Trump anuncia a intenção de incluir altcoins na reserva estratégica dos EUA e criptoativos disparam

Trump anunciou pela sua rede social a intenção de incluir criptoativos secundários na reserva estratégica de criptomoedas dos EUA, provocando subidas superiores a 25%.

Donald Trump voltou a agitar o mercado das criptomoedas este domingo, provocando uma subida superior a 25% em vários ativos digitais após anunciar na sua rede social “Truth Social” que a reserva estratégica de criptoativos dos EUA incluirá altcoins como Ripple (XRP), Solana (SOL) e Cardano (ADA).

Esta é mais uma demonstração da influência que o atual presidente norte-americano exerce sobre o mercado de ativos digitais, consolidando a sua promessa de transformar os EUA na “capital mundial das criptomoedas”.

O anúncio gerou uma onda imediata de entusiasmo entre os investidores, com os ativos mencionados a registarem valorizações entre 26% (Solana) e 75% (Cardano) este domingo. O Bitcoin chegou a subir 11%, negociando acima dos 94.500 dólares, segundo dados da CoinMarketCap.

A declaração surgiu na sequência da ordem executiva sobre ativos digitais assinada por Trump em janeiro, que estabeleceu a criação de uma reserva estratégica de criptomoedas, numa clara mudança de paradigma relativamente à anterior administração democrata.

“Vou garantir que os EUA sejam a capital mundial das criptomoedas”, afirmou o presidente republicano na sua publicação, reforçando o apoio que tem manifestado ao setor desde a sua campanha eleitoral. A iniciativa de criar uma reserva estratégica de criptoativos representa um passo na institucionalização destes ativos digitais, atribuindo-lhes um estatuto semelhante a outros recursos estratégicos do país.

Esta não é a primeira incursão de Trump no universo das criptomoedas. Em janeiro deste ano, pouco antes da sua tomada de posse, o republicano lançou a sua própria criptomoeda, denominada $TRUMP, que rapidamente atingiu uma capitalização de mercado próxima dos 15 mil milhões de dólares, antes de corrigir para cerca de 9 mil milhões. Também a sua esposa, Melania Trump, lançou um token próprio, o $MELANIA, que registou uma valorização de aproximadamente 800% nas primeiras horas após o lançamento.

A escolha de altcoins (alternativas ao Bitcoin) como Ripple, Solana e Cardano para a reserva estratégica surpreendeu o mercado, que esperavam uma concentração em ativos mais estabelecidos como o Bitcoin e o Ethereum. No entanto, esta diversificação poderá indicar uma estratégia mais abrangente de apoio ao ecossistema cripto, além das moedas digitais mais populares.

SEC abandona processo contra Coinbase

O impulso dado por Trump ao setor das criptomoedas coincide com uma mudança significativa na abordagem regulatória da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC).

Recentemente, a Coinbase, a maior bolsa de criptoativos dos EUA, revelou que a SEC concordou em desistir de um grande processo sobre a empresa que teria amplas ramificações para a indústria. “Após anos de litígio, milhões de dólares dos contribuintes gastos e danos irreparáveis causados ao país, chegámos a um acordo com a SEC para encerrar o litígio contra a Coinbase”, referiu Brian Armstrong, co-fundador e CEO na sua conta da rede social “X”.

Dias depois deste anúncio, a SEC emitiu um comunicado revelando que o regulador norte-americano “apresentou um acordo conjunto com a Coinbase Inc. e a Coinbase Global Inc. para encerrar a ação de execução civil em curso contra as duas entidades.”

Segundo Brian Armstrong, este processo “poderia ter matado a indústria cripto na América”, o que torna o abandono da SEC um sinal claro da nova orientação da administração Trump sobre o mercado dos criptoativos.

Esta transformação regulatória ganhou forma logo após a tomada de posse de Trump, com a SEC a estabelecer um grupo de trabalho sobre o mercado de criptoativos liderada pela comissária Hester Peirce, conhecida no setor como “Crypto Mom” pelo seu apoio aos ativos digitais (e pela crítica à regulamentação excessiva destes ativos).

“Nos últimos anos, as opiniões da Comissão [da SEC] sobre criptoativos foram amplamente expressas por meio de ações de fiscalização sem envolver o público em geral”, referiu em comunicado o presidente da SEC, Mark T. Uyeda, sublinhando que “é tempo de a Comissão retificar a sua abordagem e desenvolver uma política de criptoativos de uma forma mais transparente.”

Apesar do entusiasmo, permanecem dúvidas quanto à forma como a reserva estratégica de criptomoedas será implementada.

A reação positiva do mercado este domingo às recentes notícias surge após semanas de correção nos preços das criptomoedas, que apagaram grande parte dos ganhos obtidos após a vitória eleitoral de Trump. Este movimento das cotações ocorre também a poucos dias da primeira cimeira de criptoativos na Casa Branca — que irá decorrer na sexta-feira, 7 de março –, que reunirá alguns dos líderes da indústria para discutir regulamentos, stablecoins e papel potencial da Bitcoin no sistema financeiro dos EUA.

