BCE prepara pausa em julho e deixa apenas um corte dos juros no horizonte para este ano

Todos os 84 analistas consultados num inquérito da Reuters esperam que o Banco Central Europeu mantenha a taxa de depósitos nos 2% na reunião de julho e 58% preveem só uma descida das taxas este ano.

Raramente a unanimidade é alcançada em economia. Mas, desta vez, todos os 84 economistas consultados pela Reuters num inquérito concordam numa previsão: o Banco Central Europeu (BCE) irá manter inalterada a taxa de depósitos nos 2% na próxima reunião de política monetária, marcada para 23 e 24 de julho. A confirmar-se esta previsão, será a primeira pausa no ciclo de sete cortes consecutivos de taxas iniciado em setembro pela instituição liderada por Christine Lagarde.

Apesar da expectativa de manutenção das taxas de juro na próxima reunião, os analistas não fecham a porta a novos estímulos monetários por parte do BCE. Mais de metade dos economistas inquiridos — 58,3% do total, ou seja, 49 em 84 — antecipam que o BCE efetue mais um corte de 25 pontos base ainda este ano, levando a taxa de depósitos para 1,75%.

Com a taxa de depósitos atualmente nos 2%, o BCE encontra-se no meio do intervalo que considera “neutro” – entre 1,75% e 2,25% – onde as taxas nem restringem nem estimulam excessivamente a economia. Esta posição dá ao banco central alguma flexibilidade para responder a desenvolvimentos económicos, mas também sugere que a margem para cortes adicionais está a diminuir.

Os mercados descontam atualmente apenas mais um corte de 25 pontos base até ao final do ano, seguido de um período de estabilidade antes de eventuais subidas no final de 2026. Esta perspetiva reflete a expectativa de que o BCE tenha quase completado o seu ciclo de flexibilização monetária, pelo menos no horizonte temporal imediato.

O inquérito da Reuters revela também as expectativas dos economistas para o crescimento da economia europeia nos próximos anos, com os especialistas a apontarem para uma expansão de 1% em 2025, seguida de 1,2% em 2026 do PIB da área do euro, números que representam uma ligeira revisão em alta face às estimativas anteriores de 1% e 1,1% respetivamente, divulgadas no inquérito de junho.

Estas previsões, embora moderadamente mais otimistas, continuam a espelhar a realidade de uma economia que luta para ganhar tração. A Zona Euro tem registado um crescimento anémico, com a Alemanha (a maior economia do bloco) a estagnar no primeiro trimestre do ano, enquanto outras economias como França e Itália apresentam expansões modestas.

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Desinformação mais do que duplica entre eleições europeias e legislativas

  • Lusa
  • 13:46

O aumento resultou num crescimento de 160% no número de casos de desinformação, em relação ao registado nas eleições europeias de 2024. Chega foi o partido que mais divulgou desinformação.

A desinformação aumentou 160% entre as eleições europeias de 2024 e legislativas de 2025, com o Chega a manter-se como um dos principais partidos desinformadores (81,3%), segundo um estudo.

O estudo “Desinformação nas Legislativas 2025: atividade dos partidos nas redes sociais”, da Entidade Reguladora para a Comunicação (ERC) e a Universidade da Beira Interior, concluiu que nas últimas eleições houve “um aumento percentual significativo das ocorrências em contexto eleitoral no país”.

Este aumento resultou num crescimento de 160% no número de casos de desinformação, em relação ao registado nas eleições europeias de 2024.

Das 4.514 publicações identificadas nas redes sociais entre 7 de abril e 19 de maio, o Instagram (30,0%) e o Facebook (28,9%) agregaram a maior parte do conteúdo gerado durante este período, seguidos pelo X (22,8%), TikTok (9,8%) e YouTube (8,5%).

Entre estas publicações verificaram-se 16 casos de desinformação nas páginas dos partidos, tendo sido abertos nove processos de averiguação junto da ERC.

Segundo o estudo, o Chega é o partido que mais divulgou conteúdos desinformativos nas redes sociais, sendo responsável por 81,3% dos casos, enquanto o PS, PSD e CDS tiveram uma ocorrência cada um, representando 18,7% das publicações.

