Primeiras notas. Costa renasce (das sondagens). IL e Chega mudam Parlamento

As projeções das sondagens à boca das urnas dão uma vitória clara de Costa e ainda é possível uma eco-geringonça. Rio tem uma derrota estrondosa, enquanto a IL e o Chegam disputam o 3º lugar.

António Costa ganhou as eleições legislativas de forma clara (e quase absoluta), federou o voto à esquerda e ganhou uma legitimidade reforçada, Rui Rio perdeu as eleições, pouco acima dos resultados de 2019, e viu os dois novos partidos à sua direita, a Iniciativa Liberal e o Chega a crescerem. As eleições, afinal, serviram para alguma coisa, mesmo com a continuidade de Costa. É este o resultado das projeções à boca das urnas (e a precisar de confirmação mais para o final da noite eleitoral).

O primeiro-ministro e secretário-geral do PS chegou a pedir a maioria absoluta, corrigiu o tiro com as sondagens e foi capaz de passar duas mensagens: Por um lado, a mudança era um risco, sobretudo para aqueles, tantos, dependentes do Estado e de serviços públicos, depois, o BE e o PCP lançaram o país numa crise política sem razão. A partir destas duas mensagens repetidas à exaustão, Costa convenceu a maioria dos portugueses a renovarem a maioria do PS. E segundo as projeções à boca das urnas, até reforçada face a 2019. E pelo meio dizimou o BE e o PCP, que têm resultados historicamente baixos. Já terão percebido, agora, que erraram na estratégia de chumbar o orçamento.

António Costa tem uma enorme vitória, se se confirmarem as sondagens. Política e pessoal. Não aceitou a pressão da esquerda radical e reforçou a sua posição quando disse de forma clara que se demitiria se perdesse. Ganhou.

Rui Rio tem uma derrota pesada e, a partir daqui, o melhor que pode fazer é sair com dignidade. Como? Viabilizando um orçamento, para evitar a influência do PCP e BE, e apresentando a demissão. De acordo com as projeções, umas mais claras do que outras, o PSD poderá nem sequer passar dos 30%, um mau resultado sob qualquer perspetiva e, desta vez, com as expectativas elevadas graças às sondagens. É uma ironia. Por outro lado, Rio perde quando a Iniciativa Liberal e o Chega crescem, e muito, não se sabendo ainda qual deles chegará ao terceiro lugar. Portanto, quem não foi capaz de fazer o seu trabalho para expulsar Costa da casa (de São Bento) foi mesmo o líder do PSD. Ganhou as eleições internas, sim, mas perdeu sempre as eleições que contam.

O campeonato do CDS, PAN e Livre confirma o que se sabia. Mas, atenção, dependendo dos resultados do PS, e da dimensão da sua vitória, poderá ainda haver uma eco-geringonça, isto é, uma maioria parlamentar acima dos 115 deputados com o PS, o PAN e o Livre. E isso seria mesmo uma enorme mudança política face aos últimos seis anos.

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