Talento em fuga? A aposta em novas práticas laborais e na inovação, são a receita!

  • Bruno Ribeiro
  • 18 Abril 2023

O nearshore é uma tendência com potencial no mercado de trabalho global e terreno fértil para o crescimento e desenvolvimento profissional dos colaboradores.

Portugal e as empresas portuguesas têm todas as condições para o talento português tecnológico iniciar a sua carreira em terras lusas, e ficar por cá. As universidades portuguesas de tecnologia são uma referência por toda a Europa na preparação de capacidades técnicas e, nos últimos anos, para satisfação de muitos, Portugal tem sido palco de um grande investimento tecnológico. O motivo é simples e não é novidade, o nosso talento é bom. Muito bom. No entanto, na hora de fazer escolhas, os jovens que estudaram por cá, tendem a procurar oportunidades no estrangeiro.

É fundamental o sistema trabalhar em conjunto, pelo que há que otimizar ainda mais o trinómio universidades-clientes-empresas, aproximando assim os mercados das instituições de ensino e criando condições para que os projetos de inovação e nearshore, associados muitas vezes à criação de hubs tecnológicos portugueses, sejam atrativos para quem acaba de sair da universidade.

Há que apostar nesta onda tecnológica e empreendedora e começar a investir em projetos inovadores. Ao longo destes anos, o outsourcing de serviços revelou ser um recurso importante neste universo tecnológico e uma tendência que continuará a marcar o mercado de tecnologia em 2023, e com certeza, o futuro.

Ao adicionar a todas as vantagens já conhecidas que fazem de Portugal um país fantástico para criar hubs tecnológicos, certo é que com a lamentável guerra da Ucrânia, as empresas de nearshore portuguesas têm vindo a ganhar terreno e destaque no panorama europeu. Estes projetos são uma solução para conciliar os objetivos das empresas com as expectativas dos colaboradores. Uma oportunidade que permite “trabalhar fora”, cá dentro.

Se as empresas oferecem salários e benefícios competitivos e flexibilidade no modelo de trabalho e horários, mas mesmo assim não conseguem manter o seu talento, está na hora do mercado corporativo investir em inovação para, acompanhar a crista da onda tecnológica e promover projetos originais e disruptivos.

Permitir aos colaboradores trabalhar com as últimas tecnologias e tendências, além de ser desafiador e estimulante, poderá mesmo diminuir o tão receado turn-over. Acompanhando cada vez mais todas as gerações, é facto que já não é só o ordenado que pesa ao final do mês. A busca pelo conhecimento e o estar a par das tecnologias mais emergentes, também faz parte dos critérios de seleção na hora de escolher a empresa para trabalhar.

Sem dúvida que o nearshore é uma tendência com potencial no mercado de trabalho global e terreno fértil para o crescimento e desenvolvimento profissional dos colaboradores. Nesta nossa sociedade cada vez mais global, torna-se essencial desenvolver habilidades e conhecimentos que sejam valorizados em diferentes mercados. Estes projetos possibilitam ao colaborador experiências mais enriquecedoras com a oportunidade de trabalhar em equipas multinacionais, com pessoas de diferentes culturas e background. Mas, também de adquirir novas habilidades e experiência profissional de comunicação intercultural, resolução de problemas, liderança e flexibilidade.

Vejo hoje um potencial enorme em projetos de nearshore que vai mais além, pois podem ajudar os colaboradores a desenvolver uma ampla gama de competências técnicas e soft skills aplicadas em diferentes áreas da vida profissional. No que diz respeito às novas gerações, são vários os casos em que os valores e o propósito das empresas moldam a entrada e saída de talento. Desta forma, sem dúvida que é necessário que as empresas tenham a sua identidade bem definida e estabelecida, cuja cultura organizacional se respire por tudo e todos.

Mais do que nunca, é importante que esta onda tecnológica se mantenha, alinhada com a cultura empreendedora no país, para que os jovens profissionais possam encontrar oportunidades interessantes e desafiantes. No fim, não cabe apenas às empresas, mas também ao governo e às universidades, promover e apoiar o desenvolvimento tecnológico e o empreendedorismo no país. A colaboração entre todas estas instituições vai continuar a fomentar um ecossistema propício para o crescimento e sucesso de novas empresas e ideias, que poderá conseguir reter o nosso tão valioso talento.

  • Bruno Ribeiro
  • CEO da BOOST-IT

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