Lloyd’s lança seguro para proteger famosos e executivos da cultura do cancelamento

  • ECO Seguros
  • 6 Fevereiro 2025

A cobertura não é acionada se a pessoa em questão tiver infringido a lei, dirige-se a quem se preocupa que as suas ações ou palavras sejam mal-interpretadas.

Onde há riscos tende a haver seguros para cobrir os danos, caso se verifiquem, e o “cancelamento” na internet não é exceção. Uma agência apoiada pela Lloyd’s of London, a Samphire Risk, está a criar uma apólice juntamente com o grupo de comunicação Borkowski PR para cobrir os danos que o “cancelamento” provoca, avançou o Financial Times (acesso pago).

A oferta inclui a gestão da comunicação durante a crise, serviços desenhados especificamente para proteger os beneficiários contra a cultura do cancelamento e também para mitigar danos reputacionais provocados por cobertura negativas feita pelos media e redes sociais sobre o beneficiário.

Como o próprio nome indica, as redes sociais são palcos de partilha e de consumo de informação, o que também possibilita reações instantâneas de boicote quando se considera que celebridades e executivos agiram ou disseram alguma coisa considerada, por parte dos utilizadores, inaceitável. Tal pode provocar danos reputacionais duradouros e custos financeiros.

De notar que a cobertura Preempt não é acionada se as pessoas em causa infringirem a lei ou se forem culpadas de irregularidades. É desenhada para quem se preocupa que as suas palavras ou ações sejam mal-interpretadas.

“As redes sociais potenciam qualquer reação e espalham-na pelo mundo em segundos”, afirmou Mark Borkowski, diretor de relações públicas que desenhou os termos da apólice em conjunto com RepuTitan. Acrescentou ainda que “numa época em que um único tweet pode apagar a credibilidade de uma vida inteira (…) [este] é o seguro contra a volatilidade digital”.

Ainda que já existam produtos de seguro que cobrem os riscos de crise de reputação, o responsável garante que este “colmatará a lacuna” nas apólices feitas para empresas por se concentrar na proteção pessoal de celebridades, executivos, atletas e indivíduos com elevado património líquido.

O produto também inclui medidas preventivas como investigação, análise, monitorização e formação para prevenir antecipadamente potenciais problemas de reputação. Também inclui uma linha direta 24 horas por dia, 7 dias por semana e 60 dias de trabalho de comunicação para gerir e responder à cobertura negativa dos meios de comunicação social e das redes sociais.

A apólice abrange também a gestão de riscos modernos, como a desinformação e os deepfakes (técnica de produção de conteúdos multimédia falsos, ainda que de aparência autêntica, ao manipular imagens e sons preexistentes). O seguro também cobre os riscos associados com o cancelamento, como a extorsão, a chantagem e as preocupações relacionadas com a família.

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Concorrente francês do ChatGPT lança Le Chat para telemóveis

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2025

O Le Chat, que é comparável ao ChatGPT, já pode ser transferido nos sistemas operativos Android e Apple e é anunciado em vésperas da cimeira de Paris sobre esta tecnologia.

Mistral, startup de inteligência artificial (IA) e concorrente da norte-americana OpenAI, disponibilizou esta quinta-feira o seu agente de conversação em versão de aplicação móvel denominado Le Chat, designação que em português significa gato.

O Le Chat, que é comparável ao ChatGPT (da OpenAI), já pode ser transferido nos sistemas operativos Android e Apple e é anunciado em vésperas da cimeira de Paris sobre esta tecnologia, que decorre na segunda e terça-feira. “O seu melhor amigo de IA para a vida e o trabalho”, é assim que a Mistral designa a nova ferramenta numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter), acompanhada de um vídeo.

“Este é um passo adicional e importante na nossa jornada de uma equipa científica nos seus primórdios para uma equipa que produz um produto”, declarou Arthur Mensch, cofundador da Mistral, em entrevista ao Le Figaro. A empresa assinou recentemente uma parceria com a AFP que lhe permite integrar as notícias da agência noticiosa francesa nas respostas às perguntas feitas ao seu ‘chatbot’.

O lançamento da Mistral ocorre depois de em 20 de janeiro a chinesa DeepSeek ter apresentado o seu novo modelo de IA que abalou o setor de tecnologia, ao afirmar ter conseguido criar uma ferramenta de conversação com desempenho comparável aos modelos mais avançados com um investimento mínimo de 5,6 milhões de dólares (cerca de 5,4 milhões de euros, à taxa de câmbio atual).

Fundada por vários investigadores franceses que trabalharam em laboratórios de investigação de gigantes norte-americanos, a Mistral entrou no cenário da IA em maio de 2023, antes de lançar o Le Chat. A empresa revela ao mesmo tempo uma parceria com a Microsoft, que traz um investimento de 15 milhões de euros.

