Os tempos evoluem, e as marcas também (deviam)
Kathrin Schneider, diretora da mediadora de seguros especializados Innovarisk, explica os passos de uma mudança de marca para tornar eficaz uma evolução contínua da sua imagem junto dos clientes.
Os tempos pedem mudança, mas mudar por mudar pode trazer um amargo de boca no final se esta mudança não corresponder a uma efetiva necessidade. O mundo dos seguros não foge a esta realidade.
Tal como quando se decide mudar de nome ou de estado civil, só conseguimos medir as consequências mais tarde. O trabalho, as burocracias, os custos, o impacto nos outros … muitas vezes para se voltar atrás e reconsiderar a mudança.
No que diz respeito a assumir mudança numa marca, os imprevistos são indesejados – o mercado e a economia já se encarregam de nos surpreender – pelo que cada mudança deve ser pensava, avaliada e estruturada. Construir e “Re”construir uma marca forte e reconhecida no competitivo mercado da mediação e corretagem de seguros é uma tarefa que exige estratégia, visão e uma capacidade contínua de adaptação.
Existem alguns passos fundamentais para a criação de uma marca (ou rebranding) e dos quais dependerá o seu sucesso. E, como tudo na vida, é preciso alguma sorte para estar no sítio e hora certos, com o produto e o serviço certos para um cliente recetivo.
1. Pesquisa de mercado: o ponto de partida
O primeiro passo na mudança de qualquer marca é a pesquisa de mercado. Esta etapa, à qual não se pode nem deve fugir, envolve a análise das necessidades dos clientes, a identificação dos concorrentes e a compreensão das tendências do setor, investigar se existem marcas com designação idêntica e/ou atividades similares. Registar a nova marca é, por isso, essencial para evitar dissabores.
Como afirmou Philip Kotler, um dos maiores especialistas em marketing, “a pesquisa de mercado é a bússola que guia a empresa na direção certa”. No setor dos seguros, onde a confiança é crucial, e compreender o que os clientes valorizam é essencial. Sobretudo porque, muitas vezes por uma questão de budget, algumas seguradoras acabam por ter uma marca mais forte do que os seus distribuidores. E mudar a marca vai sempre abranger uma parte significativa do budget anual, sendo esta mudança uma decisão que implica abdicar de algum investimento noutras áreas de atuação.
Quando na Innovarisk ponderámos mudar a marca de “Underwriting” para “Seguros”, analisámos o mercado. Esse passo permitiu-nos perceber a necessidade de ter uma designação portuguesa que permitisse identificar claramente a nossa área de negócio por parte de parceiros e clientes. Seria reforçado o foco nos serviços personalizados e de elevada qualidade, combinando a inovação tecnológica com um atendimento próximo e especializado.
2. Definição da identidade da marca: construir a alma do negócio
Diz-me a experiência que o passo a dar, após a pesquisa de mercado, é definir a identidade da nova marca. Esta identidade deve refletir os valores, a missão e visão da empresa: a alma do negócio. A identidade da marca deve ser clara e consistente em todas as comunicações e interações com os parceiros e clientes.
Na Innovarisk posicionamo-nos como uma empresa inovadora e centrada no cliente, com um forte foco na excelência do serviço. O nosso propósito é claro: “Especializados. Por Si.”.
3. Rebranding e a importância do nome: a coragem de mudar
A mudança de nome é um passo ousado, mas que pode ser crucial para reposicionar a marca, alcançar novos mercados e patamares de sucesso. Muitos mediadores, corretores e seguradoras nacionais e internacionais passaram por um processo de rebranding com o objetivo de refletir melhor a sua evolução e ambições (ou aquisições). Penso que qualquer pessoa que trabalhe no setor segurador consegue lembrar-se pelo menos de 3 exemplos nos últimos dois anos, uns com mais e outros com menos sucesso. Alguns que fazem todo o sentido, outros que nos deixam, como profissionais, confusos.
Neste campo David Aaker, especialista em gestão de marcas, afirmou que “um nome forte é um dos ativos mais valiosos que uma marca pode ter. Deve ressoar com a identidade da empresa e ser fácil de lembrar e reconhecer”.
