Aprovadas eleições para secretário-geral do PS em 27 e 28 de junho

  • Lusa
  • 24 Maio 2025

A data limite para apresentação de candidaturas é dia 12 de junho, estando até agora na corrida à sucessão de Pedro Nuno Santos apenas o ex-ministro José Luís Carneiro.

As eleições diretas para escolher o novo secretário-geral do PS vão decorrer em 27 e 28 de junho, como previa o calendário proposto pelo presidente do partido que foi aprovado na Comissão Nacional com 201 votos a favor e cinco contra.

Os resultados da votação do calendário e do regulamento eleitoral para as diretas foram transmitidos à Lusa por fonte oficial do partido, não havendo nestes documentos aprovados informação sobre o congresso.

Segundo o mesmo calendário, a data limite para apresentação de candidaturas é dia 12 de junho, estando até agora na corrida à sucessão de Pedro Nuno Santos apenas o ex-ministro José Luís Carneiro.

Já a proposta alternativa, subscrita por Daniel Adrião, e que pretendia que houvesse primárias e que a escolha do novo líder do PS fosse depois das autárquicas, foi chumbada.

O presidente do PS — que assumiu interinamente as funções deixadas por Pedro Nuno Santos, que se demitiu na noite eleitoral — anunciou à chegada da Comissão Nacional que ia propor que a eleição do secretário-geral do PS decorresse imediatamente no dia 27 e 28 de junho, com a apresentação de candidaturas até ao dia 12 de junho.

“E que, depois das eleições autárquicas e quando a liderança que, entretanto, for eleita entender mais adequado, se realizam as eleições para delegados ao Congresso do Partido Socialista”, disse.

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Uzina e Ikea vencem grande prémio do Clube da Criatividade de Portugal

  • + M
  • 24 Maio 2025

Uzina é a Melhor Agência do Ano e o troféu Melhor Anunciante é da Ikea. Save us from the USA, da Stream and Tough Guy para a Change The Ref, é o Grande Prémio para o Bem. Conheça todos os vencedores.

A Uzina e a Ikea repetiram o feito de 2024 e levam para casa o Grande Prémio do CPP. O trabalho “Ikea HiddenTags”, da Uzina para a Ikea, é o grande vencedor da 27ª edição do Festival do CCP. A campanha recebeu ainda o Grande Prémio Jornalistas. A Uzina subiu também a palco como Melhor Agência do Ano e a Ikea é o Melhor Anunciante do Ano. Destaque ainda para o Grande Prémio para o Bem, entregue “Save us from the USA”, da Stream and Tough Guy para a Change The Ref. Os vencedores foram conhecidos na noite de dia 23, no espaço da antiga Fábrica de Pão, no Beato Innovation District.

Este ano foram inscritos 843 trabalhos a concurso, tendo chegado 388 a shortlist. Foram atribuídos no total 47 ouros, 66 pratas e 105 bronzes. A categoria Publicidade teve 125 trabalhos finalistas e 62 prémios, com 29 Bronzes, 20 Pratas e 13 Ouros. Design contou com 89 finalistas e 35 prémios, com 17 Bronzes, 12 Pratas e 6 Ouros. Na categoria Digital houve 55 finalistas e 46 prémios, com 25 Bronzes, 13 Pratas e 8 Ouros. Experiências de marca teve 42 finalistas e 27 trabalhos premiados, com 14 Bronzes, 6 Pratas e 7 Ouros. Craft em Publicidade contou com 70 finalistas, com 43 trabalhos premiados: 18 Bronzes, 14 Pratas e 11 Ouros. E, por fim, Integração com 7 finalistas e 5 prémios, com 2 Bronzes, 1 Prata e 2 Ouros.

Pela primeira vez, as subcategorias de Criatividade em Meios passaram a vigorar na categoria de Publicidade. A antiga categoria Integração e Inovação passou a chamar-se Integração, sendo que a Inovação passou a vigorar como subcategoria nas categorias de Publicidade, Design, Digital e Experiências de Marca.

Os melhores de cada categoria a concurso:

  • Publicidade
    Melhor Anunciante: Ikea
    Melhor Agência de Meios em Publicidade: Dentsu Media
    Melhor Agência: Dentsu Creative
  • Design
    Melhor Anunciante: Fundação Livraria Lello
    Melhor Agência: Studio Eduardo Aires
  • Digital
    Melhor Anunciante: McDonald’s Portugal
    Melhor Agência: Bürocratik
  • Experiências de marca
    Melhor Anunciante: Ikea
    Melhor Agência: Uzina
  • Craft em Publicidade
    Melhor Anunciante: Turismo de Portugal
    Melhor Produtora de Som: Salva
    Melhor Produtora de Imagem: Casper Films

Pode consultar todos os premiados aqui.

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Carneiro quer ouvir todos no PS e promete oposição “firme e responsável”

  • Lusa
  • 24 Maio 2025

"O PS será oposição responsável, séria e firme", assegurou, comprometendo-se a não ser parceiro "para nenhuma operação de subversão da Constituição".

