Antigo Hotel Bragança reabilitado por 3 milhões de euros em Coimbra. Abre no verão de 2026

A família Madeira, dona do Hotel Oslo, em Coimbra, vai assumir a reabilitação do antigo Hotel Bragança com um investimento a rondar os três milhões de euros.

Num investimento de três milhões de euros, o antigo Hotel Bragança, na zona universitária de Coimbra, vai ser requalificado com vista à sua modernização e reabilitação da fachada do edificado. A obra deverá estar concluída em meados de 2026.

Situada na zona de proteção à área classificada da Unesco da Universidade de Coimbra, a unidade hoteleira é propriedade da família Madeira, dona do Hotel Oslo, situado nas imediações, que entregou a obra à construtora de Guimarães, Cari.

O Hotel Bragança deverá estar a funcionar com a classificação de quatro estrelas, no verão de 2026.

Este projeto contempla a reabilitação da fachada original e a construção de mais 88 quartos, alguns deles com minicozinha incorporada, uma zona de restauração no último piso, dotada de rooftop com vista para o rio, duas salas de trabalho. O programa arquitetónico inclui ainda uma zona de lazer com piscina, balneário, ginásio e sauna no piso -1. Está prevista a instalação de painéis fotovoltaicos na cobertura.

Antigo Hotel Bragança, em Coimbra13 junho, 2026

“A reabilitação do Hotel Bragança irá proporcionar um maior conforto, sensação e experiência ao turismo”, assinala João Rodrigues, da direção de obra da Cari Construtores. Considera mesmo que esta empreitada “tem uma enorme importância ao nível da cidade e da zona ribeirinha, oferecendo uma maior oferta turística”.

Entretanto, a família Madeira também comprou o prédio da antiga loja Feira Móveis, na Rua António Gran­jo, para transformar num espaço dedicado a escritórios, segundo avança o jornal Diário de Coimbra.

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Marinha assina acordo com gigante sul-coreana para desenvolver novos submarinos

Grupo sul-coreano HD Hyundai Heavy Industries e Marinha Portuguesa planeiam desenvolver em conjunto um modelo de submarino de pequeno porte.

A Marinha Portuguesa e a HD Hyundai Heavy Industries assinaram um memorando de entendimento (MoU) para estabelecer uma “parceria estratégica” no desenvolvimento de novos submarinos. O acordo foi rubricado durante a exposição de Defesa Marítima 2025 (MADEX), em Busan, na Coreia do Sul. Em causa estão submarinos de pequeno porte.

​O acordo visa promover a colaboração entre as duas entidades na partilha de informação nas áreas de interesse mútuo, nomeadamente, no desenvolvimento de conceitos técnicos relacionados com a construção e reparação naval”, resume a Marinha Portuguesa numa publicação do Linkedin.

Por sua vez, em comunicado, os sul-coreanos afirmam que “com base na confiança mútua estabelecida por meio desta parceria estratégica, a HD Hyundai e a Marinha Portuguesa planeiam desenvolver em conjunto um pequeno modelo de submarino no futuro“.

Ju Won-ho (chefe de negócios de navios especiais da HD Hyundai Heavy Industries) e Fernando Pires (chefe do Estado-Maior da Armada)

A empresa sul-coreana apresentou três tipos de submarinos para exportação na MADEX25 em Busan, um com 2.300 toneladas, o segundo com 1.500 e um terceiro com 800.

A Marinha Portuguesa tem dois submarinos da Classe Tridente (NRP Arpão e o NRP Tridente), mas ambos estão parados nos estaleiros.

Tanto o anterior Chefe do Estado-Maior, Henrique Gouveia e Melo, que se vai candidatar à Presidência da República, como o atual ocupante do cargo (Almirante Jorge Nobre de Sousa) têm vindo a apelar à aquisição de mais dois submarinos, admitindo que poderiam ser do mesmo tamanho ou menores que o Tridente, numa altura em Portugal é o quinto país da UE que menos gasta do PIB para defesa.

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Euribor sobe a três e a seis meses e desce no prazo mais longo

  • Lusa
  • 13 Junho 2025

Esta sexta-feira, as taxas Euribor subiram a três e a seis meses para 2,004% e 2,056%, respetivamente. No prazo mais longo (12 meses), caíram para 2,084%.

A Euribor subiu esta sexta-feira a três e a seis meses, voltando a superar os 2% no prazo mais curto, e desceu a 12 meses em relação a quinta-feira. Com estas alterações, a taxa a três meses, que aumentou para 2,004%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,056%) e a 12 meses (2,084%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu 0,004 pontos, para 2,056%.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor baixou 0,006 pontos face a quinta-feira, para 2,084%.
  • Quanto à Euribor a três meses, que estava abaixo de 2% desde 30 de maio, voltou a superar este nível, subindo para 2,004%, um aumento de 0,029 pontos face ao dia anterior e após ter batido na quarta-feira um novo mínimo desde 25 de novembro de 2022.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a abril indicam que a Euribor a seis meses representava 37,61% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,46% e 25,60%, respetivamente.

