Quer ter sucesso a recrutar no mercado tech? Olhe para os dados e siga as tendências

  • Nuno Neves
  • 28 Novembro 2023

As projeções de tendências são isso mesmo, projeções, mas delineadas por quem conhece bem o mercado e pode apoiar as empresas a desenvolverem planos de longo prazo mais sólidos e estratégicos.

A atratividade de Portugal para as empresas estrangeiras que querem instalar unidades de negócio ou contratarem talentos no país tem sido crescente nos últimos anos. De facto, temos emergido na cena internacional como destino estratégico para as tecnológicas, e não só, que procuram expandir a sua presença na Europa. Estas apoiam-se na reconhecida robustez do ecossistema de startups de TI, na força de trabalho altamente qualificada e no ambiente favorável à inovação que o país oferece.

Estamos obviamente perante pontos a favor das empresas que querem alargar a sua atuação geográfica, mas que, ainda assim, não invalidam uma pesquisa de mercado criteriosa por parte de quem está a ponderar estabelecer-se no território português. É fundamental que as propostas estejam alinhadas com as exigências locais e concorram com outras empresas já estabelecidas. Por isso, é preciso fazer o trabalho de casa para se conhecer bem o terreno que se está a pisar.

Chegados a este ponto, realço o peso, e a importância, que têm os estudos de mercado neste processo. Os dados que os especialistas desta área reúnem e disponibilizam ao mercado são, regra geral, coordenadas preciosas para ajudar as empresas a perceber quer as tendências de empregabilidade, quer as necessidades de competências específicas e as preferências do mercado de trabalho em Portugal. Entre as inúmeras vantagens de dominar a informação, destaco a identificação de tendências, a segmentação do público-alvo, a previsão da procura de produtos e serviços, a antecipação de mudanças tecnológicas, a adequação às preferências do consumidor/cliente, a gestão de riscos e a competitividade.

Estes são apenas alguns dos muitos indicadores que nenhuma empresa pode descurar, uma vez que é a através da recolha de informações – pesquisas de mercado, entrevistas, análise de dados internos – que podem identificar as lacunas de competências e oportunidades de crescimento. É a melhor ferramenta para que consigam tomar decisões estratégicas bem informadas!

Por isso, é fundamental acompanhar as tendências. Reunir condições para fazer fit com as necessidades do mercado é um imperativo para que o sucesso seja uma realidade. E para isso, como já referido, é imprescindível estar na posse de informações rigorosas que permitam estar a par das tendências que se adivinham na evolução do mercado nacional. A área de TI é um exemplo claro de uma atividade que, face à nova conjuntura económica, tem vindo a ser palco de algumas alterações. Mas que, e apesar de viver um cenário menos animador, tem pontos positivos a ressaltar.

Destaco a existência de mais talento de qualidade disponível, o que conduz a uma contínua aposta de várias empresas internacionais em Portugal para a criação de hubs tecnológicos.

Lembro igualmente as alterações que os modelos de trabalho têm sofrido. Passámos de um ano de 2022 em que a grande maioria das empresas dava continuidade a regimes de trabalho 100% remotos, para um 2023 em que verificamos que cerca de 50% dos nossos parceiros preferiram regressar a modelos híbridos ou até mesmo 100% presenciais. Até à data, este indicador, a par das expetativas salariais desalinhadas, tem sido um dos principais fatores a afetar a retenção das equipas, bem como o sucesso dos novos processos de recrutamento.

Ainda no campo das expetativas salariais e benefícios dos profissionais, verifica-se que este tem sido um ano de consolidação, durante o qual os custos das equipas não sofreram alterações significativas, contrariamente ao ano passado em que assistimos a um dos maiores aumentos globais dos salários nesta área. Em termos de benefícios, e provavelmente impulsionado pelo cenário que atravessamos no campo da saúde pública, o mais solicitado é, indiscutivelmente, o seguro de saúde.

Também ao nível dos perfis profissionais mais procurados tem-se assistido ao aumento da procura de especialistas na área de Data Science face a anos anteriores. Enquanto na área de desenvolvimento, mantém-se procura dos perfis de Java e .Net para Backend e React e Angular para Frontend.

É certo que estas projeções de tendências são isso mesmo, projeções, mas delineadas por quem conhece bem o mercado e pode apoiar as empresas a desenvolverem planos de longo prazo mais sólidos e estratégicos.

E como “informação é poder”, são um dado fundamental para ajudar as empresas – quer as que sentiram a atratividade de Portugal e aqui se querem instalar, quer as que já estão ativamente no mercado – na adaptação às mudanças nas skills tecnológicas necessárias, mas também na antecipação de oportunidades de mercado.

  • Nuno Neves
  • CEO e Partner da Precise

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