“Eu sei onde é que não vou cortar. É no orçamento do futebol”

João Noronha Lopes é, outra vez, candidato à presidência do Benfica. Crítico da gestão desportiva e da gestão económica e financeira de Rui Costa, garante que, no futebol, não haverá cortes

Acho que o Benfica não tem que gastar menos dinheiro no futebol, tem que gastar melhor. E esse gasto, uma parte dessas despesas, deve ser a investir na formação e na manutenção de alguns jogadores, nomeadamente dos jogadores que transportam consigo aquilo que é a nossa mística e a nossa identidade”. É assim que João Noronha Lopes se apresenta aos sócios, com um projeto que garante ter o sucesso desportivo no centro da estratégia. Promete um clube mais equilibrado financeiramente, que não dependa da venda de jogadores, e o regresso de uma identidade que permitirá uma “cultura de vitória”.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

João Noronha Lopes, bem-vindo ao Estúdio ECO. Foi candidato em 2020, decidiu não candidatar-se nas eleições seguintes, volta agora a candidatar-se. O Benfica está hoje em pior situação do ponto de vista económico, do ponto de vista desportivo, do que estava em 2020?

A avaliação que faço deste mandato do Rui Costa é muito negativa. O Benfica falhou desportivamente, falhou financeiramente e falhou do ponto de vista institucional. E, portanto, precisa de uma mudança, de uma mudança firme com uma equipa que traga novas ideias, novas pessoas, uma visão estratégica de longo prazo e com pessoas que façam acontecer, que tenham capacidade de inovação e que ponham as mãos à obra para mudar o clube.

Não concorreu às últimas eleições, regressa agora. Podemos considerar que a sua avaliação é a de que Luís Filipe Vieira fez um melhor trabalho do que Rui Costa na presidência do Benfica?

Não… é preciso não esquecermos como acabou o mandato de Luís Filipe Vieira. Foi um presidente que saiu acusado pela justiça, e que no seu último mandato preferiu ir à procura de outros interesses que não protegeram os interesses do Benfica. Portanto, a avaliação que faço globalmente do mandato de Luís Filipe Vieira não pode ser positiva.

Vamos ao seu projeto. Que modelo de gestão propõe para o Benfica para ser competitivo do ponto de vista desportivo e económica e financeiramente sustentável?

O Benfica tem que ter, em primeiro lugar, o sucesso desportivo no centro de tudo aquilo que vai fazer, portanto, tem que ter um projeto desportivo. Esse projeto desportivo constrói-se à base de três coisas: Organização, identidade e estabilidade…

…Começamos pela identidade.

Uma das coisas que falta ao Benfica neste momento, na minha opinião, é exatamente essa identidade que nos traz a cultura de vitória. O Benfica foi-se aburguesando nas derrotas. E quando os insucessos continuavam, em vez de se procurarem soluções, procuravam-se desculpas. Há que reganhar esta cultura de vitória, de raça, de querer, de ambição, que fez a diferença no Benfica.

De onde vem esse aburguesamento?

Vem das pessoas que estão no Benfica. Essas pessoas que estão no Benfica, no meu entender, mostram pouca ambição e vão exatamente à procura de uma justificação em vez de procurarem a origem dos problemas. Então, repare, como é que erros na questão do scouting se repetem ano após ano? Como é que tivemos 50 jogadores que entraram e saíram do clube durante este mandato? Como é que estamos prestes a começar esta época e temos novos diretores a entrar, uma equipa que ainda não está constituída e jogos daqui a duas semanas. Houve mais uma vez má preparação e má organização.

A exigência do Mundial de Clubes não pode explicar isso?

A exigência do Mundial de Clubes explica o facto de devermos antecipar a preparação desta época e procurarmos que, dentro das limitações que temos, tivesse sido organizada e começada de outra maneira. Agora, o que tem que mudar para o futuro começa também pela organização. Tem que haver um diretor-geral, é esse diretor-geral que vai centralizar toda a organização do futebol, e depois há duas áreas que são fundamentais.

Quais?

A primeira é a área do scouting. O Benfica já teve um dos melhores scoutings do mundo, tem que voltar a investir nesta área, com ferramentas de análise de dados de última geração, com uma análise de performance que acompanhe exatamente o desenvolvimento dos clubes, com um departamento médico e um departamento de comunicação que funcionem debaixo da mesma pessoa. Depois, um ponto fundamental, é a área da formação. Nós temos uma das melhores formações do mundo, mas não basta ter a melhor formação do mundo, temos que fazer mais para reter os nossos jogadores.

De que forma é possível fazer isso?

Criando nos jogadores, em primeiro lugar, a mentalidade de que é possível ser campeão no Benfica antes de se querer triunfar lá fora. É um trabalho que tem que ser feito.

E isso chega para reter jogadores?