Apesar do entusiasmo, permanecem dúvidas quanto à forma como a reserva estratégica de criptomoedas será implementada. Analistas e especialistas jurídicos estão divididos sobre a necessidade de legislação específica aprovada pelo Congresso. Algumas análises sugerem que a reserva poderia ser criada através do Fundo de Estabilização Cambial do Tesouro dos EUA, habitualmente utilizado para comprar ou vender moedas estrangeiras.

Outra possibilidade em consideração pela equipa de Trump é a utilização de criptomoedas apreendidas em ações de aplicação da lei, uma abordagem que permitiria constituir a reserva sem necessidade de novas aquisições por parte do governo norte-americano.

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Sindicatos fecham acordo de revisão salarial com Zurich e Fidelidade

  • ECO Seguros
  • 2 Março 2025

Além dos salários e do subsídio de refeição, também foram atualizados os valores referentes aos serviços prestados pelos trabalhadores fora da empresa e outras compensações.

O Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Seguradora (STAS) e o Sindicato Nacional dos Profissionais de Seguros e Afins (SINAPSA) firmaram acordos de revisão salarial com as seguradoras Zurich e Fidelidade.

A Zurich acordou com os sindicatos aumentos salariais entre 33,89 e 61,27 euros, elevando o salário mínimo da empresa para 972,54 euros. Percentualmente, os reajustes variam entre 2,18% e 5,42%, sendo o maior aumento destinado aos auxiliares – que recebem 972,54 euros, enquanto os diretores coordenadores terão um reajuste menor, com vencimentos fixados em 2.871,76 euros.

O novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da Zurich também contempla um aumento no subsídio diário de refeição, que passa a ser de 13 euros. Tanto os novos salários quanto os benefícios entraram em vigor com data de 1 de janeiro de 2025.

Além disso, foram atualizadas outras cláusulas financeiras relacionadas aos serviços prestados pelos trabalhadores fora da empresa. A cláusula referente ao teletrabalho garante um reajuste de 10,2% no subsídio diário e fixo mensal para o regime híbrido. O valor diário passará para 3,5 euros, enquanto o fixo mensal será ajustado para 41,90 euros.

As comparticipações do Apoio Infantil e Escolar variam agora entre 70 euros para berçário, creche, infantário, pré-escolar e ensino básico (1.º ciclo) e 135 euros para estudantes do ensino superior, até o limite de 24 anos.

O acordo também trouxe revisões em diversas cláusulas, incluindo classificação e evolução profissional, trabalho suplementar, regime de turnos, suspensão do período de férias, atividade sindical, prémio de carreira e reconhecimento, reclassificação profissional, linguagem inclusiva e Plano Individual de Reforma.

Os sindicatos aguardam a definição da data para a assinatura oficial do acordo, que será posteriormente publicado no Boletim do Trabalho e Emprego (BTE).

Salário mínimo na Fidelidade sobe para 915 euros

A Fidelidade também chegou a um acordo com os sindicatos, prevendo aumentos salariais entre 33,89 e 61,27 euros, com o salário mínimo ajustado para 915,30 euros. Os reajustes percentuais variam de 2,5% a 10,3%, com o maior aumento sendo concedido também aos auxiliares, enquanto os diretores receberão um reajuste menor, passando a ganhar 2.414,15 euros.

O novo ACT da Fidelidade estabelece que o subsídio diário de refeição será de 12,5 euros, com os novos valores entrando em vigor a partir de 1 de janeiro de 2025. Além disso, foi garantida a não absorção dos complementos salariais durante o ano de 2025.

Foram atualizadas outras cláusulas financeiras referentes a serviços prestados fora da empresa. No âmbito do Apoio Infantil e Escolar, o novo acordo prevê comparticipações de 100 euros para os 1.º 2.º ciclo do ensino básico e 130 euros para creches, infantários, estabelecimentos de ensino pré-escolar, ensino secundário e superior.

O ACT da Fidelidade também incluiu alterações favoráveis aos colaboradores em cláusulas como tolerância para atrasos, regime de trabalho por turnos, trabalho suplementar, mobilidade geográfica, teletrabalho, valorização profissional, regras de retribuição, benefícios de carreira, interrupção do período de férias, complemento do subsídio por doença e demais prestações sociais, atividade sindical e condições do Plano de Pensões.

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Seguradoras lançam campanha de rastreio do cancro colorretal

  • ECO Seguros
  • 2 Março 2025

A iniciativa lançada pela Movsaúde destina-se a adultos entre 45 e 75 anos sem sintomas da doença. Inscrições estão abertas até 30 junho.

A Movsaúde – Associação Pela Prevenção da Doença Oncológica, entidade independente e sem fins lucrativos promovida por seguradoras, iniciou no dia 1 de março – primeiro dia do Mês Europeu da Luta Contra o Cancro do Intestino – a segunda edição da sua campanha de rastreio do cancro colorretal.

