes guerreiros americanos. Não há outra força militar no mundo que pudesse fazer isto. Agora é o tempo para a paz!”, lê-se no post de Trump na rede social X.

Ainda há 24 horas, o presidente norte-americano dizia que seria necessário esperar duas semanas para se saber se os EUA entrariam na guerra, mas a iniciativa militar acabou por surpreender. Há poucas horas, os movimentos de bombardeiros antecipavam este ataque. O Pentágono tinha ordenado a movimentação de bombardeiros B-2 de uma base no Missouri para a ilha de Guam, no Pacífico, e a imprensa antecipava que poderiam transportar as bombas GBU-57, capazes de atingir alvos no subsolo no Irão. Terá sido uma manobra de distração, porque os B-2 usados neste ataque foram outros.

Israel tem em curso uma ofensiva contra o Irão desde 13 de junho, que justificou com os progressos do programa nuclear iraniano e a ameaça que a produção de mísseis balísticos por Teerão representa para o país.

Desde então, os aviões israelitas atacaram infraestruturas militares iranianas, como sistemas de defesa aérea e instalações de armazenamento de mísseis balísticos, bem como centrais nucleares, nomeadamente em Natanz, Isfahan e Fordow. O Irão retaliou com lançamentos de mísseis e drones contra várias cidades israelitas.

Os bombardeamentos israelitas contra o Irão já mataram mais de 600 pessoas (incluindo pelo menos 200 civis), segundo o Human Rights Activists, grupo de defesa dos direitos humanos com sede em Washington.

Israel estima, por seu lado, que os ataques iranianos já fizeram pelo menos 24 mortos e 1.217 feridos, 12 dos quais em estado grave.

(Em atualização)

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EUA movimentam bombardeiros B-2 para oeste. Aviões podem ser usados no Irão contra alvos no subsolo

  • ECO
  • 21 Junho 2025

O Pentágono ordenou a movimentação de bombardeiros que transportam bombas capazes de atingir alvos no subsolo. Não foi dada ordem para um ataque.

O Pentágono ordenou a movimentação de bombardeiros B-2 de uma base no Missouri para a ilha de Guam, no Pacífico, avança a imprensa americana. Avião pode transportar as bombas GBU-57, capazes de atingir alvos no subsolo no Irão.

Segundo o Wall Street Journal, fontes oficiais afirmam que não foi dada ordem para qualquer ataque, mas a movimentação reforça a prontidão destas aeronaves, caso o Presidente dos EUA dê ordem nesse sentido.

Donald Trump afirmou que irá decidir no espaço de “duas semanas” se os EUA se vão juntar a Israel no ataque a infraestruturas de desenvolvimento de armas nucleares.

Os B-2 conseguem transportar a bomba GBU-57, uma bomba de queda livre guiada por GPS, concebida para destruir alvos enterrados e reforçados, como bunkers subterrâneos ou instalações nucleares fortificadas, como a de Fordow, no Irão. Pesa cerca de 13.600 quilos e mede seis metros.

A expetativa da Casa Branca é que o Irão abandone, entretanto, o seu programa nuclear. Já Teerão afirma que não o fará enquanto estiver sob ataque de Israel.

As forças armadas israelitas prosseguiram este sábado com os ataques ao país, tendo atingido a instalação de energia nuclear de Isfahan. Reclamaram ainda a morte de mais três membros do comando militar iraniano.

Israel lançou na madrugada de 13 de junho uma ofensiva sobre o Irão, argumentando que o avanço do programa nuclear iraniano e o fabrico de mísseis balísticos por Teerão representam uma ameaça direta à sua segurança.

(notícia atualizada às 18h20)

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Negócios do padel ‘made in’ Portugal estão a ‘pontuar’ pelo mundo fora

Com a modalidade a atrair cada vez mais jogadores, Portugal está a apostar na produção de raquetes e vestuário que já chegam a todo o mundo.

Com 300 mil jogadores, mais de 2.000 campos e 300 clubes federados em Portugal, o padel está a atrair cada vez mais curiosos. Com a modalidade em ascensão, já existem vários negócios em território nacional que vão dos campos, à produção de raquetes de carbono e cortiça até ao vestuário.

O vice-presidente da Federação Portuguesa de Padel explica ao ECO que “a taxa de retenção dos ginásios é inferior a 10%, enquanto a taxa de retenção do padel está próxima dos 70%, diz Jean Paul Lares, destacando que o “crescimento da modalidade deve-se à fácil curva de aprendizagem”.

Vasco Carvalho, um amante e praticante assíduo do desporto, “estava tão obcecado com a modalidade que não imaginava fazer mais nada para além do padel“. Com a “paixão” a falar mais alto decidiu criar a Quad, marca de padel, em 2021 e aliar-se a Tomás Mendes.

Numa fase inicial, as raquetes de carbono da Quad começaram a ser produzidas em Espanha, mas as fábricas espanholas não estavam a conseguir satisfazer as encomendas. “O padel registou um crescimento bastante grande na altura da pandemia e com o aumento do volume de encomendas por parte das grandes marcas internacionais, a fábrica disse-nos que não tinha capacidade para produzir para a Quad”, explica Vasco Carvalho.

