“Vemos um futuro muito positivo para o investimento britânico em Portugal”

"Em ambos os países há o desejo de fazer florescer esta relação na área do investimento", garante Chris Barton, HM Trade Commissioner para a Europa do Governo britânico, em entrevista ao ECO.

Chris Barton, His Majesty’s (HM) Trade Commissioner do Governo britânico para a Europa, prevê um futuro “muito positivo” em termos de investimento das empresas britânicas em Portugal. Investimento que gostaria de ver aumentar “ainda mais” a longo prazo.

Chris Barton referiu também que a entrada em funções de um novo primeiro-ministro no Reino Unido, Rishi Sunak, em outubro, não vai influenciar as relações existentes os parceiros europeus, inclusive com Portugal. Aliás, o foco é reforçá-las, garante ao ECO, durante a sua visita a Portugal, por ocasião da Web Summit.

De acordo com um relatório do Banco de Portugal, as empresas britânicas investiram 13,3 mil milhões de euros em Portugal no ano passado. Quais as expectativas para 2022?

Em geral, vemos um futuro muito positivo para o investimento britânico em Portugal para um certo número de empresas, mas gostaríamos de vê-lo aumentar ainda mais. É uma das razões pelas quais (fomos) à Web Summit, pois pensamos que na área tecnológica podemos encontrar potenciais investimentos.

Num futuro próximo, quais são as projeções de possíveis investimentos em território português?

Como tem acontecido um pouco por toda a Europa, para o Reino Unido o foco tem sido nas áreas de sustentabilidade verde, o que, naturalmente, é muito diversificada, que pode ir desde do setor da energia aos transportes. Depois, a área da tecnologia também é um dos nossos interesses. São as duas áreas-chave neste momento para nós.

Estive na Green Trade & Investment Expo, no Norte de Inglaterra, e falei com as empresas portuguesas EDP e GreenVolt, que veem oportunidades no Reino Unido. Esperamos um futuro brilhante.

Em junho, assinaram uma declaração conjunta com Portugal. O que está previsto ao nível do comércio e investimento? Alguma iniciativa mais imediata?

Esta declaração conjunta é um sinal positivo, pois demonstra que em ambos os países há o desejo de fazer florescer esta relação na área do investimento. Desta forma, podemos concentrarmo-nos em dimensões como as exportações e investimentos entre os dois lados. Com as muitas questões que enfrentamos atualmente no comércio internacional, é do nosso interesse trabalharmos em conjunto.

Até que ponto o brexit impactou o investimento britânico no país?

Os últimos anos têm sido certamente bastante difíceis por uma série de razões. Mas se olharmos para o que tem acontecido agora com os fluxos de comércio e investimentos que, na realidade, estão a ganhar força, pensamos que há todos os motivos para estarmos realmente otimistas quando olhamos para o futuro. Com a recente declaração conjunta [com Portugal] temos um acordo comercial que é tão bom como aquele assinado entre o Reino Unido e a União Europeia. Há muitas empresas interessadas nas ligações entre Portugal e o Reino Unido. Ainda ontem [na terça-feira passada] estive na Green Trade & Investment Expo, no Norte de Inglaterra, e falei com as empresas portuguesas EDP e GreenVolt, que veem oportunidades no Reino Unido. Esperamos um futuro brilhante.

O que poderá vir a acrescentar o governo de Rishi Sunak nas relações bilaterais com Portugal?

O foco principal do novo governo é o crescimento económico. Todos nós enfrentamos desafios, dada a atual situação geopolítica, mas estamos muito interessados em crescer e tanto o comércio como o investimento são essenciais. Estamos a olhar particularmente para a Europa, incluindo Portugal, como um motor fundamental para o crescimento económico. Portanto, ele chega com a verdadeira intenção de reforçar estas relações.

“O tipo de relação que existe entre o Reino Unido e Portugal é realmente forte, profunda e tem uma longa, longa história (…) Temos uma boa ligação com Portugal e isso é interessante para os investidores.

Nos últimos anos tem havido um aumento crescente de empresas britânicas, dos mais variados setores, a investir em Portugal. O que torna Portugal atrativo em relação a outros países na Europa?

Várias razões. O tipo de relação que existe entre o Reino Unido e Portugal é realmente forte, profunda e tem uma longa, longa história. Além disso, há boa vontade dois lados em ver esta relação crescer. Temos uma boa ligação com Portugal e isso é interessante para os investidores.

Portugal é realmente o lugar certo para investir em empresas de tecnologia neste momento?

Penso que sim, especialmente porque o setor tecnológico tem crescido imenso e este tem sido próspero em quase todos os países. Há uma espécie de democratização da tecnologia. Temos casos em que, inicialmente, as pessoas surgem com pequenas ideia e, num momento para o outro, crescem rapidamente e atingem o estatuto de unicórnio. Por exemplo, no Reino Unido, há entre 100 a 130 unicórnios que surgiram na última década.

O que motivou a sua ida à Web Summit?

Há dois aspetos a considerar. Primeiro, a própria relação entre o Reino Unido e Portugal. Falamos das oportunidades de investimento e do potencial para crescer ainda mais. Estamos interessados em estar aqui [na Web Summit] para ter algumas destas discussões diretamente com as empresas britânicas e com as portuguesas que querem investir no Reino Unido. Queremos reforçar esta relação.

Em segundo lugar, é o interesse no setor tecnológico. Queremos realmente acolher mais investimento, queremos contar com uma maior participação de empresas de todo o mundo, incluindo de Portugal.

Queremos realmente acolher mais investimento, queremos contar com uma maior participação de empresas de todo o mundo, incluindo de Portugal.

Quanto ao investimento português no Reino Unido, quais são as empresas portuguesas que consideraria serem boas investidoras?

Como já referi há duas empresas com quem falei, a GreenVolt e a EDP, dois exemplos de empresas portuguesas que estão a investir no Reino Unido e pretendem continuar. Vale a pena sublinhar que acreditamos que o Reino Unido é um destino realmente atrativo para as empresas investirem.

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