Na cimeira de Davos, em janeiro, a empresa indicou que estava a considerar uma entrada em bolsa (IPO).

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Países da Europa, Ásia, América e Oceânia condiciona acesso ao DeepSeek

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2025

Na Europa, Itália, Países Baixos e Irlanda já tomaram medidas para condicionar o acesso à chinesa DeepSeek nas instituições públicas. EUA, Taiwan e Coreia do Sul também colocaram entraves.

Em pouco mais de uma semana países da Europa, Ásia, América e Oceânia decidiram bloquear o uso da plataforma de inteligência artificial (IA) chinesa DeepSeek aos seus funcionários, depois desta agitar o mercado com um modelo mais bararo de código aberto.

Quando menos se esperava, em 20 de janeiro a DeepSeek divulgou o seu último modelo de IA, o R1, que disse ser comparável ao o1 da OpenAI, criadora do ChatGPT, no que respeita à resolução de problemas matemáticos, programação e inferência de linguagem.

Lançada em 2023 pelo fundo chinês High-Flyer Quant, a DeepSeek oferece serviços 95% mais baratos que o modelo o1 da OpenAI, mas tem suscitado dúvidas relativamente a questões de segurança, nomeadamente em termos de gestão de informação por parte de Pequim, e suspeitas de ter infringido patentes tecnológicas norte-americanas para criar a sua própria concorrência.

Este novo modelo agitou as bolsas mundiais, mas também aumentou o estado de alerta sobre a segurança dos dados. E 11 dias depois, em 31 de janeiro, o Congresso norte-americano proibiu os seus funcionários de usar a DeepSeek, advertindo que há evidências da existência de “atores” que “já estão a usar DeepSeek para distribuir software malicioso e infetar dispositivos”.

Foram ainda tomadas medidas de segurança para restringir a funcionalidade da IA chinesa em todos os dispositivos do Congresso e proibida a sua instalação em qualquer telemóvel, computador ou tablet oficial.

Na Europa, a Itália foi um dos primeiros países a avançar com a proibição, em 30 de janeiro, medida tomada pela entidade responsável pela proteção de dados, que ordenou a proibição “urgente e imediata” da DeepSeek ao não ter recebido a informação pedida um dia antes à tecnológica chinesa. A mesma entidade abriu uma investigação à DeepSeek.

O governo dos Países Baixos proibiu esta quinta os funcionários de usarem a plataforma de IA chinesa por esta ser “sensível à espionagem” e depois da Autoridade de Proteção de Dados do país instar os cidadãos a serem prudentes no uso desta plataforma.

Da Irlanda, a Comissão de Proteção de Dados (DPC), um dos principais reguladores da União Europeia (UE), solicitou na semana passada à DeepSeek informações sobre a gestão de dados privados dos utilizadores neste país, preocupada com a possibilidade de a informação privada dos clientes ser armazenada em servidores localizados na China.

“Escrevemos à DeepSeek solicitando informações sobre o processamento de dados realizado em relação a assuntos na Irlanda”, disse o vice-comissário da DPC, Graham Doyle. Noutro continente, vários ministérios sul-coreanos decidiram suspender o acesso destes aos seus computadores, pelas mesmas suspeitas, uma medida que foi igualmente tomada pelo governo australiano.

Também Taiwan tomou a mesma decisão de bloquear a DeepSeek, pelo “risco para a segurança”.

Depois da chinesa Huawei, que foi banida das redes 5G em muitos países, entre os quais Portugal, por questões de cibersegurança, e com a proibição do TikTok nos Estados Unidos suspensa para já, a DeepSeek é a empresa que se segue nos receios acerca da segurança de dados e de espionagem.

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Propostas para a Agenda Nacional de Inteligência Artificial até dia 28

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2025

O plano de ação para 2025-2026 será anunciado até ao final do primeiro trimestre de 2025. A Agenda Nacional quer "garantir que Portugal desenvolve um ecossistema sólido de inteligência artificial".

Os interessados em dar o seu contributo para a Agenda Nacional de Inteligência Artificial (IA) têm até 28 de fevereiro para o fazer, de acordo com informação disponível site “Participa.gov”.

A Agenda Nacional de Inteligência Artificial será materializada através de um plano de ação para 2025-2026, anunciado no final do primeiro trimestre de 2025, como garantiu em declarações à agência Lusa em dezembro de 2024, a ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes.