Já lá vou. Há um trabalho de mentalização que começa desde que o jogador entra no Seixal e tem que ser feito com os jogadores, com os seus empresários, com os pais, exatamente para que os jogadores percebam que podem triunfar no Benfica. E para isso também é preciso que eles vejam exemplos. É preciso que vejam exemplos de jogadores que, de facto, triunfaram no Benfica.

Quantas temporadas deve estar no Benfica um jogador da formação com essas características?

Um jogador do Benfica deve estar, idealmente, dois ou três anos no clube, incluindo uma época de afirmação. A partir da qual, depois, terá todo o direito de ir para outros voos.

Há condições financeiras para isso?

Há condições financeiras para reter os jogadores. A minha questão não é que o Benfica gaste muito dinheiro. Acho que o Benfica não tem que gastar menos dinheiro no futebol, tem que gastar melhor. E esse gasto, uma parte dessas despesas, deve ser a investir na formação e na manutenção de alguns jogadores, nomeadamente dos jogadores que transportam consigo aquilo que é a nossa mística e a nossa identidade.

João Noronha Lopes, candidato à presidência do SL Benfica, em entrevista ao ECO Hugo Amaral/ECO

Anuncia uma aposta forte na formação. É possível ser competitivo, do ponto de vista europeu, com o peso que está a dar à formação no plantel principal? Como é que se compatibiliza uma equipa formada, ou maioritariamente formada, com jogadores da formação com a capacidade competitiva, nomeadamente europeia, como a que tem defendido?

Eu defendo que não deve haver um ‘numerus clausus’ nos jogadores que evoluem necessariamente da formação para a equipa principal. Tem que haver uma filosofia que premeie essa evolução e que faça com que toda a gente, naquela área do futebol, tenha isso como um objetivo. Mas depois, obviamente, isso tem que ser compensado com um departamento de prospeção e de scouting que não só vá buscar os jogadores, mas que tente, por um lado, antecipar e ir buscar jogadores quando ainda temos capacidade de ir buscar, e depois que façam uma análise não só do talento, mas também do perfil do jogador. Quando vejo um jogador que chega e diz imediatamente “gosto de vir para o Benfica, mas já estou a pensar noutros voos”, obviamente deixa-me preocupado, principalmente se o jogador encaixa no modelo de jogo.

Isso é feito como?

Com um departamento de scouting muito profissional e que esteja em íntima ligação com o diretor desportivo e com o treinador.

Se ganhar as eleições, qual é a percentagem de jogadores do plantel que gostava que fosse da formação no final do próximo mandato?

Não há, isto não é uma ciência exata. Ficaria satisfeito se houvesse dois ou três jogadores da formação que pudessem ser titulares na equipa do Benfica, mas mais uma vez, o mais importante não é o número de jogadores, mas que exista uma estabilidade e uma consequência no número dos jogadores que estão na formação e que podem evoluir para a equipa principal. De ano para ano, é uma decisão técnica [mas] eu acho que é importante que o Benfica também tenha uma política para rodar esses jogadores através da equipa B, através do Sub-23, que eles desenvolvem e cheguem à equipa principal no momento certo.

Defende a manutenção da equipa B e do Sub-23?

Sim, defendo…

…Tendo em conta que sublinha muito a importância de contenção de custos, e gastar melhor na equipa de futebol, faz sentido manter essas duas equipas?

Faz todo o sentido. Há jogadores que crescem e se desenvolvem…

…Uma equipa não chega?

Na minha opinião, não. A equipa do Sub-23 complementa a equipa B. E, portanto, com a quantidade de jogadores que a Benfica tem e com as limitações que existem hoje no mercado relativamente à possibilidade de emprestar jogadores, faz ainda mais sentido manter as duas equipes.

Falou há pouco na organização e no diretor-geral. Falta saber qual é a sua equipa.

A minha equipa de direção e a minha equipa de órgãos sociais vai ser apresentada na altura certa e com tempo suficiente para que os benfiquistas façam o escrutínio e façam a sua avaliação. O que lhe posso dizer relativamente à minha equipa é o seguinte. Há três perguntas a que todas as pessoas que trabalham comigo têm que responder. Primeiro, onde é que estamos? Depois, para onde é que queremos ir e, finalmente, como é que lá chegamos. São pessoas com as quais estou a trabalhar há alguns meses, profissionais muito competentes nas suas áreas.

Já estão a trabalhar consigo?

Já estão a trabalhar comigo há meses, profissionais nas suas áreas, que se vão dedicar ao Benfica Mas para mim não é só importante ter as melhores pessoas e que sejam benfiquistas, também é muito importante que essas pessoas trabalhem entre si e que saibam trabalhar entre si. A minha experiência empresarial diz-me muitas vezes que podemos contratar os melhores, mas se não forem uma equipa e não souberem exatamente o que é que queremos e como é que trabalham em conjunto, as equipas rapidamente caem. Esses dois pontos, para mim, são fundamentais. Os melhores a trabalhar em conjunto, e uma parte deste tempo até às eleições é exatamente para me permitir fazer essa avaliação e permitir também que todos saibam no dia 26 de outubro, o dia a seguir às eleições, exatamente aquilo que têm que fazer para começar a trabalhar no Benfica.