O candidato anunciado à liderança do PS, José Luís Carneiro, comprometeu-se a ouvir toda a gente, apelou à união e assegurou que os socialistas serão uma “oposição firme e responsável”, recusando qualquer “operação de subversão” da Constituição.

Estas são algumas das ideias que o ex-ministro defendeu na sua intervenção na Comissão Nacional do PS, em Lisboa, segundo informação a que a agência Lusa teve acesso.

José Luís Carneiro fez um agradecimento a Pedro Nuno Santos, que hoje deixou a liderança do partido, e pediu “humildade democrática” perante os resultados de domingo.

O candidato anunciado promete “saber ouvir todos e contar com todos” e defendeu que só unidos os socialistas terão “muita força”.

“O PS será oposição responsável, séria e firme”, assegurou, comprometendo-se a não ser parceiro “para nenhuma operação de subversão da Constituição”, apesar de não acreditar que esse seja o caminho da AD.

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Mohamed Salah eleito melhor jogador da época da Premier League

  • Lusa
  • 24 Maio 2025

Salah junta-se ao francês Thierry Henry, ao português Cristiano Ronaldo, ao sérvio Nemanja Vidic e ao belga Kevin De Bruyne como únicos futebolistas a serem distinguidos duas vezes.

O egípcio Mohamed Salah foi eleito melhor jogador da época na Liga inglesa, tornando-se apenas no quinto futebolista a conquistar o prémio mais do que uma vez, após sagrar-se campeão com o Liverpool.

Com esta distinção, o avançado de 32 anos, que já tinha sido eleito melhor jogador do campeonato inglês em 2017/18, vê reconhecida “uma temporada extraordinária”, como descreve o comunicado da Premier League.

Salah junta-se ao francês Thierry Henry, ao português Cristiano Ronaldo, ao sérvio Nemanja Vidic e ao belga Kevin De Bruyne como únicos futebolistas a serem distinguidos duas vezes.

O internacional egípcio foi fundamental na vitoriosa campanha do Liverpool, tendo, até ao momento, 28 golos e 18 assistências – está a apenas duas do recorde partilhado por Henry e De Bruyne.

Os seus 46 envolvimentos em golos representam também um recorde numa temporada de 38 jogos, com Salah a apenas uma ‘contribuição’ do máximo global detido por Alan Shearer e Andy Cole, que somaram 47, mas em 42 partidas.

O egípcio, cuja continuidade no Liverpool chegou a estar em dúvida no final do ano passado, já é o terceiro melhor marcador da história do clube, com 244 golos, e o quinto no campeonato inglês, com 185 — apenas Shearer (260), Harry Kane (213), Wayne Rooney (208) e Cole (187) têm mais.

Durante a época 2024/25, Salah tornou-se também o jogador estrangeiro com mais golos marcados na Premier, destronando o argentino Sergio ‘Kun’ Agüero (184).

O avançado dos ‘reds’ bateu a concorrência dos colegas Virgil van Dijk e Ryan Gravenberch, assim como de Morgan Gibbs-White e Chris Wood (Nottingham Forest), Alexander Isak (Newcastle), Bryan Mbeumo (Brentford) e Declan Rice (Arsenal).

A distinção de Salah, resultante da combinação dos votos do público com a de um painel de especialistas, coloca um ponto final no domínio do Manchester City, que viu um jogador seu conquistar o prémio nas cinco épocas anteriores, nomeadamente o português Rúben Dias em 2020/21.

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Sabe o que são os EEA Grants? Têm 126 milhões para Portugal

“Portugal é um dos países beneficiários desde o início” e “já foram apoiados mais de 800 projetos” no nosso país, diz Maria Mineiro, a coordenadora dos EEA Grants Portugal

Sabe o que são os EEA Grants? E o Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu? Pois bem, são exatamente a mesma coisa e têm 126 milhões de euros para financiar projetos em Portugal até 2028.

O ECO falou com Maria Mineiro, a coordenadora da Unidade Nacional de Gestão dos EEA Grants Portugal para saber um pouco mais sobre estes apoios que “resultam do Acordo sobre o Espaço Económico Europeu, assinado na cidade do Porto em 1992 entre os Estados-membros da União Europeia e três Estados EFTA: a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein, garantindo a participação destes três Estados EFTA no mercado interno da União Europeia”.

Este mecanismo, que está em vigor desde 1994, tem dois objetivos: “a redução das disparidades económicas e sociais entre países beneficiários, no qual Portugal se inclui, e os países doadores, e o reforço das relações bilaterais entre países”.

Maria Mineiro recorda que “Portugal é um dos países beneficiários desde o início” e que “já foram apoiados mais de 800 projetos em Portugal”.

Para o novo quadro de programação que se inicia este ano ainda não há candidaturas abertas, mas saiba quais as áreas elegíveis e como se pode concorrer, conheça casos de sucesso, e como estes apoios podem ser cumulativos com os fundos europeus.