O Banco Central Europeu (BCE) reuniu-se na semana passada em Frankfurt, Alemanha, e desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%. Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano. A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Agressão “indefensável” a candidato autárquico no Porto provoca demissão na campanha de Pedro Duarte

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Junho 2025

Vasco Ribeiro, ex-chefe de gabinete de Rui Moreira, já apresentou a demissão do cargo de diretor de comunicação da candidatura do social-democrata Pedro Duarte à Câmara do Porto.

Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara do Porto e candidato independente nas próximas eleições autárquicasScaleUp Porto

O vice-presidente da Câmara do Porto e candidato independente à presidência da autarquia, Filipe Araújo, queixa-se de ter sido agredido por Vasco Ribeiro, ex-chefe de gabinete de Rui Moreira e até agora responsável da comunicação da candidatura de Pedro Duarte (PSD) ao município.

A agressão, que aconteceu esta madrugada durante o festival Primavera Sound, foi denunciada em comunicado por Filipe Araújo, que concorre às próximas eleições autárquicas na cidade Invicta através do movimento independente “Fazer à Porto”.

“Durante o evento, Vasco Ribeiro aproximou-se de Filipe Araújo, iniciando uma conversa. De forma súbita e violenta, agarrou o candidato e desferiu-lhe um murro no rosto, seguido do lançamento de um copo”, descreve o comunicado, acrescentando que “como resultado da agressão, Filipe Araújo sofreu escoriações na cara“.

Vasco Ribeiro

Vasco Ribeiro foi chefe de gabinete do ainda presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, entre outubro de 2021 e janeiro deste ano. Abandonou o cargo para ficar responsável pela comunicação da campanha do social-democrata Pedro Duarte à autarquia portuense.

Numa publicação no Facebook, Vasco Ribeiro recusa ter sido uma “agressão gratuita”. “O que ocorreu na noite anterior, e do qual não me orgulho, foi uma discussão acalorada em torno de um antigo assunto relacionado com a minha saída da Câmara Municipal do Porto, que degenerou em insultos e empurrões de parte a parte”, descreve.

A atitude do diretor de comunicação da minha campanha, Vasco Ribeiro, é indefensável e não reflete, de forma alguma, os valores que defendo nem a postura que quero para esta candidatura e sobretudo para a cidade.

Pedro Duarte

Candidato do PSD à Câmara do Porto

Entretanto, Vasco Ribeiro já apresentou a demissão do cargo de diretor de comunicação da candidatura de Pedro Duarte à Câmara do Porto. Num comunicado enviado às redações, o candidato social-democrata explica que o pedido de demissão foi apresentado na sequência das acusações de agressão a Filipe Araújo, com Pedro Duarte a repudiar “de forma clara e inequívoca qualquer forma de violência, física ou verbal, no espaço público ou privado”.

“A atitude do diretor de comunicação da minha campanha, Vasco Ribeiro, é indefensável e não reflete, de forma alguma, os valores que defendo nem a postura que quero para esta candidatura e sobretudo para a cidade. A violência nunca será uma forma legítima de resolver qualquer tipo de divergência”, acrescenta Pedro Duarte, que deve liderar uma coligação com a Iniciativa Liberal.

O ex-ministro dos Assuntos Parlamentares considera, por outro lado, que a demissão de Vasco Ribeiro “[coloca] os interesses da candidatura e do debate democrático acima de quaisquer interesses pessoais”. Pedro Duarte dá este assunto como “encerrado com a devida seriedade e responsabilidade que a situação exige”.

Pedro Duarte, candidato do PSD à Câmara do PortoJOSÉ COELHO/LUSA 21 março, 2025

Segundo o Jornal de Notícias, a agressão terá ocorrido na tenda VIP do festival de música Primavera Sound, que decorre no Parque da Cidade, no Porto, até domingo. A PSP “foi prontamente acionada” após alerta da equipa de segurança do evento, tendo comparecido no local e tomado conta da participação da ocorrência. Filipe Araújo disse que esta sexta-feira vai apresentar queixa “por ofensas à integridade física junto das autoridades competentes”.

“Há 12 anos que me dedico diariamente ao Porto e nunca tinha assistido a tal comportamento. Não me deixarei condicionar por nada nem por ninguém”, afirma Filipe Araújo, citado na nota enviada às redações esta manhã, prometendo continuar “com a mesma determinação de sempre, a trabalhar pelo Porto e pelos portuenses”.