Se não quer partilhar os nomes da sua equipa, pode partilhar o perfil do diretor geral e do diretor desportivo de futebol? O que os vai diferenciar dos que trabalharam no Benfica nestes anos?

Diretor-Geral, grande capacidade de organização e grande capacidade de interagir com pessoas e de as pôr a trabalhar em conjunto. Diretor desportivo, profundo conhecimento do futebol português, profundo conhecimento do futebol internacional e daquilo que são as boas práticas em termos de scouting, em termos de ciência de dados, da deteção de talentos e, muito importante, ser alguém que saiba complementar o scouting com a formação. Tanto o diretor-geral como o diretor desportivo têm que encarar a formação como o elemento essencial do desenvolvimento do futebol do Benfica. E nessa medida, têm que ser duas pessoas completamente alinhadas também com a pessoa que vai ser o diretor da formação e acompanhar a evolução de todos os jogadores até chegarem à equipa principal.

Um dos seus pontos é “onde estamos”. Do ponto de vista desportivo, os números de títulos neste mandato de Rui Costa são conhecidos. Do ponto de vista financeiro, no primeiro semestre do exercício deste ano, o Benfica aumentou os capitais próprios, teve um resultado líquido de 40 milhões de euros, diminuiu ligeiramente a dívida líquida. O Benfica está assim tão mal como diz?

Se olharmos para a evolução das contas da SAD, na minha opinião, está. Quando assistimos, por exemplo, à evolução dos Fornecimentos e Serviços Externos da SAD, vemos que entre 2019 e 2024 esse valor passou de 55 milhões para quase 90 milhões de euros… por exemplo a operação do estádio triplicou, o que é uma situação para a qual não tenho explicação. Se olharmos para a evolução dos capitais próprios, estou a falar da evolução, diminuíram em cerca de 40%. Se olharmos para a dívida, a dívida [líquida] aumentou cerca de 100 milhões de euros. Portanto, a análise que faço deste mandato não é positiva.

Ficaria satisfeito se houvesse dois ou três jogadores da formação que pudessem ser titulares na equipa do Benfica, mas mais uma vez, o mais importante não é o número de jogadores, mas que exista uma estabilidade e uma consequência no número dos jogadores que estão na formação e que podem evoluir para a equipa principal. De ano para ano, é uma decisão técnica [mas] eu acho que é importante que o Benfica também tenha uma política para rodar esses jogadores através da equipa B, através do Sub-23, que eles desenvolvem e cheguem à equipa principal no momento certo.

Como é que ajusta estas contas sem pôr em causa a competitividade desportiva do Benfica?

Para que fique bem claro, o objetivo do Benfica é ganhar. E, portanto, o sucesso desportivo tem que ser sempre o objetivo número um do clube e da SAD. Se olharmos para as receitas do clube, fazendo uma análise daquilo que pode ser a evolução dessas receitas, verificamos o seguinte. É absolutamente fundamental que o Benfica se qualifique para a Champions. Porque, em média, as receitas da Champions representam cerca de um terço das receitas… Este ano representam mais, felizmente, por boas razões. Portanto, o sucesso desportivo vem não só de uma questão de prestígio, mas vem também de uma questão financeira.

Em segundo lugar, a questão dos direitos televisivos. É importante que estes ‘media rights‘, no mínimo, se mantenham aos níveis que têm estado até agora. Assisti a uma entrevista de um dos responsáveis da SAD [Nuno Catarino, CFO], na qual era dito aos benfiquistas que havia razões para estar otimista, [mas] eu nunca mais ouvi notícias sobre esse assunto. Relativamente ao resto, acho que o Benfica pode aumentar as receitas de jogo.

Como é que se aumentam as receitas de jogo?

Primeiro, a revitalização da zona envolvente do Estádio da Luz, criando uma zona de entretenimento, de convívio, que seja feita sob o auspício do clube, mais uma vez, com os fornecedores, com as Casas do Benfica, mas que seja verdadeiramente uma zona que possa ser traduzida em receitas financeiras. Por outro lado, olhando para dentro do Estádio, julgo que há margem para crescermos as receitas ao nível do hospitality e da zona corporate.

Através dos chamados ‘red pass’?

