Editorial

Dia negro. Rússia começa guerra na Europa

A guerra voltou à Europa, e tem um responsável, Vladimir Putin. Os aliados têm de responder, e é bom recordar que temos um partido em Portugal que apoia um autocrata e uma guerra.

24 de fevereiro de 2022. Este é um dia que ficará na história pelas piores razões: A Rússia invadiu a Ucrânia, avança com um ataque em larga escala com mais de 200 mil homens, e a Europa volta a viver a guerra dentro de fronteiras, no que será provavelmente a hora mais negra desde a segunda guerra mundial. Vladimir Putin, um líder autocrata que sonha com a reconstrução do império russo, iniciou uma guerra que ninguém saberá como vai terminar. Este é um momento inimaginável, o fim da diplomacia de salão, um choque, que exige uma resposta coesa e unida, sem ambiguidades.

O que se sabe até agora. A Rússia invadiu a Ucrânia, e foi muito para além do cenário menos gravoso, o apoio aos separatistas de duas regiões no leste do país. Está a avançar com uma ofensiva em larga escala, em vários pontos do país, numa lógica de tenaz que faz crer que a Ucrânia poderá mesmo desaparecer como país independente. Estamos a ver em direto e ao vivo o início de uma guerra que nos faz regressar ao período 1939/45, a Putin transformado num Hitler do século XXI.

Chegou o momento dos aliados, os EUA, a União Europeia, o Reino Unido e o Japão, o G7 e a NATO, passarem das palavras aos atos. A diplomacia falhou e é insuportável a ideia de que os ucranianos sejam deixados à sua sorte, e a palavras de solidariedade e sanções económicas que, como se viu, são curtas para travar a obsessão de um homem. E como é irresistível recordar aqui e agora que há um partido em Portugal que apoia Putin e que, por isso, tem mesmo de ser afastado do arco da governação, porque passou uma linha vermelha, a dos valores e dos direitos que formaram a civilização europeia pós segunda guerra.

O apoio dos aliados à Ucrânia, um apoio que seja mais relevante do que as sanções económicas à Rússia, tem enormes riscos, mas não o fazer terá ainda mais. Se Putin não for travado agora, vai trazer uma nova guerra fria à Europa e ao mundo. Nunca, como antes, foi necessário assumir esses riscos, mesmo tendo em conta que a Rússia é uma potencia nuclear, um facto que não pode nem dever ser esquecido. A Rússia tem de ser excluída do palco internacional dos países que partilham dos valores democráticos e de liberdade dos povos. Política e economicamente (e convém também ter presente que o mundo tem hoje uma China que funcionará, seguramente, como amortecedor das sanções económicas impostas à Rússia).

Esta guerra volta a pôr os EUA e a NATO como essenciais na segurança da Europa, mas será definitivamente, um teste à União Europeia e a este projeto político. Servirá, afinal, para quê?

Ainda não se sabe quase nada, sobretudo um fator essencial nesta crise, o que quer mesmo a Rússia, ou melhor, o que quer Putin e a clique que o apoia. Vamos ter uma crise de refugiados na Europa como não temos há décadas, já temos quedas pronunciadas nas bolsas europeias e é possível antecipar consequências económicas e sociais graves, em primeiro lugar na Ucrânia, mas depois também com efeitos em toda a Europa. Perante estes factos, não é possível manter a neutralidade.

O ECO compromete-se com os seus leitores a noticiar o que for relevante sobre o ataque russo e a guerra. Com verdade e mantendo a distância possível porque, mais do que nunca, a informação rigorosa e credível é essencial para a tomada de decisões. Mas a posição editorial de um meio de comunicação social, essa, não pode ser neutra. Tem de ser a condenação de um líder que vive no caos e se alimenta dele, mas também de todos os que o apoiam, porque isso revela o apoio a autocratas, como é o caso do PCP em Portugal.

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