Seguro Integrado: Onde Está a Fazer a Diferença?

  • João Madureira Pinto
  • 15:23

Para João Madureira Pinto, Chief Growth Officer da Habit, o seguro do futuro não será comprado — será vivido, naturalmente incorporado no nosso quotidiano.

Chegou o momento de abordar o embedded insurance a sua verdadeira força no terreno — nas experiências concretas que transforma e nos setores que redefine. A integração de seguros no ponto de venda ou durante a utilização de um serviço tem-se revelado eficaz, com resultados tangíveis. Para as seguradoras, poderá representar 30 a 50% das novas receitas na próxima década. Para plataformas como retalhistas, fintechs ou operadoras de telecomunicações, integrar seguros nos seus serviços é uma via para fidelização e geração de receita adicional.

Veja-se o setor financeiro: bancos digitais e fintechs aproveitam o alinhamento direto com a gestão de risco e o acesso a grandes bases de clientes para oferecer seguros de proteção de crédito embutida em empréstimos, soluções de cibersegurança integrada em contas bancárias digitais ou proteção em plataformasBuy Now, Pay Later”. O resultado? Uma taxa de adesão muito superior à verificada em canais tradicionais, e um valor acrescido para o cliente.

No setor das telecomunicações, a integração de seguros tornou-se uma alavanca estratégica, um pouco por todo o mundo, pelos benefícios aportados – fonte de receita adicional relevante, alinhamento com os seus serviços “core” e ferramenta de fidelização. A frequência de contacto com milhões de clientes, ecossistemas digitais consolidados, pontos de contacto regulares (faturas, upgrades, novos dispositivos), estruturas multicanal e uma relação de confiança existente, criam um terreno fértil para seguros. São inúmeros os casos de sucesso, desde a óbvia proteção dos equipamentos integrada nos contratos móveis, até micro-seguros incluídos em planos pré/pós-pagos, seguros acionados por eventos de rede (ex: roaming, novo dispositivo), a produtos para trabalhadores da “gig economy” ou mesmo planos de saúde ou bem-estar por subscrição.

É na mobilidade, porém, que se antecipa o maior crescimento, com um mercado estimado em 200 mil milhões de euros por ano. As OEMs vão liderar a distribuição de seguros auto embutidos, tirando partido das suas capacidades nativas de IoT. Em paralelo, crescem soluções ajustadas a novos estilos de mobilidade — com coberturas integradas em plataformas de ride-hailing, trotinetes e bicicletas, sempre com uma experiência fluida e contextual, que acompanha o estilo de vida e mobilidade de cada cliente.

Também o retalho e o e-commerce desempenham um papel crescente. A elevada frequência de compra e a procura por garantias e proteção tornam estes canais ideais para seguros incluídos. Seja a proteção para gadgets, eletrodomésticos ou equipamentos de desporto no retalho tradicional, planos de saúde ou bem-estar enquadrados em soluções de fidelização, até soluções de proteção mais abrangentes orquestradas por grandes operadores em torno de temas como casa, família e lifestyle.

À medida que olhamos para o futuro, torna-se claro que o seguro integrado vai muito além da inovação comercial. É um instrumento de transformação setorial e social. Os consumidores beneficiam de soluções de proteção simples e relevantes (crítico em contextos de elevado “protection gap”, como é o nosso caso); as empresas fortalecem a proposta de valor ao cliente; as seguradoras chegam a mercados anteriormente inacessíveis.

E este não é apenas um caminho de inovação. É uma ponte entre tecnologia, negócio e responsabilidade social. Ao reduzir atritos, personalizar coberturas e estar presente onde realmente importa, o seguro integrado está a construir um novo contrato entre a indústria e o cidadão.

A próxima década será decisiva. Mas uma coisa é certa: o seguro do futuro não será comprado — será vivido, naturalmente incorporado no nosso quotidiano.

  • João Madureira Pinto
  • CGO Chief Growth Officer da Habit

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