Não através dos redpasses. Atingimos, neste momento, quase um teto em termos daquilo que podemos aumentar o preço dos redpasses. Não pode ser através dos redpasses que vamos aumentar essas receitas, é através das receitas que geramos na zona envolvente do Estádio da Luz, da parte comercial, como nas receitas que geramos através da zona corporate [empresarial]. A segunda área tem a ver com aquilo que são as receitas comerciais. Nas receitas comerciais, estou a incluir conteúdos, merchandise e patrocínios. Se olharmos para o benchmarking com outros clubes que são comparáveis a nível europeu, a percentagem destas receitas do Benfica é de cerca de 20%. Em clubes comparáveis, chega aos 30%. Uma marca com a dimensão do Benfica, para uma diáspora como a que existe relativamente aos adeptos…

É possível aumentar a receita na diáspora? A diáspora parece sempre uma espécie de objetivo dourado, mas, na verdade, depois, é muito difícil de materializar.

Acho. E quando vamos assistir aos jogos do Benfica lá fora, e vimos o entusiasmo das pessoas, ou quando visitamos Casas do Benfica, como há pouco tempo visitei a Casa do Benfica de Toronto, sentimos que é não só possível, como existe uma grande oportunidade para aumentar essas receitas, principalmente numa segunda geração que quer manter essa ligação ao clube. Portanto, julgo que essa área pode aumentar significativamente.

Dê-me exemplos concretos.

Tenho três exemplos de três medidas. Primeiro, utilizar a BTV não apenas para transmitir jogos, mas para ser a Benfica Media House, ou seja, um centro de produção de conteúdos de excelência, que possa fazer parcerias com plataformas de streaming e que, com isso, seja uma fonte de receitas alternativa. Segundo, uma parceria global a nível de merchandising. Já existe esse tipo de parcerias comerciais de merchandising de algumas empresas, já estou a falar com uma, que faz isso para os clubes da Premiership, para os clubes da La Liga e até para clubes das ligas americanas. E terceiro lugar, acho que há uma grande capacidade de aumentar a nossa relevância nas redes sociais. Eu não consigo entender que um clube que é o maior clube do mundo tenha, em algumas redes sociais, menos seguidores e menos interações que outros clubes. É possível fazer isso muito mais. Eu dou-lhe um exemplo… estivemos no Mundial de Clubes o Benfica não está entre os 12 maiores clubes que aumentaram o seu número de seguidores nas redes sociais. Depois acho que há uma quarta área que é muito interessante e que pode também ajudar nas receitas, que é ser mais ambicioso no modelo das escolas do Benfica, fora de Portugal. Já existem em Portugal muitas escolas, acho que podemos ser mais ambiciosos nesse modelo, transportando obviamente a marca do Benfica para uma melhor exploração comercial, que até em alguns casos pode ser feita em conjugação com algumas das casas do Benfica no estrangeiro, como já aconteceu no passado. Há esse potencial para aumentar as receitas de dia de jogo, acho que há esse potencial para aumentar as receitas comerciais, acho que, por outro lado, também temos que olhar para o lado da despesa…

João Noronha Lopes, candidato à presidência do SL Benfica, em entrevista ao ECO Hugo Amaral/ECO

Já lá vamos à despesa… Ainda do lado da receita, qual é a sua avaliação sobre o processo de centralização de direitos? Alinha com o Rui Costa na ideia de que o Benfica deve recorrer para os tribunais para travar a centralização dos direitos televisivos.

Acho que o Benfica não deve saltar fora, o Benfica deve liderar. E o problema deste processo, tal como em outros processos no futebol português, é que o Benfica não liderou. E liderar não é querer mais do que os outros, é tomar uma posição que está de acordo com a sua grandeza. Vamos então falar de direitos televisivos. Portugal tem, no panorama audiovisual, uma situação única na Europa, em que temos três clubes que são representativos de 94% das suas receitas. E, dentro desses 94%, a maior parte das receitas, obviamente, são geradas pelo Benfica. E, portanto, este é um ponto que tem que ser levado em linha de consideração nesta discussão. Segundo ponto, estamos há quatro anos para tentar fazer um processo de centralização em que nada foi feito. E estamos agora a querer, num ano, recuperar o tempo perdido.

Mas isso não é responsabilidade de Rui Costa.

Não, não. É responsabilidade da Liga. O que é que eu teria feito se fosse presidente? Eu quero colocar a questão em termos de futuro. Eu escrevi sobre isso há um ano, já falei disto várias vezes em Assembleias Gerais, e há algum tempo que teria ido falar com o Governo e teria colocado em causa a pertinência do Decreto de Lei.

Porquê?

Por duas razões. Por um lado, porque o panorama audiovisual mudou, e segundo, porque o mercado também mudou. A primeira coisa que eu faria não é desrespeitar o Decreto de Lei, seria falar com o Governo, discutir a pertinência deste Decreto de Lei e, nomeadamente, se não deveríamos abrir à concorrência de todos os operadores o panorama audiovisual português.

Está a falar de operadores, nomeadamente de streaming?