Os vídeos lideram no formato da desinformação (56,3%) seja com montagens, cortes ou edições de peças, à frente de um conjunto vasto de imagens estáticas (43,8%), especialmente utilizadas para divulgar resultados de inquéritos ou sondagens de intenção de voto”, lê-se no documento.

As sondagens falsas ou desenvolvidas por empresas não registadas na ERC foram o tipo de desinformação mais frequente, com 31,1% dos casos detetados, em segundo lugar surge a divulgação de textos produzidos por órgãos de comunicação social não registados na entidade reguladora (25,0%).

Dois tipos de desinformação surgem com a mesma percentagem no terceiro lugar, os vídeos informativos manipulados a diversos níveis e as publicações que descredibilizam a comunicação social ou o trabalho jornalístico (18,8%), enquanto as notícias alteradas para promover uma perceção enganosa dos factos surgem em último lugar (6,3%).

Além disso, a maioria dos casos detetados apresenta “um baixo nível potencial desinformativo (43,8%)”, tratando-se de conteúdos elaborados de forma amadora, facilmente verificáveis através de uma pesquisa na internet.

Já as publicações com potencial médio representam 37,5% da amostra em causa, estando associadas à descontextualização de factos ou à manipulação de dados, por isso mais difícil de verificar.

Apenas uma pequena parcela dos casos identificados pode ser classificada como de alto potencial desinformativo (18,8%), tratando-se de conteúdos sem qualquer relação com a realidade, podendo ter sido criados muitas vezes com recurso a Inteligência Artificial (IA).

As 16 publicações geraram um total de 197.471 interações da audiência, recebendo 20.633 comentários e 12.368 partilhas. “Estima-se que nove vídeos tenham sido vistos mais de 3,5 milhões de vezes, com especial destaque para o Instagram e o TikTok”, segundo o estudo.

Os níveis de enviesamento tornam-se mais preocupantes quando se considera a dimensão do público alcançado. Estima-se que mais de seis milhões de utilizadores das redes sociais tenham sido expostos a conteúdos desinformativos difundidos pelos partidos portugueses (…) com especial destaque para o Chega”, lê-se no documento.

Este estudo foi realizado no seguimento do protocolo de cooperação celebrado entre a Entidade Reguladora para a Comunicação Social e o LabCom – Unidade de Investigação em Ciências da Comunicação da Universidade da Beira Interior, que procurou analisar a presença e os processos de desinformação no contexto das últimas eleições legislativas.

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Marcelo promulga descida de IRS e Unidade de Estrangeiros e Fronteiras

Na página da Presidência da República foram publicadas as aprovações de três decretos da Assembleia da República, que incluem o IRS e a nova Unidade de Estrangeiros na PSP.

O Presidente da República promulgou esta quinta-feira vários diplomas do Governo e da Assembleia da República, incluindo a descida do IRS para este ano, assim como a criação de uma Unidade de Estrangeiros e Fronteiras inserida na PSP.

No IRS, o texto final dita uma descida do IRS para este ano, proposta pelo Governo, e uma redução extra de 0,3 pontos percentuais para 2026, acordada entre a AD e o Chega. O diploma teve luz verde esta quarta-feira em votação final global na Assembleia da República. As duas medidas vão custar cerca de 611 milhões de euros.

Além da descida do IRS e da nova polícia de estrangeiros, o Chefe de Estado promulgou ainda o diploma que aprova a orgânica da Direção-Geral de Armamento e Património da Defesa Nacional, a orgânica da Direção-Geral de Recursos Humanos da Defesa Nacional e as regras e procedimentos para a revisão eficaz da despesa pública.

(Notícia em atualização)

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Bruxelas ameaça Portugal com processo se não transpuser regras para acelerar licenciamento de renováveis

Se Portugal não transpuser integralmente a Diretiva de Energias Renováveis, nomeadamente regras de aceleração do licenciamento, Bruxelas pode interpor uma ação em tribunal para impor sanções.