Patrícia Ramalho, presidente da Direção da MovSaúde: “O cancro colorretal, apesar de ser um dos mais fatais, também é altamente curável quando identificado precocemente”.

A iniciativa, promovida pela MovSaúde, destina-se a adultos entre 45 e 75 anos sem sintomas da doença que estejam dispostos a realizar o teste de pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF).

Com atuação em todo o território nacional, incluindo as regiões autónomas, a campanha deste ano expandiu parcerias com mais laboratórios, aumentando a capacidade e alcance do rastreio. A colaboração com a Europacolon mantém-se, reforçando o compromisso com a prevenção e o diagnóstico precoce.

As inscrições para participar no rastreio gratuito estão abertas até 30 de junho.

De acordo com Patrícia Ramalho, presidente da Direção da MovSaúde, o cancro colorretal, apesar de ser um dos mais fatais, também é altamente curável quando identificado precocemente. “É a conjugação da evolução silenciosa da doença com a reduzida adesão ao rastreio que culmina numa elevada percentagem de diagnósticos em fase avançada. Por analogia, podemos dizer que, diariamente, ‘desaparece’ uma equipa de futebol. O diagnóstico tardio leva a cerca de 11 mortes por dia.”, alerta.

A MovSaúde, fundada em 2024, representa um modelo colaborativo que reúne diversas entidades para enfrentar desafios na prevenção da saúde em Portugal. Como Associados fundadores, algumas das principais seguradoras do país – Aegon Santander Seguros, Allianz Portugal, Future Healthcare, Generali Tranquilidade, Grupo Ageas Portugal e Multicare – uniram forças para ampliar o impacto da iniciativa, promovendo uma abordagem mais abrangente e cooperativa no combate ao cancro colorretal. A esta iniciativa aderiram ainda a Cuf, Hospital da Luz e a KPMG.

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Costa diz que UE e aliados vão trabalhar em plano de paz

  • Lusa
  • 2 Março 2025

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, considerou a cimeira de Londres sobre a defesa europeia "útil e importante" e afirmou que a União Europeia quer continuar a trabalhar com aliados. 

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, considerou a cimeira internacional de Londres sobre a defesa europeia “útil e importante” e afirmou que a União Europeia (UE) quer continuar a trabalhar com outros parceiros e aliados. “Esta consulta foi muito útil e importante”, disse aos jornalistas à saída do evento, agradecendo ao primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, pela organização.

Costa disse que vai agora trabalhar com todos os líderes dos Estados-Membros da UE para preparar o Conselho Europeu especial na próxima quinta-feira em Bruxelas. “A União Europeia está pronta para trabalhar com todos os nossos parceiros europeus e outros aliados no plano de paz para a Ucrânia que garanta uma paz justa e duradoura para o povo ucraniano”, vincou.

No entanto, Costa também alertou que é necessário “aprender com o passado” e evitar “repetir a experiência de Minsk”, uma referência aos acordos de paz fracassados de 2014 e 2015 sobre os territórios ucranianos, e também a retirada dos países ocidentais do Afeganistão, deixando os Talibã assumirem o poder.

“Para isso, necessitamos de fortes garantias de segurança. A paz é um processo que anda de mãos dadas com a manutenção da paz”, salientou.

Organizada pelo Reino Unido, a cimeira sobre a segurança europeia reuniu líderes da Ucrânia, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, também participou, bem como o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

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Von der Leyen quer plano para rearmar a Europa

  • Lusa
  • 2 Março 2025

A presidente da Comissão Europeia reconheceu em Londres a necessidade de dar aos Estados-membros "espaço fiscal" para investir na defesa e prometeu um plano para "rearmar" Europa. 

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reconheceu em Londres a necessidade de dar aos Estados-membros “espaço fiscal” para investir na defesa e prometeu um plano para “rearmar” a Europa. À saída da cimeira internacional sobre a segurança europeia organizada pelo Reino Unido na capital europeia, a presidente da Comissão Europeia disse pretender apresentar “um plano abrangente sobre como rearmar a Europa no dia 06 de março”, durante o Conselho Europeu especial em Bruxelas.

Questionada sobre que tipo de contribuição financeira os 27 Estados membros devem dar para o setor da defesa, Von der Leyen respondeu: “uma coisa é certa: temos de ter um reforço”. “Temos de fazer um grande esforço. E, para isso, precisamos de um grande plano claro da União Europeia para os Estados-Membros”, defendeu, referindo a necessidade de investir em escudos aéreos avançados. “Precisamos de uma abordagem europeia comum, mas os Estados-Membros precisam de mais espaço fiscal para aumentar as despesas com a defesa”, reconheceu.

Sobre o apoio à Ucrânia, Ursula von der Leyen disse que “as garantias de segurança são da maior importância para a Ucrânia, mas é preciso garantias de segurança abrangentes“.