Estou a falar de operadores em canal aberto, tudo o que for possível. Acho que se deve fazer funcionar o mercado até porque se o mercado mudou, é o mercado que tem que definir onde é que nós vamos chegar. Agora, não acho que a questão dos direitos televisivos deva ser tomada de per si, ou seja, temos que olhar para esta questão de uma forma holística. O que é que eu quero dizer? Temos que olhar para a perspetiva da melhoria também do futebol português e do produto. E neste momento o produto não é bom. Portanto, antes de tentarmos dividir um bolo, que é pequeno, por muitos, acho que temos que aumentar o bolo e, depois, então é que pensamos como é que o vamos redistribuir. Senão estamos apenas todos a ficar mais pobres.

Como se sai disto?

Eu acho que deveríamos estar a discutir a reformulação dos quadros competitivos, deveríamos estar a discutir, por exemplo, questões como o fim da Taça da Liga, que na minha opinião, já não faz qualquer sentido, deveríamos discutir a entrada dos clubes da Primeira Liga mais tarde na Taça de Portugal, tudo com o objetivo de não sobrecarregar esses clubes de jogos que são importantes para as competições internacionais, onde queremos obviamente triunfar, ter melhores condições para triunfar, mas também estamos a contribuir para o ranking do futebol português. Depois, acho que há uma liderança relativamente a algumas questões que deveriam ter sido tomadas pela Liga, onde o Benfica também tem que continuar a fazer o seu papel, em questões como, por exemplo, o IVA dos bilhetes. Não faz sentido absolutamente nenhum que paguemos por um bilhete de futebol mais do que pagamos para um bilhete de teatro. Há que olhar para este edifício no seu conjunto, em que os direitos televisivos são uma parte, mas há muito mais a fazer para melhorar o futebol português.

Mas os direitos televisivos ganham uma expressão muito relevante no contexto das receitas dos clubes, nomeadamente dos três grandes. Há uma data definida, e esta direção, como a que ganhar as eleições de outubro, é confrontada ou vai ter que lidar com um facto. Há uma data para uma centralização dos direitos, que obriga a todos os clubes. O que é que o Benfica deve fazer?

O Benfica ainda tem mais de dois anos de contrato, colocando uma posição diferente dos outros clubes. Aquilo que eu digo é que, enquanto presidente do Benfica, estou aberto a ouvir e a discutir soluções, e nomeadamente o critério de redistribuição. Agora, pelas razões que já apontei, não chegarei a uma solução ou não concordarei com uma solução em que o Benfica seja prejudicado.

O que é que considera o Benfica “ser prejudicado”?

Prejudicado é receber menos do que recebe hoje. Depois, qual é que é a solução? Se passa por canal aberto, se passa por comercializar separadamente os seus direitos internacionais, podemos discutir tudo. Agora, em primeiro lugar, essa questão, repito, cabe à Liga avançar com uma solução e o Benfica, enquanto maior clube português, estará nesse processo numa posição liderante e a defender os seus interesses.

Como é que avalia o desempenho do novo presidente da Liga? Há uma nova oportunidade…

Acho que o novo presidente da Liga está a tentar, na questão dos direitos televisivos, fazer aquilo que não foi feito durante muito tempo. A posição do Benfica continua a ser a mesma. Nós falamos com toda a gente, discutimos com toda a gente, mas vamos defender intransigentemente os nossos interesses.

O anterior presidente da Liga, Pedro Proença [hoje presidente da FPF], apontava a possibilidade de receitas de direitos televisivos da ordem dos 300 milhões de euros. Mas os atuais contratos foram realizados num contexto histórico irrepetível no setor das Telecom. Neste contexto, é possível ao Benfica aumentar a receita anual com a venda de direitos?

Como sabe, o contexto histórico em que isso aconteceu foi único na altura. Aliás, Portugal teve o maior aumento em termos de direitos televisivos da Europa, segundo os estudos à data. Agora, o que temos que olhar neste momento, mais uma vez, é para a questão do mercado e perceber, face ao mercado e em livre concorrência, quanto é que conseguimos valorizar os direitos televisivos. Julgo que é o primeiro passo que tem que ser dado. Julgo que o próprio Presidente da Liga já tem feito algumas declarações sobre isso, é o caminho por onde temos que ir.

Considera possível que o Benfica viva de forma equilibrada, operacionalmente, sem a transação dos jogadores?

Vamos lá ver, neste momento, o resultado operacional, a diferença entre as receitas e as despesas correntes, em média, são menos 20 milhões de euros por ano. É insustentável que esta situação continue. E quando disse que iria olhar para este problema, que queria cortar nas despesas e aumentar nas receitas, é exatamente porque acredito que podemos melhorar em muito este resultado e passar de um resultado negativo de cerca de 20 milhões para um resultado positivo de 30 milhões, 35 milhões.

Sem venda de jogadores?

