“Com o portefólio que está a ganhar, a Efacec vai ser uma empresa muito apetecível”

A Efacec, "da maneira como está a ser estruturada, com o portefólio que está a ganhar neste momento, vai ser uma empresa muito apetecível", diz Rui Lameiras, que lidera a agenda mobilizadora ATE.

“Os resultados da Efacec estão a ser muito interessantes, não sendo já o objetivo de EBITDA que foi imposto” para este ano, de 14 a 15%, diz Rui Lameiras, no ECO dos Fundos. O responsável de gestão de produto da Efacec acredita que “com o portefólio que está a ganhar, a Efacec vai ser uma empresa muito apetecível”.

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No podcast quinzenal do ECO, o responsável diz que a empresa está a melhorar margens, reduzir custos, otimizar linhas de produção, a trabalhar para “ganhar novamente a confiança, para permitir abrir as portas, que antes estavam abertas, e que chegaram quase a estar fechadas”, reduzir projetos legacy.

Questionado sobre a vontade da Mutares se manter como acionista da Efacec durante muito mais tempo, Rui Lameiras recorda que o fundo alemão “tem um modelo de negócio que passa por recuperar as empresas e depois vender”. “Por isso, acredito que isto será uma questão de timing, percebendo até que ponto é que a empresa está no ponto correto em termos de venda e que seja atrativa para outros grupos para ser comprada. Acredito que atingindo os targets de EBITDA, mantendo-os e percebendo-se que está estável, que a Mutares provavelmente avance“, afirmou.

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Em que é que consiste a reorientação estratégica que está a ser imposta na Efacec?

No fundo estamos a focar mais.

Em quê?

Estamos a focar mais no digital, nas plataformas, seja para a rede elétrica, para a rede de distribuição, para a gestão, seja plataformas para transportes. Estamos a refocar a oferta. Os equipamentos para proteções de média tensão nas subestações e principalmente na subestação digital. São plataformas digitais. Os equipamentos têm muito mais inteligência, conseguem prever funcionamentos. Neste momento, com a questão das renováveis, há todo um interesse em gerir isso melhor e a própria rede também poder abarcar toda essa injeção de energia renovável e geri-la da melhor maneira para não acontecer o que…

Evitar os apagões.

Exatamente. Criadores elétricos também, estamos a fazer o revamping e ir para altas capacidades. Há todo esse refocar estratégico da empresa.

A Efacec fez manchetes diárias de jornais pelas piores razões. Como é que as coisas estão a correr agora? As últimas informações da própria empresa é de que tinham a perspetiva de ter um EBITDA positivo já em 2025. Isso vai mesmo ser possível?

Sim, sim, sim. Os resultados estão a ser muito interessantes, não sendo já o objetivo do EBITDA que foi imposto.

Os resultados estão a ser muito interessantes, não sendo já o objetivo da EBITDA que foi imposto.

Que era qual?

14% a 15%. Estamos no caminho.

E o que é que está a impedir que não seja já atingido esse objetivo?

Acima de tudo, a empresa teve ali um momento complicado e também houve muito know-how que saiu. E também é difícil repor… Por um lado, com aquele tipo de competências e com aquele tipo de know-how acumulado. Por outro, não somos imunes, [aos problemas nas] cadeias logísticas. Também é uma questão que estamos a recuperar a confiança nos clientes do que a Efacec pode entregar. Acho que aí está a ser feito um trabalho muito interessante. E isso acho que é extremamente importante. E temos vindo a trabalhar nesse sentido, de ganhar novamente essa confiança, para permitir abrir as portas, que antes estavam abertas, e que chegaram quase a estar fechadas. Para terem confiança que vão ter esse fornecimento dos equipamentos, etc.

Têm conseguido continuar a melhorar margens?

Sim, sim.

Em termos de resultados financeiros, o que pode exemplificar que ateste essa robustez de que me está a dar nota?

O realinhamento estratégico permite focar nessas linhas de produto. Ao nível operacional estamos também a otimizar.

“Tínhamos uma série de projetos legacy que estamos a fechar que de certa maneira, impactam as contas de uma forma negativa”, diz Rui Lameiras, responsável de gestão de produto da Efacec, em entrevista ao podcast “ECO dos Fundos”. à medida que vão sendo limpos isso “vai dando a saúde financeira e o fôlego financeiro necessário para a atividade do grupo”.Hugo Amaral/ECO

O que é que isso quer dizer? Estão a reduzir custos na operação?

Estamos a reduzir custos na perspetiva de otimização de novos equipamentos nas próprias linhas de montagem, refazer as linhas de montagem. Estes próprios projetos com que estamos a trabalhar na Aliança para a Transição Energética (ATE), na área, por exemplo, dos transformadores, é na perspetiva de otimizar o próprio equipamento, utilizar outro tipo de óleos, outro tipo de materiais, gerir melhor a máquina em função de desvios da corrente elétrica. Há aqui várias variáveis que estão a ser trabalhadas ao mesmo tempo e que permitem melhorar essas margens. Também tínhamos uma série de projetos legacy que estamos a fechar. Esses projetos legacy, de certa maneira, impactam as contas de uma forma negativa, mas…

À medida que vão sendo limpos…

Exatamente. Isso também vai melhorando e vai dando a saúde financeira e o fôlego financeiro necessário para a atividade do grupo.

Neste momento o grupo já não tem problemas de acesso a crédito como no passado?

Não. Isso já não acontece.

O então ministro da Economia, António Costa Silva, admitia que a Efacec pudesse vir a distribuir dividendos e que estes também seriam partilhados com o Estado. Esse dia vai chegar em que a Efacec vai distribuir dividendos?

É uma parte que não queria estar… Porque não tenho muito conhecimento que permita dar uma resposta correta.

A Mutares tem um modelo de negócio que passa por recuperar as empresas e depois vender. Por isso, acredito que isto será uma questão de timing, percebendo até que ponto é que a empresa está no ponto correto em termos de venda e que seja atrativa para outros grupos para ser comprada.

Tem algum feedback relativamente à vontade, ou não, da Mutares se manter como acionista da Efacec durante muito mais tempo?

A Mutares tem um modelo de negócio que passa por recuperar as empresas e depois vender. Por isso, acredito que isto será uma questão de timing, percebendo até que ponto é que a empresa está no ponto correto em termos de venda e que seja atrativa para outros grupos para ser comprada. Acredito que atingindo os targets de EBITDA, mantendo-os e percebendo-se que está estável, que a Mutares provavelmente avance.

Nesse caso, a Efacec permanecerá nas mãos de acionistas estrangeiros ou as empresas que estiveram inicialmente interessadas na empresa poderão chegar-se à frente?

Não sei. Acaba por ser uma empresa que da maneira como está a ser estruturada, com o portefólio que está a ganhar neste momento, vai ser uma empresa muito apetecível.

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