“Isto inclui a necessidade de colocar a Ucrânia numa posição de força que lhe permita fortificar-se e proteger-se, desde a sobrevivência económica até à resistência militar. Basicamente, precisamos de transformar a Ucrânia num porco-espinho de aço indigesto para potenciais invasores”, descreveu.

Von der Leyen explicou que isso implica não só dar assistência a nível militar, mas também, por exemplo, ajudar na rede energética, possibilitando que “com o tempo, este seja um país forte e resistente”.

Organizada pelo Reino Unido, a cimeira sobre a segurança europeia reuniu líderes da Ucrânia, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, também participou, bem como o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa.

 

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Starmer sublinha “momento único” para a segurança da Europa

  • Lusa
  • 2 Março 2025

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou aos líderes europeus que "este é um momento único" para a segurança da Europa e que é fundamental conseguir um bom resultado para a Ucrânia.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou aos líderes europeus reunidos em Londres que “este é um momento único” para a segurança da Europa e que é fundamental conseguir um bom resultado para a Ucrânia. Starmer deu este domingo início à cimeira informal que decorre no palácio de Lancaster House, no centro de Londres, para dar apoio à Ucrânia depois do desentendimento na sexta-feira na Casa Branca entre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Reunimo-nos hoje porque este é um momento único para a segurança da Europa e todos devemos dar um passo em frente”, afirmou Starmer, com o Presidente francês, Emmanuel Macron, sentado à sua direita e Zelensky à sua esquerda.

O primeiro-ministro britânico disse ainda que conseguir um bom resultado para a Ucrânia “é fundamental para a segurança” das nações reunidas no encontro em Londres e de “muitas outras”.

O Reino Unido é o anfitrião de uma cimeira internacional sobre defesa que decorrer hoje em Londres com 18 líderes.

Além da França e Ucrânia, a Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia e Turquia estão também representados.

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, também vão estar presentes.

O objetivo da cimeira é apresentar novas garantias de segurança para a Europa face aos receios de que Washington a abandone e que se acentuaram depois do encontro na Sala Oval entre Trump e Zelensky.

A reunião antecede a cimeira extraordinária sobre a Ucrânia agendada para quinta-feira em Bruxelas.

Antes da abertura da cimeira, Starmer avançou que estava a trabalhar com a França num “plano para acabar com os combates” entre a Ucrânia e a Rússia. “Concordamos que o Reino Unido, a França e talvez um ou dois outros países devem trabalhar com a Ucrânia num plano para acabar com os combates e depois discutiremos esse plano com os Estados Unidos“, afirmou o primeiro-ministro britânico à BBC.

De acordo com Londres, que sábado assinou um acordo de empréstimo de 2,26 mil milhões de libras [cerca de 2,74 mil milhões de euros] para apoiar as capacidades de defesa da Ucrânia, a cimeira irá centrar-se no “apoio militar contínuo” a Kiev e no “aumento da pressão económica sobre a Rússia”.

Em cima da mesa poderá também estar a “necessidade de a Europa desempenhar o seu papel na defesa” e os “próximos passos no planeamento de garantias de segurança sólidas” no continente, face ao risco de retirada da proteção militar norte-americana.

Na sexta-feira, na Sala Oval da Casa Branca, Trump e o seu vice-presidente, JD Vance, acusaram o líder ucraniano de não estar grato pela ajuda norte-americana e de recusar conversações de paz.

O confronto levou o Presidente ucraniano a abandonar prematuramente a Casa Branca, sem assinar o acordo previsto sobre minerais.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022.

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SVS compra carteira de seguros de mediador Generali Tranquilidade

  • ECO Seguros
  • 2 Março 2025

É uma operação entre mediadores localizados nos bairros históricos de Lisboa, a loja exclusiva da Generali Tranquilidade no Chiado passa a carteira de seguros para a SVS em Campo de Ourique.

A São Vicente Seguros (SVS), mediadora sedeada em Campo de Ourique, em Lisboa, acaba de adquirir a carteira de seguros atualmente gerida pela Matriz Variante, agente exclusivo Generali Tranquilidade com loja na Rua Garrett, na baixa de Lisboa.

Em carta enviada aos clientes por Tiago Santos, administrador da SVS, e João Alves, gerente da Matriz Variante, ambos garantem que vão “manter intactas todas as condições dos seus contratos de seguro em vigor, nomeadamente quanto às condições gerais e particulares, aos direitos e deveres das partes contratantes, e ao respetivo custo dos prémios de seguro”.

A SVS tem 31 anos de atividade e é mediadora de seguros multimarca tendo faturado 674 mil euros em 2023, ano em que obteve um resultado líquido de cerca de 180 mil euros.

Com 9 empregados no final de 2023, a SVS tem como principal acionista Vanessa Sousa Paiva que detém cerca de 90% do capital social.

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Assis desafia PS a apresentar moção censura se Governo não avançar com moção de confiança

  • Lusa
  • 2 Março 2025

O eurodeputado socialista Francisco Assis desafiou o PS a apresentar uma moção de censura caso o Governo não avance com uma moção de confiança. O meio-termo significará a opção pelo pântano fétido".