A Comissão Europeia alerta esta quinta-feira que Portugal ainda não transpôs integralmente as disposições da Diretiva Energias Renováveis, nomeadamente aquelas relativas à aceleração do licenciamento. A falta de ação nos próximos dois meses pode resultar em ações na justiça no sentido de impor sanções financeiras.

Em setembro de 2024, a Comissão enviou notificações para cumprir a 26 Estados-Membros por não terem procedido à transposição integral da diretiva para o direito nacional, concluindo agora que tanto Portugal como a Letónia e a Irlanda “ainda não transpuseram integralmente as disposições relativas à simplificação e à aceleração dos procedimentos de licenciamento”.

Neste sentido, a Comissão decidiu enviar pareceres fundamentados a estes três Estados-membros, que dispõem agora de dois meses para responderem e adotarem as medidas necessárias com vista à plena transposição. “Caso contrário, a Comissão poderá decidir instaurar ações no Tribunal de Justiça da União Europeia, solicitando a imposição de sanções financeiras“, lê-se na comunicação feita esta manhã pelo executivo europeu.

A diretiva modificativa entrou em vigor em novembro de 2023, e algumas disposições tinham de ser transpostas para o direito nacional até 1 de julho de 2024, as quais “têm por objetivo simplificar e acelerar os procedimentos de licenciamento dos projetos de energias renováveis, assim como os projetos de infraestruturas” necessários para integrar capacidade adicional no sistema elétrico.

As normas que carecem de transposição incluem a “definição de prazos claros” para os procedimentos de concessão de licenças a tecnologias ou projetos específicos, o reforço do papel do ponto de contacto único para o processamento dos pedidos e a presunção de que os projetos relativos a energias renováveis e às infraestruturas de rede conexas são de interesse público superior.

Além desta “reprimenda”, na mesma comunicação, a Comissão insta Portugal a cumprir as regras da UE relativas ao tratamento das águas residuais urbanas. Portugal dispõe agora de dois meses para responder e adotar as medidas necessárias, caso contrário, a Comissão pode decidir instaurar uma ação no Tribunal de Justiça da União Europeia.

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Bruxelas abre procedimento de infração contra Espanha por travar OPA do BBVA ao Sabadell

A Comissão Europeia considera que Espanha tem demasiados poderes para intervir em fusões e aquisições de bancos, o que viola as competências exclusivas do BCE e dos supervisores nacionais.

A ameaça tornou-se oficial e Bruxelas entrou mesmo em confronto com Madrid devido ao negócio entre os bancos BBVA e Sabadell. A Comissão Europeia anunciou esta quinta-feira que iniciou um processo de infração contra Espanha por bloquear a oferta pública de aquisição (OPA) do BBVA ao Sabadell, uma operação que criaria uma das maiores instituições financeiras na Europa.

A instituição liderada por Ursula von der Leyen enviou uma carta de notificação formal ao governo de Pedro Sánchez a pedir que reconsidere a decisão de impor uma moratória de três anos ao acordo de fusão entre os bancos espanhóis.

“A Comissão considera que determinadas disposições da legislação bancária espanhola e da legislação da concorrência espanhola, que dão ao governo espanhol poderes irrestritos para intervir em fusões e aquisições de bancos, violam as competências exclusivas do Banco Central Europeu e dos supervisores nacionais”, esclarece o executivo comunitário, em comunicado.

Para a Comissão Europeia, o poder que Madrid tem para travar transações desta natureza é “discricionário” e implica “restrições injustificadas à liberdade de estabelecimento e de circulação de capitais”. “As consolidações no sector bancário beneficiam a economia da União Europeia no seu todo e são essenciais para a concretização da União Bancária”.

“Estas fusões asseguram também que o capital é alocado de forma eficiente em toda a União Europeia e que os cidadãos e as empresas têm acesso a produtos financeiros a preços competitivos, um objetivo fundamental da União de Poupança e Investimento”, conclui a Comissão Europeia, acrescentando que verificou um incumprimento quer do Regulamento do mecanismo único de supervisão quer da diretiva europeia de requisitos de capital.

Espanha, que se arrisca a que o processo seja encaminhado para o Tribunal de Justiça da União Europeia por alegada violação da legislação europeia, tem dois meses para responder ao procedimento por infração.