Sem transação de atletas. Como? Mais uma vez, um aumento das receitas de dia de jogo pelas duas vias que já lhe expliquei, e pelo aumento das receitas de comércio, e aqui estou a incluir merchandising, patrocínios e conteúdos. Se chegarmos a um resultado positivo em termos de receitas e despesas correntes de 35 milhões de euros, ao fim de um mandato, estamos a falar de 140 milhões de euros, o que nos vai permitir não vender tantos jogadores, e não vender tantos jogadores mais cedo. Não é deixar de vender jogadores, porque acho que vamos continuar a ter que vender jogadores, aliás, todos os grandes clubes vendem jogadores. A venda dos jogadores deve ser, na minha opinião, um cenário que se coloca para resolver três situações. Ou para pagar dívida, ou para ajudar em projetos de infraestruturas, ou então para nos deixar um buffer, uma margem de segurança, no caso de não sermos apurados para a Champions. O cenário que se coloca hoje em dia é que, face a este desequilíbrio, não só temos que vender os jogadores, como estamos a vender mais do que aquilo que deveríamos vender, e estamos a vendê-los cedo demais.

Vamos à despesa. O Benfica é provavelmente o mais eclético dos clubes, mesmo em termos europeus, com equipas masculinas e femininas. Faz sentido o Benfica querer ganhar tudo, em todas as modalidades?

Faz sentido o Benfica querer ganhar em todas as modalidades, porque isso faz parte do nosso ADN. Agora, deixe-me falar-lhe um bocadinho das modalidades. O ecletismo do Benfica faz parte da nossa identidade e, portanto, é algo que, na minha opinião, nunca deve ser posto em causa. O Benfica tem uma função também, se quiser, mobilizadora dos seus adeptos, mas também uma função social naquilo que o ecletismo pode trazer ao clube. Portanto, o ecletismo, comigo, vai continuar. A questão não é gastar menos, é saber em que é que se gasta. E há três palavras essenciais para mim no ecletismo. Primeiro, ambição. Acho que temos que ter mais ambição. Segundo, transparência. Acho que temos que saber quanto é que gastamos em cada uma das modalidades.

Não sabe?

É algo que eu já várias vezes perguntei a Rui Costa, inclusive em Assembleia Geral, e que não é muito claro. São os orçamentos de cada modalidade. E melhor organização. Uma das medidas que vou tomar é ter um vice-presidente que vai estar a tempo inteiro dedicado às modalidades.

João Noronha Lopes, candidato à presidência do SL Benfica, em entrevista ao ECOHugo Amaral/ECO

Mas isso já existe hoje. O problema é se o fazem bem, não é?

Uma das alterações aos estatutos foi exatamente permitir pessoas dedicadas a tempo inteiro ao clube. E esta, para mim, é uma área absolutamente fundamental, alguém dedicado a tempo inteiro que tenha um conhecimento profundo das modalidades, que tenha uma grande capacidade de organização e uma capacidade de angariação de patrocínios. Portanto, este é o perfil da pessoa que eu vou ter nas modalidades. Há bocado, pediu-me o perfil do diretor-geral, agora vou-lhe dar o perfil das modalidades.

Qual é?

Temos que ganhar muito mais também nas modalidades. O ano passado ganhámos menos de 30% dos títulos masculinos, tivemos uma boa performance nos escalões femininos, mas eu acho que temos que ganhar muito mais.

Falemos de custos. É possível ser competitivo, ter todas essas modalidades? Por exemplo, é previsível que o futebol feminino passe a ter, nos próximos anos, um orçamento mais pesado. Portanto, a prazo, perspetiva-se mais investimento nas modalidades, não é menos investimento. Onde é que vai ser possível poupar?

Olhe, deixe-me, primeiro, responder de outra maneira. Eu sei onde é que não vou cortar. É no orçamento do futebol.

Os sócios gostarão de ouvir isso…

…a questão do Benfica não é gastar muito no futebol, é gastar mal. E o problema do Benfica não é aquilo que gasta no futebol, é o retorno desportivo que não tem. Nós não podemos é ter o orçamento mais elevado de Portugal e, depois, termos um jogador entre os 10 jogadores mais valiosos do nosso campeonato. Portanto, eu aí não vou cortar. E também não acredito que a solução passe por cortar nas modalidades. Mas temos, dentro do orçamento das modalidades, que saber quanto é que gastamos, ter uma estrutura muito clara e ter uma responsabilização das pessoas que estão à frente de cada uma das secções ou de cada uma das modalidades. Relativamente ao resto, uma das áreas onde temos potencial para cortar, já lhe falei, é a dos fornecimentos de serviços externos.

Qual é o objetivo?

Enfim, sendo conservador, e já falei isto com a minha equipa, podemos cortar 15% nos fornecimentos de serviços externos.

Há mesmo descontrolo na despesa de fornecimentos e serviços?