O eurodeputado socialista Francisco Assis desafiou o PS a apresentar uma moção de censura caso o Governo não avance com uma moção de confiança, defendendo que “qualquer meio-termo significará a opção pelo pântano fétido”.

Numa publicação na rede social Facebook, Francisco Assis avisa que o “Governo quer transformar a moção de censura do PCP numa moção de confiança”. “Perante isto, exige-se um esclarecimento: ou o Governo é sério e apresenta uma moção de confiança ou, caso contrário, o PS deve apresentar uma moção de censura”, defende o também membro da Comissão Política Nacional do PS.

Para Francisco Assis, “qualquer meio-termo significará a opção pelo pântano fétido e pela crise política permanente”. “A estabilidade seria uma falsa estabilidade obtida à custa da dignidade das instituições”, sustenta.

No sábado à noite, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, admitiu avançar com uma moção de confiança ao Governo se os partidos da oposição não esclarecessem se consideram que o executivo “dispõe de condições para continuar a executar” o seu programa, após ter sido noticiado que a Spinumviva, empresa detida pela sua mulher e filhos, recebe uma avença mensal de 4.500 euros do grupo Solverde.

Pouco depois, o PCP anunciou que vai apresentar uma moção de censura ao Governo, defendendo que “não está em condições de responder aos problemas” de Portugal e “não merece confiança”, mas sim censura.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, disse que não iria viabilizar a moção de censura do PCP, considerando que os comunistas tinham “mordido o isco lançado pelo Governo”, mas afirmou que, se o Governo apresentar uma moção de confiança, o PS a chumbaria, frisando que não tem confiança no executivo de Luís Montenegro. “O PS não quer instabilidade, o PS quer esclarecimentos que são devidos a todos os portugueses”, disse.

Depois destas declarações, o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse que, caso a moção de censura anunciada pelo PCP seja rejeitada no parlamento, “não há uma justificação” para o Governo apresentar uma moção de confiança.

Em entrevista à RTP3, Joaquim Miranda Sarmento afirmou que a rejeição de “duas moções de censura” significa que o “parlamento entende que o Governo pode continuar a governar e, nesse sentido, não há uma justificação para uma moção de confiança”.

O PCP acabou de anunciar que apresentará uma moção de censura. Aparentemente, será rejeitada porque o secretário-geral do PS acabou de dizer que votará contra, portanto o parlamento volta, 15 dias depois, a reafirmar que o Governo tem as condições necessárias para governar“, sustentou o ministro.

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Investimentos que unem a fé à carteira<span class='tag--premium'>premium</span>

O universo de fundos religiosos não para de crescer, desafiando as expectativas convencionais. Mas será uma aposta certeira no portefólio dos pequenos investidores?

O mundo dos investimentos está em constante evolução, e uma tendência que tem ganhado força nos últimos anos é o investimento baseado na fé. Este nicho de mercado, que combina princípios religiosos com estratégias financeiras, tem vindo a crescer de forma consistente, atraindo cada vez mais investidores que procuram alinhar os seus valores espirituais com as suas decisões financeiras. Este artigo integra a 12.ª edição do ECO magazine. Pode compraraqui.De acordo com um relatório recente da Brightlight, uma empresa de researchespecializada em investimentos éticos, o mercado de investimentos baseados na fé, marcadamente por produtos ligados à doutrina islâmica (Xariá) e à fé cristã, atingiu um marco significativo em 2024ao ultrapassar, pela primeira vez, o marco de 100 mil milhões de

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“A fraqueza gera mais guerra”. Von der Leyen defende Ucrânia

  • ECO
  • 2 Março 2025

A presidente da Comissão Europeia, que vai participar este domingo numa cimeira em Londres sobre a Ucrânia, afirmou que a União Europeia (UE) vai aumentar as despesas com defesa.

A presidente da Comissão Europeia, que vai participar este domingo numa cimeira em Londres sobre a Ucrânia, afirmou que a União Europeia (UE) vai aumentar as despesas com defesa, defendendo que “a fraqueza gera mais guerra”. “O caminho para a paz é a força. A fraqueza gera mais guerra. Apoiaremos a Ucrânia, enquanto empreendemos um aumento da defesa europeia”, escreveu Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X.

A presidente da Comissão Europeia, que viaja para Londres a partir da Índia, país com o qual Bruxelas tem procurado aprofundar os laços na nova ordem mundial promulgada pelo Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, expressou ainda “o apoio contínuo da Europa à Ucrânia, que pode levar a uma paz justa e duradoura”.

Von der Leyen deverá apresentar novas fórmulas de financiamento para aumentar as despesas com a defesa no início desta semana, pouco antes de os líderes europeus se reunirem em Bruxelas, numa cimeira extraordinária para discutir como recuperar um lugar à mesa das negociações sobre a Ucrânia, da qual foram excluídos por Trump e pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

Enquanto se espera pelo anúncio de Von der Leyen, que, segundo a EFE, poderá acontecer na terça-feira, a presidente do órgão executivo da UE já indicou uma maior flexibilidade nas regras de controlo do défice para que os Estados-membros possam aumentar as despesas com a defesa.