Perante o imprevisto, só tinha duas hipóteses ou “iam para China ou Paquistão produzir as raquetes — que é onde estão 99% das fábricas” ou “montavam uma fábrica em Portugal”. Tendo em conta que não “acreditam na produção chinesa ou paquistanesa pelo método construtivo, materiais utilizados e acabamentos”, decidiram no final de 2022 montar a primeira fábrica em Portugal de raquetes de Padel em carbono, localizada em Braga.

Da fábrica da Quad, que emprega 29 pessoas e fatura cerca de 1,3 milhões de euros, saem 1.500 raquetes por mês, sendo que o objetivo é chegar às 10 mil. Para chegar a esse objetivo adquiriram máquinas de aproximadamente 200 mil euros para aumentar a capacidade produtiva. Uma raquete de padel da Quad custa entre 190 a 370 euros.

Quatro anos depois, a marca, que para além das raquetes, comercializa vestuário e acessórios, está presente em mais de 80 pontos de venda nacionais (sendo que 60 são clubes) de Norte a Sul do país e ilhas e exporta para mais de 22 países. A exportação é responsável por 60% da faturação e as raquetes têm como principais destinos a Bélgica, Costa Rica, Singapura e Tailândia.

Durante o ano de 2023, a Quad recebeu o convite para ser a marca oficial de padel da série de Morangos com Açúcar. E o ano passado fizeram uma parceria com o arquiteto Siza Vieira para criar a raquete mais cara do mundo, que custava 1.900 euros e foram produzidas apenas 90 unidades. Entretanto deixou de ser a raquete mais cara do mundo porque a Lamborghini lançou uma raquete de padel de 5.000 euros.

Poucos meses depois, o fundador aventurou-se na produção de raquetes de pickleball na fábrica de Braga. “Um desporto em rápido crescimento, com mais de 50 milhões de praticantes em todo o mundo, essencialmente no mercado norte-americano”, contabiliza o fundador da Squad, que já está a produzir cerca de 300 raquetes de pickleball por mês.

Em breve, a Quad vai lançar uma linha de active wear direcionada ao ioga, ciclismo e fitness. “Não há nenhuma marca portuguesa de fitness em Portugal, todas as marcas que vieram para o mercado não tiveram sucesso e acreditamos que conseguimos fazer diferente”, diz Vasco Carvalho.

Das raquetes de carbono à cortiça

Nicolau Silva, praticante de padel, fazia próteses dentárias há 20 anos. Depois de partir várias raquetes, começou a interessar-se pelo restauro das mesmas. Os praticantes da modalidade começaram a procurar Nicolau Silva para reparar as raquetes.

Depois de arranjar muitas raquetes e perceber como funcionava o produto, decidiu criar uma “raquete única”, explica ao ECO Pedro Plantier, membro fundador da federação portuguesa de padel e primeiro campeão nacional da modalidade, que viu potencial no negócio e juntou-se à marca.

“A combinação da cortiça com toda a experiência do Nicolau em próteses dentárias deu origem a uma raquete única”, diz Pedro Plantier.

No final de 2016 nasce a Cork Padel – hoje as raquetes de cortiça fabricadas em Fátima chegam a mais de 50 países. A exportação absorve 70% da produção essencialmente para a Escandinávia, Argentina, EUA e Médio Oriente. Por mês são produzidas mil raquetes totalmente artesanais. Os preços variam entre os 300 e os 600 euros.

A Cork Padel, que emprega 35 pessoas e fatura 2,5 milhões de euros, está presente em 45 lojas de clubes no país, tem uma loja na fábrica e um flagship store na Avenida da Liberdade em Lisboa.

O ano passado, Cristiano Ronaldo publicou uma fotografia no Instagram com uma raquete da Cork Padel, marca que tem como sócios Nicolau Silva, Pedro Plantier, Francisco Passos Leite e Fernando Antas da Cunha.

Fonte: Instagram de CR7Instagram de Cristiano Ronaldo

 

Trio cria marca de roupa ‘made in’ Portugal

Vivian Rocha (empresária), Teresa Pinto Basto (designer) e Inês Sarrail (produção) têm uma paixão em comum, o padel. Conheceram-se a praticar a modalidade em 2015 e rapidamente ficaram amigas.

Depois de várias partidas decidiram em 2016 criar a equipa Padel da Confraria para entrar em torneiros. No entanto, aperceberam-se que existia uma lacuna no mercado, a inexistência de “roupas giras, sóbrias e confortáveis”.

“Quando criamos a equipa Padel da Confraria começamos a criar as nossas próprias roupas para entrar nos torneios e foi quando percebemos que não existia roupa que conjugasse o desporto com o dia-a-dia”, conta Inês Sarrail.

Numa fase inicial, começaram por criar um equipamento para a equipa da Confraria, mas o “equipamento estava muito giro, fez sucesso e as pessoas começaram a perguntar-nos onde se comprava”. Foi nessa altura que perceberam que podia ser “uma rampa” para criar uma marca de roupa de padel. Começaram à procura de fornecedores, a testar materiais e em janeiro do ano passado lançaram a primeira coleção da Piiiton, marca 100% portuguesa. “É tudo produção nacional, do tecido à confeção, passando pelos bordadores”, assegura Inês Sarrail.