No comunicado, o movimento independente liderado por Filipe Araújo condena o que considera ser um “ato lamentável” e aponta que “a política serve para unir, não para atacar; faz-se com ideias, não com murros; respeita-se quem pensa diferente, não se intimida”. “Quando se recorre à agressão, é porque já se perdeu a razão“, atira.

Há 12 anos que me dedico diariamente ao Porto e nunca tinha assistido a tal comportamento. Não me deixarei condicionar por nada nem por ninguém.

Filipe Araújo

Vice-presidente da Câmara do Porto e candidato independente às próximas eleições

Também o candidato do PS à Câmara do Porto, Manuel Pizarro, já veio a público condenar a agressão. “Condeno em absoluto a agressão cobarde ao vice-presidente da Câmara e candidato às próximas eleições Filipe Araújo, durante o festival Primavera Sound, por parte de um destacado dirigente da candidatura do PSD. Já tive oportunidade de lhe apresentar a minha solidariedade e não posso deixar de publicamente condenar com veemência o sucedido”, escreveu o socialista na rede social Facebook.

“Repudio totalmente a violência, que é ainda mais incompreensível e condenável em contexto político. Não posso admitir que o ódio e a agressão física contaminem o saudável debate político na cidade do Porto, a cidade da Liberdade. Continuarei a fazer campanha com alegria, tranquilidade e elevação. Usarei de todos os meios e de todas as minhas forças para combater esta forma básica e grosseira de estar na política”, acrescentou Pizarro.

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Airbnb culpa hotéis por excesso de turismo nas cidades europeias, incluindo em Lisboa

Em Lisboa, mais concretamente na freguesia de Santo António, existem aproximadamente três quartos de hotel para cada cinco residentes locais.

A Airbnb acusa os hotéis de serem os principais responsáveis pelo turismo de massa nas dez cidades mais visitadas da União Europeia (UE), incluindo Lisboa, contabilizando que quase 80% das dormidas na União Europeia (UE) acontecem nesses estabelecimentos.

A plataforma dá o exemplo de Praga e de Lisboa (freguesia de Santo António), em que diz existirem aproximadamente três quartos de hotel para cada cinco residentes locais. Isto numa altura em que a União Europeia ultrapassou as 3 mil milhões de noites em alojamentos turísticos no ano passado, um novo recorde.

Em comunicado, a Airbnb apela aos líderes das dez cidades mais visitadas da UE (Paris, Roma, Barcelona, Madrid, Berlim, Lisboa, Milão, Amesterdão, Viena e Praga) para que “enfrentem o impacto devastador dos hotéis no aumento do turismo excessivo”.

Só o ano passado abriram 289 novos hotéis na Europa, com um total de 38.681 quartos. No final de 2024, esse impulso continuou com 1.661 projetos hoteleiros em andamento em toda a Europa, adicionando quase 250.000 quartos de hotel que estão em construção ou em fase de planeamento. Muitos desses empreendimentos estão em cidades turísticas como Madrid, Lisboa e Porto.

“A Europa precisa de mais casas – não de hotéis –, mas as cidades estão a construir mais hotéis, já que a construção de habitação no espaço europeu aproxima-se do menor nível da década”, reclama a plataforma no mesmo comunicado.

O estudo divulgado na quinta-feira, que compila dados do Eurostat e da Organização Mundial do Turismo, mostra ainda que entre 2021 e 2023, as dormidas nas dez cidades mais visitadas da UE aumentaram em mais de 200 milhões — ou 2,5 vezes —, com os hotéis a serem responsáveis por por 75% desse crescimento.

A Airbnb recorda ainda o impacto económico “significativo” do alojamento local, mencionando que por cada euro gasto pelos hóspedes da plataforma em Portugal são gerados 2,5 euros adicionais em negócios e serviços próximos.

Outra das críticas é o facto de os hotéis estarem concentrados essencialmente nos centros urbanos, enquanto mais de metade das dormidas (59%) da plataforma Airbnb aconteceram fora dos centros urbanos.

A plataforma destaca ainda que as companhias aéreas e os cruzeiros também contribuem significativamente para o fluxo de turistas para os centros históricos. A título de exemplo, a Airbnb contabiliza que em Lisboa, Amesterdão e Barcelona, o número de passageiros de cruzeiros aumentou mais de 50% entre 2022 e 2023. Em Lisboa, o aumento entre 2022 e 2023 foi de 54%, atingindo o recorde histórico de 758.328 passageiros.

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Portugal entre os países da UE que escapam à quebra mensal na produção industrial

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Junho 2025

Em abril, Portugal contrariou a tendência de descida da produção industrial observada na UE e na Zona Euro, registando um aumento de 1,1%. Porém, em termos homólogos, teve uma queda de 2,4%.

