Tendência para 2025? Uma cultura centrada no ser humano e na tecnologia

  • Patrícia Lima
  • 29 Novembro 2024

Com o apoio de uma liderança empática e de ferramentas tecnológicas avançadas, os RH de 2025 poderão transformar o ambiente de trabalho, tornando-o mais humano.

Imaginemos uma organização onde cada colaborador sente que o seu bem-estar e crescimento são prioridades; onde a flexibilidade não é um privilégio, mas um direito; e onde a tecnologia trabalha lado a lado com as equipas de recursos humanos para criar ambientes mais humanos e produtivos. Este é o panorama para 2025, onde os recursos humanos prosseguem a sua evolução para uma nova era: mais centrada no propósito, na sustentabilidade e na valorização das competências individuais.

  • Reskilling e upskilling contínuos: a nova base da competitividade

A rápida introdução de tecnologias disruptivas, como a IA e a automação, veio alterar as funções e competências necessárias às organizações. Para os RH, isto significa uma necessidade crescente de investir em reskilling e upskilling dos trabalhadores. Esta estratégia de desenvolvimento contínuo evita que os colaboradores se tornem obsoletos, preparando-os para novos papéis e desafios. Além disso, o reskilling e o upskilling continuarão a representar uma resposta à escassez de talento que as organizações enfrentam. Os colaboradores sentem-se valorizados e mais bem preparados para enfrentar desafios e as empresas tornam-se “incubadoras de talento” e fortalecem a sua atratividade​.

  • Modelos flexíveis e trabalho híbrido: a nova expectativa dos colaboradores

A flexibilidade no trabalho tornou-se um dos fatores mais valorizados pelos colaboradores, sendo atualmente um fator chave para atração e retenção de talentos qualificados. O modelo híbrido, que combina o trabalho remoto com o presencial, é cada vez mais o novo padrão. Além disso, o trabalho assíncrono – onde as equipas podem trabalhar em horários diferentes, sem estarem online ao mesmo tempo – é também uma tendência crescente, contribuindo para o work-life integration e representa uma resposta eficiente para empresas com equipas globais, reduzindo o stress associado a horários fixos e promovendo a produtividade. Este tipo de ambiente atrai talentos que valorizam a autonomia e permite que as empresas alcancem um nível de produtividade e inovação superiores, pois os colaboradores sentem-se mais motivados e envolvidos. Empresas que continuam a exigir horários rígidos e presença constante poderão enfrentar dificuldades em atrair e manter talentos no futuro.

  • Integração de IA e people analytics: o poder das decisões baseadas em dados

A utilização de Inteligência Artificial (IA) e ferramentas de people analytics está a redefinir o papel do RH, tornando-o ainda mais estratégico e com tomadas de decisão suportadas por dados. Ferramentas de análise preditiva ajudam a identificar tendências de rotatividade, necessidades de formação e até mesmo a eficácia dos processos de recrutamento. Ao mesmo tempo, a IA assume tarefas rotineiras, como triagem de currículos ou respostas a perguntas frequentes, permitindo que os profissionais de RH se concentrem em atividades de maior valor, tornando-se este departamento impulsionador estratégico para a organização.

A colaboração entre humanos e IA é uma parceria que potencia as capacidades humanas, tornando os RH mais eficiente e focados no desenvolvimento dos colaboradores​. No entanto, será fundamental equilibrar o uso da IA com o elemento humano, garantindo que a tecnologia apoia, mas não substitui, o julgamento e a empatia nos processos de gestão de pessoas.

  • Liderança centrada no ser humano: O papel da empatia e da cultura

Em 2025, veremos as empresas apostar ainda mais em culturas focadas nas pessoas, onde o bem-estar, o crescimento e o sentido de pertença dos colaboradores são prioritários. A liderança assume um papel mais focado na empatia e na criação de um ambiente de apoio e crescimento para os colaboradores. Líderes que cultivem a resiliência e a inovação nas suas equipas serão essenciais para enfrentar as mudanças e manter a motivação dos colaboradores.

Este foco não se limita a oferecer condições de trabalho competitivas, passa pela criação de um ambiente de trabalho onde as pessoas sentem que o seu trabalho tem um propósito, sendo a cultura organizacional um fator determinante para atrair e reter talento. À medida que as novas gerações procuram empresas com valores alinhados com os seus e um impacto positivo na sociedade, o propósito organizacional torna-se um fator essencial. Empresas purpose-driven, que oferecem aos seus colaboradores um sentido de contributo para um bem maior, têm provado que conseguem impulsionar a motivação e retenção.

Criar um ambiente onde os colaboradores se sintam apoiados, valorizados e com espaço para inovar contribui não só para o bem-estar, mas também para a produtividade e para uma cultura de colaboração e inovação.

  • Sustentabilidade e responsabilidade social (ESG e DEI): O compromisso com um futuro ético

As políticas de ESG (Environmental, Social and Governance), Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) e responsabilidade social serão pilares fundamentais para as organizações que querem atrair e reter talento. As organizações que se destacam em práticas ESG e DEI conseguem criar um ambiente de trabalho mais adaptável, onde a diversidade de ideias é valorizada, o que promove inovação e agilidade para responder a novos desafios.

Para os RH e executivos, a implementação de políticas de ESG e DEI é mais do que uma obrigação ética, é uma oportunidade de alinhar a empresa com as expectativas da nova força de trabalho e da sociedade. A responsabilidade social e ambiental fortalece o vínculo emocional dos colaboradores com a empresa, resultando em maior engagement e satisfação. Organizações que ignoram estas práticas arriscam-se a perder relevância e a serem vistas como desatualizadas, com consequências negativas na retenção e imagem de marca.

Em suma, as tendências de RH para 2025 refletem um setor em transformação, onde a flexibilidade, a tecnologia e o compromisso com o bem-estar e a responsabilidade social são pilares fundamentais. Para os executivos de RH, estas mudanças representam oportunidades estratégicas para criar uma cultura organizacional mais inclusiva, adaptável e competitiva.

As empresas que se alinham com estas tendências, fortalecem a sua resiliência face aos desafios futuros e a sua capacidade de atrair e reter talento qualificado. Com o apoio de uma liderança empática e de ferramentas tecnológicas avançadas, os RH de 2025 poderão transformar o ambiente de trabalho, tornando-o mais humano e alinhado com as expectativas da nova força de trabalho.

  • Patrícia Lima
  • Head of human resources da GALILEU

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