No caso da Innovarisk, a escolha do nome, há 11 anos, pretendia refletir a combinação de inovação e gestão de risco, elementos centrais na proposta de valor da empresa. Associar a designação “Seguros” à marca foi um processo natural de simplificação e clareza.
4. Plano de Marketing: comunicar com clareza e eficácia
Neste processo a definição da identidade da marca e a escolha do nome devem ser seguidas por um plano de marketing sólido, que comunique de forma clara e eficaz os valores e a oferta da empresa.
Na Innovarisk, além da mudança visível nos suportes físicos, o marketing digital, em particular, tem sido uma ferramenta poderosa: utilizamos estratégias de SEO, campanhas de redes sociais e marketing de conteúdo para construir a nossa presença online e no mercado.
5. Formação e desenvolvimento de equipa: o valor humano na marca
Por trás de uma marca forte está sempre uma equipa dedicada e bem formada. A formação contínua dos colaboradores é essencial para assegurar que todos estão alinhados com a identidade da marca, que têm as competências técnicas necessárias e são capazes de oferecer um serviço de excelência. Quem não conhece a sua marca, o que representa, os seus princípios e não dominar o produto que vende, não tem muito para oferecer ao mercado. E o mercado vai rapidamente perceber isso.
Na Innovarisk, incentivamos a formação regular e gratuita dos nossos mediadores e corretores. Um braço comercial que conhece bem os nossos produtos está capacitado para responder às exigências do mercado e às necessidades particulares de cada um dos seus clientes. Mais ainda quando falamos de seguros especializados que jogam numa liga diferente da do mass market.
6. Implementação de tecnologia: a modernização como diferenciador
No mundo atual o recurso à tecnologia é um elemento diferenciador para qualquer marca de mediação ou corretagem e um aliado indispensável.
Na Innovarisk investimos em plataformas digitais, como o portal Innova|GO ou os sistemas internos de gestão de seguros e de sinistros, que permitem melhorar significativamente a eficiência operacional e dos processos, facilitando a comunicação e a personalização dos serviços. Esta capacitação tecnológica é essencial para responder às expectativas dos clientes que, cada vez mais, procuram soluções rápidas e acessíveis.
Gostaria, neste campo de dar um exemplo internacional (como não tem presença em Portugal e não é uma corretora, penso que não irá ferir suscetibilidades): a seguradora Lemonade é um exemplo de como a tecnologia transformadora da experiência do cliente. Utilizando inteligência artificial na subscrição e gestão de sinistros, a Lemonade simplificou drasticamente os processos, tornando-se um modelo de inovação no setor. Para além disso, alia um nome, um lettering, uma imagem e uma linguagem disruptiva, não fosse o seu claim ser “Lemonade: An Insurance Company Built for the 21st Century”.
7. Feedback e melhoria contínua: afinar e ajustar a rota
Uma marca estática acabará por desaparecer. Uma breve pesquisa online mostra-nos que a história das marcas está cheia de produtos fracassados. Por isso é vital implementar mecanismos de feedback e promover uma cultura de melhoria contínua. Ouvir parceiros, clientes e colaboradores, analisar dados, ajustar as estratégias são práticas que ajudam a manter a relevância e competitividade da marca.
Na Innovarisk temos demonstrado um compromisso contínuo com a inovação e a adaptação, procuramos responder rapidamente às necessidades do mercado e implementar melhorias com base no feedback recebido. Esta capacidade de adaptação é crucial para nos mantermos relevantes e competitivos no mercado.
Conclusão: uma jornada pelo sucesso
A construção de uma marca de mediação ou de corretagem é uma jornada complexa, que exige uma combinação de pesquisa de mercado, definição clara de identidade, rebranding estratégico, marketing eficaz, formação contínua, inovação tecnológica e adaptação constante.
A nossa experiência demonstra que, com uma abordagem estratégica, centrada nos parceiros e clientes, é possível criar uma marca que não só se destaca no mercado, mas que também constrói relações duradouras e de confiança.
Pois, se “tempora mutantur, et nos mutamur in illis” (“os tempos mudam, e nós mudamos com eles.”), quem é que quer ficar para trás?
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