E a palavra do ano é…

  • Alexandre Scarlet
  • 12 Dezembro 2022

Alexandre Scarlet, CFO da Allianz Portugal, pôs-se a adivinhar a palavra do ano 2022 no setor dos seguros e na gestão de riscos. Várias ideias lhe chegaram. Veja quais e o seu porquê.

Caminhamos a passos largos para mais um final de ano. E é por esta altura que habitualmente se iniciam as discussões quanto àquela que deverá ser a palavra do ano. É por esta altura do ano que os internautas esgrimem argumentos quanto à palavra que melhor descreve o que o mundo viveu de mais importante nos últimos 12 meses.

Muitos não terão dúvidas em apontar a palavra Guerra. Guerra para tantos impensável em pleno seculo XXI, mas uma realidade, triste e trágica.

Outros apontarão a palavra Inflação, com a escalada de preços a que temos vindo a assistir e a “sentir”. Inflação essa que, em boa verdade, já tínhamos começado a sentir antes do conflito na Ucrânia, em resultado da interrupção das cadeias de abastecimento observada no período em que iniciávamos a recuperação dos efeitos do Covid-19 na nossa economia (Covid-19 que, não tendo nunca sido eleita palavra do ano, foi certamente a grande responsável por “saudade” e “vacina”, as grandes vencedoras nos anos 2020 e 2021, respetivamente). A aceleração ascendente das taxas de juro diretoras e, com ela, uma subida vertiginosa das taxas Euribor, às quais estão indexados os créditos à habitação de milhões de Portugueses (que em muitos casos vêm os seus orçamentos familiares irremediavelmente afetados) serão alguns dos argumentos certamente invocados.

Indubitavelmente, Sustentabilidade será uma forte candidata, se não a mais forte, tal é o imperativo que representa para todos nós, em todas as suas vertentes, sobretudo ambiental, com as alterações climáticas no topo das preocupações, não só pela magnitude, frequência e severidade com que os chamados eventos extremos têm ocorrido nos últimos anos (tais como incêndios, secas, inundações, tempestades, ondas de frio/calor), mas também pelo papel que poderá desempenhar na busca de soluções para a crise energética, ou social, quando o número de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social atinge proporções inimagináveis.

E o que dizer da palavra Ciberataque, que manifestada na forma de ransomware, entre outras, tanto atormenta os sectores de cibersegurança das maiores empresas em todo mundo. Perante a elevada dimensão dos potenciais impactos financeiros decorrentes destes ataques, é na mitigação e prevenção que permanece a maior aposta em termos de investimento para fazer face a esta ameaça. Apelidada por muitos por Pandemia Digital, surge amplificada pela atual preferência pelo trabalho remoto e maior digitalização, que aumentam a exposição a este tipo de ameaças.

E o que têm em comum todas estas palavras? Estão no topo das prioridades no que à gestão dos riscos a que estamos sujeitos diz respeito. Segundo o Allianz Risk Barometer 2022, com referência a Portugal, os riscos cibernéticos regressam ao topo da hierarquia global dos riscos que mais preocupação geram (em 2021 ocupava a 3ª posição neste ranking). A estes seguem-se as Catástrofes Naturais (que em 2021 ocupavam a 4ª posição). Destaque também é dado neste relatório ao aumento dos riscos decorrentes dos desenvolvimentos macroeconómicos (6ª posição, nos quais se insere a evolução do PIB ou a Inflação), pela maior importância que lhe é reconhecida em relação ao ano transacto (em que ocupava a 8ª posição).

Estas palavras verbalizam o ambiente de incerteza em que navegamos e no qual a indústria seguradora assume especial destaque. Um ambiente de elevada ambiguidade, ao qual o mercado segurador, como um todo, continuará a ser relevante pelas soluções que apresenta. Soluções que garantem como primeira prioridade o bem-estar de todos os seus clientes, mas que também privilegiam a mudança de comportamentos que contribuam para os esforços de transição mais acelerada para um mundo mais sustentável. E sempre alinhadas com a missão de fazer face às responsabilidades que o setor sempre assumiu e continuará a assumir pela sociedade.

É com este nível de determinação, aliado a um forte sentido de dever, que ano após ano, sejam quais forem as circunstâncias com que nos deparemos, sejam quais forem as palavras que melhor ilustrem esses desafios, cá estaremos para cumprir com os nossos desígnios com a mesma dedicação de sempre. Mais do que uma palavra, uma convicção: Resiliência.

  • Alexandre Scarlet
  • CFO Allianz Portugal

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