Todas as peças estão crivadas com o logótipo da marca que foi inspirado no movimento da víbora. Inês Sarrail explica ao ECO que a víbora é um “dos movimentos mais poderosos no padel”.

Depois do “sucesso” com as roupas de padel veio a aposta em beach ténis e ginástica, também o ano passado. Inês Sarrail conta que nos planos está aumentar a produção, ter mais pontos de venda espalhados pelo país –neste momento a marca está presente em dois pontos de venda (Lisboa e Cascais) — e arrancar com a expansão internacional.

CR7 e Diogo Dalot investem em campos de padel

A modalidade está a ganhar cada vez mais adeptos, entre eles Cristiano Ronaldo que decidiu, inclusive, investir no desporto. O ano passado, CR7 adquiriu a totalidade do Lisboa Racket Centre, um complexo em Alvalade com courts de ténis, campos de padel e squash. O Lisboa Racket Centre foi o primeiro clube em Portugal com courts e aulas de padel, contando com mais de 350 alunos da modalidade.

O jogador que gosta da modalidade é ainda investidor do complexo Cidade do Padel em Oeiras, juntamente com o empresário Filipe de Botton. O projeto, desenvolvido pela Federação Portuguesa de Padel, vai contar com 17 campos de padel, 15 deles cobertos, um court central e bancadas para duas mil pessoas, ginásios, um edifício de suporte às atividades do padel e estacionamento autónomo, e deverá estar concluído no próximo ano.

Para além de CR7, Diogo Dalot e Paquito Navarro investiram no Padel Athletic Club (PAC), localizado na Zona industrial do Porto. Com uma área total de 12.000 metros quadrados, o complexo conta com 14 campos de padel.

O vice-presidente da Federação Portuguesa de Padel, Jean Paul Lares, contabiliza que em Portugal existem 300 mil jogadores de padel, 2.000 campos e 300 clubes federados.

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PS quer que Governo esclareça presença de aviões reabastecedores na Base das Lajes

  • Lusa
  • 21 Junho 2025

Francisco César, deputado e líder do PS/Açores, quer que Executivo diga se foi notificado pelas autoridades americanas sobre a presença de aviões reabastecedores na Base das Lajes.

O PS quer saber se o Governo foi notificado pelas autoridades norte-americanas sobre os aviões reabastecedores que se encontram na Base das Lajes, nos Açores, e se tenciona partilhar com os maiores partidos da oposição as razões deste movimento.

Aquilo que o PS quer saber, é se o Governo português tem conhecimento desse movimento, se foi notificado pelas autoridades americanas desse mesmo movimento, e se tenciona, como foi sempre da praxe, dar conhecimento quer aos maiores partidos políticos, a nível nacional, naturalmente, quer à própria população sobre a razão e a causa deste mesmo movimento”, sustentou Francisco César, deputado e líder do PS/Açores, em declarações à agência Lusa.

Em causa está a presença de mais de uma dezena de aviões reabastecedores da Força Aérea norte-americana na Base Aérea das Lajes, utilizada militarmente pelos Estados Unidos da América no âmbito de um acordo de cooperação.

Francisco César disse ter conhecimento de 18 aeronaves deste tipo no arquipélago, 12 estacionadas naquela infraestrutura e mais seis em permanência no ar, cuja presença “é conhecida por toda a população” devido ao movimento constante.

Além disto, é “do conhecimento geral” dos habitantes que “os militares e tripulantes desses aviões estão a dormir na ilha Terceira, inclusive em pavilhões civis” — isto porque, explicou, a base militar não tem capacidade de resposta e estão a decorrer as festas Sanjoaninas no arquipélago e a lotação dos hotéis está cheia.

O deputado e dirigente socialista realçou que este movimento “não é comum”.

“Para além disso, nós sabemos da situação de tensão no Médio Oriente, nomeadamente na questão de Israel com o Irão, também sabemos da questão da cimeira da NATO, e não há qualquer explicação, nem qualquer indução da parte do Governo, em relação a saber se este movimento está relacionado, quer com um exercício da NATO ou com a situação no Médio Oriente”, criticou.

Os socialistas esperam que, “no mínimo”, o governo norte-americano tenha notificado a Força Aérea portuguesa e esperam que o executivo PSD/CDS-PP dê aos partidos políticos e “ao público em geral” uma explicação sobre as razões desta movimentação naquela base.

Na sexta-feira, a Lusa constatou no local 12 aeronaves de reabastecimento aéreo naquela infraestrutura.

Questionada sobre a presença destas aeronaves nas Lajes, fonte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América (EUA) disse apenas que “o Comando Europeu dos EUA acolhe habitualmente aviões militares (e pessoal) dos EUA em regime transitório, em conformidade com acordos de acesso a bases e sobrevoo com aliados e parceiros”.

“Para além disso, não temos mais nada a partilhar”, acrescentou.