Os 27 países estão também a considerar uma maior flexibilidade na utilização dos fundos estruturais, ou adaptar o mandato do Banco Europeu de Investimento para facilitar os seus empréstimos à indústria de defesa.

Após a reunião de hoje em Londres, na qual participarão quinze países, excluindo Portugal e outros Estados-membros, os 27 tentarão chegar a um consenso, na quinta-feira, sobre o apoio à Ucrânia e uma maior contribuição para a defesa europeia, após o confronto entre Trump e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.

No entanto, o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, manifestou, no sábado, as suas reservas sobre o que considera ser uma estratégia irrealista de “paz pela força” e deu a entender que a aprovação da Eslováquia está dependente da garantia da UE de que aquele país voltará a ter acesso ao gás russo transportado através da Ucrânia.

A Hungria, liderada pelo primeiro-ministro Viktor Orbán, também manifestou reservas quanto ao projeto de conclusões do Conselho Europeu de quinta-feira, que estão atualmente a ser negociadas em Bruxelas, de acordo com fontes europeias.

Portugal vai estar ausente da cimeira, em Londres, convocada pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, para promover ações em relação à Ucrânia e à sua segurança, segundo disse à Lusa fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Entre os participantes estão o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa.

Starmer vai encontrar-se separadamente com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, em Downing Street, sede do Governo britânico, antes do início da cimeira.

De acordo com o gabinete de Starmer, a reunião dará continuidade às negociações de Paris promovidas pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, e vai centrar-se no “fortalecimento da posição da Ucrânia hoje, incluindo o apoio militar contínuo e o aumento da pressão económica sobre a Rússia”.

A cimeira deste domingo acontece depois de, na sexta-feira, se ter registado um confronto verbal entre Zelensky e o Presidente norte-americano, Donald Trump, na sala Oval da Casa Branca. Trump e o seu vice-presidente, JD Vance, acusaram o líder ucraniano de não estar grato pela ajuda norte-americana e de recusar conversações de paz.

O confronto levou o Presidente ucraniano a abandonar prematuramente a Casa Branca, sem assinar o acordo previsto sobre minerais.

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PS segura Montenegro no cargo de primeiro-ministro, mas “estrago está feito”

O chefe do Executivo não se demite e vai continuar em funções, mais uma vez graças ao maior partido da oposição. Pedro Nuno Santos anunciou que vai chumbar a moção de censura do PCP.

Debaixo de fogo por causa da empresa da sua família e de um eventual conflito de interesses, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai conseguir sobreviver a uma nova tentativa de derrube do Governo, apresentada pelo PCP, já depois da moção de censura do Chega, que acabou chumbada. E, mais uma vez, será o PS o salvador. O líder socialista, Pedro Nuno Santos, anunciou este sábado à noite que iria chumbar a iniciativa dos comunistas, mas não poupou críticas à atuação de Montenegro: “O estrago está feito”.

O chefe do Executivo convocou um Conselho de Ministros extraordinário para este sábado para decidir que rumo tomar após a polémica em torno da Spinumviva, detida pela mulher e os filhos: poderia desfazer-se da empresa, apresentar uma moção de confiança ao Parlamento ou demitir-se. Mas Luís Montenegro acabou por desafiar os partidos da oposição a avançarem com uma nova moção de censura. Caso contrário, entregaria uma moção de confiança no Parlamento.

“Em termos políticos e governativos, insto daqui os partidos políticos, representados na Assembleia da República, a declarar sem tibiezas se consideram, depois de tudo o que já foi dito e conhecido, que o Governo dispõe de condições para continuar a executar o programa do Governo, como resultou há uma semana da votação da moção de censura”, afirmou, numa declaração lida na residência oficial do primeiro-ministro, acompanhado na sala por todos os ministros, numa mostra simbólica de união. Ou seja, atirou a bola para a oposição no sentido de apresentarem nova moção de censura.

Em causa está a polémica em torno da sua empresa familiar Spinumviva e sobre um potencial conflito de interesses com os clientes. Entre estes destaca-se o grupo Solverde, uma vez que, entre 2018 e 2022, ou seja, antes de ser presidente do PSD e primeiro-ministro, Montenegro liderou as negociações com o anterior Governo para estender o contrato de concessão dos casinos de Espinho e do Algarve ao mesmo grupo. Por outro lado, foi noticiado esta sexta-feira que a empresa da família de Montenegro recebe mensalmente uma avença mensal de 4500 euros, da Solverde, por prestação de serviços de consultadoria na área de proteção de dados.

O chefe do Executivo revelou ainda que vai deixar de ter qualquer interesse, ainda que indireto, na sua empresa Spinumviva, ao passar todo o capital para os seus filhos (atualmente está dividido entre estes e a sua esposa, com quem é casado em comunhão de bens). A sede da empresa, atualmente na casa da família Montenegro, também será alterada.

Em reação, o PCP indicou que iria avançar com uma moção de censura para derrubar o Executivo, o que mereceu logo a adesão do Chega, enquanto o BE referiu que iria avaliar e a IL colocou-se fora dessa iniciativa. Faltava a posição fundamental do PS para decidir o jogo. E o secretário-geral dos socialistas voltou a segurar o Executivo tal como já tinha feito aquando de semelhante iniciativa do Chega, através do voto contra. Sem uma maioria confortável no Parlamento, PSD e CDS, os partidos que suportam o Executivo, precisam do apoio do PS ou do Chega.

“Não viabilizaremos essa moção de censura”, sublinhou Pedro Nuno Santos, argumentando que o PS “não será fonte de instabilidade”. O líder do PS criticou ainda o facto de PCP ter mordido o “isco” lançado por Montenegro. E não poupou críticas a Luís Montenegro: “O primeiro-ministro não respondeu a perguntas, vitimizou-se, atacou toda a gente, foi prepotente e irresponsável, porque não respeita as instituições, não respeita os portugueses ao não dar esclarecimentos. Estas são as mais elementares regras democráticas”.

Pedro Nuno Santos continuou ao ataque, acusando Montenegro de preferir “jogos políticos e de querer provocar uma crise”. “Vender a quota que detinha numa sociedade de advogados para criar uma empresa que lhe permitia continuar a receber, exercendo funções de liderança no PSD e no país,” significa que “o primeiro-ministro não esteve em exclusividade de funções nos últimos 10 anos”, concluiu. E “a transição da quota aos filhos não resolve nenhum problema, o estrago está feito, quebrou-se uma relação de confiança com o povo português”, lamentou.

Caso o PCP não avançasse com uma moção de censura, o único partido de oposição que se mostrou disponível para tal, e sendo que o Chega está impedido de o fazer porque já apresentou essa iniciativa nesta sessão legislativa, o primeiro-ministro comprometeu-se a submeter ao escrutínio dos deputados uma moção de confiança do Governo.

“Sem essa resposta, a clarificação política exigirá confirmação dessas condições o que, por iniciativa do Governo só pode acontecer com uma moção e confiança. O primeiro-ministro e o Governo estamos aqui para assegurar a estabilidade e estamos focados na resolução dos vossos problemas. Mas só estaremos cá com a vossa confiança e legitimação, sinto que é essa a vossa vontade, sinto que é a vontade da maioria dos portugueses que o Governo continue a executar o seu programa”, defendeu Montenegro.

O repto do chefe do Governo foi vista por Pedro Nuno Santos como “falta de coragem de um líder político” que transfere “para os outros a responsabilidade que é só sua”. Por isso, “se o senhor primeiro-ministro e o seu Governo apresentarem uma moção de confiança no Parlamento, o PS chumbará essa moção de confiança”, avisou.

Governo descarta moção de confiança

PS, Chega e o Bloco de Esquerda anunciaram que também votariam contra uma eventual moção de confiança. No entanto, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, esclareceu que o Governo não irá avançar com essa opção se o Parlamento chumbar a moção de censura do PCP.

“O chumbo de duas moções de censura significa que o Parlamento poderá continuar a Governar e nesse sentido não há necessidade ou justificação para uma moção de confiança”, afirmou o governante em entrevista à RTP3, no mesmo dia em que o ministro dos Negócios Estrangeiros também foi à SIC Notícias defender o primeiro-ministro.

O líder do Chega, André Ventura, garantiu que “em caso algum aceitaria viabilizar uma moção de confiança apresentada por um Governo nestas condições”, acusando o Executivo de querer “provocar uma crise”. Ventura destacou que “ninguém quer eleições”, mas defendeu que não pode “confiar num primeiro-ministro sob suspeita”.

Por seu lado, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, defendeu que “houve uma admissão de incompatibilidades, numa declaração à imprensa sem direito a perguntas”. “O Bloco de Esquerda não tem confiança nos negócios do primeiro-ministro, não tem confiança sobre as explicações dadas das suas empresas, do seu património e da sua governação. Votaremos contra uma moção de confiança se esta for apresentada à Assembleia da República”, disse.

De igual forma, o porta-voz do Livre, Rui Tavares, disse não ter confiança institucional e política no primeiro-ministro, apelando ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para que avalie “o normal funcionamento das instituições”. “Não temos confiança neste primeiro-ministro, que se agravou ainda hoje”, disse o dirigente do Livre, considerando que a declaração de Luís Montenegro foi “dúbia”.

O líder da IL, Rui Rocha, afirmou que “é muito difícil alguma adesão” à moção de censura do PCP. “A IL poderá concordar com um ou outro diagnóstico, mas as solução do PCP não justificam uma adesão por parte da IL, sem que isso deixe de lado todas as responsabilidades do primeiro-ministro, que deve ser escrutinado”, sublinhou. Ainda assim, o deputado disse que o partido vai primeiro “analisar a moção de censura” e depois tomará uma decisão definitiva.