A iniciativa é complementar ao que já foi publicado para a Estratégia Digital Nacional e pretende “garantir que Portugal desenvolve um ecossistema sólido de inteligência artificial, alinhado com o contexto regulatório europeu”. Segundo a informação avançada, a Agenda Nacional de Inteligência Artificial segue três eixos base: talento, infraestrutura e inovação e investigação.

Em primeiro lugar, “capacitar a atrair talento para liderar a inovação, promover a literacia em inteligência artificial, formar e requalificar a população ativa garantindo que todos estão preparados para os desafios desta tecnologia”.

Em segundo lugar, “assegurar os recursos tecnológicos necessários para impulsionar o desenvolvimento e a implementação de soluções de inteligência artificial”.

Em terceiro lugar, “fomentar a colaboração entre o setor privado, a academia e a administração pública para criar soluções com recurso a inteligência artificial que beneficiem a economia e os cidadãos.”

As propostas devem ser submetidas em https://participa.gov.pt/base/initiatives/SpdcYOwUAf/regulation, sendo que qualquer cidadão pode participar desde que previamente autenticado com chave móvel digital ou cartão de cidadão.

Cada submissão deverá conter a identificação de uma ou mais ações, sendo que para cada proposta de ação deve ser identificado o eixo para o qual pretende contribuir, uma breve descrição e a identificação dos objetivos da ação.

As sugestões serão posteriormente avaliadas pela Agência para a Modernização Administrativa (AMA), podendo a vir ser incluídas no diploma de aprovação do projeto, que entrará em consulta pública no mês de março em “consultalex.gov.pt”.

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Planicare cresce 25% e descola para ambições nacionais

A seguradora de saúde está a aumentar a rede de mediadores, já tem rede hospitalar alargada, mas quer mais ramos e produtos. Lucros e vontade dos acionistas empurram para aquisições.

A seguradora de saúde Planicare aumentou 25% o volume de prémios emitidos em 2024, atingindo 14,8 milhões de euros e um resultado líquido de 4,5 milhões de euros, mais 60% que no ano anterior. O rácio combinado baixou para 59% – quanto menor este rácio, maior a rentabilidade técnica – devido, segundo Gonçalo Carvalho, administrador, a “uma carteira nova com carência que ajudou na melhoria da sinistralidade, mas também houve o facto de os custos com sinistros não terem aumentado na proporção dos prémios”.

Rui Dinis, CEO da Planicare, está com objetivos ambiciosos de três anos seguidos a crescer negócios acima dos 20%.

Os lucros voltarão a ser reinvestidos afirmou a ECOseguros o CEO Rui Dinis, que aponta aquisições para lançar novos produtos e aposta numa notoriedade nacional que vai começar com uma grande campanha em rádio e redes sociais em março próximo.

O crescimento da seguradora foi nos últimos três anos sempre superior a 20% e para 2025 o objetivo é 28%. Será possível, considera a administração, por que já estará em pleno a rede de mediadores e uma oferta mais completa de serviços médicos, após a Planicare ter estabelecido um acordo com a AdvanceCare, aumentando em 50 mil o número de prestadores da rede.

Embora a taxa de renovação de contratos tenha sido positiva, “superior à de um ano antes”, segundo Rui Dinis, o facto é que as mais de 90 mil pessoas seguras foram captadas essencialmente por uma rede de balcões localizados nas unidades do grupo Trofa Saúde, pretendendo agora a seguradora estender a sua captação de novos segurados a todo o país.

A ligação da Planicare à Trofa Saúde foi essencial para o lançamento da seguradora, mas agora os acionistas António Martins Carneiro, Beatriz Vilanova e António Vilanova estão a procurar desenvolver a seguradora por si, procurando o crescimento do negócio para além da Trofa Saúde.

“Com a AdvanceCare chegamos agora das grandes unidades hospitalares às pequenas clínicas em locais remotos”, explica Rui Dinis. Agora procuram novos produtos – Acidentes Pessoais poderá ser a primeira novidade dado a sua estrutura semelhante ao de um seguro de saúde. Para esse objetivo, os administradores da Planicare afirmam que gostavam de adquirir seguradoras com esses novos ramos licenciados junto da ASF, a supervisora do setor.

Ainda quanto a aquisições, Rui Dinis afirma-se atento a oportunidades: “Há dois tipos de vendedores, os que querem vender e são fáceis de detetar e os que precisam de ser motivados para vender”, concluindo que fusões não estão nos planos da seguradora, mas sim a aquisição.

Outro dos vetores de expansão será um ataque às pequenas e médias empresas (PME), principalmente para “as muitas que ainda não têm seguro de saúde para os colaboradores em que a majoração de 20% nos custos em sede de IRC pode ser muito estimulante”, diz o CEO.