Quando passamos de 55 milhões de euros por ano para praticamente 90 milhões de euros em cinco anos, obviamente que há um descontrolo. E depois, quanto ao resto, aquilo que irei fazer quando chegar ao Benfica, que é uma prática normal de gestão, é fazer uma auditoria. E essa auditoria vai-me permitir tomar as melhores decisões relativamente àquilo que está a ser bem feito, àquilo que não está a ser bem feito e onde é que temos mais capacidade para cortar em termos de custos.

Será uma auditoria forense, para avaliar potenciais ilegalidades?

Estou a falar-lhe de uma auditoria forense, com total transparência. Que, aliás, é uma das áreas que para mim é absolutamente fundamental para o clube. Uma das medidas que vou introduzir no meu programa é um portal de transparência benfiquista.

O que vai ter esse portal?

Primeiro, toda a informação financeira, relatórios e contas, orçamentos, mas que seja dada de uma maneira que possa ser compreensível pelos sócios. Em segundo lugar, as remunerações dos órgãos sociais, como se sabe agora, são previstas pelos estatutos, e nomeadamente os critérios que presidirão a eventuais bónus ou remunerações variáveis. Em terceiro lugar, comissões de intermediação dos jogadores. Em quarto ponto, que para mim é um compromisso fundamental para ter com os sócios, é o relatório de execução do meu programa eleitoral. É muito fácil nós fazermos estas promessas, mas depois, passados quatro anos, já ninguém se lembra delas. Aliás, se formos ver as promessas de há quatro anos do atual mandato e compararmos onde estamos agora, veremos que praticamente muito pouca coisa foi cumprida.

Falava das comissões. Considera adequado manter o nível de comissões por transação de 10% da transferência?

Eu acho que o Benfica tem que trabalhar com todos os empresários de uma forma totalmente transparente, e com cada um dos empresários vai definir aquilo que são as comissões que são praticadas por aquele empresário. Pode haver situações em que consigamos nem sequer pagar comissões, que é preferencialmente aquilo que devemos tentar. Se tivermos que pagar uma comissão, isso dependerá da negociação que fizermos com cada empresário, mas, mais uma vez, tudo isso será feito de uma forma transparente e no interesse daquilo que são os interesses do Benfica.

O Benfica deve fixar um teto aos salários dos jogadores?

Eu acho que o teto salarial é algo que pode ser positivo, mas mais importante que o teto salarial é que haja uma política e uma estratégia relativamente às remunerações dos vários jogadores. Vou dar-lhe um exemplo. O que não faz sentido é ter um jogador como o João Neves, um dos jogadores mais mal pagos do plantel, e ter jogadores que não eram titulares e que ganhavam quatro e cinco vezes o salário do João Neves. Há algo que está muito mal na política salarial do Benfica quando isto acontece. E ainda pior se o Benfica não acode a esta situação na altura certa e obviamente contribui para o descontentamento do jogador. Portanto, mais do que o teto, o que tem que haver é uma política salarial coerente e que resulte daquilo que é a remuneração dos melhores jogadores e a remuneração por aquilo que são as performances que podem trazer ao Benfica.

Falávamos à pouco do custo e do peso da dívida. Ao fim de três anos, qual é o valor que considera adequado face ao seu próprio projeto para o Benfica?

Com uma evolução das receitas e das despesas correntes, na ordem dos 35 ou 40 milhões de euros, trazer a dívida bancária para um valor à volta dos 100 milhões de euros pode ser um objetivo adequado para, ainda assim, manter a competitividade desportiva. E mais uma vez, a questão é o que vamos [fazer] a essa dívida. Se essa dívida contribuir para o sucesso desportivo e contribuir para o retorno daquilo que queremos… obviamente, a dívida, para mim, não é um tabu. O que me interessa é o retorno e se a dívida está ou não controlada e se contribuiu ou não para o sucesso desportivo.

O Benfica tem sempre que ter a maioria do capital da SAD. E esse é um ponto inegociável, está nos estatutos e, para mim, mesmo que não tivesse é um ponto do qual eu nunca prescindiria. Agora vou-lhe responder a essa questão. O Benfica pode ter investidores e até, no seu interesse, ter investidores que sejam estratégicos. A questão é exatamente perceber o que é que podem trazer de mais valor ao Benfica. Por exemplo, se fosse presidente do Benfica, o que é que eu teria procurado fazer? Teria procurado comprar as ações do Benfica, as que estavam na mão destes investidores minoritários, numa altura em que essas ações ainda poderiam ser compradas a um preço, digamos, dentro daquilo que o Benfica poderia comprar, para depois ir à procura dos investidores que pudessem ser estratégicos na área comercial, na área digital, na área desportiva, e com isso construir um portfólio de investidores que verdadeiramente complementasse aquilo que poderia ser útil ao Benfica.

O seu projeto depende do apuramento do Benfica para a fase de grupos da Liga dos Campeões?

O sucesso desportivo é absolutamente fundamental no meu modelo, tal como acabei de dizer.

