Ecossistemas líquidos, a nova tendência de seguros

  • Nuno Albuquerque e Castro
  • 10 Outubro 2022

Nuno Castro, Head of Insurance da NTT DATA Portugal, encontrou quatro ecossistemas que se cruzam entre si e dentro de si. As seguradoras devem querer ficar no centro.

Num mercado extremamente concorrencial, no qual a experiência e simplicidade são critérios fundamentais no processo de compra ou subscrição de um serviço, é inegável que a forma como uma seguradora se relaciona com os seus atuais e potenciais clientes é um fator altamente diferencial nos tempos que correm. Cada vez mais os clientes procuram simplificar a sua relação com as seguradoras, não estando exclusivamente focados nos produtos que estas oferecem, mas sim em resolver os desafios inerentes ao seu próprio contexto e realidade.

Hoje em dia, quando nos pretendemos deslocar através de um sistema de bicicletas públicas partilhadas e, portanto, resolver um desafio de mobilidade, para além do aluguer da bicicleta, estamos também a tirar proveito de vários tipos de seguros, como o seguro de acidentes pessoais e responsabilidade civil. Talvez esta realidade não seja do conhecimento geral, mas, no fundo, as empresas que oferecem estes serviços de mobilidade verde e ligeira, associam-se a uma ou mais seguradoras, para disponibilizar ao utilizador um serviço de transporte devidamente segurado, para prevenir qualquer eventualidade. Este é apenas um exemplo de como, de forma fluida, o cliente tira partido de um ecossistema de parceiros conectados e que conjugam esforços no sentido de resolverem o desafio da mobilidade.

O aparecimento de novos modelos de negócio, onde coexistem diferentes atores que se conectam e interagem para oferecer serviços cada vez mais completos, personalizados e relevantes para o consumidor, permitem criar experiências fluidas e integradas. A este fenómeno procurámos apelidar de ecossistemas líquidos.

De acordo com este novo conceito, conseguimos identificar quatro tipos de ecossistemas: Mobilidade Inteligente, que explica a forma como as pessoas se deslocam no seu dia a dia; Vida Saudável, que aborda a forma como as pessoas encaram a sua saúde, não só na ótica da prevenção, mas também na forma como as pessoas planeiam a sua reforma; Casa Segura, que procura entender como melhorar as condições do local onde as pessoas residem; e, por fim, a Proteção ao Negócio das empresas e dos seus trabalhadores.

Estes ecossistemas estão relacionados e no centro encontram-se as seguradoras, que deverão aproveitar esta tendência, direcionando a sua estratégia para dois imperativos:

  • Uma organização orientada a serviços, que procure alterar o típico mind-set focado na venda isolada de produtos para serviços completos, integrados e criados à medida do cliente final;
  • Uma cultura orientada a dados, que promova a utilização e o acesso a dados em todos os pontos da cadeia de valor, de forma a oferecer uma experiência centrada no cliente, ao mesmo tempo que permite planear e tomar decisões estratégicas com base em informação recolhida em tempo real.

As seguradoras que souberem tirar partido deste novo conceito e entenderem as regras inerentes ao modelo, serão certamente as que melhor saberão interpretar e resolver as necessidades dos seus clientes.

  • Nuno Albuquerque e Castro
  • Head of Insurance da NTT DATA Portugal

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