A Lusa perguntou se era habitual a presença deste número de aeronaves nas Lajes e se estava relacionado com a situação no Médio Oriente.

Questionou também se estava previsto um aumento de movimento de aeronaves militares na base das Lajes.

Na quarta-feira, a Lusa já tinha questionado o Departamento de Defesa dos EUA sobre um possível reforço da atividade militar nas Lajes, devido à situação no Médio Oriente, mas foi dito apenas que naquele dia não havia alterações a anunciar.

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Lisboa cai quatro posições em ‘ranking’ das melhores cidades para viver. Saiba quem lidera

A capital portuguesa é a 60.ª numa lista de 173 cidades publicada pela The Economist. Episódios de insegurança penalizam várias cidades no ranking.

Lisboa está entre as 10 cidades que perderam mais posições no “2025 Global Livability Index”, uma avaliação às condições de vida em 173 cidades elaborado pela Economist Intelligence Unit (EIU).

A capital portuguesa baixou quatro lugares face ao estudo divulgado em 2024, ficando agora na 60.ª posição. Entre as cidades com maiores quedas está Calgary, no Canadá (caiu 13 lugares), Londres (9 lugares) ou Amesterdão (6 lugares).

Copenhaga passou a ser a melhor cidade do mundo para viver, ultrapassando Viena, ao registar a pontuação máxima (100 pontos) nos critérios da estabilidade, educação e infraestrutura.

A cidade austríaca foi penalizada pela forte descida no indicador de estabilidade, devido ao aumento da insegurança. A EIU, que pertence ao grupo da The Economist, refere o cancelamento de um concerto da cantora Taylor Swift na sequência de uma ameaça de bomba, no verão de 2024, e a descoberta de um plano para atacar a estação de combóis da cidade, já este ano.

A Europa Ocidental continua a ser a que oferece melhores condições de habitualidade, perdendo apenas no critério da educação para os Estados Unidos. Foi, no entanto, a região que mais caiu face à análise efetuada no ano passado, devido à evolução negativa justamente do critério da estabilidade, devido “à maior frequência de ameaças terroristas, protestos violentos e ataques antissemitas”. Seis das 10 cidades que mais perderam posições no ranking são europeias.

A cidade de Al Khobar, na Arábia Saudita, subiu 13 posições, registando a maior subida no ranking para o 135.º lugar, seguida de Jacarta, na Indonésia, que galgou 10 posições para 132.º.

Cidades nas 10 posições mais altas:

1.ª Copenhaga, Dinamarca

2.ª Viena, Áustria

3.ª Zurique, Suíça

4.ª Melbourne, Austrália

5.ª Genebra, Suíça

6.ª Sydney, Austrália

7.ª Osaka, Japão

8.ª Auckland, Nova Zelândia

9.ª Adelaide, Austrália

10.ª Vancouver, Canadá

Cidades nas 10 posições mais baixas

164.ª Caracas, Venezuela

165.ª Kiev, Ucrânia

166.ª Port Moresby, Papua Nova Guiné

167.ª Harare, Zimbabué

168.ª Lagos, Nigéria

169.ª Argel, Argélia

170.ª Karachi, Paquistão

171.ª Dhaka, Bangladesh

172.ª Tripoli, Líbia

173.ª Damaco, Síria

O estudo da EIU atribuiu uma classificação com base em mais de 30 fatores qualitativos e quantitativos, distribuídos por cinco categorias: estabilidade, cuidados de saúde, cultura e ambiente, educação e infraestruturas. Cada fator numa cidade é classificado como aceitável, tolerável, desconfortável, indesejável ou intolerável.

Para os indicadores qualitativos, é atribuída uma classificação com base no juízo dos analistas internos e colaboradores locais da EIU. Para os indicadores quantitativos, a classificação é calculada com base no desempenho relativo de vários dados externos.

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Chefs da alta gastronomia recriam pratos icónicos do Porto

Chefs da alta gastronomia prestam homenagem aos pratos icónicos da Invicta. Entre eles, Rui Paula, Pedro Lemos, Marco Gomes e Janaína Torres, eleita melhor chef feminina do mundo em 2024.

Chef Rui Paula20 junho, 2025

São experiências sensoriais com pratos icónicos que contam histórias da Invicta, como as tripas à moda do Porto pela mestria dos chefes Marco Gomes e Diego Rossi; a francesinha pela estrela Michelin Rui Paula e Miguel Carretero Sánchez, vencedor do prémio “Melhor Croquete do Mundo”. Esta sexta-feira e sábado é a vez de Pedro Lemos, estrela Michelin, e Janaína Torres, eleita melhor chef feminina do mundo, homenagearem os “filetes de polvo com arroz do mesmo”.

No âmbito da segunda edição do Global Kitchen in Porto, chefes de renome cozinham pratos identitários e icónicos da Invicta, numa iniciativa do município portuense. Na despedida da edição deste ano a proeza coube ao chef estrela Michelin Pedro Lemos e à brasileira Janaína Torres, considerada em 2024 a melhor chef feminina do mundo pela lista The World’s 50 Best Restaurants.