2025 à procura de notoriedade nacional

Já conhecida na zona norte do país, a Planicare prepara este ano para uma projeção nacional importante. Neste momento pretende-se atingir 20% da carteira captada através de agentes e de futuro chegar aos 30%.

Para esse objetivo, a Planicare vai continuar a investir em tecnologia própria: “O software é nosso e liga bem com o da AdvanceCare, estamos preparados para a inovação e para um time to market rápido com adaptação para lançar produtos para diferentes idades, com coberturas apropriadas aos segmentos”, reafirma o CEO, salientando o aperfeiçoamento da ligação por app, quer a mediadores quer a clientes finais, como uma das apostas.

Considerando-se preparada para gerir um crescimento acelerado, e depois de um rebranding da marca em 2024, a Planicare vai lançar uma campanha de comunicação e publicidade em março próximo, com o objetivo de aumentar a notoriedade da marca a nível nacional enquanto espera um impulso imediato com dos contratos realizados no final de 2024, com efeitos visíveis ao longo deste ano.

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Marques Mendes lança-se a Belém porque “não é tempo de aventuras”. E entregou o cartão de militante do PSD

Candidato à Presidência da República defende que é preciso experiência política para o cargo. Marques Mendes considera que o Chefe de Estado deve ter causas e intervir ativamente.

Luís Marques, comentador político e ex-dirigente social-democrata, oficializou esta quinta-feira a candidatura à Presidência da República, defendendo que é preciso experiência política para o cargo e que “não é tempo de aventuras, experimentalismos ou tiros no escuro”. Num discurso a partir de Fafe, de onde é natural e onde iniciou a vida profissional, revelou ainda que entregou o cartão de militante do PSD como ato simbólico da sua independência.

O cargo do Presidente da República é um cargo eminentemente político e, assim, deve ser exercido por quem tem experiência política. Não é tempo de aventuras, experimentalismos ou tiros no escuro“, afirmou, naquilo que pode ser interpretado como uma farpa a Henrique Gouveia e Melo, o protocandidato mais bem posicionado nas sondagens, sem experiência política e que fez carreira na Marinha.

Ao longo de um discurso no qual procurou salientar o seu curriculum político, Marques Mendes argumentou que “a experiência não é tudo, mas só a experiência garante segurança, certeza e previsibilidade” num contexto de “parlamento nacional mais dividido e fragmentado” e uma “Europa economicamente estagnada”.

“Sinto que devo reafirmar a minha historia política e sinto-me confortado como a forma como sempre fiz política em Portugal”, disse, garantindo que a sua candidatura assenta em “valores”, é fundada em “desafios” e orientada para “compromissos”.

O agora candidato à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa em Belém revelou que “não por renegar” as suas origens partidárias mas “num ato simbólico”, para reafirmar a sua “candidatura de independência e imparcialidade”, entregou o cartão de militante do PSD.

Quero ser o Presidente de todos os portugueses“, afirmou.

O candidato à Presidência da República, Luís Marques Mendes, intervém durante a sessão de apresentação da sua candidatura presidencial, no auditório do Lar da Santa Casa da Misericórdia de Fafe, 6 de fevereiro de 2025. O candidato, que já foi deputado, autarca, ministro de quatro governos e líder do PSD, fez questão de destacar a sua experiência política como uma mais-valia para o cargo de Presidente da República.JOSÉ COELHO/LUSA

Reavaliação das leis eleitorais

Luís Marques Mendes assumiu o “compromisso com a ética política” e defendeu que é preciso “reavaliar as leis eleitorais, alterando o método de escolha dos deputados“. No entanto, não se ficou por aqui. De acordo com o candidato presidencial o país deve “rever o funcionamento dos partidos, que estão muito fechados, para que criem dentro de si órgãos de natureza ética“.

Para o advogado natural de Fafe, é necessário que o Parlamento “disponha de instrumentos para poder suspender deputados que têm comportamentos desviantes, chocantes e eticamente censuráveis“, considerando que “é preciso mais cuidado e exigência na escolha de titulares de cargos públicos”.

A degradação política que há anos se vive em Portugal não é aceitável“, vincou. Defendeu ainda que o Presidente da República deve ser um “construtor de pontes” para “evitar crises políticas” – que “não são modo de vida” –, “mediando consensos” e “estimulando entendimentos”.

Para Marques Mendes, “o Presidente da República não é uma entidade meramente simbólica”. Ou seja, “deve ter causas e intervir ativamente na sua defesa“, apontou. Neste sentido, apontou a “pobreza empregada” – em alusão à população que mesmo empregada sofre de pobreza –, considerando que “o trabalho digno deve dar lugar a uma vida digna”, mas também a criação de riqueza.