No final de junho, o BBVA, liderado por Carlos Torres, informou que decidiu manter a OPA hostil que lançou há mais de um ano sobre o rival Sabadell, apesar de o governo espanhol ter endurecido as condições do negócio, incluindo a proibição de fusão durante três anos.

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“Temos uma candidatura forte” à Gigafábrica de IA, diz Gonçalo Regalado

Gonçalo Regalado diz que o BPF apresentou uma "candidatura forte e competitiva" para instalar a Gigafábrica de IA em Sines, mas mostra-se cautelosamente otimista, uma vez que há 76 candidaturas.

Gonçalo Regalado, presidente do Banco Português de Fomento (BPF), garante que a entidade que lidera apresentou uma “candidatura forte e competitiva” à instalação de uma Gigafábrica de IA de quatro mil milhões em Sines. Mas mostra-se cautelosamente otimista, relembrando que há, ao todo, 76 candidaturas.

“Temos uma candidatura forte e sabemos que é muito competitiva, mas são, ao todo, 76 candidaturas e mais de 20 países a bordo”, afirmou Gonçalo Regalado durante a apresentação dos resultados do BPF referentes ao primeiro semestre.

“Estamos a candidatar-nos contra fábricas de IA também apoiadas por governos europeus com enormíssimo impacto”, reforçou, notando que o “nosso desafio é não colocar Portugal a perder por falta de presença. Foi o que aconteceu nas outras fábricas”.

Gonçalo Regalado disse ainda que “uma das grandes conquistas é termos uma candidatura única” em Portugal. Outra conquista é ser um consórcio em que são “salientadas forças perante as fraquezas da Europa”, pois junta a capacidade da indústria da manufatura, defesa e militar, saúde, biotech e farmacêutica e a aposta no mar.

“Temos duas grandes condições para ter uma fábrica de sucesso”, disse, apontando para o facto de “termos uma das candidaturas com maior capacidade de entregar a fábrica entre 2027 e 2028 e a energia verde para alimentá-la”.

O ECO avançou em junho que o BPF tinha entregado à Comissão Europeia uma proposta de candidatura para tentar atrair para Sines uma destas infraestruturas de supercomputação, num investimento que poderá rondar os quatro mil milhões de euros, envolvendo um “consórcio alargado” de investidores privados.

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ANA já entregou relatório com consultas sobre o novo aeroporto ao Governo. Recebeu 67 contributos

Governo já recebeu o relatório da concessionária com a síntese da consulta às partes interessadas na construção do futuro Aeroporto Luís de Camões e vai agora analisá-lo. ANA recebeu 67 contributos.

Plano do novo Aeroporto Luis de Camões durante a entrega do Relatório Inicial (High Level Assumption Report) da concessionária ANA sobre o desenvolvimento da capacidade aeroportuária de Lisboa, para iniciar formalmente negociações sobre a extensão do contrato de concessão e viabilizar a construção do novo Aeroporto Luís de Camões, em Alcochete, 17 de dezembro de 2024. ANDRÉ KOSTERS/LUSAANDRÉ KOSTERS/LUSA

A ANA entregou ao Governo o Relatório das Consultas sobre o novo aeroporto de Lisboa, informou esta quinta-feira o Ministério das Infraestruturas. Governo vai analisar o documento e admite solicitar esclarecimentos adicionais, se necessário.

“A ANA – Aeroportos de Portugal (Concessionária) entregou ao Governo, por via eletrónica, o Relatório da Consulta aos Stakeholders, que constitui o primeiro relatório no âmbito da Candidatura ao Novo Aeroporto de Lisboa (NAL)”, afirma o ministério liderado por Miguel Pinto Luz, em comunicado.

O documento foi entregue dentro do prazo previsto, o dia 17 de julho. A ANA acrescenta, também em comunicado, que “a consulta realizou-se entre fevereiro e julho de 2025. Tendo sido dirigidos 104 pedidos de contributos, foram recebidos 67, entre os quais de autarquias, autoridades e entidades públicas, companhias aéreas, empresas de assistência em escala e parceiros comerciais”. O relatório, agora submetido à apreciação do concedente, incorpora contributos, resultantes desta consulta, no âmbito da otimização do projeto do Aeroporto Luís de Camões”, acrescenta.