Chef Pedro Lemos20 junho, 2025

“Poucos pratos transmitem tão bem a essência da cozinha popular portuguesa como os filetes de polvo com arroz do mesmo. A receita tornou-se amplamente conhecida na cidade e, tal como outros pratos tradicionais, tem sido reinterpretada por chefes contemporâneos que lhe reconhecem o valor cultural e o potencial gastronómico”, começa por assinalar Catarina Santos Cunha, vereadora com o Pelouro do Turismo e da Internacionalização do município portuense.

Catarina Santos Cunha acredita que “o Porto tem tudo para se afirmar como um destino gastronómico de excelência a nível mundial”. E a prová-lo estão os pratos icónicos por estes dias recriados pelos chefes de alta gastronomia de comer e sonhar por mais. Mas é preciso mestria para o fazer, como afirma ao ECO o chef Rui Paula, com duas estrelas Michelin na Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira (Matosinhos). Na hora de dar azo à imaginação na alta gastronomia, nota, “é preciso ter algum cuidado para não perder e desvirtualizar o sabor da francesinha”.

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Depois de aviso de Trump, Espanha recusa “fazer o que ele quer” nos gastos com defesa

  • Lusa
  • 21 Junho 2025

Casa Branca insiste que Espanha tem de cumprir meta de 5% de despesa em defesa."Senhor Trump, o tempo do ordeno e mando no nosso país acabou", respondeu a ministra do Trabalho.

A ministra do Trabalho e vice-presidente do Governo espanhol respondeu hoje ao Presidente norte-americano, Donald Trump, lembrando que Espanha é soberana e “não vai fazer o que ele quer” após críticas sobre as contribuições para a NATO.

“A nossa soberania vale o mesmo que a sua e vamos defendê-la”, afirmou Yolanda Díaz, acrescentando que Madrid não aceita essas pressões, em resposta a Trump, depois de este ter acusado Espanha de sempre ter pago “muito pouco” como membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

Durante um discurso no congresso da maior confederação de sindicatos espanhola, a Comissiones Obreras, a ministra de Espanha declarou ainda: “Senhor Trump, o tempo do ordeno e mando no nosso país acabou”, numa referência à ditadura que o país viveu no passado.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, recusa o novo objetivo proposto aos membros da NATO de aumentarem a despesa com defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB), considerando-o “contraproducente” e “incomportável” para a realidade do país, como referiu numa carta, enviada esta quarta-feira, ao secretário-geral da organização, Mark Rutte.

Em vésperas da cimeira da NATO, a realizar-se nos dias 24 e 25 de junho, em Haia, Trump respondeu a essa rejeição afirmando que Espanha “sempre pagou muito pouco”.

Trump voltou a sublinhar que, exceção feita aos Estados Unidos, todos os membros da NATO deveriam destinar 5% do seu PIB às despesas com a defesa e que “Espanha deve pagar o mesmo que os outros”.

“Eu não acho que (nós) devemos, mas acho que eles deveriam”, porque “temos (os Estados Unidos) suportado a NATO há muito tempo”, disse Trump aos jornalistas, questionado sobre o assunto esta sexta-feira.

Espanha, garantiu hoje a ministra do Trabalho no congresso sindical, não vai “consentir” essas pressões porque prefere ter “investimento social, direitos, liberdades, justiça”, acrescentando também que o seu país não aceita lições dos Estados Unidos.

Os 32 aliados da NATO reúnem-se na terça e quarta-feira em cimeira na cidade holandesa de Haia sob a urgência de gastar mais em defesa, dada a instabilidade geopolítica mundial.

Fala-se de uma meta de alocar 3,5% do PIB dos 32 países aliados a gastos militares tradicionais (forças armadas, equipamento e treino) e 1,5% do PIB adicionais em infraestruturas de dupla utilização, civis e militares (como relativas à cibersegurança, prontidão e resiliência estratégica), um acréscimo face ao atual objetivo de 2%.

Esta é a proposta que o secretário-geral da NATO vai levar à cimeira, mas as percentagens ainda não estão fechadas e também está por definir a meta temporal para chegar a tais gastos, se 2032 ou 2035.

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Paquistão vai propor Donald Trump para Nobel da Paz

  • Lusa
  • 21 Junho 2025

O Governo paquistanês fundamentou a futura nomeação com a "liderança decisiva" e a "intervenção diplomática" de Trump durante o conflito com a Índia. Presidente dos EUA diz que não será galardoado.

O Governo do Paquistão anunciou hoje a intenção de nomear formalmente o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, para o Prémio Nobel da Paz, pela intervenção na crise com a Índia.

O Governo paquistanês fundamentou a futura nomeação com a “liderança decisiva” e a “intervenção diplomática” de Trump durante o conflito entre as duas potências nucleares, segundo um comunicado.

“Num momento de intensa turbulência regional, o Presidente Trump demonstrou uma grande visão estratégica e uma excecional habilidade política mediante uma sólida interação diplomática com Islamabade e Nova Deli, que reduziu a escalada de uma situação que se deteriorava rapidamente, alcançando finalmente um cessar-fogo”, referia-se no texto.