Da parte do CDS, o líder parlamentar Paulo Núncio considerou que se houver uma crise política “será da inteira responsabilidade da oposição”, desafiando os partidos a clarificarem se querem eleições antecipadas num momento mundial preocupante. O deputado defendeu que “o primeiro-ministro deu todas as explicações ao país” e que “não há nenhuma razão para uma crise política”, algo que os portugueses não querem que aconteça, citado pela Lusa.

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Montenegro desafia oposição a apresentar moção de censura mas admite moção de confiança

Luis Montenegro desafiou este sábado os partidos da oposição a apresentarem uma moção de censura ao governo mas deixou em aberto a apresentação posterior de uma moção de confiança.

O primeiro-ministro desafiou este sábado à noite os partidos da oposição a apresentarem uma moção de censura ao governo para confirmar a sua legitimidade e deixou no ar a hipótese de, se tal não acontecer, poder vir a avançar com uma moção de confiança, no Parlamento. Luís Montenegro anunciou ainda que a empresa familiar Spinumviva passará a ser detida exclusivamente pelos filhos.

A posição foi revelada após o Chefe do Governo ter estado reunido com o seu núcleo duro e posteriormente ter realizado um Conselho de Ministros, depois de terem sido divulgadas novas informações sobre a empresa detida pela família de Montenegro, sociedade que recebe avenças mensais de clientes, entre os quais o grupo Solverde.

Em termos políticos e governativos, insto daqui os partidos políticos, representados na Assembleia da República, a declarar sem tibiezas se consideram, depois de tudo o que já foi dito e conhecido, que o Governo dispõe de condições para continuar a executar o programa do Governo, como resultou há uma semana da votação da moção de censura”, afirmou Luís Montenegro numa declaração lida na residência oficial do primeiro-ministro, acompanhado na sala por todos os ministros, numa mostra simbólica de união.

O primeiro-ministro afirmou que “sem essa resposta, a clarificação política exigirá a confirmação dessas condições no parlamento, o que, por iniciativa do Governo, só pode acontecer com a apresentação de uma moção de confiança”, deixando assim no ar a possibilidade de avançar com esta opção caso os partidos não clarifiquem as condições do Governo.

O Chega está impedido de apresentar nova moção de censura, uma vez que já usou este instrumento nesta sessão legislativa e que acabou chumbada, com a ajuda do PS. Resta ao PS e aos outros partidos da oposição avançar com tal iniciativa caso o entendam, sendo que, entretanto, o PCP já anunciou que o vai fazer, pela voz de Paulo Raimundo. Por outro lado, a moção de confiança só poderia ser apresentada pelo Governo, mas a sua rejeição implica a sua queda e, eventualmente, a convocação de eleições antecipadas. Com o anúncio do PCP, esse será o momento da clarificação política pedida por Montenegro.

O primeiro-ministro defendeu que “a crise política deve ser evitada”, mas vincou que “poderá vir a ser inevitável”. “Não estarei aqui a qualquer custo. A situação política tem de ser clarificada sem manobras tácitas. O país precisa da responsabilidade do Governo e da oposição“, disse.

"A crise política deve ser evitada, mas também é preciso dizer que ela poderá vir a ser inevitável. ”

Luís Montenegro

O responsável revelou ainda que vai deixar de ter qualquer interesse, ainda que indireto, na sua empresa Spinumviva, ao passar todo o capital para os seus filhos (atualmente está dividido entre estes e a sua esposa, com quem é casado em comunhão de bens). A sede da empresa, atualmente na casa da família Montenegro, também será alterada.

Relativamente à empresa familiar, ela será doravante totalmente detida e gerida pelos meus filhos. Mudará a sua sede e seguirá o seu caminho exclusivamente na esfera da vida deles“, anunciou. É desta forma que o chefe do Executivo procurou solucionar o problema de ainda ser titular da empresa por via da quota da mulher, uma vez que são casados em comunhão de adquiridos.

"Relativamente à empresa familiar, ela será doravante totalmente detida e gerida pelos meus filhos. Mudará a sua sede e seguirá o seu caminho exclusivamente na esfera da vida deles.”

Luís Montenegro

Montenegro defendeu ainda que prestou todos os esclarecimentos, mas apontou o dedo à oposição e considerou que “para alguns” as explicações nunca serão “suficientes”. “Este é um ciclo vicioso que muitos desejam”, criticou.

A exposição a que fui sujeito com a minha família chegou a um limite que nunca imaginei. Não me queixo, sei que sou primeiro-ministro porque quis e porque os portugueses me confiaram”, disse, garantindo: “Não pratiquei nenhum crime, nem tive nenhuma falha ética“.

E acrescentou: “Estou aqui desde a primeira hora em exclusividade total, assegurei sempre a estabilidade política”.

(Notícia atualizada pela última vez às 21h24)

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