ANA propõe ao Governo, no documento, a alteração das especificações mínimas para a construção do novo aeroporto de Lisboa, no Campo de Tiro de Alcochete, de forma a aproximá-las das necessidades atuais da aviação e baixar o custo da obra, como avançou o ECO.

“Vamos apresentar uma proposta mais realista e adaptada às necessidades atuais e com custo menor”, afirmou ao ECO o presidente executivo da concessionária, Thierry Ligonnière. A redução do custo permitirá também cobrar “taxas aeroportuárias menores”, face ao significativo aumento estimado pela empresa em janeiro e que motivou fortes críticas das companhias aéreas e dúvidas do Governo.

“Importa sublinhar que esta fase não corresponde ainda à fase negocial do processo. No entanto, o Governo analisará o documento com a devida atenção e, caso se revele necessário, solicitar esclarecimentos à Concessionária“, assinala o comunicado do Ministério.

O Relatório das Consultas é o primeiro da candidatura da ANA ao novo aeroporto de Lisboa. O processo integra quatro relatórios intercalares e um relatório final. “O próximo marco previsto no processo de Candidatura é a entrega, no prazo de seis meses, do Relatório Ambiental”, informa o Ministério.

A ANA dispõe ao todo de 36 meses para a candidatura, prazo que se iniciou a 17 de janeiro. O Governo está a preparar a assinatura de um memorando de entendimento com a concessionária “com o objetivo de clarificar os próximos momentos procedimentais e estabelecer de forma mais precisa o conteúdo a incluir na Candidatura ao NAL, conforme pretendido pelo Concedente”.

(Notícia com última atualização às 13h08)

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Concorrência abre investigação aprofundada à aquisição do Hospital Particular do Algarve pela CUF

Regulador justifica a investigação por considerar que a "operação possa levantar entraves significativos à concorrência no mercado nacional ou numa parte dele".

A Autoridade da Concorrência (AdC) anunciou esta quinta-feira que abriu uma investigação aprofundada à aquisição do Hospital Particular do Algarve pela CUF por “considerar que não se pode excluir que a operação de concentração possa criar entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou em parte deste”.

O Autoridade da Concorrência justifica que em causa está “a aquisição, pelo maior operador nacional, de um dos principais operadores regionais, cuja atividade se encontra concentrada em regiões do território nacional onde a CUF, até à data, não detém qualquer presença”. E que, “atendendo à relevância nacional da CUF e à importância regional do Grupo HPA, não é possível, nesta fase, afastar a hipótese de que a operação de concentração em apreço possa originar um reforço significativo do poder negocial das partes face às seguradoras e subsistemas complementares de saúde”.

“Em resultado das diligências de investigação realizadas até à presente data, a AdC concluiu, preliminarmente, não se poder excluir que a operação de concentração em apreço seja suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva no mercado da prestação de cuidados de saúde hospitalares por unidades privadas”, lê-se no comunicado.

Acrescentando que “tal reforço poderá refletir-se numa deterioração das condições comerciais aplicáveis a estas entidades, com potenciais impactos negativos ao longo da cadeia de valor, incluindo nos encargos suportados pelos beneficiários finais”.

No entanto, apesar de investigação aprofundada, a decisão proferida não constitui uma decisão final sobre o procedimento. Após as diligências da investigação aprofundada, a AdC pode decidir não se opor à concretização do negócio se vier a concluir que a operação não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência no mercado em causa ou proibir o negócio, se vier a concluir que a operação de concentração é suscetível de criar entraves significativos à concorrência no mercado em causa, com prejuízos para os utilizadores intermédios e/ou finais, que constituem a procura neste mercado.

O grupo CUF detém um conjunto de empresas que opera primordialmente na prestação de cuidados de saúde, compreendendo 12 hospitais e 17 clínicas.