O anúncio foi conhecido depois de uma recente reunião, em Washington, entre o chefe do Exército do Paquistão, Asim Munir, e o Presidente norte-americano.

“Não receberei um Prémio Nobel da Paz por conter a guerra entre a Índia e o Paquistão (…). Não o receberei, mesmo que o faça, mas as pessoas sabem e isso é tudo o que me importa”, escreveu na sexta-feira Trump na sua rede social Truth Social.

As afirmações de Trump sobre o papel de mediador, no entanto, chocam com a postura oficial de Nova Deli.

A crise entre os dois vizinhos com armas nucleares ocorreu em maio, quando ambas as nações se bombardearam mutuamente.

A escalada desencadeou-se após um atentado terrorista que custou a vida a dezenas de turistas num destino turístico na Caxemira administrada pela Índia.

Nova Deli acusou o Paquistão de patrocinar o ataque, uma alegação sobre a qual não apresentou provas públicas e que Islamabade nega.

Na sexta-feira, quando anunciou a antecipação da assinatura do acordo entre a República Democrática do Congo com o Ruanda, para a próxima segunda-feira, inicialmente marcado para dia 27, Trump escreveu: “Não receberei um Prémio Nobel da Paz independentemente do que faça, incluindo Rússia/Ucrânia e Israel/Irão, quaisquer que sejam esses resultados, mas já o sabemos”, reivindicando também a manutenção da paz entre o Egito e a Etiópia.

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Turquia acusa Israel de arrastar região para um “desastre total”

  • Lusa
  • 21 Junho 2025

"Não existe um problema palestiniano, libanês, sírio, iemenita ou iraniano, mas existe claramente um problema israelita", afirmou Hakan Fidan, ministro dos Negócios Estrangeiros turco.

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, acusou hoje Israel de arrastar a região para uma “desastre total”, no nono dia de guerra com o Irão.

“Israel está agora a arrastar a região para a beira do desastre total ao atacar o Irão, nosso vizinho”, disse o chefe da diplomacia turca numa cimeira da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), em Istambul.

“Não existe um problema palestiniano, libanês, sírio, iemenita ou iraniano, mas existe claramente um problema israelita”, afirmou Hakan Fidan, apelando ao fim da “agressão sem limites” contra o Irão.

Temos de evitar que a situação degenere numa espiral de violência que ponha em causa a segurança regional e mundial.

Hakan Fidan

Ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia

“Temos de evitar que a situação degenere numa espiral de violência que ponha em causa a segurança regional e mundial”, acrescentou o ministro turco perante dezenas de homólogos dos países membros da OCI.

Falando depois, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou os países ocidentais de darem “apoio incondicional” a Israel, afirmando que Ancara não permitirá que as fronteiras regionais sejam redesenhadas “com sangue”.

“É essencial que demonstremos uma maior solidariedade para pôr fim aos atos de banditismo de Israel, não só na Palestina, mas também na Síria, no Líbano e no Irão”, acrescentou, dirigindo-se aos 57 países membros da OCI, uma organização fundada em 1969 que pretende ser a voz do mundo muçulmano.

Já na passada terça-feira o Presidente turco tinha acusado o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de ser “a maior ameaça” para o Médio Oriente, numa conversa telefónica com o Emir do Qatar, informou a presidência turca.

Israel lançou na madrugada de 13 de junho uma ofensiva sobre o Irão, argumentando que o avanço do programa nuclear iraniano e o fabrico de mísseis balísticos por Teerão representam uma ameaça direta à sua segurança.

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Hyundai Inster. Mobilidade elétrica sem complexos de tamanho

O compacto elétrico da sul-coreana Hyundai desafia as ruas e recantos de Lisboa com uma abordagem descomplicada e engenhosa, cumprindo exatamente o prometido, sem luxos nem exageros.

Durante os mais recentes arraiais dos Santos Populares de Lisboa, entre as sardinhas assadas do Bairro Alto e as marchas de Santo António, o ECO testou aquele que pode bem ser o próximo fenómeno das ruas estreitas da capital: o Hyundai Inster.

Num mercado onde os elétricos pequenos lutam entre a necessidade de serem acessíveis e a tentação de parecerem crescidos, este sul-coreano de 3,82 metros promete resolver a equação com uma receita simples: ser genuinamente prático sem fingir ser aquilo que não é.

Com preços a partir dos 24.900 euros para a versão Comfort, o Inster posiciona-se numa faixa competitiva face ao Citroën ë-C3 e ao Renault 5, embora seja consideravelmente mais caro que o Dacia Spring. A versão Style testada, já com a bateria de 42kWh e 97 cavalos, situa-se nos 27.450 euros, um valor que coloca o pequeno coreano numa posição interessante para quem procura um primeiro elétrico sem grandes concessões.

Para famílias urbanas que procuram um segundo carro elétrico ou para quem dá os primeiros passos na mobilidade elétrica, o Inster surge como uma opção equilibrada.

