Queremos um país com mais liberdade

  • Bruno Horta Soares
  • 12 Setembro 2017

Existem perguntas para as quais podemos não ter respostas, mas que não podemos deixar de fazer se queremos encontrar soluções futuras para os problemas atuais.

A vontade de mudança e a confiança no progresso gerado pelo ser humano sempre estiveram associadas ao exercício da política. No entanto, na política também sempre existiu quem defendesse a manutenção da situação atual por sentir que a mudança podia levar a um estado pior do que o atual. São abordagens em grande medida situacionais na medida em que não são raras as vezes em que encontramos quem antes defendia a mudança passar a defender que se conserve o novo estado, logo após a mudança acontecer.

Em Portugal, o entusiasmo verificado no pós-revolução para se criar um país melhor tem vindo a ser substituído a cada década por um sentimento generalizado de que “não vale a pena”, “isso nem pensar” ou o bem conhecido trejeito português “é a vida, o que é que se vai fazer?”. Esta desesperança não se mede em indicadores económicos ou financeiros, mas ouve-se cada vez mais nas ruas, nas escolas ou no trabalho.

Neste contexto, vale a pena debater como a inovação e as novas tecnologias digitais podem contribuir para a resolução dos problemas da sociedade e para a criação de novas oportunidades de progresso. Portugal já deu provas de conseguir ser disruptivo, ágil e inovador. Programas como portátil Magalhães evidenciaram que as oportunidades de transformação em áreas críticas da sociedade podem ser potenciadas e aceleradas pela tecnologia, mas tornam-se inviáveis se não existir um genuíno espírito reformador, tanto por parte das instituições como dos cidadãos.

Acreditamos que este é o caminho para que Portugal possa encontrar novas soluções para os seus problemas estruturais, mas sabemos que mais do que inovar, os portugueses devem estar realmente dispostos a aceitar a mudança que a inovação implica.

Apesar de termos atingido a nossa maturidade democrática, não podemos deixar que Portugal caia de maduro. É por isso que acreditamos que a inovação e a evolução só são possíveis também com a renovação dos agentes políticos. Este é o espírito que esteve na origem do lançamento da Iniciativa Liberal e que será partilhado no próximo dia 16 de setembro no Summit “O Futuro da Democracia Europeia – Inovação & Democracia?”, organizado pela Iniciativa Liberal com o apoio do ALDE Party e a Friedrich Naumann Foundation.

Pode a criação de uma moeda digital portuguesa ajudar a reduzir a nossa dívida pública? Para quê construir mais pontes e autoestradas em vez de termos as melhores “autoestradas digitais” da Europa? Porque existe tanta falta de empregados nas áreas digitais? O que pode o Estado fazer menos para apoiar mais a economia? Como aliviar o peso do Estado-mochila na vida dos cidadãos e das empresas?

Algumas destas perguntas podem nem sequer ainda tenham uma resposta concreta, mas é preciso fazer as perguntas certas se queremos que Portugal possa criar valor num mundo cada vez mais complexo e interligado. Reconhecer que o conhecimento deixou de estar centralizado em instituições e que as soluções deixaram de ser exclusivas de heróis políticos, são elementos fundamentais para que se possa valorizar a iniciativa e o pleno exercício da cidadania.

Não podemos adiar a participação e o contributo das novas gerações no desenvolvimento da sociedade. Não podemos resignar-nos a aceitar que os cidadãos cresçam convencidos de que não vale a pena tentar e experimentar diferente.
Queremos um espírito de inovação contagiante e uma vontade genuína de mudança. Queremos ajudar a construir um país com mais liberdade política, social e económica, porque mais liberdade é a única resposta que temos como certa para Portugal!

  • Bruno Horta Soares

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