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Pedro Nuno Santos já não é secretário-geral do PS

Numa democracia avançada e qualificada, o atual primeiro-ministro não era primeiro-ministro. Não tem as condições éticas mínimas para liderar um governo", reforçou à saída da reunião do PS.

Pedro Nuno Santos já deixou oficialmente a liderança do Partido Socialista. À saída da reunião deste sábado, na qual vão ser marcadas as datas para as eleições internas, o socialista reiterou a ideia de que o atual primeiro-ministro não tinha condições para manter o cargo. “Era impensável que alguém com o histórico de Luís Montenegro merecesse a confiança do PS“, reforçou, justificando o chumbo da moção de confiança que fez cair o governo.

“Nós temos que ser muito claros e muito transparentes. Há um ainda primeiro-ministro que os portugueses quiseram e vai continuar a ser primeiro-ministro, mas uma coisa é ter ganho eleições, outra coisa é eu passar a achar que o ainda primeiro-ministro merece confiança. A minha confiança não merece. E na minha liderança, também não merecia, não podia merecer a confiança do meu partido”, começou por afirmar sobre o tema.

“Numa democracia avançada e qualificada, o atual primeiro-ministro não era primeiro-ministro. Não tem as condições éticas mínimas para liderar um governo”, reforçou. “Achava isso na altura em que se votou a moção de confiança, acho isso hoje e dificilmente não acharei no futuro”, prosseguiu Pedro Nuno Santos.

Há momentos em que devemos fazer aquilo que é correto. E eu tenho orgulho em ter feito, em cada momento, aquilo que eu achava que era correto“, afirmou à saída da reunião o que aconteceu, cerca de uma hora após o início do encontro no qual os socialistas vão marcar o calendário interno para escolher o seu sucesso.

“Termino aqui um percurso de muitos anos de dedicação ao partido e ao país”, começou por afirmar à saída da comissão política política do partido, adiantando que ainda não tomou decisão sobre o lugar na Assembleia da República.

Sobre os motivos que levaram à derrota do PS no último domingo, o agora ex secretário-geral defende que é preciso fazer uma análise menos imediatista do que dizer que “a responsabilidade é do candidato, é das listas, é do projeto, ou é do discurso, ou é das medidas”. “Não podemos ignorar que há uma quantidade muito grande de portugueses que sentem que a sua vida não ata nem desata, está a marcar passo. E enquanto não conseguirmos que essas pessoas acreditem que as suas vidas podem de facto melhorar, não vamos recuperar a confiança das pessoas”, admitiu.

“São milhões de portugueses que contam os cêntimos para chegar ao final do mês, que depois os filhos se prolongam em casa porque não conseguem uma casa, filhos que se licenciaram e recebem salários que são baixos, pais acamados que não têm onde ficar e famílias que não têm como cuidar deles. As realidades que muitos milhões de famílias enfrentam em Portugal são pesadas, são difíceis, e obviamente que há uma penalização também do partido que mais governou o país”, deu como justificação.

A emigração é outro tema que deve ser algo de reflexão, acrescentou. “O país precisa de trabalhadores estrangeiros para crescer. Se a economia não cresce, temos tensões sociais. Mas, uma entrada tão grande em tão pouco tempo, criou outro tipo de tensões e nós temos que saber lidar com elas e olhar para trás, reconhecer o que correu bem, reconhecer o que correu mal. Só recuperaremos a confiança dos portugueses quando os portugueses sentirem que nós percebemos o que é que correu mal”.

Sobre a sua atuação, de agora em diante, poder vir a condicionar o próximo secretário-geral, Pedro Nuno Santos responde que uma das características do PS é “não triturar nem líderes nem dirigentes”. “Há um nível de solidariedade dentro do PS a não assistimos noutros partidos, nomeadamente no principal adversário do PS”. Garante, no entanto, que vai continuar a dizer o que pensa.

 

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Carlos César propõe eleições no PS em 27 e 28 de junho e congresso pós-autárquicas

  • Lusa
  • 24 Maio 2025

Candidaturas até 12 de junho e eleições a 27 e 28 é a proposta do presidente do partido. O presidente socialista também afirmou que não deve haver dúvidas que o PS viabilizará o Governo da AD.

O presidente do PS, Carlos César, vai propor à Comissão Nacional que as eleições para secretário-geral socialista sejam em 27 e 28 de junho e o congresso depois das autárquicas.

Sendo certo que essa reflexão é necessária, porque reconhecidas as consequências negativas, é importante serem conhecidas as causas, também é importante que a prioridade seja definida no que toca às eleições autárquicas e à reposição dessa normalidade institucional“, disse Carlos César à entrada da Comissão Nacional do PS, em Lisboa.

O presidente do PS – que vai assumir interinamente as funções deixadas por Pedro Nuno Santos, que se demitiu na noite eleitoral – anunciou que vai propor que a eleição do secretário-geral decorra imediatamente no dia 27 e 28 de junho, com a apresentação de candidaturas até ao dia 12 de junho.

“E que, depois das eleições autárquicas e quando a liderança que, entretanto, for eleita entender mais adequado, se realizam as eleições para delegados ao Congresso do Partido Socialista”, disse ainda.

O presidente socialista também afirmou que não deve haver dúvidas que o PS viabilizará o Governo da AD, já que o mesmo aconteceu há um ano e com uma votação inferior da coligação liderada por Luís Montenegro.

“Nós estamos confrontados com uma situação similar à legislatura anterior. Se na legislatura anterior o partido vencedor teve uma votação inferior à que teve nesta, o natural é que o Partido Socialista, tendo viabilizado o anterior Governo, viabilize este”, respondeu.

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Comissão Nacional do PS analisa pesada derrota nas legislativas e decide calendário interno

  • Lusa
  • 24 Maio 2025

Carlos César, numa proposta também subscrita por Pedro Nuno Santos, propõe a este órgão máximo entre congressos a realização de eleições imediatas para o cargo de secretário-geral socialista.

Depois da pesada derrota nas legislativas, que levou Pedro Nuno Santos a demitir-se, a Comissão Nacional do PS reúne-se este sábado para analisar os resultados e aprovar os calendários eleitorais, estando até agora na corrida à liderança José Luís Carneiro.

O PS regressa ao hotel Altis, em Lisboa, quartel-general da noite eleitoral de há quase uma semana que ditou o seu terceiro pior resultado em eleições legislativas e, ainda com os resultados provisórios porque não estão contados os votos da emigração, resultou na perda de 20 deputados e um quase empate com o Chega.

Logo na noite eleitoral de domingo, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, assumiu as responsabilidades pelo resultado e pediu a sua demissão, cargo que deixará após a reunião de hoje, devendo ficar o presidente do partido, Carlos César, a assumir as funções interinamente, segundo informação adiantada à Lusa.

Na reunião de hoje, que servirá para analisar os resultados das legislativas, serão ainda aprovados os calendários e regulamentos eleitorais internos.

Carlos César, numa proposta também subscrita por Pedro Nuno Santos, propõe a este órgão máximo entre congressos a realização de eleições imediatas para o cargo de secretário-geral socialista, entre o fim de junho e início de julho, adiantou à Lusa fonte oficial na quinta-feira.

Em alternativa a esta proposta do presidente do PS, o antigo candidato à liderança socialista Daniel Adrião, juntamente com outros dirigentes, propõem à Comissão Nacional do PS eleições primárias abertas apenas em outubro ou novembro, considerando mais sensato que o novo secretário-geral seja escolhido depois das autárquicas.

Carlos César ouviu, segundo fonte oficial adiantou à Lusa, “diversas personalidades apontadas como possíveis candidatos à liderança do PS e optou pelo cenário de eleições imediatas apenas para o cargo de secretário-geral do partido”.

Horas depois desta notícia, soube-se que os dois ex-ministros dos governos de António Costa, Fernando Medina e Mariana Vieira da Silva, estavam fora desta corrida eleitoral, numa semana em que também Duarte Cordeiro e Alexandra Leitão já tinham manifestado a sua indisponibilidade.

Assim, neste momento é o antigo candidato à liderança do PS José Luís Carneiro — que há cerca de um ano e meio perdeu as diretas para Pedro Nuno Santos — o único nome que até agora avançou a sua disponibilidade para a sucessão da liderança do PS.

Numa nota enviada à Lusa logo na segunda-feira ao final dia, o antigo ministro da Administração Interna assegurou que estará disponível para servir o PS e Portugal, considerando que o partido deve fazer “uma reflexão profunda” e abrir um novo ciclo, além de contribuir para a estabilidade política.

Segundo os resultados provisórios, o PS tem neste momento 58 lugares no parlamento, com um resultado de 23,38%, ou seja, 1.394.501 votos.

Com este resultado, o PS surge quase empatado com o Chega e, em comparação com os mesmos resultados do ano passado, também sem a emigração, perdeu mais de 365 mil votos num ano.

Este é o terceiro pior resultado da história do PS em termos de percentagem, tendo a marca só sido pior apenas em 1985, com Almeida Santos, e em 1987, com Vítor Constâncio.

No discurso no qual assumiu a derrota, o líder do PS assumiu a responsabilidade do resultado, disse que deixa de ser secretário-geral se “puder ser já” e que não quer “ser um estorvo nas decisões” que o PS tem que tomar.

“Mas como disse Mário Soares, só é vencido quem desiste de lutar e eu não desistirei de lutar. Até breve. Obrigado a todos”, enfatizou.

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Trump diz que pode impor tarifas de 25% à Samsung e outros fabricantes de telemóveis

  • Lusa
  • 24 Maio 2025

"Se vão vender nos Estados Unidos, quero que fabriquem aqui", insistiu Trump, que confirmou que não haverá tarifas para as empresas que transferirem as suas fábricas para o país.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que poderá alargar a tarifa de 25% com que ameaçou Apple à sul-coreana Samsung e a outros fabricantes de telemóveis, caso não transfiram a sua produção para os EUA.

Trump avisou, na Sala Oval da Casa Branca, que as medidas entrarão em vigor no final de junho e incluirão “também a Samsung e todos os que fabricam esse produto; caso contrário, não seria justo”.

Questionado por um jornalista sobre se a ameaça de aplicação de direitos aduaneiros que tinha feito horas antes visaria apenas a empresa tecnológica norte-americana Apple, o Presidente especificou que a sua intenção era alargar os impostos a todas as empresas tecnológicas que operam no mercado norte-americano.

“Se vão vender nos Estados Unidos, quero que fabriquem aqui”, insistiu Trump, que confirmou que não haverá tarifas para as empresas que transferirem as suas fábricas para o país.

Sobre o aviso feito à Apple no início do dia, a partir da sua conta na rede social Truth Social, Trump disse que quando o CEO da empresa tecnológica, Tim Cook, lhe disse que iria levar a produção de iPhones para a Índia, lembrou-lhe que isso levaria a um aumento das taxas.

“É bom ir para a Índia, mas eles não vão vender aqui (nos EUA) sem tarifas, e é assim que as coisas são”, adiantou.

Desde que regressou ao poder, Trump adotou várias medidas tarifárias contra os seus parceiros comerciais, algumas das quais foram temporariamente suspensas.

Há muito que informei Tim Cook que espero que os iPhones vendidos nos Estados Unidos sejam fabricados e montados nos Estados Unidos, não na Índia ou em qualquer outro lugar“, escreveu hoje Trump na sua rede social Truth Social.”Caso contrário, a Apple terá de pagar uma tarifa de pelo menos 25% aos EUA”, acrescentou o Presidente no post.

A mensagem do nova-iorquino teve um efeito imediato no preço das ações da empresa sediada em Cupertino, Califórnia, que registou quedas persistentes de cerca de 3 por cento em Wall Street.

Ainda hoje, Donald Trump afirmou que as empresas da União Europeia (UE) deverão mudar-se para os Estados Unidos, tornando dispensáveis as tarifas alfandegárias de 50% com que horas antes ameaçou os 27 membros.

O bloco comunitário escapará às tarifas porque “o que fará é enviar as suas empresas para os Estados Unidos e construir as suas fábricas”, disse Trump, cuja anterior ameaça causou indignação e preocupação na Europa.

Trump acrescentou que as negociações com a EU “não estão a dar frutos”, com várias vozes de países europeus a pedirem um abrandamento da escalada de tarifas.

Entre essas vozes encontram-se o primeiro-ministro irlandês, Michéal Martin, que afirmou hoje que as tarifas norte-americanas de 50% sobre os produtos europeus irão “prejudicar seriamente” a relação comercial UE-EUA, lamentando as ameaças de Donald Trump.

A Irlanda alberga a maioria das sedes europeias de gigantes tecnológicos norte-americanos, como a Apple, a Google e a Meta, graças ao seu atrativo sistema fiscal.

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Supremo dos EUA suspende ordens que obrigam reporte da agência de Musk

  • Lusa
  • 24 Maio 2025

A CREW interpôs uma ação judicial em fevereiro, alegando que o DOGE "exerce um poder surpreendentemente amplo" sem qualquer transparência sobre as suas ações.

O presidente do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, John Roberts, concordou em suspender temporariamente as ordens que exigiam ao Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), liderado pelo empresário Elon Musk, divulgar publicamente informações sobre as suas operações.

A ordem foi emitida depois de a administração liderada pelo republicano Donald Trump ter recorrido ao Supremo Tribunal, devido a uma ação interposta contra o DOGE por um grupo de vigilância (watchdog, em inglês) do governo.

A Citizens for Responsibility and Ethics in Washington (CREW, Cidadãos pela Responsabilidade e Ética em Washington, em português) defende que o DOGE, que tem sido fundamental para a iniciativa do presidente Donald Trump de reformular o governo, é uma agência federal e deve estar sujeita à Lei de Liberdade de Informação (FOIA).

Mas a administração Trump diz que o DOGE é apenas um órgão consultivo presidencial que visa erradicar o desperdício, a fraude e o abuso no governo federal, o que o tornaria isento de pedidos de documentos ao abrigo da FOIA.

A CREW interpôs uma ação judicial em fevereiro, alegando que o DOGE “exerce um poder surpreendentemente amplo” sem qualquer transparência sobre as suas ações.

O juiz distrital dos EUA, Christopher Cooper, concluiu que o papel da agência é provavelmente mais do que apenas consultivo, destacando as alegações de que ajudou a fechar a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) e a cortar milhares de milhões de dólares em contratos governamentais.

Cooper ordenou que o DOGE entregasse documentos e que a administradora interina do DOGE, Amy Gleason, respondesse a perguntas sob juramento até 13 de junho.

O procurador-geral D. John Sauer considerou as ordens de Cooper “extraordinariamente amplas e intrusivas”.

O caso é o mais recente de uma série de recursos de emergência levados ao Supremo Tribunal depois de tribunais inferiores terem bloqueado partes da agenda abrangente de Trump.

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A nova dança dos mercados castiga quem se limita a assistir

O dólar fraqueja, a Ásia avança e a Europa reposiciona-se. Ficar parado em 2025 é o grande risco para as carteiras dos investidores, alertam os analistas da Allianz Global Investors.

Num cenário global onde a incerteza tornou-se regra e a volatilidade já não surpreende, os investidores procuram respostas para navegar num oceano de dúvidas. Esta semana, em Frankfurt, a Allianz Global Investors (AllianzGI) reuniu analistas e jornalistas para partilhar a sua bússola para 2025.

O diagnóstico feito por cerca de duas dezenas de especialistas é centrado num ambiente marcado pela perda de protagonismo do dólar e em que a Ásia assume-se como o novo motor do crescimento mundial, enquanto a banca europeia apresenta-se com uma solidez invejável. O futuro, dizem, pertence a quem souber diversificar, identificar tendências e agir com convicção.

No epicentro das previsões da gestora alemã está a convicção de que o dólar está sobrevalorizado e deverá continuar a desvalorizar face ao euro, ao mesmo tempo que mercados como a China, Índia e Japão ganham tração. Michael Krautzberger, global CIO de obrigações da AllianzGI, destaca que “o dólar está ‘rico’ em termos reais e ponderado pelo comércio”, e que “as dinâmicas estruturais e de política monetária favorecem o euro”.

A AllianzGI assume uma “convicção crescente” na estratégia de estar curto em dólar e longo em euro, assim como mais positivo em ações europeias face a ações norte-americanas.

Esta visão é reforçada pelo contexto de política monetária: com a Reserva Federal dos EUA (Fed) a preparar cortes nas taxas de juro, a atratividade do dólar diminui, sobretudo quando comparada com a Zona Euro, onde o ciclo de cortes começou mais cedo e por isso deverá ser mais lento nos próximos meses. Contudo, Stefan Hofrichter, diretor de economia e estratégia globais, acredita que, “provavelmente, o mercado está a descontar em demasiado os cortes da Fed”.

Além disso, a sustentabilidade da dívida pública norte-americana é cada vez mais questionada. Virginie Maisonneuve, diretora global de ações, alerta para “preocupações orçamentais” do Tesouro norte-americano e para “as avaliações das ações nos EUA”, com as contas públicas a caminharem para um défice orçamental acima de 8% do PIB já em 2026, que poderá pressionar ainda mais a moeda norte-americana.

A AllianzGI assume assim uma “convicção crescente” na estratégia de estar curto em dólar e longo em euro, com os seus analistas a mostrarem-se mais positivos em ações europeias face a ações norte-americanas.

Tobias C. Pross, CEO da Allianz Global Investors, revelou em Frankfurt que está confortável com os 571 mil milhões de euros ativos sob gestão com que fechou 2024, afastando (para já) uma possível uma fusão com a Amundi, como se falou no final do ano passado.

Ásia é o “novo” epicentro do crescimento mundial

No panorama global, se há uma região que merece atenção redobrada por parte dos analistas da gestora alemã é a Ásia. Wilfred Sit, responsável pelo departamento de ações da Ásia-Pacífico, destaca que “as avaliações das ações asiáticas estão abaixo dos níveis médios de longo prazo”, sublinhando ainda que a região beneficia de mercados grandes, líquidos e com capacidade de resposta política, particularmente nos mercados da China, Índia e Japão.

Além disso, a região beneficia de um alinhamento de um conjunto de variáveis que não se vislumbrava há muito tempo, como seja um dólar fraco, petróleo em baixa e ausência de recessão nos mercados desenvolvidos. “Para que qualquer investimento em mercados emergentes apresente ganhos é necessário acontecer estas três situações ao mesmo tempo”, destaca Jenny Zeng, CIO de obrigações para a região da Ásia-Pacífico.

Apesar das tensões comerciais e do abrandamento económico, a China apresenta-se como um mercado subavaliado e com forte potencial de recuperação, destacam ainda os analistas. Kevin You, gestor de portefólios de ações chinesas, refere que “a inovação tecnológica chinesa está subestimada, sobretudo em inteligência artificial e veículos elétricos”.

Para os investidores, é também incontornável o facto de as ações chinesas estarem a transacionar com um rácio preço/lucros abaixo da média histórica, o que pode criar oportunidades para investidores de longo prazo. Além disso, tem sido um mercado suportado pelo recorrente apoio de Pequim, intervindo sempre que o Shanghai Composite Index baixa dos 3.000 pontos, quase como se fosse uma regra tácita. “O apoio do governo ao mercado acionista é consistente com outras iniciativas dos últimos anos”, destaca Kevin You.

Num mundo em rápida transformação, onde a incerteza e a volatilidade parecem ser a nova norma, a mensagem dos analistas da AllianzGI aponta para que 2025 seja um ano de oportunidades para quem souber ler os sinais, diversificar e agir com convicção.

Numa altura em que grandes multinacionais como a Apple e a Samsung anunciaram a intenção de transferir parte da produção para a Índia, o mercado indiano é encarado como o grande beneficiário da diversificação das cadeias de produção globais, reforçado pela ideia de apresentar um mercado interno jovem e em rápido crescimento.

Anand Gupta, líder da equipa de gestão de portefólios de ações indianas, destaca que “a Índia contribuiu com 17,6% do crescimento global do PIB em 2023” e que “o consumo doméstico representa mais de 60% do PIB”, tornando o país menos vulnerável a choques externos. Além disso, o gestor destaca que já hoje a Índia detém o segundo maior mercado acionista entre os mercados emergentes e o quinto maior mercado do mundo, apesar de “encontrar-se num estado de desenvolvimento em que a China estava há 15 anos”.

Numa perspetiva menos emergente e mais consolidada, surge ainda o Japão no outlook da AllianzGI que, segundo Wilfred Sit, beneficia de um conjunto de reformas ao nível da governação das empresas, estabilidade geopolítica e políticas de incentivo ao investimento junto dos pequenos investidores que têm contribuído positivamente para o “crescimento sólido dos rendimentos dos particulares” e para uma recuperação “gradual do consumo”.

Stefan Hofrichter, economista-chefe da AllianzGi
Stefan Hofrichter, diretor de economia e estratégia globais da AllianzGI, considera que as ações norte-americanas estão mais caras face às europeias e, por isso, no decorrer da sua intervenção no AllianzGI Media Days em Frankfurt, referiu que “os investidores devem abraçar as ações europeias para o longo prazo”.

Tecnologia e defesa são temas estruturantes para a próxima década

Num ambiente global marcado por incerteza política e volatilidade, os analistas da AllianzGI consideram que os setores da tecnologia e da defesa devem assumir um papel central nas carteiras dos investidores para os próximos anos.

Apesar dos desafios de curto prazo, como as disrupções nas cadeias de abastecimento, as tarifas e o ambiente macroeconómico menos favorável, a convicção é clara: as tendências estruturais de longo prazo continuam intactas e oferecem oportunidades relevantes para investidores atentos.

Virginie Maisonneuve defende uma abordagem de construção de portefólio em pirâmide, com uma base diversificada e exposição a temas de forte convicção, como inteligência artificial, energia inteligente e defesa. A “digitalização e a transição energética” são megatendências que continuarão a impulsionar o setor tecnológico, mesmo com volatilidade de curto prazo, sublinha a analista.

O setor da defesa ganha também particular destaque num mundo mais fragmentado e com crescente instabilidade geopolítica. Stefan Hofrichter sublinha que “a necessidade de investimento em defesa é urgente na Europa”, estimando-se que a União Europeia precise de investir entre 750 mil milhões e 800 mil milhões de euros por ano em áreas como defesa, transição digital e infraestruturas.

“A necessidade de investimento é urgente. Sem capital privado, estes projetos não avançam. Isto abre uma janela de oportunidade para os investidores”, refere Stefan Hofrichter, reforçando a ideia de que as “ações europeias estão mais baratas do que as ações americanas e vão continuar a valorizar” e, por isso, “os investidores devem abraçar as ações europeias para o longo prazo.”

Para os pequenos investidores, o desafio é não ficarem reféns das incertezas, mas transformar a fragmentação global numa vantagem competitiva.

Destaque também para o setor financeiro e para a banca europeia, com os analistas da AllianzGI a identificarem boas oportunidades de investimento. Vincent Marioni, responsável pelo departamento de crédito, refere que “os bancos europeus apresentam valorizações atrativas e fundamentos sólidos”, beneficiando de um ambiente de taxas de juro mais estável e de uma maior disciplina de capital.

“A capacidade dos bancos europeus para absorverem perdas de crédito melhorou drasticamente desde a criação do Mecanismo Único de Supervisão, há 10 anos”, destaca Vincent Marioni, sublinhando ainda que a expectativa de crescimento moderado na Europa, aliada à necessidade de financiamento de grandes projetos públicos e privados, poderá favorecer o setor financeiro, mesmo num ambiente de continuidade de cortes das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu.

Num mundo em rápida transformação, onde a incerteza e a volatilidade parecem ser a nova norma, a mensagem dos analistas da AllianzGI aponta para que 2025 seja um ano de oportunidades para quem souber ler os sinais, diversificar e agir com convicção. A desvalorização esperada do dólar, o dinamismo imparável da Ásia e o renascimento da banca e da indústria de defesa europeias desenham um novo mapa de investimento, onde a gestão ativa e a aposta em tendências estruturais – como tecnologia, defesa e transição energética – podem fazer a diferença.

Para os pequenos investidores, o desafio é não ficarem reféns das incertezas, mas transformar a fragmentação global numa vantagem competitiva. Este ano, segundo os especialistas, mais do que nunca, o risco está em ficar parado.

(O jornalista viajou a convite da AllianzGI)

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Europa precisa de recuperar tradição industrial e apostar na tecnologia, defendem especialistas

Processo de reindustrialização europeu é crítico para o bloco, que enfrenta vários desafios e uma nova ordem mundial com a imposição de tarifas, defendem vários especialistas.

Teresa Lehman, Gonçalo Regalado e Sofia Tenreiro debateram a reindustrialização da Europa, num painel moderado por Shrikesh Laxmidas

A transferência de produção industrial para regiões com custos mais baixos, como a Ásia, permitiu à Europa desenvolver-se e reinvestir no bem-estar da sua sociedade, mas o modelo europeu revelou-se “insustentável”, explica Pedro Siza Vieira. Para o antigo ministro da Economia, a região apresenta hoje um conjunto de dependências estratégicas que apenas podem ser superadas com a reindustrialização da Europa. Uma opinião partilhada pelos especialistas que participaram na conferência que assinalou o 4.º aniversário da AEMinho.

Nas últimas décadas a Europa passou por uma perda de indústria“, um resulta “da reorganização da economia global, em função de escolhas que fizeram após Guerra Fria” e que levou tanto a Europa, como os EUA a transferir produção de bens “para regiões onde coisas eram mais baratas”, explica Pedro Siza Vieira, na conferência da AEMinho, que decorreu esta sexta-feira em Ponte de Lima.

O antigo governante realça que esta aposta estratégica alterou a composição do emprego no mundo e “acumulou tensões e gerou muitos riscos no sistema global“. Primeiro foram os EUA que “começaram a sentir-se ameaçados na sua hegemonia”, aumentando o mau estar no mundo ocidental.

Conforme explicou Siza Vieira, a Europa, fortemente exportadora – produz mais do que consome –, deixou de investir na tecnologia do futuro, ficou dependente dos mercados externos e vulnerável a problemas nas cadeias de fornecimento, e dependente dos EUA em muitas outras matérias. Por isso mesmo, o antigo ministro considera que “a reindustrialização é exigência para Europa reduzir as suas dependências estratégicas“. Mas não será uma reindustrialização qualquer.

“A indústria que possa voltar para a Europa não vai ser a de há 30 anos”, atira, explicando que a “indústria viável é altamente automatizada, as fábricas novas não têm gente”. E é nesta “indústria de muitíssimo valor acrescentado que não tem gente” que está o futuro. Há que “encontrar uma forma de desenvolver tecnologia – quem compra aos outros está a dar o valor todo – mas para isso acontecer precisamos gastar mais”.

Além do investimento – e já há sinal de vontade para avançar com estímulos orçamentais, nomeadamente na defesa – é preciso juntar “uma enorme qualidade institucional das instituições europeias e nacionais“, apoiando as empresas e não atrasando bons negócios nacionais, defende.

Ana Lehmann, antiga secretária de Estado para a Competitividade, concorda com a visão de Siza Vieira, alertando para “um momento crítico em que estão a pôr em xeque alianças globais”.

“Esta situação [das tarifas] é absolutamente inviável”, lamenta. Para a responsável, “a Europa não se pode demitir da sua tradição industrial“. “Trump vem-nos dar um abanão e se não aproveitamos, a Europa vai transformar-nos num museu”.

Sofia Tenreiro, a nova CEO da Siemens, realça que “é muito difícil juntarmos a Europa como um todo, mas é isso que precisamos. Há uma área em que temos que apostar mais é na tecnologia, a tecnologia está em tudo”.

A nova líder da multinacional alemã em Portugal acrescenta que a região ainda tem hipótese de recuperar do atraso face a outras regiões, apontando em vários nichos, tirando potencial do talento que existe no continente e fora. “Dou como exemplo a Siemens Portugal, que é um dos seis hubs mundiais. É contra tudo que poderíamos imaginar, somos quase 5.000 pessoas a pensar e desenvolver tecnologias emergentes e de ponta. Tem potencial muito grande, porque vai endereçar temas muito importantes, como competitividade”, explica.

Do lado do financiamento, Gonçalo Regalado, presidente do Banco Português do Fomento, diz que há capital para as empresas investirem, assim haja bons projetos.

Há excesso de dinheiro em Portugal, falta é projetos de inovação. Um empresário hoje que deva um milhão de euros e o amortize está a poupar 50 mil euros. Um banqueiro que tenha um milhão de euros, deposita-o no BCE e ganha 20 mil euros. Também é um bom negócio. Temos tudo torto. Temos que incentivar os empresários a investir”, defende.

Do lado do BPF, o responsável adianta que a entidade enviou “125 mil garantias pré-aprovadas a 125 empresas, com soluções fixas. E vamos lançar mais 50 mil em julho”.

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