Mas as eleições vão realizar-se já depois de saber se o Benfica passou à fase de grupos, mas está a anunciar um projeto desportivo e a projetar um plano com determinados pressupostos. O seu projeto é exequível se o Benfica não for à fase de grupos da Liga dos Campeões, tendo em conta o quadro financeiro que conhecemos?

É, é… Eu tenho comigo uma equipa muito sólida e um CFO [administrador financeiro] muito sólido, estudamos profundamente o Benfica e teremos soluções.

Acomoda não ter 50, 60, 70 milhões de euros de receita da Liga dos Campeões?

Acomoda, com rigor, com competência e com uma estratégia que, obviamente, leva em linha de conta aquilo que tem que ser o longo prazo do Benfica.

Acha adequado, necessário, no seu projeto, trazer novos acionistas à SAD do Benfica?

O Benfica tem sempre que ter a maioria do capital da SAD. E esse é um ponto inegociável, está nos estatutos e, para mim, mesmo que não tivesse é um ponto do qual eu nunca prescindiria. Agora vou-lhe responder a essa questão. O Benfica pode ter investidores e até, no seu interesse, ter investidores que sejam estratégicos. A questão é exatamente perceber o que é que podem trazer de mais valor ao Benfica. Por exemplo, se fosse presidente do Benfica, o que é que eu teria procurado fazer? Teria procurado comprar as ações do Benfica, as que estavam na mão destes investidores minoritários, numa altura em que essas ações ainda poderiam ser compradas a um preço, digamos, dentro daquilo que o Benfica poderia comprar, para depois ir à procura dos investidores que pudessem ser estratégicos na área comercial, na área digital, na área desportiva, e com isso construir um portfólio de investidores que verdadeiramente complementasse aquilo que poderia ser útil ao Benfica. É esta a minha visão em termos de investidores minoritários, mas também lhe digo, toda a minha vida foi feita nas empresas e nas organizações a ter que lidar com acionistas minoritários e, portanto, seja quem for que lá esteja, vou ouvir, vou perceber o que é que querem para o Benfica e, obviamente, vou defender intransigentemente os interesses do acionista maioritário que é o Benfica.

Qual é a medida do seu sucesso se vier a ser presidente do Benfica? Em títulos, o que é que projeta como absolutamente indispensável para que chegue ao fim do mandato e possa dizer que cumpriu os objetivos desportivos?

Eu cresci numa altura em que ganhávamos seis campeonatos em sete e, portanto, a minha bitola está alta. Sabendo que não podemos ganhar sempre, a minha bitola é ganhar mais do que os nossos dois adversários diretos, em conjunto. A minha bitola é a Europa. O Benfica fez-se grande na Europa. Foi isso que exatamente nos transformou no clube que somos hoje. E, portanto, há que ser muito ambiciosos a nível europeu. O Benfica tem a obrigação, na minha opinião, de chegar sempre aos quartos de final da Liga dos Campeões e depois pode ambicionar a mais e, a partir das meias finais, tudo pode acontecer. Qual é a medida? É um Benfica europeu que tenha essa ambição e um Benfica que, em Portugal, ganhe mais do que os seus dois adversários em conjunto.

Faça a experiência que teve em 2020, e ao que aprendeu, o que está a fazer hoje diferente nesta campanha?

Comecei mais cedo e, por outro lado, comecei a discutir o Benfica e a falar com as pessoas mais cedo. O que me dá um conhecimento mais profundo do Benfica, permitindo-me fazer este diagnóstico, mas também trabalhar mais em soluções. Eu tenho aproveitado estes meses para fazer muitas visitas e muitas conversas. Estive nos Estados Unidos em várias reuniões com pessoas das ligas profissionais americanas, estive em Inglaterra a falar com pessoas da Premier League, tenho estado com outros clubes europeus e, portanto, isto permite-me fazer uma análise não só da situação, como ter soluções concretas, de acordo com as melhores práticas do mercado, em áreas tão fundamentais como a área digital, a área da análise de dados, a área do crescimento e internacionalização da marca, que, sem falsas modéstias, foi onde me especializei, fruto do meu trabalho. E, portanto, eu sei fazer crescer uma marca, tenho comigo pessoas que também são pessoas muito experientes nessa área, mas isto tudo ancorado no sucesso desportivo. Ganhar mais, ganhar mais, este é que é o objetivo fundamental da minha candidatura e a sustentabilidade financeira servirá só e apenas exatamente para garantir um sucesso desportivo mais consistente.

Há 20 anos, os candidatos a presidente de clubes de futebol apareciam com nomes de jogadores e treinadores. Luís Filipe Vieira deixou em aberto contratar Sérgio Conceição, Rui Costa, à hora a que fazemos esta entrevista, anuncia sucessivas contratações. Vai apresentar-se aos sócios do Benfica com alguma contratação sonante para ganhar eleições?

Não, isso é uma coisa de passado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

“Eu sei onde é que não vou cortar. É no orçamento do futebol”

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião