O bastonário que se segue

E rasgo? O rasgo que a Ordem tanto precisava para ser a verdadeira representante de todos os advogados. Onde está?

São sete. Sete candidatos ao cargo de bastonário da Ordem dos Advogados para o mandato de 2023/2025. A edição da Advocatus deste mês apresenta-lhe as propostas destes sete candidatos em relação aos temas mais fraturantes, polémicos e que geram divisões no seio dos mais de 36 mil advogados. Num ato eleitoral que volta a ser eletrónico, mas não só.

Haveria muito para dizer e contar sobre os bastidores destas candidaturas e eleições. São meses e meses em que as redes sociais se inundam de comentários menos próprios, menos dignos da profissão que outrora já foi das mais prestigiantes. Mas uma coisa é certa: longe vão os tempos em que os candidatos a líder da classe eram os advogados que os portugueses estavam habituados a ver à saída de julgamentos mediáticos (recordo-me, em particular, dos ex-bastonários José Miguel Júdice e Rogério Alves). Nesta lista de candidatos há dissidentes do atual mandato, há repetentes como candidatos, há só uma mulher candidata (no último ato eleitoral foram duas) e há estreantes.

Mas contados os votos, com vencedores e vencidos, a vida vai continuar, todos os advogados continuarão a ser advogados e a Ordem dos Advogados vai continuar a ser a Ordem de todos os advogados. Ou será que não? A verdade é que todos os discursos dos candidatos apontam para (demasiados) pontos em comum: contra o regime fiscal dos Advogados, contra as sociedades multidisciplinares, contra a nova lei das Ordens Profissionais, contra os valores (ofensivos) pagos aos advogados inscritos no Sistema de Acesso ao Direito.

E rasgo? O rasgo que a Ordem tanto precisava para ser a verdadeira representante de todos os advogados: não só os de empresa, os em prática individual ou os inseridos em grandes escritórios de advogados? Esse parece que falta. E todos os advogados, que estão cada vez mais afastados da OA, pensam, nesta fase eleitoral: em quem voto? o que me prometem estes candidatos a bastonário? Será mais do mesmo? Está na hora da Ordem dos Advogados se reinventar de uma vez por todas. Vamos esperar que esse dia chegue. Até lá, leiam a Advocatus, leiam as entrevistas dos candidatos para este mandato e decidam-se. Porque votar é sempre importante e crucial para poder ter, posteriormente, uma atitude mais crítica perante o status quo.

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