O maior trunfo do Inster reside numa solução aparentemente simples, mas inteligente: os bancos traseiros deslizam individualmente sobre o mesmo eixo, permitindo variar a capacidade da bagageira entre os 238 litros (bancos totalmente recuados) e os 351 litros (bancos à frente). Esta modularidade, rara num carro deste segmento, transforma radicalmente a utilização prática do veículo, permitindo adaptar o espaço às necessidades do momento.

A solução é ainda mais inteligente quando se descobre que todos os bancos, incluindo o do passageiro da frente, podem ser rebatidos completamente, criando uma superfície plana que transforma o interior numa espécie de acampamento sobre rodas. Esta versatilidade é um argumento forte para quem vive em apartamentos pequenos e precisa de um carro que seja também arrecadação móvel.

Equipamento de série generoso

Para os 25 mil euros de investimento, o Inster não dececiona no capítulo do equipamento. De série chega um ecrã de 10,25 polegadas com todas as funcionalidades comuns, climatização automática, carregamento por indução, keyless, sensores de estacionamento traseiros e um conjunto completo de assistências à condução que incluem cruise control adaptativo. Este nível de equipamento destaca-se face à concorrência, especialmente quando comparado com o Spring, que por menos dinheiro oferece significativamente menos conteúdo.

Com a bateria de 42kWh, o Inster promete 327 quilómetros de autonomia em ciclo WLTP, valores que se aproximaram da realidade durante os nossos percursos alfacinhas. O consumo médio de 14,3 kWh/100km mostrou-se consistente, mesmo com o ar condicionado a trabalhar nas tardes quentes de junho. Para um utilizador urbano, estes números traduzem-se numa autonomia semanal sem preocupações.

O maior ponto fraco do Inster reside na qualidade dos materiais interiores. Abundam os plásticos duros por todo o habitáculo, numa medida que surpreende negativamente quando comparada com o Renault 5, que consegue integrar alguns elementos mais nobres.

Nas subidas do Chiado e nos engarrafamentos típicos dos Santos Populares, o Inster não ficou para trás. O binário instantâneo de 147 Nm e o peso contido de 1.380 kg permitem uma condução ágil e responsiva em cidade. O raio de viragem de 10,6 metros facilita as manobras de estacionamento, embora se esperasse melhor num carro desta dimensão.

O maior ponto fraco do Inster reside na qualidade dos materiais interiores. Abundam os plásticos duros por todo o habitáculo, numa medida que surpreende negativamente quando comparada com o Renault 5, que consegue integrar alguns elementos mais nobres. A 25 mil euros, seria legítimo esperar acabamentos mais cuidados, especialmente nas zonas de contacto direto.

O motor de 97 cavalos revela as suas limitações quando se abandona o perímetro urbano. A aceleração dos 0-100 km/h em 11,7 segundos é adequada para cidade, mas fica aquém quando se pretende uma condução mais dinâmica. A velocidade máxima de 140 km/h é suficiente, mas o Inster não esconde alguma falta de fôlego nas ultrapassagens. E acima dos 50 km/h, começam a notar-se ruídos de vento e de rolamento que comprometem o conforto a bordo. Esta questão torna-se mais evidente em autoestrada. Para um carro concebido primariamente para uso urbano, não é um defeito grave, mas limita a versatilidade.

O Inster representa uma proposta inteligente no segmento dos elétricos compactos, destacando-se pela versatilidade interior única e por um nível de equipamento generoso face ao preço praticado. Os 25 mil euros pedidos encontram justificação numa soma de características que poucos rivais conseguem igualar em simultâneo.

Para famílias urbanas que procuram um segundo carro elétrico ou para quem dá os primeiros passos na mobilidade elétrica, o Inster surge como uma opção equilibrada. As limitações existem e são evidentes — materiais interiores, performance em estrada aberta e algum ruído –, mas não comprometem a utilização para a qual foi concebido.

Numa altura em que os elétricos pequenos lutam entre serem acessíveis ou completos, este sul coreano consegue ser ambos, sem grandes dramas nem revoluções. Talvez seja precisamente esta honestidade que o torna apelativo numa época em que muitos construtores prometem mais do que conseguem entregar.

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Governo vai procurar despesa de outros ministérios que possa ser registada como gastos em defesa

  • Lusa
  • 21 Junho 2025

Ministro das Finanças afirma que Governo irá "identificar se há algumas despesas que hoje já existem em outros ministérios […] e que neste momento não estejam a ser registadas” como gastos em defesa.

O Governo admite que Portugal “não será dos mais rápidos” dos aliados da NATO a aumentar os gastos com defesa, mas garante que o país “não ficará para trás” e que isso será feito com gestão orçamental rigorosa.

Nós não seremos dos mais rápidos, mas também não ficaremos para trás. O país não pode ficar para trás nesta questão, isso seria crítico, até porque Portugal defende uma enorme fronteira da Europa, a fronteira do Atlântico Norte”, disse o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, em entrevista à agência Lusa.

A poucos dias da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) – marcada por fortes tensões geopolíticas no Médio Oriente e na Ucrânia e pela necessidade de aumentar o investimento em defesa -, o governante assegurou “um crescimento da despesa nos próximos anos” de acordo com o plano que Portugal irá apresentar na ocasião e que prevê chegar à meta de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) já este ano.