A produção industrial recuou em abril na Zona Euro e na União Europeia (UE) na comparação com o mês anterior. Em contraciclo com os dados gerais no bloco comunitário, Portugal integra a lista dos 18 países que registaram um aumento mensal (+1,1%), segundo os dados divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat.

De acordo com o serviço estatístico europeu, a produção industrial caiu 2,4% na área da moeda única e 1,8% na UE face a março.

Fonte: Eurostat

Na variação em cadeia, os maiores avanços foram registados na Dinamarca (+3,5%), no Luxemburgo (+3,2%), na Croácia e na Suécia (ambas +2,5%), enquanto os recuos mais acentuados observaram-se na Irlanda (-15,2%), em Malta (-6,2%) e na Lituânia (-3,0%).

Já em termos homólogos, a produção industrial aumentou 0,8% na Zona Euro e 0,6% na União Europeia no mês de abril, sendo que Portugal, novamente em contraciclo, teve o sexto maior recuo (-2,4%).

Neste caso, os maiores aumentos anuais verificaram-se na Irlanda (+18,4%), na Finlândia (+10,2%) e na Croácia (+6,5%), enquanto as principais descidas foram observadas na Dinamarca (-11,6%), na Bulgária (-10,5%) e na Eslovénia (-4,6%).

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Fundo de Resolução vai usar encaixe de 866 milhões com Novobanco para “reembolsar dívida” ao Estado

Falando no “corolário de um longo processo” iniciado com a resolução do BES em 2014, entidade liderada por Máximo dos Santos encaixa 866 milhões com a venda da sua participação de 13,5% no Novobanco.

O Fundo de Resolução (FdR), que detém 13,54% do capital do Novo Banco, contabiliza um encaixe bruto de cerca de 866 milhões de euros com a venda da sua participação, que irá “acrescer às verbas já recebidas a título de distribuição de dividendos relativos aos resultados de 2024 (30 milhões) e no âmbito da redução de capital realizada já este ano (149 milhões).

“Os valores obtidos e a obter em resultado da sua participação no Novobanco permitem recuperar uma parte das verbas despendidas pelo fundo na resolução do Banco Espírito Santo, e serão utilizados no reembolso da dívida do Fundo de Resolução, nomeadamente perante o Estado”, explicita.

Em comunicado, a entidade liderada por Luís Máximo dos Santos sublinha esta operação protagonizada pela Lone Star e pelos franceses do BPCE demonstra como a capacidade de reembolso da dívida do FdR ficou reforçada pelo facto de ter exercido em 2024 o direito potestativo previsto na lei de adquirir direitos de conversão correspondentes a 4,14% do capital do Novobanco.

Falando no “corolário de um longo processo” iniciado com a resolução do Banco Espírito Santo em 2014, o FdR sustenta que o negócio fechado esta sexta-feira “confirma o cumprimento das finalidades da atuação das autoridades nacionais face à falência desse banco, em especial a continuidade dos serviços financeiros prestados à economia e a plena salvaguarda da estabilidade financeira, em termos que minimizassem o impacto para o erário público”.

Sem ter de fazer novas injeções no Novobanco, o Fundo de Resolução diminuiu em 2024 o seu ‘buraco’ financeiro pelo quarto ano seguido. Ainda assim, a entidade liderada por Luís Máximo dos Santos fechou 2024 com um saldo patrimonial muito negativo, na ordem dos -6,48 mil milhões de euros, mas melhorando em cerca de 260 milhões em relação ao ano anterior.

A Lone Star e o Grupo BPCE confirmaram esta manhã a celebração de um memorando de entendimento para a venda da participação de 75% que o fundo norte-americano detém no Novobanco. A aquisição será realizada por um valor estimado de 6.400 milhões de euros para a totalidade do capital, devendo ficar concluída no início de 2026.

Ao vender a sua participação de 75%, a Lone Star ‘arrastou’ para o negócio os outros dois acionistas do banco — Fundo de Resolução e Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), que detêm em conjunto 25% — ao abrigo de um acordo celebrado em dezembro passado aquando do fim do mecanismo de capital contingente.

O chamado side agreement inclui uma drag option que dá à Lone Star a prerrogativa de obrigar os outros dois acionistas a participarem na operação. Em contrapartida, ao abrigo deste acordo, o Fundo de Resolução e o Estado asseguraram que vendem as suas participações nos mesmos termos do acionista principal, nomeadamente o preço (mecanismo tag along).

O Ministério das Finanças já calculou que esta venda, associada à distribuição de dividendos do Novobanco que ocorreu este ano, “permite ao Estado recuperar quase 2 mil milhões de euros dos fundos públicos injetados na instituição”. Na mesma nota, a tutela liderada por Joaquim Miranda Sarmento saudou a “diversificação” geográfica na banca e destacou a “elevada credibilidade, solidez e performance” do francês BPCE.

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“EUA estão preparados para defender Israel caso o Irão responda”, reage Trump

  • Lusa
  • 13 Junho 2025

As declarações do líder da Casa Branca surgem em contracorrente com a restante comunidade internacional, cujos dirigentes têm condenado o ataque de Israel e apelado à contenção e ao diálogo.

Os Estados Unidos afirmaram esta sexta-feira que o Irão não pode ter uma bomba nuclear, como justificação para o ataque lançado esta madrugada por Israel contra Teerão, e avisaram que estão preparados para se defender e defender Israel de retaliações.

O Irão não pode ter a bomba nuclear e nós esperamos voltar à mesa das negociações. Veremos“, declarou o Presidente norte-americano, Donald Trump, após os ataques, citado pela Fox News. Trump sublinhou ainda que “os Estados Unidos estão preparados para se defender e defender Israel caso o Irão responda”.

Donald TrumpLusa

As declarações do líder da Casa Branca surgem em contracorrente com a restante comunidade internacional que já reagiu e cujos dirigentes têm condenado a ação de Israel e apelado à contenção, ao diálogo e à desescalada da tensão no Médio Oriente.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou a Israel e ao Irão para que “demonstrem a máxima contenção”. Num comunicado divulgado por um porta-voz, Guterres condenou “qualquer escalada militar no Médio Oriente” e afirmou estar “particularmente preocupado” com os ataques israelitas.

A Rússia manifestou igualmente “preocupação” com os ataques israelitas contra alvos no Irão e condenou a “escalada” do conflito, segundo o Kremlin.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita condenou “firmemente” os ataques israelitas contra um “país irmão”, considerando tratar-se de agressões “flagrantes” que violam a soberania e a segurança do Irão, e constituem uma violação das normas e do direito internacional.

A Jordânia, que faz fronteira com Israel, anunciou que não permitirá qualquer violação do seu espaço aéreo no contexto do conflito, tendo a autoridade nacional de aviação civil decretado o encerramento do espaço aéreo e a suspensão de todos os voos como medida de precaução.

Por sua vez, o Sultanato de Omã, que tem atuado como mediador entre os Estados Unidos e o Irão nas conversações sobre o programa nuclear iraniano, classificou o ataque israelita como uma “escalada perigosa”, que “ameaça excluir soluções diplomáticas e comprometer a segurança e estabilidade da região“, segundo a agência oficial de notícias do país.

A Índia apelou às duas partes para que “evitem qualquer escalada”, segundo o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Randhir Jaiswal, que salientou existirem “canais para o diálogo e a diplomacia, e que devem ser usados”.

Já o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Paquistão condenou “veementemente” os ataques israelitas e expressou a sua “solidariedade” com o Irão.

O Irão não pode ter a bomba nuclear e nós esperamos voltar à mesa das negociações. Veremos. Os Estados Unidos estão preparados para se defender e defender Israel caso o Irão responda.

Donald Trump

Presidente dos EUA

Do Reino Unido surgem declarações do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, em comunicado: “O relato dos ataques é preocupante e apelamos a todas as partes para que recuem e reduzam urgentemente as tensões. A escalada não serve ninguém na região”.

Na Venezuela, o Ministério dos Negócios Estrangeiros classificou os ataques como “um crime de guerra”, que se soma ao “longo historial de crimes do regime” de Benjamin Netanyahu.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Takeshi Iwaya, também condenou “firmemente esta última ação, que representa uma escalada”, acrescentando ser “extremamente lamentável que se tenham tomado medidas militares” e exortando “todas as partes envolvidas a demonstrarem a máxima contenção”.

O Iraque condenou igualmente a “agressão” de Israel contra o Irão, considerando que a ofensiva “ameaça a segurança e a paz internacionais”, segundo um comunicado oficial das autoridades do país.

A China, a França, a Turquia e Alemanha já tinham reagido anteriormente aos bombardeamentos israelitas em território iraniano, juntando-se ao coro de críticas internacionais.

O exército de Israel atacou na passada madrugada a capital do Irão, com o Governo israelita a afirmar ter como alvo instalações nucleares e militares.

A imprensa oficial iraniana confirmou a morte tanto dos três dirigentes militares como de pelo menos seis cientistas nucleares. Segundo as agências de notícias oficiais iranianas, pelo menos nove pessoas morreram e uma centena ficaram feridas devido aos ataques, estimando-se que entre estes se encontrem civis.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, divulgou uma mensagem em vídeo, na qual declara: “Ora bem, realizámos os primeiros ataques com sucesso e, com a ajuda de Deus, faremos muito mais”, declarou.

O chefe do Governo israelita adiantou ainda que a operação militar lançada contra o “coração” do programa nuclear iraniano irá durar “o tempo que for necessário”.

O porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas anunciou, por sua vez, que “Israel pagará um preço elevado e deve esperar uma resposta firme das forças armadas iranianas”.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão afirmou que o país tem o “direito legal e legítimo” de responder aos ataques.

A investida israelita começou por volta das 3h30 locais (1h00 em Lisboa), quando se ouviram fortes explosões na capital iraniana, tendo-se propagado a outras zonas do país. Pouco depois, soaram alarmes antiaéreos em todo o território de Israel, enquanto o Ministério da Defesa israelita anunciava o lançamento de um “ataque preventivo” contra o Irão e que os alarmes se destinavam a mobilizar a população israelita para o caso de um ataque de retaliação.

O exército de Israel anunciou entretanto que o Irão já lançou mais de 100 drones contra território israelita e que “todos os sistemas de defesa estão a funcionar para eliminar as ameaças”.

Von der Leyen fala em “notícias alarmantes”. Costa pede contenção e diplomacia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou como “notícias profundamente alarmantes” as relativas aos bombardeamentos israelitas a dezenas de alvos militares e nucleares iranianos no Irão e apelou à “máxima contenção” das partes.

“As notícias que nos chegam do Médio Oriente são profundamente alarmantes. A Europa apela a todas as partes para que deem provas da máxima contenção, reduzam imediatamente a escalada e se abstenham de retaliações”, escreveu Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X.

Uma resolução diplomática é agora mais urgente do que nunca, a bem da estabilidade da região e da segurança mundial”, adiantou a líder do Executivo comunitário.

A posição surge depois de, minutos antes, a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, ter dito que a situação no Médio Oriente é perigosa, após um ataque de Israel ao Irão.

“A situação no Médio Oriente é perigosa”, referiu a alta Representante para a Política Externa da UE, numa mensagem divulgada nas redes sociais e na qual apela “a todas as partes para que deem provas de contenção e evitem uma nova escalada” conflitual.

A diplomacia continua a ser o melhor caminho a seguir e estou pronta a apoiar todos os esforços diplomáticos no sentido de desanuviar a situação”, acrescentou Kaja Kallas.

Já o presidente do Conselho Europeu, António Costa, apelou à contenção e à diplomacia após os ataques de Israel ao Irão, situação com a qual está “profundamente preocupado”.

“Estou profundamente preocupado com os últimos acontecimentos no Médio Oriente”, referiu Costa, numa mensagem divulgada nas redes sociais, na qual apelou “à contenção e à diplomacia”.

O ex-primeiro-ministro português apelou ainda para que seja evitada “uma nova e perigosa escalada, que desestabilizaria toda a região” do Médio Oriente.

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MACAM inaugura àCapela. Uma nova sala de concertos e artes performativas

  • ECO
  • 13 Junho 2025

O novo espaço do Museu de Arte Contemporânea Armando Martins é dedicado à música ao vivo e artes performativas. Está instalado na antiga capela do Palácio dos Condes da Ribeira Grande, em Lisboa.

O MACAM – Museu de Arte Contemporânea Armando Martins – reforça a sua programação com o lançamento de àCapela, um novo espaço dedicado à música ao vivo e artes performativas. Está instalado na antiga capela do Palácio dos Condes da Ribeira Grande, em Lisboa.

Depois do museu e do hotel, abre ao público, no dia 19 de junho, o àCapela, um novo espaço na oferta cultural da capital, conjugando património histórico, proximidade artística e programação eclética.

O àCapela insere-se no projeto museológico do MACAM e surge como uma “sala de estar” para artes performativas. Vai funcionar de quarta a domingo, das 18h00 às 23h00, com concertos programados pela produtora Bands and Brands e dando especial atenção ao Fado, Jazz, MPB, Música Clássica e World Music, além de DJ sets aos sábados.

O programa dos primeiros dias já é conhecido. Nancy Vieira atua na abertura (19 de junho), Fred Martins (20) e uma atuação a solo de Fred Esteves (25). Os bilhetes estão à venda na Ticketline e na bilheteira do MACAM. Fora das datas com bilheteira, o acesso é livre, mediante consumo mínimo.

O espaço, que mantém a imponência arquitetónica da antiga capela, convida o público a viver a experiência artística num registo de proximidade (à semelhança do que acontece no hotel e museu).

Entre os destaques do àCapela encontra-se a instalação “Trinity”, do artista espanhol Carlos Aires. Uma obra que estabelece um diálogo com a história do espaço e esteve anteriormente em exibição em momentos especiais como o Dia Internacional dos Museus.

àCapela – Live Arts & Bar
📍 Rua da Junqueira, nº 76, Lisboa
🗓 Abertura: 19 de junho de 2025
🕕 Horário: Quarta a domingo, das 18h às 23h (concertos: 20h–23h30)
🎟 Entrada livre (exceto concertos com bilheteira)

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Operação “Verão Seguro 2025” da GNR na estrada até 15 de setembro

  • Lusa
  • 13 Junho 2025

GNR vai também fiscalizar a permanência de cidadãos estrangeiros "em estabelecimentos ou operadores económicos suscetíveis de manterem práticas irregulares" ao nível das condições laborais.

A GNR tem em curso, até dia 15 de setembro, a Operação Verão Seguro 2025 através de patrulhamento geral, de apoio e fiscalização nos locais de veraneio, nos principais eixos rodoviários e fronteiras.

Em comunicado, a GNR dá conta de que a operação teve início na quinta-feira e lembra ser expectável uma crescente afluência de pessoas nas zonas turísticas da área da sua responsabilidade territorial, registando-se assim um aumento substancial de população flutuante, nacional e estrangeira.

Desta forma, é necessário “um esforço acrescido” para garantir a segurança da população e dos seus bens, bem como a tranquilidade pública.

De acordo com a GNR, a época estival caracteriza-se ainda “por uma diminuição da população nas áreas de residência habitual, o que faz com que algumas habitações fiquem desabitadas durante períodos de tempo prolongados”, daí a necessidade em prevenir a “ocorrência da criminalidade associada”.

A operação vai empenhar várias valências de reforço, “de forma flexível, em ações coordenadas de sensibilização, patrulhamento e de fiscalização” na vigilância da orla costeira e no patrulhamento junto aos estabelecimentos de diversão noturna e de maior aglomerado de pessoas.

Segundo a GNR, irá ser também promovido o policiamento de proximidade junto das zonas residenciais e serão reforçadas as ações de apoio, regularização e fiscalização da circulação rodoviária, com particular ênfase junto dos principais eixos rodoviários, nas vias de comunicação com maior sinistralidade e volume de tráfego mais intenso.

No policiamento de proximidade, no que se refere aos turistas estrangeiros, e no âmbito da cooperação internacional, a GNR irá realizar diversas ações de patrulhamento misto e conjunto, em vários pontos do país, com a Guardia Civil de Espanha, a Gendarmerie Nationale de França e a Arma dei Carabinieri de Itália.

Para além do patrulhamento misto, a GNR irá ainda garantir o atendimento, acolhimento e encaminhamento diferenciado, para estes cidadãos em específico.

De acordo com a nota, a Guarda vai também fiscalizar a permanência de cidadãos estrangeiros, “em estabelecimentos ou operadores económicos suscetíveis de manterem práticas irregulares, com especial incidência nas zonas críticas de afluência laboral de veraneio, de modo a contribuir para as condições de trabalho adequadas”.

A força militar vai também durante a operação garantir a prevenção, vigilância e deteção de incêndios rurais para assegurar a proteção da natureza e do ambiente.

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Estado “recupera quase 2 mil milhões de euros” injetados no Novobanco

Governo acompanha venda da Lone Star, alienando posição que controla diretamente. Finanças saúdam “diversificação” geográfica na banca e "elevada credibilidade, solidez e performance" do francês BPCE.

O Ministério das Finanças destaca a compra do Novobanco por parte dos franceses do Groupe BPCE como “um sinal muito importante de confiança dos investidores internacionais” na economia nacional, sublinhando que o comprador “é um banco de elevada credibilidade, solidez e performance” e que a proposta feita à Lone Star “permitirá a criação de valor e o apoio à economia nacional e às empresas portuguesas”.

Em comunicado, o Ministério liderada por Joaquim Miranda Sarmento contabiliza que esta venda — que o Governo português vai acompanhar alienando a posição que o Ministério das Finanças controla diretamente –, associada à distribuição de dividendos do Novobanco que ocorreu este ano, “permite ao Estado recuperar quase 2 mil milhões de euros dos fundos públicos injetados na instituição”.

Depois de há semanas o ministro se ter insurgido contra a possibilidade de aumentar o peso da banca espanhola no mercado bancário português, sinalizando que não via com bons olhos uma eventual compra do Novobanco pelo CaixaBank, dono do BPI, a tutela salienta agora que “esta operação garante uma maior diversificação dos investidores e acionistas dos bancos que operam em Portugal, evitando assim uma desnecessária concentração geográfica”.

