O primeiro orçamento de Medina beneficia de um bónus orçamental e revela uma gestão prudente. Mas tem riscos, porque aposta numa inflação transitória. Especial do economista Ricardo Santos.
No seu primeiro Orçamento do Estado, Fernando Medina mantém a prudência de João Leão e pouco altera face ao documento entregue em outubro. Ainda assim, consegue acelerar a consolidação orçamental, mesmo com medidas para mitigar o impacto do aumento dos preços, contando com os investimentos do PRR para estimular o crescimento. Desde outubro, Portugal acumulou um “bónus” orçamental (fruto da inflação e da melhor execução orçamental em 2021) que é apenas parcialmente usado para compensar parte do impacto económico da guerra na Ucrânia. O restante é usado para reduzir mais rapidamente o défice, e principalmente, a dívida. Resumidamente,
esta gestão orçamental prudente faz todo o sentido nesta fase.Com o aumento da inflação e a alteração da orientação da politica monetária, Portugal, que