“Sem um país mais rico dificilmente seremos uma sociedade mais justa”, salientou, prometendo defender “o Estado Social”. Ademais, aludiu à justiça e ao combate à corrupção, ao apoio à imigração regulada e ao incentivo à natalidade, ao combate à violência doméstica, mas também à segurança.

(Notícia atualizada às 19h11)

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Seguradoras reduzem custos com pessoal e aumentam faturação na Madeira

Segundo os últimos dados divulgados pela DREM, quase todas (10) as seguradoras estão estabelecidas no Funchal, apenas uma está no município Santa Cruz.

As seguradoras na Região Autónoma da Madeira reduziram os custos com o pessoal mas aumentaram o valor de faturação em prémios emitidos.

Maria José Fortes, João Welsh e Miguel Santa Clara lideram a CBK que é um símbolo dos seguros na Madeira.

Segundo os dados avançados esta quinta-feira pela Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM), existiam 11 empresas de seguros na região, o mesmo número que no ano anterior. Também o número de pessoas ao serviço foi igual a 2022, 43.

Já os custos com pessoas situaram-se nos 1.896 milhares de euros, registando “uma redução de 0,8%” em termos homólogos. Enquanto os os prémios brutos emitidos pelos estabelecimentos de empresas de seguros “subiram para os 72,8 milhões de euros” em 2023, mais 27,5% que no ano anterior.

Quase todas (10) as seguradoras estão estabelecidas no Funchal, apenas uma está no município de Santa Cruz.

Entre as seguradoras com estabelecimentos no arquipélago atualmente encontra-se a Fidelidade e a Mapfre, como indicam no respetivo sítio da internet.

Quanto ao ramo da distribuição dos seguros, que não está contabilizado nos dados divulgados nesta quinta-feira, as principais empresas também atuam na região. Entre eles está a maior corretora em volume de negócios em Portugal em 2023, a MDS, que no ano passado comprou a mediadora madeirense Bónus e já estava presente na região através da MDS Winbroker. A segunda maior corretora, Sabseg, também tem um escritório no Funchal, enquanto a CBK continua a ser um símbolo dos seguros na região.

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Disa Lusitânia avança com patrocínio ao piloto de rali Renato Pita

  • + M
  • 6 Fevereiro 2025

No âmbito da parceria, o público poderá conhecer o piloto e o seu novo carro, a 15 de março, em Viana do Castelo. A viatura também estará em exposição em alguns postos da Shell ao longo de 2025.

A Disa Lusitânia anunciou o seu patrocínio a Renato Pita, piloto de rali, numa parceria que “reforça o compromisso da marca com os desportos motorizados, a inovação no setor da mobilidade e a segurança rodoviária“.

A colaboração entre a empresa da Shell em Portugal e o piloto português visa também assinalar o 20º aniversário da carreira do atleta, que faz este ano a sua estreia no Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno.

Apoiar o Renato Pita reforça o nosso compromisso com a segurança e a inovação no desporto automóvel. Estamos muito entusiasmados com esta parceria que celebra os 20 anos de carreira de um piloto de referência”, diz Guilherme Marques, membro da comissão executiva na DISA Lusitânia, citado em comunicado.

Já Renato Pita acrescenta que é com “grande satisfação” que abraça a parceria com a Shell, “uma marca de prestígio no setor automóvel”. “Este apoio reconhece o trabalho desenvolvido ao longo da minha carreira e é um incentivo para enfrentar os próximos desafios“, acrescenta.

No âmbito desta parceria, o público poderá conhecer o piloto e o seu novo carro, no próximo dia 15 de março, em Viana do Castelo, de onde Renato Pita é natural. A viatura também estará em exposição em alguns postos da Shell ao longo de 2025, “como parte de uma campanha destinada a aproximar os clientes da marca das iniciativas desportivas”.

Com uma carreira iniciada em 2005, Renato Pita já competiu em mais de 100 provas nacionais e internacionais, acumulando 26 vitórias e sete títulos. “Em duas décadas de competição, distinguiu-se pela consistência e pelos resultados obtidos, incluindo a vitória no Tour European Rally 2WD Trophy em 2017 e o vice-campeonato no Campeonato Nacional de Ralis 2RM.

Para além das suas conquistas desportivas, Renato é reconhecido pela sua dedicação à responsabilidade social. Desde 2013, atua como Embaixador pela Ética no Desporto, promovendo valores como fair-play e respeito, e é mentor do projeto ‘Etapa Segura’, que sensibiliza os mais jovens para a segurança rodoviária”, refere-se em nota de imprensa.

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Lucro da MetLife sobe 206% para 4.200 milhões em 2024

Na região da EMEA, as vendas da seguradora situaram-se em 251 milhões de dólares no último trimestre de 2024, um aumento de 28% em comparação com o trimestre homólogo, ajustado a câmbio constante.