Esta operação garante uma maior diversificação dos investidores e acionistas dos bancos que operam em Portugal, evitando assim uma desnecessária concentração geográfica.

Comunicado do Ministério das Finanças

“Também garante a manutenção da atual estrutura do mercado bancário nacional, sem que ocorram problemas resultantes de um eventual processo de concentração, nomeadamente de uma reestruturação, e salvaguarda os níveis de concorrência no sistema bancário português”, acrescentam as Finanças na mesma nota enviada às redações.

Esta manhã, numa call com jornalistas logo após a Lone Star ter confirmado a assinatura de um memorando de entendimento com o BPCE, numa transação que avalia 100% do banco em 6,4 mil milhões de euros, o novo dono do Novobanco garantiu que não vai fazer despedimentos. “Não é uma transação de sinergia de custos”, respondeu Nicolas Namias, CEO do BPCE.

O Ministério das Finanças sublinha que o BPCE, com 200 anos de uma história atribulada, é o segundo maior banco francês, “um dos maiores bancos europeus e um banco de estrutura cooperativa”. E recorda que esta operação conclui um “longo processo”, iniciado com a resolução do BES e a posterior alienação, em 2017, do Novobanco à Lone Star, que “[contribuiu] para salvaguardar a estabilidade do sistema financeiro português.

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Novo dono do Novobanco afasta despedimentos. “Não é uma transação de sinergia de custos”, garante CEO

Nicolas Namias, CEO do BPCE deu a cara logo após o anúncio da compra do Novobanco. Sublinhou que é uma transação "amigável" e não uma sinergias de custos. Marca e CEO são para manter, informou.

O Groupe BPCE, que esta sexta-feira anunciou a compra do Novobanco por 6,4 mil milhões de euros, afastou a possibilidade de avançar com um programa de despedimentos no banco português, assegurou esta sexta-feira Nicolas Namias, CEO do grupo financeiro francês.

“Não”, respondeu Nicolas Namias, em teleconferência com jornalistas, quando questionado sobre eventuais despedimentos. “Ao contrário de muitas outras, esta transação não é sobre sinergias de custos”, acrescentou o gestor.

“Sejamos claros, o BPCE conta hoje com 3.000 pessoas em Portugal. Mas elas trabalham para todo o grupo, não é um banco português, por isso não temos hoje sinergias de custos entre o que temos em Portugal e o Novobanco”, afirmou o CEO. “Portanto, não se trata de um projeto baseado em sinergias de custos e cortes de postos de trabalho, sou muito claro quanto a isso”

Marca e gestão são para manter

Sobre a marca Novobanco, Namias vincou que “não [tem] absolutamente nenhuma intenção de mudar isso, não está de forma alguma na agenda de hoje”, adiantando que “é uma marca que existe há 10 anos e não [tem] planos de mudá-la”. “Isso está muito claro”, completou.

A equipa de gestão do banco, liderada por Mark Bourke, também deverá ter continuidade. sinalizou Namias. “O Novobanco, sejamos claros, tornou-se um dos bancos mais rentáveis da Europa, tem um rácio custo/rendimento de 33%, portanto, a administração fez um excelente trabalho e, claro, vou contar com o seu compromisso para connosco”, resumiu.

Questionado novamente sobre se isso significa a manutenção do CEO, respondeu: “Considero que a gestão de Mark Bourke, que foi primeiro diretor financeiro e depois diretor executivo, fez um excelente trabalho, por isso, penso que Mark continuará a trabalhar connosco, com o Novobanco e com o Groupe BPCE“.

Crescimento, mas sem aquisições

Na apresentação com a qual lançou a conferência de imprensa, Nicolas Namias referiu várias vezes que a aposta do Groupe BPCE é de fazer crescer o Novobanco. Questionado pelo ECO sobre a estratégia para esse crescimento num mercado já maduro, porventura por via de mais aquisições, o CEO rejeitou essa opção.

“As aquisições não estão na agenda”, afirmou “Considero que este é um projeto de crescimento, porque quando se faz uma aquisição, muitas vezes é uma operação que cria valor com sinergias de custos e este não é de todo o caso do BPCE, porque não temos outro banco em Portugal”.

“Pelo contrário, estou a investir para desenvolver o Novobanco. Os recursos da BPCE são vastos, pelo que o Novobanco contará com uma base de capital muito grande e além disso, o que temos com o BPCE e que o Novobanco não tinha, por si só, é uma gama completa de conhecimentos especializados”, vincou.

Explicou ainda que o BPCE tem conhecimentos especializados para empresas, em leasing ou factoring, para particulares em financiamento ao consumo, em gestão de ativos, em banca de investimento. “Todos estes conhecimentos especializados serão incorporados no Novobanco”.

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