“Make it brave, make it real, make it personal!”
"Make it brave, make it real, make it personal" é a nova proposta de valor para o colaborador. Mas para que isto seja uma realidade efetiva há que trabalhar ativamente algumas dimensões.
No contexto atual, mais dialogante e numa era marcada por transformações profundas na cultura das organizações, a comunicação interna tem de ser, mais do que nunca, transparente, pessoal e colaborativa, cultivando a participação e o envolvimento dos colaboradores enquanto principais protagonistas.
Esta é uma realidade já abraçada por muitas organizações, que mostram estar empenhadas em criar narrativas empresariais cada vez mais reais, humanizadas e inclusivas. As redes sociais corporativas – workplace – passam também a assumir um papel central na comunicação interna, ao potenciar a criação de comunidades dentro da própria organização para partilhar objetivos empresariais e mensagens chave.
Make it brave, make it real, make it personal é a nova proposta de valor para o colaborador. Mas para que isto seja uma realidade efetiva e não apenas uma realidade de algumas organizações, há que trabalhar ativamente e de forma alinhada algumas dimensões. Destaco oito que considero absolutamente prioritárias:
1. Purpose, Strategy and Culture: se é certo que as organizações estão a refletir sobre a cultura, os valores e a redefinir o propósito: “uma empresa que cria valor para a sociedade, onde os colaboradores são felizes e as vendas cresçam”, é igualmente certo que tal implica consistência, autenticidade, responsabilidade e saber ouvir. A escuta ativa é aliás a base principal para uma boa estratégia de comunicação interna e para a criação de uma cultura forte. Os líderes que ouvem geram maior confiança, fomentam uma maior satisfação laboral e aumentam a criatividade das equipas. E, por isso, não será surpreendente afirmarmos que a reputação corporativa se constrói de dentro para fora, atuando como um íman: atrai os melhores colaboradores, os melhores clientes e os melhores investidores.
2. Work is love made visible: criar, cultivar e manter relacionamentos positivos e o espírito de pertença são essenciais para gerar a confiança e o good management. A confiança é tudo e afeta toda a organização e, por essa razão, o relacionamento com os colaboradores deve ser uma prioridade para evitar rumores e fake news, e para manter a equipa unida e informada em tempo real. Exemplo disso mesmo, é o facto das lideranças se posicionarem cada vez mais como thought leaders partilhando, de uma forma clara, a visão do presente e do futuro da organização, inspirando simultaneamente os colaboradores a contribuírem para a estratégia da organização.
3. Employer branding, employer journey, employer experience: hoje mais do que nunca o compromisso com o talento e a experiência do colaborador determinam a forma como a marca empregadora se posiciona. Cada colaborador é um influenciador, um embaixador da marca, interna e externamente. O employee live cycle é determinante para a employer branding, a employer journey, a employer experience e para a corporate reputation. Colaboradores felizes criam melhores negócios e contribuem positivamente para a reputação da organização.
4. A comunicação é cada vez mais tech, mas deve ser mais touch: as redes sociais corporativas devem ser uma fonte viva de informação e tal implica ouvir com atenção e de forma permanente. E se pensarmos que 100% da comunicação corporativa remota é atualmente feita via workplace, como forma de facilitar a partilha de informação com muitos dos colaboradores, aproximando visões e perfis, e oferecendo informação complementar à que possuem, a escuta ativa torna-se ainda mais importante. Para além disso e de a comunicação ser cada vez mais tech, importa sobretudo que seja cada vez mais touch e inclusiva, pois nem todos os colaboradores têm acesso às ferramentas digitais.
5. O glassdoor effect: as organizações estão preocupadas com a satisfação dos colaboradores e a medir a reputação online, conscientes de que as opiniões e experiências dos colaboradores ao nível das políticas de recursos humanos, packages de benefícios ou iniciativas de worklife balance têm impacto e podem afetar a reputação de uma organização. Dimensão que tem criado muitas “dores de cabeça” na imagem e reputação das organizações. Mas ainda que esta dimensão seja absolutamente relevante, há que não descurar outros aspetos vitais para o negócio, tais como a atenção ao cliente e a inovação.
6. O excesso de informação partilhado com os colaboradores, está a gerar a “infotoxicação”, reduzindo a atenção por parte de quem recebe e, consequentemente, também a leitura, análise e absorção das mensagens. Os temas que podem ser comunicados nas empresas são extensos, o que impõem às organizações o desafio maior de priorizar a qualidade das mensagens, em detrimento da quantidade, tornando-as mais claras, objetivas e atraentes, e escolhendo sempre o melhor canal para transmitir a informação. A transparência e o uso da tecnologia, nomeadamente com recurso a IA e a plataformas como o Chat GPT, de uma forma responsável no local de trabalho, assim como a garantia de privacidade no uso de dados vão ser cada vez mais determinantes ao nível de reputação corporativa, nos próximos anos.
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