Fundado em 1996, com a criação do Hospital Privado do Algarve, em Alvor, o Grupo HPA Saúde é constituído por cinco hospitais e dezassete clínicas, com maior presença no sul do país, nas zonas do Algarve e Alentejo, e também na Região Autónoma da Madeira. Em março deste ano, a empresa do Grupo Mello anunciou um acordo para a aquisição de 75% do grupo HPA Saúde.

O mês passado Salvador de Mello, CEO do Grupo Mello, disse que esperava uma decisão lesta da Autoridade da Concorrência portuguesa em relação à aquisição do Hospital Particular do Algarve pela CUF. “Não estando a CUF no Algarve esperaria que fosse rápido”, afirmou.

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Metade da linha BPF Invest Export para PME “esgota” em três semanas

O Banco Português de Fomento recebeu duas mil candidaturas de PME à linha BPF Invest Export, num total de 1.069 milhões de euros. Metade do valor disponível para as pequenas empresas.

Metade da linha BPF Invest Export para apoiar as pequenas e médias empresas (PME) esgotou em apenas três semanas. Os números foram divulgados esta quinta-feira pelo Banco Português de Fomento (BPF).

A entidade liderada por Gonçalo Regalado recebeu quase duas mil candidaturas a esta linha por parte das PME, num período que tem sido marcado por uma forte procura, indicou o banco na apresentação dos resultados semestrais.

Já o valor total das candidaturas recebidas é de 1.069 milhões de euros, sendo que 2,1 mil milhões de euros destinam-se a estas empresas. Ou seja, metade do valor para as PME “esgotou” em três semanas.

O restante montante, reservado para as grandes empresas, continua por aprovar, disse Gonçalo Regalado, presidente do BPF, durante a apresentação dos números referentes ao primeiro semestre do ano. Esta linha tem um montante global para grandes empresas e PME de 3,5 mil milhões de euros.

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Taxa Euribor sobe a três meses, mantém-se a seis e desce a 12 meses

  • Lusa
  • 11:39

Esta quinta-feira, a taxa Euribor subiu para 2,024% a três meses, manteve-se em 2,069% a seis meses e desceu para 2,087% a 12 meses.

A taxa Euribor subiu esta quinta-feira a três meses, manteve-se a seis, desceu a 12 meses em relação a quarta-feira e manteve-se acima de 2% nos três prazos. Com estas alterações, a taxa a três meses, que avançou para 2,024%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,069%) e a 12 meses (2,087%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, manteve-se, ao ser fixada de novo em 2,069%.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor baixou, ao ser fixada em 2,087%, menos 0,002 pontos.
  • Já a Euribor a três meses subiu, para 2,024%, mais 0,003 pontos do que na sessão anterior.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a maio indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,32% e 25,57%, respetivamente.

As médias mensais da Euribor voltaram a cair em junho nos dois prazos mais curtos, menos intensamente do que nos meses anteriores e de forma mais acentuada a três meses. Já a 12 meses, a média mensal da Euribor manteve-se em 2,081%. A média da Euribor em junho desceu 0,103 pontos para 1,984% a três meses e 0,066 pontos para 2,050% a seis meses.

Na última reunião de política monetária em 4 e 5 de junho, em Frankfurt, o Banco Central Europeu (BCE) desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%. Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano. A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Inflação na Zona Euro sobe para 2% em junho. É a primeira vez que os preços aceleram desde janeiro

A inflação na Zona Euro subiu para 2% em junho, regressando ao objetivo do BCE, com os serviços a registarem a principal contribuição para a subida da generalidade dos preços na área do euro.

A inflação anual na Zona Euro aumentou para 2% em junho, confirmando as previsões dos analistas e marcando o regresso à meta oficial do Banco Central Europeu (BCE), após ter ficado ligeiramente abaixo deste patamar no mês de maio.

Os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat mostram que a taxa de inflação, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHCP), aumentou 0,1 pontos percentuais face aos 1,9% registados em maio, ficando em linha com a estimativa rápida publicada no início do mês. Esta subida representa a primeira aceleração da inflação desde janeiro deste ano e coloca a Zona Euro exatamente no objetivo de médio prazo estabelecido pelo BCE.