Nós naturalmente teremos de fazer uma gestão orçamental cada vez mais rigorosa para garantir três coisas: que reforçamos a nossa capacidade de defesa, que mantemos e melhoramos o nível de proteção social e o nosso Estado social e que mantemos o equilíbrio das contas públicas e a redução da dívida pública.

Joaquim Miranda Sarmento

Ministro das Finanças

“Nós naturalmente teremos de fazer uma gestão orçamental cada vez mais rigorosa para garantir três coisas: que reforçamos a nossa capacidade de defesa, que mantemos e melhoramos o nível de proteção social e o nosso Estado social e que mantemos o equilíbrio das contas públicas e a redução da dívida pública”, elencou Joaquim Miranda Sarmento.

Apontando que “essa gestão tem sido feita e vai continuar a ser feita”, o ministro indicou sem especificar que isso “passa naturalmente por ser cada vez mais criterioso nas escolhas que se fazem”.

Questionado se tal passa por alterar a contabilização atual, Joaquim Miranda Sarmento indicou que Portugal seguirá o conceito de despesas da NATO, mas irá “identificar se há algumas despesas que hoje já existem em outros ministérios […] e que neste momento não estejam a ser registadas”.

Há algumas despesas da GNR que já estão no conceito [sem serem contabilizadas] e estamos a analisar se é possível alargar um conjunto adicional de despesas.

Joaquim Miranda Sarmento

Ministro das Finanças

“Há algumas despesas da GNR que já estão no conceito” sem serem contabilizadas e, por isso, “estamos a analisar se é possível alargar um conjunto adicional de despesas”, exemplificou.

Além disso, “vamos naturalmente aumentar as capacidades de defesa do país nas suas múltiplas vertentes”, prometeu o ministro, referindo estar já a ser feito um levantamento “com cautela e com peso e medida para não colocar em causa o equilíbrio das contas públicas”.

Os 32 aliados da NATO reúnem-se na terça e quarta-feira em cimeira na cidade holandesa de Haia sob a urgência de gastar mais em defesa, esperando que não haja guerra, mas preparando-se para o pior, dada a instabilidade geopolítica mundial.

Fala-se de uma meta de alocar 3,5% do PIB dos 32 países aliados a gastos militares tradicionais (forças armadas, equipamento e treino) e 1,5% do PIB adicionais em infraestruturas de dupla utilização, civis e militares (como relativas à cibersegurança, prontidão e resiliência estratégica), um acréscimo face ao atual objetivo de 2%.

“Veremos com a evolução […] da cimeira o que é que poderemos decidir”, adiantou Joaquim Miranda Sarmento à Lusa.

Governo admite empréstimos europeus para defesa e compras conjuntas na UE

O Governo admite recorrer ao programa europeu de 150 mil milhões de euros em empréstimos a condições favoráveis para reforço da defesa, defendendo também aquisições conjuntas na UE, nomeadamente para venda de um avião militar produzido em Portugal.

É possível que se use algum, que se recorra ao SAFE, embora as condições de financiamento do SAFE, neste momento, não sejam particularmente mais favoráveis do que as condições de financiamento da República [portuguesa], mas estamos a analisar todas as alternativas que existem”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento.

Há um avião militar que é produzido em Portugal e o [Ministério da] Defesa está, neste momento, a desenvolver acordos com outros países para a compra desse avião.

Joaquim Miranda Sarmento

Ministro das Finanças

A poucos dias da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) – marcada por fortes tensões geopolíticas no Médio Oriente e na Ucrânia e pela necessidade de aumentar o investimento em segurança -, o governante apontou também que “há um avião militar que é produzido em Portugal e o [Ministério da] Defesa está, neste momento, a desenvolver acordos com outros países para a compra desse avião“.

A ideia seria não só que Portugal beneficiasse destes empréstimos comunitários (iniciativa designada como SAFE), mas que também fizesse parte de projetos europeus, podendo ainda vender equipamentos produzidos no país.

“O que o Ministério da Defesa está a fazer […] é a estabelecer protocolos com outros países para que esses países possam adquirir este avião que é produzido maioritariamente em Portugal”, assinalou Joaquim Miranda Sarmento na entrevista à Lusa.

O ministro das Finanças aludia ao KC-390, um avião bimotor produzido com componentes feitas em Évora e da empresa brasileira Embraer.

É um avião de transporte militar multifacetado para uso tático e logístico, que por ter alcance intercontinental pode ser usado em operações militares, designadamente da NATO.

No final de maio, o Conselho da UE adotou este pacote de 150 mil milhões de euros em empréstimos a condições favoráveis para compras conjuntas que reforcem a defesa comunitária, que os países podem solicitar a Bruxelas até final do ano.

Previsto está que este pacote de empréstimos, designado como SAFE, facilite compras conjuntas de material militar entre os Estados-membros e seja financiado através de dívida conjunta emitida pela UE e depois transferida sob a forma de créditos aos Estados-membros que os solicitarem. Este novo instrumento europeu de crédito em circunstâncias extraordinárias é uma das medidas do plano de 800 mil milhões de euros para defesa na UE.

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