A MetLife registou uma faturação total global de 52.520 milhões de dólares em 2024, mais 1% do registado no ano anterior que se situou em 51.961 milhões.

A nível global, o lucro líquido MetLife subiu 206% face a 2023 para 4.200 milhões de dólares no ano passado, o que representa um lucro por ação de 5,94 dólares. Comparando com o mesmo período do ano anterior, houve um aumento nos lucros, que se situavam em 1.400 milhões de dólares, correspondendo a 1,81 dólares por ação – valorização de 228% em termos homólogos. A rentabilidade financeira, medida pelo ROE, situou-se em 16,9%.

Michel Khalaf, presidente e diretor-executivo da MetLife. “Superámos os nossos compromissos de cinco anos do programa Next Horizon e iniciamos a nossa estratégia New Frontier a partir de uma posição de força, com um maior enfoque no crescimento responsável.”.

A seguradora registou receita mais de 14.475 milhões de dólares no quarto trimestre de 2024, um aumento de 6% em termos homólogos. No último trimestre do ano passado, a seguradora registou um lucro global de 1.200 milhões de dólares, superior aos 574 milhões registados no mesmo trimestre no ano anterior.

“A força e resiliência da MetLife foram evidentes em 2024, ao apresentarmos resultados sólidos no quarto trimestre e no ano completo”, afirmou Michel Khalaf, presidente e diretor-executivo da MetLife. “Superámos os nossos compromissos de cinco anos do programa Next Horizon e iniciamos a nossa estratégia New Frontier a partir de uma posição de força, com um maior enfoque no crescimento responsável.”

Na região da Europa, Médio Oriente e África (EMEA), que inclui as operações em Portugal, as vendas da seguradora situaram-se em 251 milhões de dólares, um aumento de 28% em comparação com o trimestre homólogo, quando ajustado a câmbio constante.

Quanto às receitas ajustadas foram de 652 milhões de dólares, um aumento de 13% numa base de câmbio constante, devido a vendas fortes em toda a região.

O lucro depois de impostos na região EMEA alcançou os 59 milhões de dólares, o que representa um crescimento de cerca de 26% em relação ao último trimestre de 2023 numa base reportada, e de 31% ajustado ao câmbio constante. O crescimento foi impulsionado pelo aumento de vendas e encargos fiscais mais baixos.

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Reneé Rapp é a nova embaixadora global da L’Oréal

  • + M
  • 6 Fevereiro 2025

Rapp "representa a voz de uma geração que valoriza a verdade, a inclusão e a coragem para desafiar normas" e "a sua jornada artística e pessoal reflete os valores que a L'Oréal promove", diz a marca.

A cantora e atriz Reneé Rapp é a nova embaixadora global da L’Oréal, numa parceria que visa reforçar “o compromisso da L’Oréal Paris em celebrar mulheres autênticas, fortes e inspiradoras”.

“Estou muito feliz por me juntar à L’Oréal Paris, ao lado de mulheres incríveis que inspiram as pessoas a mostrarem a sua força, seja de que forma for. Numa época em que é fácil sermos consumidos por dúvidas, eleva a tua voz e sê tu mesma. Sê radical, fica zangada, se for preciso, e sê sempre verdadeira”, diz a artista, citada em comunicado.

Já Delphine Viguier-Hovasse, presidente global da marca L’Oréal Paris, refere que a marca está entusiasmada por contar com Reneé Rapp como nova embaixadora da marca. “Reneé é uma artista feminista que personifica a autenticidade, a aceitação das suas próprias escolhas e a firmeza em não se deixar subjugar. Disse-me: ‘As pessoas não gostam de mulheres com opiniões… e eu tenho muitas opiniões’. Sem dúvida, ela merece”, refere.

Tendo o seu álbum de estreia, Snow Angel, sido o mais vendido por uma artista estreante em 2023, Reneé Rapp tem vindo a “consolidar-se como uma talentosa compositora com uma voz impressionante”, mas também a “inspirar milhares de pessoas na sua jornada pela autoestima” enquanto defensora da igualdade LGBTIQA+ e da saúde mental, lê-se em nota de imprensa.

Segundo a marca, enquanto “novo ícone da cultura pop”, Reneé Rapp “representa a voz de uma geração que valoriza a verdade, a inclusão e a coragem para desafiar normas“, sendo que “a sua jornada artística e pessoal reflete os valores que a L’Oréal Paris promove globalmente“.

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Mercado livre de gás natural com 72% do total de clientes em 2024

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2025

A quase totalidade do número de clientes do mercado livre concentra-se no segmento dos clientes residenciais, que representa mais de 95% do total dos contratos.

O mercado livre de gás natural registou um número acumulado de mais de 1,1 milhões de clientes em dezembro de 2024, um crescimento de 0,4% face a 2023 e que representou quase 72% do total dos contratos.

Segundo os dados divulgados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), em dezembro, este mercado, no qual os preços são determinados por cada comercializador e não pelo regulador, registou um aumento líquido de 1.360 clientes face a novembro.

No final de 2024, o mercado liberalizado desta fonte de energia representava 71,9% dos clientes. A quase totalidade do número de clientes do mercado livre concentra-se no segmento dos clientes residenciais, que representa mais de 95% do total dos contratos.

Em termos de consumo, a ERSE detalha que foi de 2.578 GWh, cerca de 0,9% abaixo do valor registado em novembro e 3% superior ao alcançado em dezembro de 2023. “O consumo no mercado livre representou em dezembro cerca de 96% do consumo total registado em Portugal continental”, detalha a entidade reguladora.

A Galp manteve a posição como principal operador no mercado livre em consumo (51,7%), enquanto a EDP Comercial liderou em número de clientes (40,2%), apesar da quebra registada desde março de 2022, lembra a ERSE.

“A Galp manteve a sua liderança no segmento de clientes industriais (35,2%) apresentando um decréscimo de 0,3 pontos percentuais (p.p.), e no segmento de grandes consumidores (57,1%) verificou-se também um decréscimo de 0,1 p.p. na sua quota de mercado, face a novembro de 2024”, segundo a nota divulgada pela entidade liderada por Pedro Verdelho.

Clientes no mercado livre de eletricidade aumentam 2,2%

O mercado liberalizado de eletricidade tinha 5,7 milhões de clientes no final de 2024, um aumento de 2,2%, com a EDP a manter a liderança, com mais de 61,6% do mercado, apesar de ter perdido quota.

Segundo os dados divulgados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), em dezembro, o mercado livre registou um aumento líquido de 9.105 clientes face a novembro e um crescimento de aproximadamente 2,2% face ao mês homólogo.

No final de 2024, 86,8% dos clientes em Portugal estavam no mercado livre, no qual a oferta comercial e os respetivos preços são determinados por cada comercializador e não definidos pela ERSE, ao contrário do mercado regulado.

Em termos de quota de mercado, a ERSE detalha que a EDP Comercial manteve a sua posição como principal operador no mercado livre em número de clientes (61,6%) e em consumo (34,1%). No entanto, face a novembro, a quota da empresa caiu 0,5 pontos percentuais em número de clientes e 0,1 pontos percentuais em termos de consumo.

Em dezembro, a Iberdrola manteve-se como o comercializador com maior representatividade em termos de consumo no segmento de clientes industriais (24,7%), tendo apresentado um decréscimo da sua quota em 0,1 pontos percentuais face a novembro”, lê-se na nota divulgada pela ERSE.

No segmento dos grandes consumidores, a Iberdrola mantém a liderança (33%), tendo registado uma subida de 0,2 pontos percentuais de quota relativamente ao mês anterior.

No que toca ao consumo, houve uma descida em dezembro de 2024 de 10,4% face ao registado no período homólogo e uma subida de 177,05 GWh em relação ao mês anterior, para 41.658 GWh.

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Congelamento de ajuda internacional norte-americana deixa alguns media em “incerteza caótica”

A organização Repórteres Sem Fronteiras avisa que a decisão de Trump pode "abrir a porta" a outras fontes de financiamento que podem tentar alterar a linha editorial e a independência dos media.

A decisão da administração de Donald Trump de congelar a atividade da agência norte-americana para o desenvolvimento internacional (USAID, na sigla inglesa), que tem por objetivo o desenvolvimento de programas para ajuda externa, colocou diversas organizações a nível internacional em sobressalto. E o setor do jornalismo não passou ao lado desta decisão, desde logo pelo facto de muitos órgãos de comunicação em países que atravessam contextos mais complicados dependerem desta ajuda e financiamento norte-americanos.

O orçamento de mais de 268 milhões de dólares (cerca de 258 milhões de euros) aprovado em 2025 para apoiar media independentes e o livre fluxo de informações a nível internacional através da USAID estão assim agora congelados. Segundo denuncia a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), esta decisão mergulhou organizações não governamentais (ONG), órgãos de informação e jornalistas numa “incerteza caótica”.

