Aos líderes do futuro

  • João Costa
  • 6 Março 2024

Passámos de líderes que esperam que toda a gente os sirva para líderes servidores, que veem o seu papel como o de servir as pessoas que lideram e representam.

As sucessivas crises e tragédias a que o mundo tem assistido devem-se a lideranças fracassadas, de acordo com Bill George e Zach Clayton. O seu livro, “True North Emerging Leader Edition”, é dedicado aos líderes das próximas gerações – os Gen X, Millennials e Gen-Z – desafiando-os a liderar de forma autêntica, descobrindo o seu True North para que consigam contribuir para um mundo melhor.

E o que é o True North? Nada mais senão a bússola moral que guia as ações de cada indivíduo, derivada das suas crenças mais profundas, dos seus valores e dos princípios pelos quais se rege e que é única para si, que representa quem é, no seu nível mais profundo.

Todas as lideranças enfrentam pressão de forças externas que desafiam os valores de cada um ou são tentadas com recompensas. Ambas poderão afastar os líderes do seu True North, obrigando-os a reorientar-se para retornarem ao seu percurso. Os líderes a quem acontecem menos desvios são aqueles que têm mais claras as fronteiras da moralidade e da ética.

O caráter da pessoa é central nas suas características: o título na organização faz da pessoa um gestor, mas é o caráter que faz dela um líder. Isso assenta na genuinidade e na essência de cada um.

Os líderes autênticos caracterizam-se pela integridade, valorizando a verdade; pela transparência, valorizando a informação; e pela confiança, que advém das duas primeiras e instala um clima de abertura entre os colaboradores, clientes, fornecedores e demais stakeholders.

As gerações mais novas não se conformam com o horário de trabalho convencional: nove em cada dez millennials dizem que dão prioridade ao equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

Algumas investigações da Universidade de Purdue resumem os desejos das gerações emergentes: querem que as empresas atuem de forma mais humana; que tenham um objetivo maior, que lhes permita estabelecer ligações e apoio; que satisfaçam as suas expectativas de trabalho flexível, melhores cuidados de saúde e, sobretudo, que os ajudem a manter a energia pessoal de que necessitam para sobreviver e prosperar em tempos difíceis.

Assim, passámos de líderes que esperam que toda a gente os sirva para líderes servidores, que veem o seu papel como o de servir as pessoas que lideram e representam.

A nossa função enquanto líderes é criar as condições para que os nossos colaboradores prosperem e realizem todo o seu potencial. Os líderes do século XX sentiam que tinham todas as respostas e sabiam exatamente o que fazer. Os líderes do século XXI estão constantemente a aprender, mesmo que já estejam no topo há muitos anos.

A grande mudança é do “comando e controlo” para o “empoderamento com responsabilidade pessoal”. As gerações emergentes já não toleram o modelo de comando e controlo. As decisões são tomadas o mais próximo possível do cliente e as pessoas são responsabilizadas pelos resultados.

É uma grande oportunidade para vermos novas formas de liderança e melhores resultados nas empresas, nas organizações e nas instituições públicas.

  • João Costa
  • Country manager da Expense Reduction Analysts Portugal

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