"Não querendo condicionar a discussão, deve-se caminhar para uma solução no mínimo de fundos de fundos e coinvestimento com parceiros privados" na Portugal Ventures, defende Pedro Reis.
O ministro da Economia reconhece que “preferia muito mais um país que tivesse um IRC muito mais baixo e não tivesse tantos incentivos, benefícios fiscais”. “Campo aberto. Retirar a discricionariedade à decisão do Estado”, explica Pedro Reis em entrevista ao ECO/ECO Magazine. “Não gosto tanto da Portugal Ventures a decidir se vai investir na empresa A ou B”, admite o responsável.
Disse no Parlamento que queria privatizar a Portugal Ventures, mas também disse que queria apostar no coinvestimento. Em que ficamos?
É um braço próprio do Banco de Fomento. Temos a obrigação de discutir qual o papel dos instrumentos de capitalização, dos fundos de capital públicos. Sem medos. Tenho claro que deve existir um Banco de Fomento. Devemos colocar à discussão qual o sentido e o papel de uma Portugal Ventures. Na minha opinião, não querendo condicionar a discussão, deve-se caminhar para uma solução no mínimo de fundos de fundos e coinvestimento com parceiros privados. Foi isto que quis dizer. Há vários modelos. Modelo 1: não faz sentido a Portugal Ventures, vende carteiras e desmobiliza. Modelo 3: fica tal como está. Modelo 2: fundos de fundos e coinvestimento. Partilha de risco com os privados. Repare como desenhámos o Fundo Deep Tech.
Quem o gere? A Portugal Ventures?
Os 50 milhões O resto o FEI, institucionais e, se se quiserem juntar, outros fundos privados. Para mim isto é um modelo do que pode ser o futuro da Portugal Ventures.
É um processo para decidir em 2025?
Sim. A definição da estratégia da Portugal Ventures será logo a seguir à entrada em funções da nova administração do Banco de Fomento. O Banco de Fomento tem financiamento, garantias e capital. Nesta área do capital queremos repensar aquilo. Uma vez definida a estratégia, há um tempo de ajustamento. Os novos produtos instrumentos fundos já são lançados, se for essa a estratégia. Depois pode revisitar a carteira e avaliar se não faz sentido estar num determinado setor ou com investimentos tão pequenos. E porque não fazer o exit dessas carteiras e convocar o setor privado para leiloar as posições? Estas coisas em Portugal, levantam logo uns medos e umas defesas… Isto é o mundo dos fundos da economia mundial. É bom. Se fizemos fundos para o coinvestimento vamos atrair mais fundos que gostam de coinvestir com o Estado. Não quero dar detalhes, mas já recebi perguntas internacionais manifestando interesse em investir se o Estado investir, se o Estado vender carteiras.
É dinâmico.
Já agora, preferia muito mais um país que tivesse um IRC muito mais baixo e não tivesse tantos incentivos, benefícios fiscais. Campo aberto. Retirar a discricionariedade à decisão do Estado. Aqui é o mesmo princípio. Não tem mal nenhum, mas não gosto tanto da Portugal Ventures a decidir se vai investir na empresa A ou B. Não é muito mais claro, objetivo, racional estar coinvestido com outros fundos e ter de passar pelo crivo, além de público, privado.
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“Não gosto da Portugal Ventures a decidir se vai investir na empresa A ou B”
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