O congelamento do financiamento da ajuda americana está a semear o caos ao redor do mundo, inclusive no jornalismo. Os programas que foram congelados fornecem suporte vital a projetos que fortalecem os media, a transparência e a democracia. O presidente Trump justificou essa ordem acusando — sem evidências — que a chamada ‘indústria de ajuda externa’ não está alinhada com os interesses dos EUA. A trágica ironia é que essa medida criará um vácuo em prol de propagandistas e estados autoritários. A Repórteres Sem Fronteiras apela aos financiadores públicos e privados internacionais para que se comprometam com a sustentabilidade do media independentes”, diz Clayton Weimers, diretor executivo desta entidade nos EUA, citado em comunicado.

A organização refere que quase imediatamente após a ordem de congelamento entrar em vigor, diversas organizações jornalísticas a nível mundial que recebem financiamento norte-americano entraram em contacto “expressando confusão, caos e incerteza”.

Entre estas organizações incluem-se ONG internacionais que visam apoiar o jornalismo independente (como o International Fund for Public Interest Media) ou órgãos de comunicação de pequena dimensão que visam servir públicos que vivem sob condições repressivas em países como o Irão ou a Ucrânia.

Na Ucrânia, por exemplo, nove em cada 10 órgãos de comunicação dependem do financiamento da USAID, sendo que vários veículos de comunicação locais já anunciaram a suspensão das suas atividades e a procura por soluções alternativas, denuncia a RSF. Entre os 120 profissionais ucranianos do setor dos media inquiridos num estudo do Institute of Mass Information (IMI), 59,2% acreditam mesmo que a suspensão dos programas de apoio dos EUA para os media “pode ter um impacto catastrófico e levar ao encerramento ou redução significativa de muitos veículos de media independentes“.

De acordo com o estudo do IMI, apenas 15,8% dos entrevistados ucranianos relataram não receber subsídios de organizações americanas, sendo que 35% dos órgãos de comunicação têm assegurado 75% do seu financiamento através destes apoios. Já 15,8% disse depender desses fundos para 50 a 75% do seu orçamento, 12,5% disse que estes costumavam representar entre 50 a 25% de seu orçamento, 10% que esse número era de 25 a 10% e 4,2% disseram que esses apoios compunham menos de 10% de seu orçamento.

Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, os programas da USAID de ajuda aos media independentes apoiam organizações em mais de 30 países, “mas é difícil avaliar a extensão total dos danos causados ​​à media global” com esta decisão de Donald Trump e do seu executivo. Segundo dados da própria USAID — que já não estão disponíveis no site uma vez que este ficou offline –, esta agência financiou em 2023 o treino de 6.200 jornalistas e o apoio a 707 veículos de notícias não estatais e a 279 organizações da sociedade civil dedicadas ao fortalecimento dos media independentes.

A RSF reforça ainda que esta decisão do governo de Trump pode “abrir a porta” a outras fontes de financiamento que podem tentar alterar a linha editorial e a independência dos media.

Ao suspender abruptamente a ajuda norte-americana, os Estados Unidos tornaram muitos veículos de media e jornalistas vulneráveis, desferindo um golpe significativo na liberdade de imprensa“, acrescenta a organização.

Casa Branca anuncia que vai rescindir contratos com meios de comunicação

Na mesma linha, uma porta-voz da Casa Branca anunciou esta quarta-feira que o Governo dos Estados Unidos irá suspender os seus contratos com meios de comunicação, depois de Elon Musk e seus aliados apontarem os gastos com estes contratos.

“A equipa do DOGE está atualmente a trabalhar no cancelamento desses pagamentos”, disse Karoline Leavitt, referindo-se ao Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) liderado por Elon Musk. O magnata deu conta, nas últimas horas, dos pagamentos efetuados por várias agências e departamentos governamentais a órgãos de comunicação social, através do portal público “USASPENDING.com”.

Segundo foi avançado, o Governo norte-americano terá gasto mais de 8 milhões em dólares [7,7 milhões de euros] em assinaturas do Politico. Musk afirmou ainda que o The New York Times “é um meio de comunicação financiado pelo Governo” e que os pagamentos à Associated Press (AP)são “um enorme desperdício do dinheiro dos contribuintes”.

O próprio Donald Trump também já reagiu nas redes sociais. “Parece que milhares de milhões de dólares foram roubados à USAID [agência norte-americana para o desenvolvimento internacional] e a outras agências, muitos dos quais indo para meios de comunicação de notícias falsas como ‘recompensa’ pela criação de histórias boas sobre os democratas“, disse numa publicação.

O Presidente norte-americano refere ainda que o Politico parece ter recebido oito milhões, questionando se o The New York Times também terá recebido algum dinheiro e que outros jornais também terão beneficiado. “Este pode ser o mais escândalo de todos, talvez o maior da história! Os democratas não se conseguem esconder deste [escândalo]. [É] Demasiado grande, demasiado sujo“, conclui na publicação.

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