Os dados do Eurostat revelam um quadro heterogéneo de pressões sobre os preços no mês de junho, com os serviços a registarem a maior contribuição para a inflação, apresentando uma taxa anual de 3,3%, acima dos 3,2% do mês anterior. Esta aceleração é particularmente relevante para o BCE, uma vez que a inflação dos serviços tem sido uma das principais preocupações da autoridade monetária, refletindo pressões de procura e custos salariais persistentes.

A inflação subjacente, que exclui os componentes mais voláteis como energia e alimentos não transformados, manteve-se estável nos 2,3% em junho, ficando ligeiramente acima da meta do BCE.

Os produtos alimentares, álcool e tabaco apresentaram uma ligeira desaceleração, passando de 3,2% em maio para 3,1% em junho, enquanto os bens industriais não energéticos registaram uma taxa de inflação de 0,5%, uma descida face aos 0,6% do mês anterior. O comportamento dos preços da energia continuou a ser deflacionário, com uma taxa de -2,6% em junho, embora menos negativa que os -3,6% registados em maio. Esta moderação na deflação energética contribuiu para a subida global da inflação na Zona Euro.

A inflação subjacente, que exclui os componentes mais voláteis como energia e alimentos não transformados, manteve-se estável nos 2,3% em junho, ficando ligeiramente acima da meta do BCE e evidenciando a persistência de pressões inflacionistas estruturais.

O Eurostat revela também que a inflação apresentou variações significativas entre os Estados-membros da área do euro, com a Estónia a registar a taxa mais elevada (5,2%), seguida da Eslováquia (4,6%) e da Croácia (4,4%). No extremo oposto, Chipre (0,5%), França (0,8%) e Irlanda (1,6%) apresentaram as taxas mais baixas.

Portugal registou uma taxa de inflação anual de 2,1% medida pelo IHCP em junho, acima da média da Zona Euro e representando um aumento face aos 1,7% do mês anterior. Esta subida foi impulsionada principalmente pelo aumento dos preços dos alimentos não transformados, que aceleraram de 4,0% para 4,7%.

Para o conjunto da União Europeia (incluindo os 27 Estados-membros), a inflação anual foi de 2,3% em junho, representando uma ligeira aceleração face aos 2,2% de maio. Esta taxa está acima da verificada na Zona Euro, refletindo pressões inflacionistas mais elevadas em alguns países fora da moeda única. Entre os países da União Europeia não pertencentes à Zona Euro, a Roménia registou a taxa mais elevada (5,8%), seguida da Estónia (5,2%) e da Hungria (4,6%).

Os dados referentes à taxa de inflação de julho serão divulgadas a 1 de agosto, numa estimativa rápida do Eurostat.

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Bruxelas prepara lista de potenciais taxas sobre serviços dos EUA

  • Joana Abrantes Gomes
  • 11:08

Caso falhem as negociações com Washington, o Executivo comunitário está a ponderar, além da aplicação de tarifas sobre serviços dos EUA, a possibilidade de controlar as exportações.

A Comissão Europeia está a preparar uma lista de potenciais tarifas sobre os serviços oferecidos por empresas norte-americanas, bem como controlos de exportação, como parte da sua possível retaliação se as negociações com Washington falharem, avança o Financial Times.

As medidas, que ainda têm de ser apresentadas aos governos nacionais dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE), surgem em resposta ao anúncio de Donald Trump de aplicar tarifas de 30% contra o bloco comunitário a partir de 1 de agosto.

Embora Bruxelas tenha avisado anteriormente que poderia alargar a guerra comercial transatlântica aos serviços se as negociações para evitar a aplicação dessas tarifas falhassem, até agora tem-se abstido de apresentar medidas concretas aos líderes europeus. Segundo o jornal britânico, que cita dois funcionários do Executivo comunitário, a lista não visa apenas as empresas tecnológicas norte-americanas.

As novas medidas, a confirmarem-se, juntam-se a uma proposta de retaliação contra 72 mil milhões de euros em produtos importados anualmente dos EUA, que neste momento se encontra em discussão entre os 27 Estados-membros e que inclui a aplicação de direitos aduaneiros sobre aviões da Boeing, automóveis e bourbon.

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